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Esporte em foco

Author: RFI Brasil

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Notícias e entrevistas sobre futebol, tênis, vôlei, Fórmula 1... Espaço aberto para a cobertura exclusiva dos grandes torneios franceses e europeus. Destaque para a atuação dos atletas brasileiros na Europa.
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A fase principal do torneio de Roland-Garros começa neste domingo (26) com a participação de seis tenistas brasileiros na disputa de simples, a maior do país em 36 anos, segundo a Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Além dos já previamente classificados Thiago Wild (58° do ranking mundial) e Bia Haddad (14ª), outros quatro atletas conseguiram vaga na fase classificatória, encerrada na sexta-feira (24).     Maria Paula Carvalho, de Roland-GarrosO advogado André Froes é um dos muitos torcedores brasileiros que viajaram a Paris para acompanhar o campeonato de Roland-Garros, o segundo Grand Slam de tênis da temporada 2024, depois do Open da Austrália. "É sensacional, a minha primeira vez aqui em Roland-Garros. Eu vim direto de Belo Horizonte. É demais", disse ele em entrevista à RFI Brasil em uma das quadras do lendário complexo esportivo parisiense.  E a torcida tem motivos para estar animada. Estreando no tradicional aberto da França, Gustavo Heide já conseguiu vaga na chave principal. Além dele, o cearense Thiago Monteiro, número 2 do Brasil e 84° do mundo, também é uma das promessas do Brasil na competição. Ele chega a Paris com grandes expectativas e busca manter a boa forma dos últimos torneios. No Masters 1000 de Madri, na Espanha, Thiago foi até a terceira rodada, batendo o sétimo do mundo, Stefanos Tsitsipas. No Masters de Roma, na Itália, ele parou somente nas oitavas de final. O paulista Felipe Meligeni (136° do ranking da ATP - Associação de Tenistas Profissionais) é outro que garantiu sua vaga no quali de Roland-Garros, após vencer com facilidade o português Jaime Faria (183° do ranking mundial), na sexta-feira, por 2 a 0, com parciais de 6-4 e 6-2."Foi mais ou menos parecido quando eu passei no qualifying do US Open", disse em entrevista à RFI sobre participar do segundo Grand Slam de sua carreira. "É bom já ter passado por isso uma vez, é um feito importante para mim com certeza, mas não acabou nada, foi só o quali e agora chega a 'pedrada' também e tenho que estar preparado, descansado e seguir fazendo as coisas do jeito que estou fazendo com o time e a gente tem muita chance de fazer um estrago na chave principal", promete.   Felipe Meligeni também falou sobre o bom momento do tênis nacional. "A gente está tendo um investimento melhor, a CBT  vem ajudando muito o tênis brasileiro. Então, eu acho que isso enche os olhos e a gente jogando aqui dá exemplo para a galera que está vindo. Os resultados não vêm por acaso, todo mundo está jogando muito bem, os jogadores estão muito empenhados. Não somos muitos, mas se todo mundo torcer um pelo outro, tem tudo para ir para frente e acho que é um momento muito legal que a gente está vivendo", celebra.  Esta poderá ser uma das edições mais disputadas dos últimos tempos, especialmente no torneio masculino. A principal razão é que muitos dos grandes nomes do circuito ATP têm enfrentado problemas físicos, como o espanhol Rafael Nadal, 14 vezes campeão de Roland-Garros, longe de sua melhor forma.  Mais uma vez este ano, a competição vai oferecer partidas noturnas para proporcionar aos espectadores uma experiência ainda mais envolvente.  Desde 2021, o torneio organizado pela Federação Francesa de Tênis é presidido pela ex-atleta Amélie Mauresmo, que anunciou algumas novidades: a quadra Suzanne-Lenglen agora dispõe de uma cobertura semelhante à da arena principal, Philippe-Chatrier, para que os jogos não sejam paralisados em caso de chuva. Outra inovação é a criação de um museu e de um auditório.  Laura e Bia, duas brasileiras na disputa de simplesDisputar Roland-Garros é um sonho também para Laura Pigossi (119ª do ranking mundial). A tenista de São Paulo garantiu vaga na competição na sexta-feira, após vencer a romena Cristina Dinu (229ª) por 2 a 0, com parciais de 6-2 e 6-2, em 1h14 min. "Eu gosto bastante de estudar as minhas adversárias, ser fiel a uma tática, ser fiel a ser agressiva e venho fazendo isso em 2024. Desde o Pan-Americano, eu venho tentando mudar o meu jogo e ser mais agressiva, melhorar coisas que eu não fazia tão bem e acho que está dando resultado, eu acho que tem que continuar", acrescenta. A tenista pediu o apoio da torcida. "Eu realmente peço para o pessoal vir torcer porque muda o ambiente da quadra, muda a atmosfera e para nós faz muita diferença", explica. "Estou muito feliz de poder ter duas brasileiras na chave principal de Roland-Garros de simples, na dupla tem mais. E acho que é isso, seguir fazendo o meu trabalho, seguir confiando e passar essa mensagem para as tenistas mais jovens de que tudo é possível, contanto que você acredite nos seus sonhos, coloque muita energia neles e trabalhe duro que as coisas acontecem", conclui.Rumo a Paris 2024Nas duplas, outros cinco brasileiros estão na competição. Entre eles, o gaúcho Rafael Matos, campeão de duplas mistas no Australian Open de 2023. "É o meu terceiro ano, nos outros dois eu joguei muito bem, fiz bons resultados. Então, a expectativa está bem alta, eu adoro este torneio e estou bem feliz de estar aqui mais um ano", disse ele à RFI Brasil.O Open da França vai até o dia 9 de maio e é uma oportunidade para ver os melhores atletas do mundo em quadra, poucos meses antes dos Jogos Olímpicos Paris 2024, cujas partidas de tênis acontecerão no estádio da Porte d’ Auteuil, no 16º distrito da capital francesa. "É o último torneio que soma pontos para classificar para a olimpíada. Jogar aqui em Roland-Garros, em Paris, com toda a história que o tênis brasileiro tem neste torneio, vai ser um sonho", diz Matos. "É em Paris, cidade que as pessoas já gostam de vir, é Roland-Garros, que tem toda a história do Guga (Gustavo Kuerten) por trás, um torneio incrível, um Grand Slam, então, soma tudo isso e as pessoas gostam bastante de vir", afirma o atleta. É o caso da dona de casa Erica Tardin, de Campinas, que aproveitou o fim de semana na capital francesa para conferir os jogos de Roland-Garros. "Eu sou muito fã de tênis, apareceu a oportunidade eu tinha que vir", disse. "A torcida vem em peso, brasileiro não decepciona", conclui.    
Adriana Cardoso, veterana da seleção brasileira de handebol feminino, já está 100% recuperada da lesão no joelho. Ela conversou com a RFI e se diz preparada para os Jogos Olímpicos Paris 2024. A ponta-direita da seleção brasileira, de 33 anos, está cada vez mais perto do sonho de participar dos Jogos mas, até lá, está focada em terminar a temporada pela equipe do Buducnost, clube de Montenegro com uma história relevante no handebol europeu e que joga na Champions League. “Eu estou em um momento de fim de temporada com o meu time. Estamos no último mês e teremos três jogos: dois pela liga de Montenegro e um jogo pela Copa", contou Adriana. “Agora posso dizer que estou 100% recuperada da minha lesão no joelho. Fiquei fora das quadras três meses me recuperando, mas já no último mês estive treinando 100% com o meu time e até estive com a Seleção Brasileira num treinamento na Polônia”, explica a jogadora conhecida como “Doce”.“Os dias estão voando e daqui a pouco chega Paris. Mas eu acho que tenho controlado bem essa ansiedade. Tenho focado no agora, porque primeiro tenho que terminar a minha temporada aqui com o clube e terminar bem e saudável”, afirma.Treinamento intensivoNesta fase final da temporada, Cardoso tem um plano de preparo intenso. “Treino sete vezes por semana, pelo menos. Às vezes até temos sessão dobrada que inclui o treino na academia. Eu tenho ainda um trabalho extra, preparado pelo treinador físico da seleção. Faço três treinos extras na semana, então dá um total de dez sessões de treinamentos", enumera. Os treinos extras estão direcionados a melhorar a parte física da atleta, cujo objetivo é terminar a temporada sem lesões.“Cumpro sessões de academia e corrida. Como eu ainda tenho que cumprir o calendário aqui do time, a gente está tendo um cuidado para eu não ter over training e tendo cuidado para não ter lesões por conta disso”, explica a jogadora, que terá uns dias de descanso antes de começar os treinos individuais, preparatórios para a fase de treinamento que acontecerá em junho, no Rio de Janeiro.Em abril, Adriana foi convocada para a concentração do Brasil na Europa. “A concentração na Polônia foi muito boa. Estivemos dez dias lá onde fizemos testes físicos, muitos treinos e dois jogos amistosos contra a Seleção da Polônia. Ganhamos o primeiro e perdemos o segundo, mas saímos de lá com uma sensação boa de que estamos trabalhando no caminho certo”, afirma.Preparação psicológicaSegundo Adriana, a preparação psicológica nesta reta final para os Jogos Olímpicos também é muito importante. “Falta pouquinho, menos de três meses para começar os jogos. Eu estou bastante ansiosa e pensando lá na frente, tentando também acalmar meu coração e dar um passo de cada vez", resume. “A parte mental é muito importante, não só a parte física. E eu venho trabalhando isso com o meu psicólogo. Então está tudo bem e está tudo se encaminhando”, afirma, confiante.“Meu psicólogo esportivo é um ex-atleta, então ele entende bem este mundo que a gente vive. Já trabalhamos juntos há cinco anos, temos encontros semanais e está sendo muito importante nesta minha fase agora de reabilitação da lesão e visando o meu objetivo final, o meu sonho participar dos Jogos Olímpicos de Paris", afirma.Sobre os times que vão para Paris, ela não tem dúvidas que será uma competição muito difícil. “São 12 equipes que vão para Paris e todas são muito fortes. Nós caímos no grupo B, que é talvez o grupo menos difícil, porque o grupo A está bem complicado. O grupo A é onde estão os países nórdicos, que tem muita história no handebol, mas as atuais campeãs estão no nosso grupo", detalha. “E também tem o time da casa. Elas vão vir com certeza muito fortes ness campeonato". Segundo Cardoso, todos os jogos "serão muito complicados e a seleção não poderá relaxar em nenhum deles”.A próxima concentração acontecerá em junho no Rio de Janeiro e será uma fase de treinamento onde irão estar 21 jogadoras. “Ficaremos lá quase um mês concentradas. Só então sairá a lista das jogadoras que irão ser convocadas para os Jogos Olímpicos de Paris. Serão convocadas 17 jogadoras ao todo: 14 ficarão na vila olímpica e as outras 3 ficam fora pois serão chamadas apenas se houver necessidade devido a contusões”, explica.Vaga em Paris ainda não está garantidaA tão sonhada vaga ainda não está garantida para nenhuma atleta, nem mesmo para Adriana Cardoso, uma das jogadoras mais experientes da seleção brasileira de handebol feminino. Apesar de o Brasil já ter a vaga para a Olimpíada em Paris após ter conquistado o ouro nos Jogos Pan-americanos de Santiago, no Chile, ano passado, as atletas ainda não têm a convocação oficial, gerando ansiedade e incertezas.“A gente continua se preparando fisicamente, mas também temos que cuidar da parte psicológica", repete a atleta. “Temos de segurar esta ansiedade porque o Brasil tem a vaga, mas nós, atletas, ainda não. A convocação só vai sair lá na frente, bem perto do embarque para os Jogos Olímpicos de Paris", reitera Cardoso, que já competiu em Tóquio 2020. "A briga vai ser bonita porque temos atletas muito boas aqui na concentração, mas só irão 17”, desabafa a ponteira que foi a artilheira e marcou 33 gols no Pan de 2023.
A medida em que vão se aproximando os Jogos Olímpicos Paris 2024, o calendário de eventos-teste do Comitê Organizador se multiplica. O mês de maio começou movimentado no Centro Aquático Olímpico (CAO), em Saint-Denis, ao norte da capital. Primeiro, a Copa do Mundo de nado artístico, seguida do campeonato francês de polo aquático. E na sexta-feira (10), terminou o campeonato Internacional de saltos ornamentais.   Maria Paula Carvalho, da RFIO Brasil esteve presente com dois atletas, que tiveram a chance de conhecer as novas instalações. "O Brasil está com uma equipe pequena, mas muito bem preparada, de atletas experientes", disse em entrevista à RFI Ricardo Moreira, diretor técnico da seleção brasileira de saltos. "A gente está fazendo o melhor aqui na preparação, reconhecendo a área da competição, para que eles cheguem nos Jogos Olímpicos na melhor forma e com muita confiança para fazer o melhor pelo Brasil", completa.Ligado ao Stade de France por uma passarela de 100 metros, o CAO será o palco das disputas dos saltos ornamentais nos Jogos de Paris 2024, além do nado artístico e as eliminatórias de polo aquático. O complexo é composto por uma piscina de 50m e um tanque com plataformas.A arena com capacidade para 5.000 espectadores será o carro-chefe do projeto de um novo bairro e da revitalização deste subúrbio de Paris. "A piscina é excelente, não tenho nada a reclamar da estrutura aqui", avalia Ricardo Moreira. "Um pouco diferente das outras, em relação ao tamanho. Geralmente, na Olimpíada é uma piscina maior, uma arquibancada gigantesca e aqui eu vi que eles optaram por uma arquibancada um pouquinho menor, mas não vai diminuir de forma alguma o brilho da competição. Está tudo excelente".  Ricardo explica que o Brasil vem conquistando espaço nas competições da modalidade. "O Brasil está crescendo nos saltos ornamentais. Não é um esporte em que tem tradição, mas que a cada ano a gente vem alcançando resultados mais expressivos. Antes, o Brasil participava dificilmente de uma Olimpíada. Hoje, não só participa, como está alcançando as finais. E a gente vê que está muito perto de alcançar uma medalha numa competição de expressão", acredita. Os atletas brasileiros vêm de duas semanas de treinos em Toronto, no Canadá, no mês de abril. Paris será a terceira olimpíada para Ingrid Oliveira, que já competiu em Tóquio 2020 e no Rio de Janeiro 2016, sem baixar das dez primeiras posições. "Eu acho que todos os atletas sonham com uma medalha olímpica, né? Mas eu conversei com o meu treinador e a gente resolveu brigar da quinta posição para cima. É o nosso objetivo: ficar no top five do mundo. Obviamente, eu vou brigar por uma medalha, mas eu acho que se eu sair com o meu dever cumprido, fazer o que eu venho fazendo nos treinos, eu já vou sair super satisfeita e vou dar o meu melhor. O resultado é só uma consequência", disse a atleta à reportagem da RFI.Ingrid falou sobre a ambientação às novas instalações olímpicas. O Centro Aquático de Saint-Denis, recém-inaugurado, será um dos legados desta edição dos Jogos Olímpicos. "A gente veio conhecer a piscina que sediará as Olimpíadas, conhecer um pouco e buscar as melhores estratégias, saber como é a piscina. Então, está sendo muito boa essa aclimatação aqui", diz. "Acho que a piscina está muito boa, a estrutura está muito boa e não tenho nada a reclamar. Porém, essa competição é só uma etapa da preparação, então, não tem que ficar me cobrando muito", observa Atleta acabou ficando de fora da provaIngrid acabou desistindo de competir no Aberto de Paris na última hora, após sentir dores na costela. "Eu resolvi me poupar porque o foco maior são os Jogos Olímpicos", disse em entrevista à RFI Brasil. "Eu estava sentindo dores na costela durante os treinos e abri mão dessa competição para estar bem fisicamente nos Jogos", acrescentou. Porém, ela fez questão de tranquilizar a torcida: "acredito que algumas sessões de fisioterapia já vão alinhar a minha costela e não acho que isso seja preocupante".Ingrid Oliveira começou ainda criança na ginástica e aos 12 anos foi convidada para entrar na equipe de saltos ornamentais. Ela tem treinado duro. A atleta ficou em 4º lugar na plataforma de 10m dos saltos ornamentais no Mundial de Esportes Aquáticos em 2022.Aos 28 anos, ela está focada nos Jogos de Paris. "A gente faz cinco saltos diferentes. São cinco rodadas na minha prova. No masculino são seis, pois eles fazem um salto a mais. E cada salto tem que ser de uma posição diferente, um tem que ser de frente, outro tem que ser de costas ou tem que ser com giro ou tem que ser na parada de mãos. Então, são saltos variados e a gente tem que acertar o salto", explica.  E como ela pretende se preparar nos últimos meses? "O que a gente mais precisa é treinar, se preparar mentalmente, se preparar fisicamente e tecnicamente. Eu acho que é basicamente isso, curar algumas lesões que vêm incomodando e treinar, focar 100%. E é isso que a gente vai buscar fazer", afirma. Além dela, Isaac Souza também veio a Paris conhecer as novas piscinas. O carioca, nascido na Mangueira, disputará os Jogos Olímpicos pela segunda vez. O atleta, que vem de uma lesão no cotovelo esquerdo, também preferiu se poupar, participando apenas dos treinos oficiais em Saint-Denis. "Decidimos me resguardar porque eu estou vindo de lesão e estou tratando. Está bem estável, mas como está perto dos Jogos, é bom que eu consiga treinar para chegar muito bem nos Jogos", explica."Estar em Paris é uma alegria imensa. Eu estou animado e, ao mesmo tempo, nervoso de saber que está chegando a hora. Estou trabalhando com calma para chegar aqui e dar o meu melhor", completa. "Estou muito empolgado para esse momento, de chegar à Vila Olímpica, encontrar outros atletas que eu admiro. Vai ser irado chegar em pouco tempo aqui", conclui.  Na segunda quinzena de junho, a dupla embarca para um training camp na Polônia. O país europeu também foi escolhido para a aclimatação pré-Jogos, de 20 a 29 de julho. A chegada a Paris para as competições está marcada para 30 de julho. 
Eles serão 36 atletas, de 11 nacionalidades diferentes, sob a mesma bandeira: a da Seleção Olímpica de Refugiados. Em Paris 2024, eles não serão identificados pelos anéis olímpicos e sim por um emblema próprio, com um coração no centro. O grupo, que competiu pela primeira vez nos Jogos Rio 2016, estará presente em 12 modalidades. Os atletas foram selecionados entre 74 refugiados que receberam uma bolsa olímpica para se prepararem.   Maria Paula Carvalho, da RFIA lista com os nomes escolhidos foi anunciada pelo presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, na quinta-feira (2). “Quisemos ajudar estes atletas a realizarem o seu sonho olímpico. Oito anos depois, a situação piorou. Até o fim deste ano, podemos esperar cerca de 130 milhões de deslocados e migrantes, e por isso é absolutamente necessário que continuemos e reforcemos o nosso programa”, disse em Lausanne, na Suíça. “Parabéns a todos vocês. Nós os receberemos de coração e braços abertos, no espírito olímpico de solidariedade, paz e excelência nos Jogos Olímpicos Paris 2024”, finalizou.     Com sua presença no evento maior esportivo do mundo, eles chamam a atenção para as dificuldades enfrentadas atualmente por 100 milhões de pessoas deslocadas em todo o mundo, seja por conflitos, catástrofes naturais ou outras razões.  De acordo com o COI, estes atletas foram selecionados “por seu desempenho esportivo”, mas sobretudo para garantir “uma representação equilibrada” de modalidades, gêneros e países de origem.Os refugiados vêm do Afeganistão, Síria, Irã, Sudão, Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Eritreia, Etiópia, Camarões, Cuba e Venezuela. Atualmente, eles vivem exilados em 15 países diferentes, como os Estados Unidos, Canadá, México, Quênia, Jordânia, Israel, almé de vários países europeus. A judoca Muna Dahouk fugiu da Síria em 2019. “Eu estou tão feliz. Estou muito orgulhosa de mim e de todos esses atletas refugiados. Parabéns a todos, até breve em Paris!”, disse. Durante a cerimônia de abertura, no dia 26 de julho, os refugiados desfilarão atrás da Grécia, e antes de todas as demais delegações.  Yech Pur Biel, que participou da primeira equipe de refugiados em 2016, no Rio de Janeiro, diz que o time ajuda a mudar a visão sobre as populações deslocadas. “Quando falamos de refugiados, muitas pessoas dizem que 'são pessoas violentas'. Mas perguntem por que elas fugiram de seu país? Que impacto isso teve em suas vidas? Todos precisam compreender essa situação, devemos nos colocar no lugar do outro. Foi o que eu disse em 2016, ‘hoje foi comigo, amanhã pode ser outra pessoa’”, lembra. A equipe é liderada por Masomah Ali Zada, ciclista afegã que participou dos Jogos de Tóquio 2020. “Quando eu comecei a sonhar som os Jogos Olímpicos, no Afeganistão, eu pensava que seria impossível realizar o meu sonho por causa de problemas de segurança e limitações aos direitos das mulheres. Mas finalmente, eu mantive a esperança, treinei duro, e foi uma honra e um privilégio competir em Tóquio representando a equipe olímpica de refugiados", celebra. "Eu fiquei muito orgulhosa de competir no ciclismo e mudar a percepção das pessoas sobre o que uma mulher afegã é capaz. É uma oportunidade imensa e agora todos esses atletas vão ter oportunidade de mostrar o que os refugiados podem alcançar", completa.  A composição da equipe foi aprovada pelo Conselho Executivo do COI e se baseou numa série de critérios, incluindo o desempenho desportivo de cada atleta e a confirmação do seu estatuto de refugiado pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).   "A equipe Olímpica de Refugiados pode lembrar ao mundo a resiliência, a coragem e esperança de todos aqueles que foram desenraizados pela guerra ou perseguição", analisa Filippo Grandi, Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados. "Estes atletas representam o que os seres humanos podem fazer, mesmo frente à adversidade extrema, e provam que o esporte pode ser transformador para curar feridas físicas e emocionais”, conclui. 
Com uma campanha inédita e arrasadora, o Bayer Leverkusen fez história no futebol alemão ao conquistar seu primeiro título no campeonato em 120 anos de clube. A conquista histórica foi garantida com cinco rodadas de antecipação, fato surpreendente que acabou com a hegemonia do rival Bayern de Munique, vencedor das últimas 11 edições. Elcio Ramalho e Marcos Martins, da RFI“Nós conseguimos fazer história nesta temporada e é algo muito especial para nós, para nossas carreiras, para o Bayer Leverkusen na sua história. É uma sensação, é um momento especial para todos nós”, disse em entrevista à RFI.Em 30 jogos pelo campeonato, foram cinco vitórias, cinco empates e nenhuma derrota. Com 14 gols marcados depois nos minutos adicionais do tempo regulamentar, o Bayer ganhou o apelido de “Rei da prorrogação”.  O time ainda engatou uma série de 45 jogos invictos, o melhor desempenho de um time europeu entre as cinco principais Ligas europeias nesta temporada 2023/2024.O time alemão tem apenas um brasileiro na equipe, o lateral direito Arthur Augusto, que desembarcou no clube do oeste da Alemanha, no segundo semestre do ano passado e mostrou ser pé quente para títulos. Transferido do América Mineiro por uma soma modesta, de cerca de 5 milhões de euros, segundo sites especializados em transferência de jogadores, Arthur teve um início complicado por causa de lesões na coxa.“Foi uma temporada de resiliência. Tive duas lesões que me atrapalharam e fiquei fora por seis meses. Foi um tempo difícil. Agora de volta, creio que vou ter novas oportunidades”, avaliou.Com apenas três jogos atuando, Arthur espera por mais oportunidades e aproveitar o bom momento do Bayer Leverkusen, transformado desde a chegada do treinador espanhol Xavi Alonso, com quem tem uma boa relação e admiração. “”É uma relação muito boa. Ele dá muita liberdade para que a gente possa conversar com ele. O Xavi sempre dá um feed back e demonstra muita confiança na gente”, avalia.Com o título garantido nas mãos, o Bayer tem a ambição de manter a invencibilidade e ainda quebrar o recorde de 91 pontos conquistados pelo Bayer de Munique em uma mesma temporada. O time alemão ainda pode levantar outros dois troféus: o da Copa da Alemanha no dia 25 de maio contra o Kaiserslauten da 2ª divisão alemã e brilhar ainda na cena europeia, já que o time de Xavi Alonso disputa a semifinal da Liga Europa. Se passar pela Roma no dia 2 de maio, pode chegar à final da competição e erguer outro título inédito.“Com certeza é um dos objetivos da temporada. Os dois primeiros, que eram a classificação para a Liga dos Campeões e o título do campeonato, já foram alcançados. Agora falta o outro objetivo que é a final da Liga Europa”, afirma.Com contrato até 2028 com o Bayer Leverkusen, o mineiro Arthur Augusto, que já defendeu a seleção brasileira sub-2O, já se projeta para o futuro com a equipe alemã. “O que fizemos nesta temporada vai servir de impulso para que na próxima façamos melhor ainda. Vamos brigar por títulos e classificações importantes. É isso que a gente quer”, finaliza.
Até 2017, quando Paris foi escolhida como sede dos Jogos Olímpicos de 2024, o local onde hoje se encontra a Vila Olímpica era uma área industrial sem uso. Em torno dela, ganhou vida um projeto urbanístico de 53 hectares, o que equivale a cerca de 70 campos de futebol. Um novo bairro arborizado, dividido entre as cidades de Saint-Denis, Saint-Ouen-sur-Seine e L'Ile-Saint-Denis, um legado que beneficiará a população, quando os mais de 20 mil atletas e para-atletas forem embora.  Maria Paula Carvalho, da RFIO colombiano Gilberto Marín, morador da área, hoje caminha por um bairro ultramoderno. “Há três anos, só havia grandes áreas de terreno, e desde então vemos máquinas pesadas e muitos trabalhadores. É um projeto muito bonito. Fico surpreso de ver que tudo já esteja pronto para receber os atletas, onde eles vão poder descansar", diz.A arquitetura colorida contrasta com os bairros operários do entorno. Mais de 9 mil árvores e arbustos foram plantados nas ruas onde foram erguidos 40 edifícios, com 3 mil apartamentos. Cada prédio foi imaginado por um arquiteto diferente, portanto nenhum é igual ao outro. Batizada de Plaine Saulnier, essa nova zona geográfica de Paris será o principal legado da mudança metropolitana e territorial promovida pelos Jogos Olímpicos. Um bairro misto, conjugando habitação, escritórios, equipamentos públicos, comércio, atividades econômicas e culturais. Nos arredores também ficam o Stade de France, o Centro Aquático Olímpico e a zona de imprensa dos Jogos.Os alunos da escola Dora Maar não terão aulas durante as competições. A instituição de ensino fica praticamente no centro do novo bairro. “Da minha sala de aula, vejo toda a Vila Olímpica, todos os prédios novos de todas as cores, com muito vidro. Você pode ver o início da vegetação. Mas também vejo a nova ciclovia, a faixa para carros e ônibus,” dealha a professora de espanhol Belén López. "Os alunos estão muito motivados com a realização dos Jogos Olímpicos no seu bairro, porque temos alunos de Saint-Denis, Saint-Ouen-sur-Seine e L'Ile-Saint-Denis, então acolhemos três cidades limítrofes", completa. “Todos os anos temos um projeto relacionado aos Jogos Olímpicos. Este ano, por exemplo, todas as turmas da nossa escola têm o nome de uma cidade que já sediou ou vai participar dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Por exemplo, fizemos uma viagem a Barcelona para que os alunos pudessem ver como aquela cidade evoluiu com os Jogos Olímpicos de 1992. Tentamos fazer com que eles vejam como sua cidade ou bairro muda com a chegada dos Jogos Olímpicos,” explica a professora. Metrópole pós-carbonoO projeto foi pensado para uma metrópole pós-carbono, integrando os desafios das alterações climáticas. É como um grande laboratório para a construção das cidades do futuro: utilização de madeira na estrutura de prédios de no máximo 28 metros, a escolha pelo concreto de baixo carbono e de uma rede de aquecimento e refrigeração alimentada por energia geotérmica, para evitar o uso de ar condicionado.  As águas residuais também serão recicladas, em um nível de reutilização sem precedentes em França, que exigiu muito trabalho técnico. “Nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e nos Jogos Olímpicos Londres 2012 eles estavam muito preparados, mas não tiveram a mesma pressão para reduzir as emissões de carbono", explica Gérard Wolf, coordenador internacional de Cidades Sustentáveis do Ministério das Relações Estrangeiras francês e membro do Comitê de Inovação da SOLIDEO, empresa responsável pelas obras olímpicas. "Hoje em dia, muitos países nos consultam e pedem para visitar a Vila, porque hoje todos os países têm problemas com as emissões de carbono. Por isso, querem saber como podemos reduzi-las para 47%, com as melhores práticas. Para eles, isso é importante quando sediam jogos ou para terem cidades mais sustentáveis", destaca. Para chegar até o novo bairro a partir do centro de Paris, os usuários podem pegar as linhas 13 e 14 do metrô. A área também é servida por rodovias. Assim que os Jogos Paralímpicos terminarem, no dia 8 de setembro, as portas serão abertas para que turistas e moradores possam desfrutar de um bairro renovado. "É um sucesso. A Vila dos Atletas foi entregue no prazo, dentro do orçamento, um legado que vai beneficiar os habitantes de Saint-Denis, com todos esses novos prédios de moradia, escolas, comércio, escritórios, serviços. É uma imagem do poder transformador do esporte, dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos", explica a ministra dos esportes, Amélie Oudéa-Castéra. "É uma maneira de mostrar que o esporte muda vidas, inspira e transforma o nosso território", conclui.  
A semana que começa marca uma fase decisiva para os Jogos Olímpicos Paris 2024. Na terça-feira (16), a chama olímpica, símbolo de paz e amizade entre as nações desde a antiguidade, será acesa pelos raios do sol em Olímpia, na Grécia. É o início de uma aventura épica: de Marselha a Paris, passando pelos territórios ultramarinos, a tocha seguirá uma viagem de três meses pela França, percorrendo 12 mil quilômetros. Maria Paula Carvalho, da RFIA quarta-feira (17) marcará os 100 dias para a abertura, em 26 de julho, no rio Sena. E várias cidades preparam atividades especiais para esta reta final.   Enquanto isso o Brasil vai tomando posse de sua base, em Saint-Ouen, no subúrbio norte de Paris, cujas operações começam em primeiro de julho. O local fica pertinho da Vila Olímpica, onde os atletas são esperados em 18 de julho. "Já é uma prática do comitê olímpico, sempre termos um local próprio dentro de eventos, missões e JOs. Isso começou três anos atrás com negociação", explica o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Paulo Wanderley."Primeiro, buscamos espaço dentro de clubes, pois acreditávamos que seria mais fácil. Mas não foi fácil e no caminho da procura surgiu a cidade de Saint-Ouen que nos recebeu muito bem, oferecendo instalações e firmamos o convênio. Desde então, temos usado essas instalações aqui de Saint Ouen. Equipes já vieram treinar para competições e está muito bom", completa. A poucos meses da abertura, o COB está otimista quanto a superação de resultados. "Superar Tóquio não significa apenas superar as 21 medalhas, mas, por exemplo, se tivermos mais medalhas de ouro já é uma superação. A expectativa é, sim, que tenhamos melhor resultado em relação a Tóquio 2020 2021. A nossa parte já fizemos, agora é com os atletas na quadra, piscina e tatame", observa.  Quanto ao número de atletas presentes, Wanderley explica que não é possível comparar com os Jogos no Brasil. "O Rio 2016 foi fora da curva porque éramos país-sede e todo país-sede tem oportunidade de ter mais atletas classificados. Aqui é possível que teremos menos atletas, mas não menos medalhas", afirma. R$ 750 mil para cada medalhaOs medalhistas olímpicos brasileiros podem esperar um prêmio em dinheiro. "Nós inovamos isso em Tóquio, foi a primeira vez que o Comitê Olímpico premiou os atletas. Então existe um recurso disponibilizado, privado, diretamente para os atletas em relação à medalha de ouro, prata, bronze ou ouro, coletivos ou não. Serão R$ 750 mil para a medalha de ouro", informa. Quanto aos gastos em Paris, o COB destaca o câmbio como um desafio. "Isso é um grande dificultador para o Brasil e para países de outros continentes, que não somos europeus nem americanos. A gente recebe em real e gasta em euro e dólar. Então há que se considerar os investimentos do Brasil", conclui. O diretor de Alto Rendimento do COB, Ney Wilson, diz estar atento aos últimos detalhes. "A gente tem buscado proximidade com treinadores no sentido de entender que lacunas podem existir nessa reta final, detalhar isso e de que forma a gente possa potencializar essas lacunas em termos de preenchimento. É um diálogo permanente com as que já tem resultados consagrados ou muito próximo de uma medalha", afirma. Ingressos Os interessados em assistir aos Jogos terão, na quarta-feira (17), mais uma oportunidade para comprar ingressos: a partir das 10h (5 horas em Brasília) 250 mil bilhetes serão colocados à venda na plataforma habitual, repartidos por todas as modalidades do programa olímpico, mesmo as mais procuradas. Serão liberados, por exemplo, 10 mil ingressos para de ginástica artística, 15.000 para natação, 35 mil para vôlei de praia, 12 mil para tênis de mesa. O Comitê Organizador destaca que metade deles serão oferecidos por menos de cem euros, cerca de R$ 544, uma forma de responder às críticas de que os Jogos Olímpicos de Paris são acessíveis apenas aos mais ricos. No total, desde a abertura da bilheteira em 1 de dezembro de 2023, já foram vendidos quase oito milhões de ingressos para as competições olímpicas, dos quais 63% foram adquiridos pelo público francês, de acordo com a organização. Em busca de voluntáriosAlém dos estádios e arenas, a torcida brasileira tem encontro marcado na Casa Brasil, que vai funcionar em La Villete, região Nordeste de Paris. "A gente fez um modelo, onde credenciamos empresas que se inscreveram. Nós escolhemos a que melhor nos atendia com melhor projeto, essa empresa faz o investimento, se der lucro é dela, se der prejuízo é dela também", explica o diretor-geral do COB, Rogério Sampaio. "Ela assume o risco. Mas para a gente era um projeto importante porque é um local onde a gente vai montar um local de celebração, ativação dos patrocinadores, um local de relacionamento do COB, um projeto que a gente já tinha para Tóquio, mas por conta da pandemia não pode ir adiante", completa. O COB está lançando um apelo a voluntários que queiram ajudar nas operações do Brasil para os Jogos Olímpicos. "A gente está em conversas com a embaixada para fazer e lançar esse projeto quanto antes, tentando agrupar e com a prefeitura de Saint-Ouen, chamar a atenção para brasileiros que estejam morando aqui na França, ou no Brasil que estejam interessados em vir e possam nos ajudar na nossa operação tanto do time Brasil como da Casa Brasil", convida o gerente-executivo de Alto Rendimento, Sebastian Pereira. Essa campanha será lançada em maio."A gente quer chegar entre 40 e 50 voluntários que possam vir nos ajudar. Todo mundo que é apaixonado por esporte e pelo movimento olímpico, que tem oportunidade de vivenciar numa cidade icônica como Paris [...] está super convidado", finaliza.
A cor marrom do rio Sena não significa necessariamente poluição. Mas faltando pouco mais de cem dias para os Jogos Olímpicos, a qualidade da água ainda preocupa atletas, enquanto o Comitê Organizador confia nas obras feitas pela prefeitura da capital para garantir a realização das provas de triatlon (nos dias 30 e 31 de julho e 5 de agosto) e da maratona aquática (8 e 9 de agosto), previstas para acontecer entre a ponte Alexandre III e a Torre Eiffel. Maria Paula Carvalho, da RFIO desafio é impedir que as chuvas possam estragar a festa, com o transbordamento da rede de saneamento para dentro do rio. A principal obra para evitar que isso aconteça será inaugurada nos próximos dias. A RFI foi conferir a construção de um reservatório gigante, com capacidade para armazenar 50 milhões de litros de águas pluviais, que serão enviadas posteriormente a uma estação de tratamento. A bacia de Austerlitz, como é conhecida, tem 50 metros de diâmetro e 30 metros de profundidade. Para chegar ao fundo do reservatório, descemos uma escada equivalente a um prédio de dez andares.   “Esta obra é extremamente simbólica e impressionante pela sua dimensão. É uma catedral subterrânea que nós construímos em Paris, mas ela faz parte de um plano mais amplo de melhoria da qualidade da água do Sena”, explica Antoine Guillou, responsável da prefeitura de Paris pelo saneamento.“Quando tivermos grandes episódios de chuva, nós poderemos estocar neste reservatório uma grande quantidade de água, em vez de despejá-la no Sena”, continua. “É uma obra grandiosa para a renovação da rede de saneamento de Paris e para a melhoria da qualidade da água do Sena para os Jogos Olímpicos, mas, principalmente, para os parisienses e todos os visitantes de Paris, a partir de 2025, porque nós teremos locais para banho no Sena durante o verão, o que será evidentemente uma grande mudança, já que faz 100 anos que não acolhemos os Jogos em Paris, mas também faz 100 anos que o banho é proibido”, completa. A descontaminação do Sena é um projeto antigo do governo francês e da prefeitura de Paris. Mais de € 1,5 bilhão (o equivalente a cerca de R$ 8 bilhões) já foram investidos em projetos para permitir que os parisienses nadem em suas águas. Até o presidente Emmanuel Macron e a prefeita Anne Hidalgo prometeram mergulhar no rio. E o que motiva tais promessas são os esforços que vêm sendo feitos para evitar que a poluição chegue ao rio.  RiscosTodos os anos, centenas de toneladas de lixo são retiradas do Sena e dois milhões de metros cúbicos de águas usadas e domésticas são despejados no seu leito. O principal risco para os nadadores, segundo especialistas, seria contrair gastroenterites ou doenças de pele. Apesar dos esforços, as análises realizadas de 2015 a 2023, informadas pela prefeitura de Paris, mostraram grandes variações, com picos de concentração de bactérias indicadoras de contaminação fecal.  Um cenário que levou a triatleta portuguesa Maria Tomé a evitar o treino de reconhecimento da prova, no evento-teste realizado no Sena, no ano passado. “Será que está apropriado para consumo? Será que se pode mesmo entrar ali? Ninguém quis correr o risco de entrar e engolir a água”, disse ela em entrevista à RFI. “Se a água não estiver em condições não vão realizar a prova, mas acho que deveriam pensar em soluções porque o triatlon é uma modalidade olímpica, o duatlon não”, observa. Melani Santos, também classificada por Portugal para o triatlon feminino de Paris 2024, não esconde a preocupação. “Enquanto eu nadava não vi nada, na largada parecia bastante limpo, mas as bactérias não se veem, e a gente nunca sabe bem o que está lá dentro. Claro que acreditamos sempre nas organizações, neste caso do triatlon e confiamos muito nos resultados que nos mostram”, acrescenta.  Recentemente, a nadadora brasileira Ana Marcela Cunha, campeã olímpica de maratona aquática, também questionou a realização da prova no rio. A atleta pediu aos organizadores de Paris 2024 que pensassem em um “plano B”. Há poucos dias, em entrevista ao canal BandSports, a atleta voltou a falar sobre o assunto. "Tivemos problemas no teste, mas cada dia que passa a organização tem se mexido para ter um plano B se tiver chovendo no dia da prova. Com toda certeza, e não só eu, todos os atletas querem nadar no rio Sena, a gente quer fazer parte da história", observa. "Não há plano B"O Comitê Organizador e a prefeitura insistem que não existe alternativa. “Não há plano B, será no Sena, a flexibilidade que teremos, conforme tem indicado o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, é de poder ajustar os dias das competições se a qualidade da água não estiver satisfatória”, responde Antoine Guillou. Para evitar a saturação das galerias de esgoto, o que na região da bacia de Austerlitz acontece em média 12 vezes por ano, os engenheiros apostaram numa construção invisível aos olhos, mas de um desafio técnico surpreendente, explica Samuel Colin Canivez, responsável de obras de saneamento de Paris. “Este canteiro de obra foi bastante difícil do ponto de vista técnico, com muitos desafios e levou, sem contar a fase de projeto e preparação, 42 meses de trabalho”, disse em entrevista à RFI.“O princípio de uma obra de estocagem de água em si não é novo, aliás é bastante comum fazer um grande volume subterrâneo escondido que permite estocar água. O que é inédito é a sua inserção no tecido urbano histórico de Paris, com essa densidade de ocupação do subsolo e realizar essa obra ao lado de construções sensíveis como o viaduto da linha 5 do metrô, o metrô 10 ou a linha RER C, o que exigiu elementos técnicos consideráveis no projeto”, acrescenta. “Quando o reservatório estiver cheio, esperamos que a chuva passe e a rede de esgoto acima não esteja mais saturada. Com um sistema de bombeamento, em menos de 24 horas nós enviamos toda a água que estava aqui para a rede de saneamento, que não vai mais estar ameaçada de transbordamento. A água será escoada, através da gravidade, para a estação de tratamento de Paris para depuração, antes de ser lançada no ambiente natural”, especifica.  Sem garantiaApesar de todo o esforço e recursos empregados até agora, a prefeitura observa que não há garantia de águas limpas nos dias de competição. “Não há uma garantia absoluta. Como vocês entenderam, em caso de episódios de chuva extremamente fortes, que são raros, o reservatório não poderá absorver todo o volume de água. Porém, ele vai reter uma grande parte e mesmo que haja transbordamento, em caso de fortes tempestades, ele será menor", esclarece Antoine Guillou, responsável da prefeitura de Paris pelo saneamento. "Esta bacia faz parte de uma série de ações que estamos tomando para o plano de tornar o Sena limpo para banho e estamos muito confiantes para as provas dos Jogos Olímpicos, mesmo se o risco zero não existe”, diz. “A decisão, de toda maneira, depende das federações esportivas e, evidentemente, os atletas não serão colocados em risco”, conclui.  Por fim, perguntamos ao técnico da prefeitura se ele mergulhará no Sena: “Sim, quando houver a autorização e o banho for aberto ao grande público não vou deixar de tomar o meu banho”, finaliza Canivez.
A pouco mais de cem dias do início da Olimpíada, nesta sexta-feira (29), o Comitê Olímpico do Brasil (COB) apresentou três instalações que vão apoiar o Brasil nos Jogos de Paris 2024. O QG do Time Brasil será o castelo de Saint-Ouen, um histórico palácio de 1823, nos arredores da capital francesa.  Luiza Ramos, em Saint-Ouen-sur-SeineA prefeitura local fez uma parceria com o COB para ser a sede da comitiva técnica e dos 155 atletas nacionais já classificados para o evento, além dos que ainda possam conseguir vagas para competir em Paris. A expectativa do comitê é chegar a 300 atletas classificados, menos que os 317 que foram para Tóquio em 2021. Uma estufa e horta comunitária de Saint-Ouen (La Serre Wangari) servirá como centro de distribuição dos 50 mil uniformes da delegação e de treinamento de boxe. Já o ginásio esportivo do município será local de treinos para as equipes de vôlei, esgrima e taekwondo. A tríade de apoio fica à cerca de 1km da Vila Olímpica. Até o momento são 52 homens e 103 mulheres classificados – o que pode significar, pela primeira vez na história, que o Brasil venha a competir em Jogos Olímpicos com mais mulheres que homens, segundo o presidente do COB, Paulo Wanderley. Para ele, a forte presença feminina "é uma pauta atualizada"."O Comitê Olímpico do Brasil já dá exemplo nisso. Nós temos como funcionários do COB um maior percentual de mulheres do que homens", disse. A premiação para os medalhistas será no total de R$ 750 mil e será distribuída igualmente entre homens ou mulheres que chegarem ao pódio, seja em esportes individuais ou equipes. Segundo Wanderley, as ausências dos times de futebol e handebol masculinos, que não se se classificaram para Paris, desfavoreceram o quórum de homens. Mas a seleção masculina de basquete, que deve concorrer à vaga olímpica somente em junho, ainda pode se classificar.O presidente do COB disse estar otimista com relação à organização brasileira, apesar das preocupações com segurança e o alerta da França sobre risco de atentado "em massa" na abertura dos Jogos Olímpicos."Eu vejo com cautela, evidentemente. Todos nós. Quem é que não tem atenção com relação a isso? Mas nós confiamos na segurança, no planejamento deles [da França]. É um evento global. Eu confio que vai sair tudo bem", declarou Paulo Wanderley, acrescentando que todos os países vão ter segurança privada própria, por orientação do Comitê Olímpico Internacional, mas não detalhou os critérios da delegação brasileira.Parceria COB e Saint-OuenO prefeito de Saint-Ouen, Karim Bouamrane, que inaugura no sábado (30) a Rua Doutor Sócrates, em homenagem ao ex-jogador de futebol brasileiro, disse que o atleta foi uma das inspirações dos garotos no começo dos anos 1980."Ele era o exemplo de fraternidade, de igualdade (...) Homenageamos para a eternidade um grande povo que é o brasileiro, por todas as contribuições em termos de esperança, em termos de democracia, que fizeram que um prefeito, como eu, pudesse encontrar uma parte de sua inspiração, graças ao doutor Sócrates", afirmou ele, ao enfatizar ser "um prazer" realizar a parceria com o Brasil.A prefeitura de Saint-Ouen dividiu os custos de € 400 mil (cerca de R$ 2,2 milhões) das instalações com o COB. No ciclo olímpico para Paris, a entidade anunciou que teve um investimento total de R$ 52 milhões.Expectativa de medalhas e rio Sena O diretor de Alto Rendimento do COB, Ney Wilson, conta que busca proximidade com os treinadores de diversas modalidades para saber quais lacunas ainda existem nesta reta final e de que forma as necessidades dos atletas podem ser preenchidas.Ele revelou que há expectativas de medalhas sobre modalidades que demonstraram crescimento neste ciclo olímpico, como a canoagem slalom, a ginástica rítmica, o tênis de mesa e o tiro com arco. "Mas a gente ainda tem uma equipe em formação e não sabe exatamente quem são os atletas que estarão nos Jogos Olímpicos", ressaltou.Ney Wilson também monstra preocupação sobre a qualidade da água do rio Sena, que vai receber algumas competições. "A gente tem duas provas importantes para o Brasil: o triatlo e a Ana Marcela [Cunha] nadando lá [na maratona aquática], então sempre gera uma expectativa", mas o diretor confia nas promessas da prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e do comitê organizador, quanto às condições sanitárias do rio durante as competições.Acolhimento nutricional e mentalPara deixar os atletas mais confortáveis e bem acolhidos durante os intensos dias que os esperam em Paris, no castelo de Saint-Ouen os atletas encontrarão uma estrutura completa com espaço de massoterapia, fisioterapia, atendimento médico, serviços da embaixada brasileira, refeitório com cardápio pensado no paladar dos atletas brasileiros e atendimento psicológico perto da Vila Olímpica. A gerente de Jogos e Operações Internacionais do COB, Joyce Ardies, ressaltou a importância da preparação mental dos atletas e destacou a contratação de uma equipe de cozinha brasileira. "Os atletas vão poder contar com a parte nutricional e emotiva, eles vão poder comer o arroz e feijão", mas coxinha e brigadeiro estão restritos. "A nutricionista jamais permitiria", brincou.A base do Brasil em Saint-Ouen servirá também como ponto de recebimento das famílias e amigos dos atletas, além de profissionais sem acesso à Vila Olímpica, mas que acompanham os atletas e poderão usar as estrutura. Entretanto, o que Joyce Ardies mais espera é que os espaços de comemoração sejam os mais usados pelos brasileiros. "A Casa Brasil, no Parque de la Villette, vai ser o local onde atletas vão acessar e celebrar as performances, e a gente espera que com muitas medalhas."Recrutamento de voluntários Sebastian Pereira, gerente-executivo de Alto Rendimento do COB, revelou que haverá uma um recrutamento exclusivo para cerca de 40 a 50 voluntários que queiram apoiar as operações do Time Brasil e da Casa Brasil durante os jogos. "Queremos chamar o interesse de brasileiros que estejam morando aqui na França ou no Brasil, que possam vir e estejam interessados em vir: A gente vai fazer um grande programa em parceria com a prefeitura de Saint-Ouen e com a Embaixada para recrutar esses brasileiros que possam vir nos ajudar", revelou.Os detalhes do programa de voluntariado ainda estão em discussão e devem ser divulgados entre abril e maio, segundo Pereira.Acompanhe o canal da RFI Brasil no WhatsApp.
Na estreia de Dorival Júnior como técnico da seleção brasileira, em uma fase de reformulação, foi a estrela do jogador mais jovem do elenco que brilhou. O atacante Endrick, de 17 anos, decidiu a partida e fez o gol da vitória no amistoso contra a Inglaterra, por 1 a 0, em Londres, no estádio de Wembley, no sábado (23). Tiago Leme, em Londres para a RFIDepois de um ano de 2023 de maus resultados e indefinições, o Brasil começa 2024 com bom desempenho em campo. Após a o jogo, Dorival valorizou o resultado positivo, mas ponderou sobre ainda haver um caminho longo pela frente.“Realmente é um momento especial, sim. Acho que poucas foram as vezes que a seleção brasileira, estando em campos ingleses, acabou vencendo. Isso tem que ter um significado pelo momento, pelas condições que estávamos. Não podemos perder o principal, que é apenas início de trabalho. Isso não pode ser um balizador desse momento. Temos que ter consciência que temos muito o que fazer, o trabalho é apenas inicial. Temos coisas importantes para corrigir e buscar um melhor equilíbrio”, analisou o treinador.Em um primeiro tempo equilibrado, houve boas chances para os dois lados. Pelo Brasil, Rodrygo parou em Pickford. Vinícius Júnior tirou do goleiro, mas Walker salvou quase em cima da linha. E Lucas Paquetá chegou a acertar a trave. Pela Inglaterra, Watkins chutou por cima. Phil Foden também tentou. E Gordon exigiu boa defesa de Bento. Mas nada de gols antes do intervalo.O gol históricoNa segunda etapa, Bento espalmou nova finalização de Gordon. Depois, Paquetá errou o alvo por pouco em um chute colocado. Endrick entrou em campo aos 24 minutos do segundo tempo no lugar de Rodrygo. Aos 34 minutos, o jovem jogador do Palmeiras e já vendido para o Real Madrid, aproveitou um rebote do goleiro, após o chute de Vinícius Júnior em um lançamento de Andreas Pereira e finalizou na rede. Foi o primeiro gol de Endrick pela seleção principal, em seu terceiro jogo com o uniforme brasileiro, que nesta partida não usou a tradicional canarinho.Com o feito, ele se tornou o jogador mais jovem a fazer um gol em Wembley. Após balançar as redes, Endrick se emocionou em campo, e depois explicou que isso até fez ele desperdiçar a chance de fazer o segundo gol.“Eu não tenho palavras para descrever a minha felicidade, porque sempre foi um sonho de criança. Fazer um gol pela seleção é muito importante para mim, para a minha família, para todas as pessoas que estão realmente comigo (...) Mas quando eu fiz o gol eu só conseguia pensar no gol, não conseguia fazer mais nada dentro de campo, e isso me atrapalhou um pouco no jogo. Infelizmente perdi um (segundo) gol e isso me prejudicou um pouco, mas creio que é normal”, explicou o jovem Endrick.O lateral Danilo, capitão da seleção, destacou o trabalho de Dorival, apesar do pouco tempo de preparação.“Acho que o futebol às vezes é fazer aquilo que já está inventado, digamos assim. Eu sou a favor de tudo no futebol, mas acho que essa seleção precisa um pouco de organização, e dentro dessa organização que os jogadores tenham liberdade. Então, o Dorival organizou, pôs cada um no seu lugarzinho e acho que foi importante”, afirmou.Siga a RFI Brasil através do nosso canal no WhatsApp.   De olho nas CopasA seleção brasileira voltou a vencer após quatro partidas. Foram três derrotas, para Argentina, Colômbia e Uruguai, e um empate com a Venezuela, pelas eliminatórias da Copa, ainda sob o comando do técnico Fernando Diniz. O atacante Vinícius Júnior, uma das referências da equipe, falou sobre a importância do resultado contra os ingleses.“Uma vitória muito importante para a gente, porque a gente vinha de vários jogos sem vitórias, e o Brasil nunca tinha passado por um período assim. Eu fico muito feliz de voltar a jogador com a seleção, é uma alegria tremenda. E ver o Endrick fazer o gol aqui no Wembley, contra uma grande seleção. Acredito que jogamos bem, competimos, e isso é o mais importante. É uma nova geração, estamos evoluindo para que na Copa América a gente possa fazer um grande campeonato”, disse Vini.O Brasil venceu a Inglaterra pela primeira vez no novo estádio de Wembley. A última vitória no local havia acontecido quase 30 anos atrás, em 1995, ainda no estádio antigo. Mesmo em menor número na casa do adversário em Londres, a torcida brasileira fez mais barulho e comemorou no fim nas arquibancadas, que teve público total de mais de 80 mil pessoas.Na próxima terça-feira (26), a equipe de Dorival faz outro amistoso, contra a Espanha, em Madri. O foco é a preparação para a Copa América deste ano e, principalmente, a Copa do Mundo de 2026.
Fora das quadras devido à uma lesão no joelho, Adriana Cardoso não deixou de lado o sonho em participar de mais uma Olimpíada. A ponta-direita da seleção brasileira de handebol feminino, conhecida como “Doce”, segue lutando pela convocação olímpica. Luciana Quaresma, correspondente da RFI em PortugalEm Portugal para a concentração da seleção do Brasil, que disputou jogos amistosos, a veterana conversou com a RFI sobre esta fase preparatória para Paris 2024. “Essa minha vinda para cá foi muito positiva. Estou saindo de Portugal muito feliz porque estou bem. A fase final da recuperação da minha lesão está sendo muito boa. Estou como deveria estar neste momento do tratamento. Nas próximas semanas já vou voltar a pegar na bola e regressar às quadras. Não vejo a hora, pois estou morrendo de saudade”, comemora a atleta.Em Portugal, Adriana não pôde participar dos jogos amistosos contra a seleção do Japão devido à uma lesão no joelho. “Eu queria estar com elas lá dentro da quadra, mas eu tenho que entender o momento que estou agora que é de recuperação, de cuidado”, lamenta a atleta cearense.A veterana de 33 anos está se recuperando e segue uma rotina de treinos específica. “Dois meses atrás eu me lesionei, mas agora estou na fase final da minha reabilitação. A minha rotina se divide em dois turnos: na parte da manhã eu faço um trabalho físico na academia passado pelo preparador físico da seleção brasileira, que dura cerca de duas horas, e na parte da tarde eu me reúno com o meu time."Cardoso integra a equipe do Buducnost, clube de Montenegro com uma história relevante no handebol europeu e que joga na Champions League. “Claro que o trabalho do preparador físico da seleção com o trabalho do meu clube se encaixa e anda no mesmo caminho. Agora está sendo uma fase de reinserção à quadra”, explica Adriana Cardoso.Apoio psicológicoAlém da preparação física, a atleta também recebe apoio psicológico. “Meu psicólogo esportivo é um ex-atleta, então ele entende bem este mundo que a gente vive. Já trabalhamos juntos há cinco anos, temos encontros semanais e está sendo muito importante nesta minha fase agora de reabilitação da lesão e visando o meu objetivo final, o meu sonho participar dos Jogos Olímpicos de Paris", afirma.O técnico da seleção brasileira, Cristiano Rocha, que esteve no comando do ouro dos Jogos Pan-americanos de Santiago, em 2023, fez questão de destacar a importância de Cardoso para o time.“Ela é uma jogadora com muita experiência, com Jogos Olímpicos na bagagem. É uma peça muito importante para o nosso plantel e, como todo atleta, está suscetível a lesões e foi o que aconteceu, mas ela já está na fase final de tratamento para retornar às quadras. Estamos contando que na próxima etapa de preparação, que será em abril, ela já possa estar com o grupo”, afirma o treinador.Expectativa para convocaçãoA tão sonhada vaga ainda não está garantida para nenhuma atleta, nem mesmo para Adriana Cardoso, uma das jogadoras mais experientes da seleção brasileira de handebol feminino. “Na posição da Adriana também temos jogadoras com muita qualidade que estão suprindo a ausência dela neste momento em que estava lesionada. A seleção precisa ter um plantel grande porque sabemos que no esporte de alto rendimento acontecem muitas situações como esta, de lesões", afirma Cristiano Rocha.Apesar de o Brasil já ter a vaga para a Olimpíada em Paris após ter conquistado o ouro nos Jogos Pan-americanos de Santiago, no Chile, ano passado, as atletas ainda não têm a convocação oficial, gerando ansiedade e incertezas.“A gente continua se preparando fisicamente, mas também temos que cuidar parte psicológica, de segurar esta ansiedade porque o Brasil tem a vaga, mas nós, atletas, ainda não. A convocação só vai sair lá na frente, bem perto do embarque para os Jogos Olímpicos de Paris", reitera Cardoso, que já competiu em Tóquio 2020. "A briga vai ser bonita porque temos atletas muito boas aqui na concentração, mas só irão quatorze”, desabafa a ponteira que foi a artilheira e marcou 33 gols no Pan de 2023.Medalha inéditaCristiano e a comissão técnica, seguem confiantes na seleção e acreditando em uma conquista inédita para o handebol feminino do Brasil. “Claro que é muito difícil projetar o resultado final, mas um resultado que a gente sonha, que seria uma medalha olímpica inédita, só acontecerá se tivermos a capacidade de performar e eu acredito que esta seleção já deu provas que tem. Não só no Pan Americano que, obviamente, tem um nível diferente dos Jogos Olímpicos, mas como também nos próprios campeonatos mundiais que participamos e estivemos entre os dez melhores nos dois últimos campeonatos do mundo", diz Cristiano.O treinador se refere ao bom nível dos jogos internacionais da seleção brasileira para acreditar numa conquista inédita em Paris 2024. "Se o resultado será algo que vai ficar para a história, só o tempo que vai dizer e apenas durante a competição que teremos esta resposta. Vamos com força rumo a Paris com aquele friozinho na barriga para viver o maior evento do esporte!”, diz, confiante.Em Portugal, as “Leoas”, como são conhecidas as jogadoras do handebol feminino do Brasil, foram superiores e venceram as duas partidas contra a seleção japonesa. As atletas voltam a se encontrar na próxima concentração da seleção brasileira de handebol feminino, que será na Polônia, em abril. “Até lá já estarei recuperada. Vão ser duas semanas e acredito que será muito produtivo porque teremos mais tempo de treino para nos prepararmos para Paris”, conclui Cardoso.
Faltando pouco para os Jogos Olímpicos Paris 2024, a RFI acompanha a preparação de atletas brasileiros para esta competição. Alguns já estão classificados, mas outros ainda lutam pela tão sonhada vaga. É o caso da esgrimista Nathalie Moellhausen, campeã mundial individual em 2019. Aos 38 anos, ela se prepara para disputar a sua última olimpíada.   Maria Paula Carvalho, da RFIA RFI conversou com a atleta ítalo-brasileira num clube da zona oeste de Paris, onde ela treina. "Estamos em uma ótima fase de preparação, concluindo a qualificação olímpica. A gente começou o ano passado, em maio, e a gente vai concluir no mês de março com as próximas duas competições", diz. "Estou curtindo cada competição, cada passo, porque a coisa mais importante para mim é estar no momento presente", indica. A esgrima surgiu como esporte na Europa no século XVI, e só entrou para o programa olímpico em 1986, durante a primeira edição dos Jogos da era moderna, em Atenas.Nathalie compete na categoria espada. Com 770 gramas, é a arma mais pesada da esgrima e, diferentemente do florete e do sabre, os ataques podem ser feitos em qualquer parte do corpo. O objetivo é tocar o adversário com essa arma branca, mas sem que haja contato corporal.  A atleta conta que a rotina de treinos começa na segunda-feira e só acaba no sábado, dependendo se tem período de competições. "É uma rotina que se concentra na esgrima, na preparação física, nos combates. Mas, além disso, eu tenho todo um trabalho extra, em que eu integro aula de dança, de boxe, de artes marciais", acrescenta. "Também faço um trabalho com um diretor de movimento e ator brasileiro à distância para aprender a parte cênica, porque aquilo que a gente faz é de fato uma performance. Para mim, a esgrima é uma dança das lâminas. É um teatro de máscaras", define a esgrimista.Nathalie conta que a missão olímpica exige muita energia, cuidados com a alimentação, o sono e a recuperação após os treinos. Nas horas vagas, ela conta que adora cozinhar e, quando pode, faz a própria comida.   Coração brasileiroNascida em Milão, de mãe brasileira, Nathalie Moellhausen começou a representar o Brasil em 2013. Ela foi morar na França quando tinha 20 anos, para treinar esgrima e estudar Filosofia na Sorbonne. A esgrimista fala sobre a emoção de competir em Paris, onde vive, país que tem forte tradição neste esporte. "Seguramente representa muito para mim. Eu cheguei aqui em Paris faz mais de 15 anos e com esse objetivo de virar uma campeã mundial. Olímpica eu ainda não consegui. Por isso estou lutando, para poder participar nas minhas quartas e últimas Olimpíadas. E sim, claro, será um grande feito para mim, porque elas vão ser no Grand Palais de Paris", destaca. Foi nesse local que ela recebeu a sua primeira medalha de bronze individual em um Campeonato Mundial, em 2010, pela Itália. Em Paris 2024, Nathalie vai defender novamente as cores verde e amarelo. E manda um recado para torcida brasileira. "O meu mantra é 'seja o seu próprio herói'. Para isso, eu tenho um projeto social pelas crianças no Brasil, em parceria com o grande artista Eduardo Cobra", diz. "Significa que nós, na esgrima, aprendemos a ser mestre de nós mesmos, do nosso caminho. E ficar nessa luta e nunca, nunca parar de sonhar e lutar para o próprio sonho dourado."
“A aventura de um século”. Assim, o presidente Emmanuel Macron descreveu as obras da Vila Olímpica e Paralímpica dos Jogos Paris 2024, inaugurada na quinta-feira (28) em Saint-Denis, no norte da capital francesa. Macron elogiou a criação “em tempo recorde” dessa verdadeira cidade erguida do chão para acolher mais de 14.000 atletas e que já transforma os subúrbios de Paris. Maria Paula Carvalho, da RFI"É magnífico. Em primeiro lugar é um trabalho remarcável e eu penso nos homens e mulheres que dedicaram anos de suas vidas aqui e vemos que houve um pensamento urbanístico dos construtores e arquitetos", elogiou Macron. "O resultado é bonito. A maneira como a Vila se funde com a paisagem, de forma equilibrada, com acessibilidade. Essa passarela construída em coordenação pelo departamento e outras cidades, o acesso à Vila Olímpica em Saint-Ouen e Saint-Denis. É bonito, tornará a vida bela e essa é uma das heranças desses Jogos", completou o chefe de Estado. A chave simbólica foi entregue ao presidente do Comitê Organizador (COJO), Tony Estanguet. Na verdade, serão 45 mil chaves distribuídas entre os atletas e suas equipes, que vão ocupar 3.000 apartamentos, distribuídos em 82 edifícios às bordas do rio Sena.  O local será o epicentro dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris 2024, onde ficarão hospedadas 206 delegações olímpicas e 184 paralímpicas. O complexo também acolherá locais de treinamento de sete modalidades esportivas, um ginásio, uma academia, uma creche, clínica médica, delegacia de polícia, lojas, correios, um salão de cabeleireiros e um bar (sem venda de bebida alcoólica).  Os apartamentos já têm água e energia, mas foram entregues vazios e agora serão decorados com móveis, como camas, mesas de cabeceira, sofás, num total de mais de 345 mil peças que serão transportadas, incluindo edredons, ventiladores e outras comodidades. Serão dois atletas por quarto de 12 m² e um banheiro para quatro pessoas. Os equipamentos para estes apartamentos, bem como os muitos serviços que os atletas e suas equipes desfrutarão durante a estadia em Paris, serão fornecidos pelos patrocinadores.   No prazo"Nós deveríamos recuperar o local a partir de 1° de março de 2024. Estamos no dia 29 de fevereiro, portanto na véspera, recebendo a chave da Vila dos Atletas. É uma grande emoção para nós, porque sabemos que será o coração desses Jogos", disse o presidente do Comitê Organizador Paris 2024, Tony Estanguet. Ex- atleta de canoagem, ele explica que é essa convivência que faz de uma competição olímpica um evento especial. "Para um atleta que vem dos quatro cantos do mundo os Jogos Olímpicos marcam uma vida, os Jogos Paralímpicos marcam uma carreira, e a experiência que vivemos dentro da Vila dos atletas é que faz a diferença de todas as outras competições internacionais", observa. "Certamente esse lugar será muito importante, vamos receber o mundo aqui nesses 50 hectares e estamos muito orgulhosos do resultado. Os atletas vão estar nas melhores condições", avalia. O orçamento foi calculado em € 4,5 bilhões. Os apartamentos só não são equipados com cozinhas, já que os atletas terão acesso durante 24 horas a um restaurante gigantesco, com capacidade para 3.200 lugares, onde serão servidas 40.000 refeições por dia.  A Vila Olímpica foi construída em sete anos e levou em conta os desafios climáticos, com a escolha de materiais orgânicos e reaproveitamento da água. Outra novidade são equipamentos em forma de um grande guarda-sol, que captam a poluição e devolvem ar limpo sobre os atletas, que também poderão contar com piso refrescante nos apartamentos, para atenuar o calor do mês de julho na França. O estrado das camas é feito em papelão, como nos Jogos de Tóquio. O transporte e deslocamentos dentro da Vila serão feitos por bicicletas e veículos elétricos. Os primeiros atletas começarão a chegar em 18 de julho.   Após o encerramento dos Jogos Paralímpicos, em meados de setembro, os apartamentos serão reconfigurados para acomodar 6.000 moradores e empresas neste novo distrito da região metropolitana de Paris, a partir de 2025. 
A atleta brasileira paralímpica de tiro com arco, Jane Karla Rodrigues vive o sonho de disputar seu quinto paralímpico e está cada fez mais perto de Paris. Exemplo de resiliência, a arqueira goiana, de 48 anos, conquistou a vaga para o Brasil no Mundial de Pilsen, na República Tcheca, em 2023, e aguarda ansiosa a convocação para participar de mais uma edição dos paralímpicos da carreira.  Luciana Quaresma, correspondente da RFI em Portugal“Haja coração! Atleta tem que ter o coração forte. Realmente é muita ansiedade porque foi muito bacana ter garantido a vaga para o Brasil na primeira competição valendo vaga para os Jogos Olímpicos de Paris, que foi no mundial na República Tcheca. Foi super emocionante", diz."Foi uma grande realização já ter garantido está vaga para o Brasil, mas agora fica a ansiedade de saber logo como será a distribuição das vagas, pois ainda tem atletas que irão disputar campeonatos que também classificam para Paris. Então, haja coração! Isto é o mais difícil, mas faz parte do esporte”, comenta.Mesmo sem a convocação oficial para integrar a equipe do Brasil, em Paris, a arqueira, que ocupa o segundo lugar no ranking mundial, segue focada. “Ainda não sabemos como vai ser, mas sigo treinando. Venho fazendo este ciclo preparatório para estar pronta para participar do paralímpico de Paris, forte e com grandes resultados", afirma."Meu sonho é conquistar a medalha para o Brasil. A preparação continua com vaga ou sem vaga, esse é meu foco: estar bem preparada para o que der e vier! E vamos que vamos, na luta sempre. Se Deus quiser, a vaga vem”, diz confiante.Natural de Goiânia, Jane deixou o Brasil para morar em Portugal em 2018 com o objetivo de participar de mais competições internacionais.“A decisão de vir para Portugal foi pela segurança, mas, principalmente, para poder estar mais envolvida nas competições internacionais, porque a maioria delas acontece aqui, na Europa, então consigo participar de mais eventos. Não é fácil, pois é muito dispendioso, mas por eu estar mais perto, consigo participar de mais campeonatos e se eu não estivesse em Portugal seria ainda mais difícil", diz afirmando que a língua também contribui para a mudança. "Se eu fosse para outro país, com certeza seria bem mais complicado", desabafa a arqueira que integra a equipe do Sporting Clube de Portugal.Oportunidade no esporte veio mais tarde Aos 3 anos, Jane teve poliomielite, que deixou sequelas nos membros inferiores. “Perdi força e equilíbrio, mas a vida segue. Cresci, tive filhos, mas nunca imaginei a prática de esporte. Enquanto criança, nunca pratiquei atividades de educação física e ficava dentro da sala de aula, pois na época a mentalidade era outra. Nunca imaginei que o esporte faria parte da minha vida", conta."Hoje, as coisas mudaram muito com o Comitê Paralímpico e incentivos nas escolas, pois as crianças que têm alguma deficiência já sabem que podem praticar esporte e seguir uma carreira esportiva e isso é muito importante”, comemora.Foi em 2003, que Jane entrou para a Associação de Deficientes Físicos do Estado de Goiás (ADFEGO) e foi lá que teve o primeiro contato com o universo esportivo.“Fizeram uma campanha para que os associados pudessem ir e experimentar alguns esportes e foi assim que tudo começou. Primeiro o tênis de mesa, depois, em 2015, foi quando me envolvi com o tiro com arco. Os resultados estão vindo e vejo como é incrível saber que, mesmo com uma deficiência, podemos ter um alto rendimento e participar de grandes eventos como uma paraolimpíada que é um grande sonho para todos os atletas. Agora, meu foco é conquistar a medalha em Paris e subir em um pódio paralímpico que é meu grande sonho”, afirma a arqueira.Do tênis de mesa para o tiro com arco Depois de 11 anos como paratleta do tênis de mesa, onde chegou a disputar os Jogos Paralímpicos de Pequim e Londres, migrou para a modalidade de tiro com arco em 2014, quando enfrentou um dos maiores desafios de sua vida.“A decisão de mudar de esporte aconteceu em um período bem complicado na minha vida. Eu tive um câncer de mama e passei por momentos muito difíceis com tratamentos de quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Minha mãe também estava com câncer de mama na mesma época. A recuperação também não foi fácil e foi tudo muito sofrido para a nossa família. Quando descobri o câncer eu estava em um período de alto rendimento e tive que parar tudo”, relembra.Segundo Jane, após um ano de tratamento, conseguiu voltar aos treinos, mas se deparou com outro problema. “A seleção brasileira decidiu adotar outra forma de treinamento e todos os atletas com chance de garantir vagas para as olimpíadas do Rio 2016 teriam que mudar de cidade e, nesta época, eu não tinha condições de levar a família comigo. Ainda tentei, mas ficou muito complicado e acabei por desistir do esporte e comecei a procurar outra modalidade que eu pudesse praticar na minha cidade e estar junto da minha família”, explica.E foi assim que a modalidade de tiro com arco entrou na vida da atleta. “Eu nem sabia segurar o arco, mas segui em frente. Tive a sorte de ter um ótimo técnico da seleção paralímpica do clube de Goiás e as coisas se encaixaram. Eu treinava muitas horas por dia e consegui recuperar tudo o que perdi. Comecei do zero e conquistei a vaga para o parapan e para os paralimpicos Rio 2016. Foi um período de muito trabalho, mas que no fim compensou. A cada dia estou conquistando mais espaço”, se alegra Jane. A primeira competição na nova modalidade foi em 2015, quando conquistou sua primeira medalha. Jane foi ouro na Arizona Cup, nos Estados Unidos. No mesmo ano, ficou entre as dez melhores do mundo e conquistou o primeiro lugar nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, no Canadá.A primeira experiência paralímpica no tiro com arco veio no ano seguinte. “Na modalidade de tiro com arco, minha primeira experiência em um paralímpico foi em 2016, no Rio de Janeiro. Foi super emocionante, até mesmo pelo pouco tempo de experiência na modalidade e garantir a vaga foi muito especial. A cada competição sinto que vou melhorando. Sou a atual recordista mundial indoor e tenho recordes nacionais. O importante é ver que os resultados estão vindo, pois é um motivo de orgulho e nos dá força para continuar neste caminho”, afirma.Mais perto do sonho No campeonato mundial de tiro com arco ano passado, na República Tcheca, Jane conquistou três medalhas para o Brasil. Na equipe mista, ela teve a companhia de Reinaldo Charão e, na feminina, a atleta subiu ao pódio ao lado de Helena de Moraes. Na disputa individual feminina Composto Open, Jane ainda somou o bronze.Enquanto a convocação não sai, Jane continua acreditando no sonho paralímpico. “Graças a Deus a medalha também veio no mundial e agora é torcer para que tudo se repita nos paralímpicos de Paris. O sonho é grande e vamos transformá-lo em realidade. O sonho que se sonha só é só um sonho, um sonho que se sonha junto torna-se realidade. Então, vamos sonhar juntos!”, brinca a arqueira.
É o sonho de muitos atletas amadores: correr no mesmo circuito dos profissionais que disputarão a maratona dos Jogos Olímpicos de Paris. E vai virar realidade para 40 mil participantes de 110 países, que venceram os desafios esportivos propostos pelos organizadores, como corridas de rua e forte engajamento nas atividades virtuais do Club Paris 2024, e que puderam participar de um sorteio da Maratona para Todos, que vai acontecer na noite de 10 de agosto.  Por Maria Paula Carvalho, da RFIEntre os 191 brasileiros que já garantiram vaga, está o sergipano Johellyson Bispo, que investe nesse sonho desde 2022. Ele conta que para chegar até aqui já foi uma "verdadeira maratona", cumprindo desafios diários no aplicativo do celular, a fim de garantir vaga em Paris.   "Eu fiquei sabendo que haveria a participação de amadores. Então, eu baixei o aplicativo e comecei a cumprir os desafios, juntando pontos. Aquela coisa: até caminhada no supermercado eu ativava lá para contar pontos", relembra em entrevista à RFI. "Ano passado, começaram os sorteios. Mês a mês tinha algo para fazer pela plataforma e até que, no início de novembro, eu recebi o e-mail informando que eu havia sido sorteado. E demorou alguns dias até cair a ficha", comemora o sergipano.  Policial de profissão, atleta por acaso. Johellyson conta que a corrida entrou em sua vida por indicação médica e ele nunca mais parou. "Comecei a correr por conta da saúde, pois estava com alguns problemas. Eu tinha que baixar o peso, tinha que reduzir algumas taxas que estavam elevadas e a corrida foi a solução, o caminho encontrado e desde então comecei a participar de corridas, correndo 2,5 km, 5 km, 10 km, 21 km, até conseguir correr uma maratona", conta orgulhoso."Já ajustei as férias para agosto. Estou me preparando para que não dê nada errado. É mágico, né? Participar dessa primeira edição, não sei se nas outras haverá essa possibilidade. É um sonho!", conclui o sortudo.  "É algo utópico"Também foi para melhorar a própria saúde que a médica Amanda Sales, de João Pessoa, começou a correr em 2013. Hoje, ela diz estar pronta para enfrentar os 42,195 km da prova clássica da maratona pela décima vez na vida. Depois de Boston, Nova York, Londres e Chicago, ela mal pode esperar para correr em Paris.“A expectativa é que seja o melhor dos eventos. É um evento histórico e a gente está ali pela primeira vez, fazendo parte da primeira maratona olímpica de amador. Desde que recebi o e-mail estou em êxtase. O meu marido corre também, a gente entrou junto no aplicativo, fez os mesmos desafios, mas ele infelizmente não foi sorteado", lamenta."Eu já vi hotel, vou começar a ver passagem. Eu fiz uma maratona em outubro e já entrei em ciclo de maratona, eu não paro. Quem corre tem um 'distúrbio psiquiátrico', a gente cria uma dependência. Você pensa em muita coisa, são três horas em que você está sozinha praticamente, eu gosto de correr só, cada um tem as suas peculiaridades de treino", observa a médica. "É algo utópico, a gente sempre viu na televisão e agora a gente vai estar presenciando aquilo (...). As fotos vão ficar para o resto da vida, para contar para todo mundo”, finaliza Amanda.  Malas prontas para ParisGuardar boas recordações também é o objetivo do catarinense Maurício Nunes de Oliveira, que iniciou até um canal no YouTube para contar sobre a preparação para a maratona de Paris e, claro, exibir as lindas imagens que ele espera fazer na cidade luz.  O engenheiro de softwares, de 31 anos, revelou que já prepara as malas para viajar junto com a namorada e participar da Maratona para Todos. "A gente ficou muito feliz e já começou a programar toda a viagem, inclusive não só para a maratona em si, mas também para assistir à Olimpíada. Então, eu tive bastante tempo para me planejar e ver passagem, inclusive de comprar os ingressos para assistir às provas que vão acontecer lá", diz em entrevista à RFI."A gente vai assistir a jogos bem bacanas, a gente gosta bastante de vários esportes: tênis, futebol, skate. A gente vai chegar dez dias antes da prova. Nós vamos acompanhar a Olimpíada inteira, assistir aos jogos e ao final fechar com chave de ouro correndo a maratona. Às vezes a gente até custa a acreditar que está para acontecer. Enfim, está tão perto agora", diz entusiasmado.  Maurício nunca esteve na Europa e fala da expectativa de conhecer tantos pontos turísticos correndo. "Literalmente estou com arrepios. A gente acompanha Paris através de séries e filmes e pensar em fazer isso tudo correndo? É um esporte que eu amo muito e realmente vai ser uma coisa histórica, um momento único que a gente quer aproveitar e registrar. Eu comecei, inclusive, um canal no YouTube para acompanhar esse treinamento e registrar o processo de preparação, enfim, e culminar com a própria prova. Enfim, para poder mostrar aqui, inclusive para meus filhos no futuro". Programação inédita e legadoA largada da Maratona para Todos está prevista para às 21h, diante da prefeitura de Paris. O circuito irá atravessar nove municípios: a capital, Boulogne-Billancourt, Sèvres, Ville d’Avray, Versalhes, Viroflay, Chaville, Meudon e Issy-les-Moulineaux. A paisagem pelo caminho inclui áreas de floresta, o Castelo de Versalhes e outros marcos do rico patrimônio histórico francês, com chegada no monumento dos Inválidos no coração de Paris. O trajeto passará por monumentos como a Pirâmide do Louvre, a Place Vendôme e a Torre Eiffel. A corrida de 10 km tem largada prevista para às 23h30. Inéditas na história dos Jogos Olímpicos, essas provas serão inclusivas, com a participação de deficientes, e também paritárias: metade dos participantes mulheres e a outra metade, homens.   Maurício, que já correu uma maratona em 3 horas e 53 minutos, diz não estar preocupado com o cronômetro dessa vez. "Quero aproveitar o evento histórico e único e não estar preocupado em fazer um tempo na prova. Então, a minha preparação vai ser justamente com o meu treinador aqui, para a gente estar forte e preparado para grandes volumes de distância. Chegando cada vez mais perto da prova, fazer treinos os mais específicos possíveis. Como vai ser uma prova de noite, fazer treinos que vão ser perto desse horário para que meu corpo esteja acostumado, tanto em questão de alimentação, momento de fazer o exercício, enfim, e cada vez mais aumentando o volume de corrida, sempre consciente para não se machucar, porque justamente é uma distância grande, uma distância que demanda", pontua o jovem.  Para quem pensa que o traçado será moleza deve se preparar. O percurso tem um desnível positivo de 438 metros e rampas com inclinação de até 13,5%. Será uma corrida exigente e um legado que os Jogos de Paris pretendem deixar para as futuras competições olímpicas. 
A população de Porte de la Chapelle, um dos bairros mais pobres da capital francesa, já sente a diferença nas ruas, após a construção da Arena Adidas para os Jogos Olímpicos Paris 2024. O novo complexo esportivo será inaugurado neste domingo (11) com um jogo do time Paris Basquete contra e equipe de Saint-Quentin, válido pela 23ª rodada do campeonato francês, e atividades para a comunidade. "É muito bom, foi rápido. Eles tiraram todos os mendigos que ficavam aqui, arrumaram e limparam tudo. Estamos contentes", diz Charlotte, uma dona de casa residente na área.A RFI também conversou com um grupo de estudantes entusiasmados com a abertura do novo estádio. "É muito bom, organizaram o bairro. Vai desenvolver a região, vai mudar tudo", afirmou um deles. "Vamos poder fazer esporte quando quisermos, haverá mais segurança, vamos receber os Jogos Olímpicos", destacou outro jovem. "Estamos orgulhosos", concluíram os amigos.  A Arena Porte de la Chapelle foi a única obra construída dentro da capital francesa para os Jogos Olímpicos Paris 2024. Os demais espaços de competição já existiam e foram apenas reformados. O local receberá as provas de ginástica rítmica, badminton, parabadminton e halterofilismo paralímpico.  O projeto saiu do papel em menos de quatro anos. As autoridades esportivas e municipais pensaram no legado que deixariam para a comunidade, que poderá usar o estádio depois dos Jogos. Faltava nessa área da zona norte de Paris um novo centro esportivo e cultural, diz a prefeitura. "A sala principal, com 8 mil lugares, poderá acolher eventos esportivos. Haverá um clube residente, o Paris Basquete, que poderá fazer todos os seus jogos aqui. Mas é também uma sala para receber outros eventos esportivos", ​​​​explica Pierre Rabadan, encarregado de Esporte, Jogos Olímpicos e Paralímpicos na prefeitura de Paris. "Haverá muitos concertos e eventos culturais, uma sala que tem todas as últimas inovações e normas em vigor, e que é inovadora em muitos aspectos, como a confecção dos assentos em plástico reciclável, a acessibilidade para diferentes tipos de deficiência, o que se faz de melhor hoje em termos de construção", completa. Projeto ecológicoLocalizado a 2,5 km da Vila Olímpica, o complexo é composto por uma arena principal, dois ginásios poliesportivos anexos, espaços para eventos e um grande terraço. A fachada é revestida com alumínio reciclável. O design ecológico privilegia materiais de construção de origem orgânica, principalmente a madeira que sustenta o telhado e pode ser vista em diversos locais. "Temos materiais de qualidade para o uso escolar e de clubes, vemos a importância que foi dada ao projeto para a cidade. Não é só a grande arena que é bem feita, mas todo esse equipamento que foi feito para o bairro", destaca Eve Brunelle, da prefeitura de Paris. "A arena permitirá o desenvolvimento desses clubes locais, que terão um desempenho melhor, com a infraestrutura adequada", acrescenta."Durante os Jogos, todo o complexo será utilizado. Os ginásios servirão para aquecimento dos atletas e as áreas externas para a infraestrutura de mídia. Mas em dias normais, mesmo quando houver jogo do clube residente na arena ou um show programado, no ginásio haverá os estudantes e os clubes, até dez da noite, sete dias por semana", completa Brunelle.AcessibilidadeA Arena Porte de la Chapelle é a primeira na França com um selo de acessibilidade. "É a única sala que obteve o selo de acessibilidade. As equipes vieram averiguar que nesse aspecto estamos no mais alto nível. Esse selo permite dizer que a arena será acessível para pessoas com mobilidade reduzida, com dificuldades visuais e de audição, é uma arena acessível universalmente", diz o secretário municipal para mobilidade, transportes, desenvolvimento, ecologização, Jogos Olímpicos e Paralímpicos, Pierre Lombard."Para os que têm dificuldade de visão, temos orientação na arena, acentuando os contrastes e os painéis de sinalização com letras bem visíveis. Nos corredores, há faixas de orientação nos rodapés para que possam se localizar", aponta Lombard.  Ao todo, 80% da superfície do edifício será coberta por vegetação, numa paisagem que se integra aos parques e jardins ao redor."Sobre este telhado há duas coisas específicas. Atrás de mim, há 6 mil metros quadrados de telhado vegetalizado. A terra já foi colocada, o gramado vai crescer na estação certa, e é um dos maiores que temos em Paris. É uma proeza técnica ter essa quantidade de terra sobre um telhado, o primeiro desse tamanho em Paris", afirma Pierre Rabadan. "Atrás de você, há uma central fotovoltaica para podermos ter um equipamento o mais autônomo possível em energia. Além desse equipamento que está terminado e que vamos inaugurar, é todo um bairro que está em transformação", finaliza. 
Os organizadores da Maratona para Todos e da corrida dos 10 km, abertas a esportistas amadores durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024, já distribuíram 35 mil números para participantes de 110 países. Até agora, 191 brasileiros já receberam as inscrições que vão exibir em suas camisetas na noite de 10 de agosto.  Até o final de março, outros 5 mil "sortudos", como diz o comitê olímpico francês, serão escolhidos em desafios esportivos que contam para a seleção dos eleitos – corridas de rua ou forte engajamento nas atividades virtuais do Club Paris 2024.A largada da primeira prova, uma maratona clássica de 42,195 km, está prevista às 21h diante da sede da prefeitura de Paris, onde fica o marco zero da capital, na margem direita do rio Sena. A chegada será no monumento dos Inválidos, no 7° distrito de Paris. O horário noturno poderá atenuar o impacto das temperaturas elevadas típicas nessa época do ano. O circuito da maratona de Paris irá atravessar nove municípios: a capital, Boulogne-Billancourt, Sèvres, Ville d’Avray, Versalhes, Viroflay, Chaville, Meudon e Issy-les-Moulineaux. A paisagem pelo caminho inclui áreas de floresta, o Castelo de Versalhes e outros marcos do rico patrimônio histórico francês. O traçado da segunda corrida, mais curto e com largada às 23h30, percorre pontos icônicos dentro de Paris. Inéditas na história desse evento esportivo planetário, essas corridas serão inclusivas, com a participação de deficientes, e também paritárias: dos 40.048 esportistas amadores previstos, a metade serão mulheres e a outra metade, homens. 'Interesse excepcional'Tony Estanguet, presidente do Comitê Paris 2024, ficou surpreso com o interesse do público. "Vemos que há uma mobilização bastante excepcional. Para um quarto dos participantes será a primeira maratona de sua vida. Ficamos muito contentes com isso. Fomos assediados com pedidos de informação", disse Estanguet durante uma coletiva de imprensa na quarta-feira (31) . Ele contou que recebeu depoimentos de todas as partes do mundo, de "pessoas que sonham, desde o início do anúncio, de poder fazer parte dessa aventura excepcional".Corredores de 16 a 91 anosEx-tricampeão olímpico de canoagem, o dirigente esportivo francês afirmou ter ficado "orgulhoso" de contar com perfis bastante atípicos para as provas."Pessoas com idades de 16 a 91 anos vão correr os 10 km. Sim, o Charles tem 91 anos e vai correr", relatou Estanguet entusiasmado.Entre os inscritos para os 42,195 km, o mais jovem tem 20 anos, a mais velha, Barbara Humbert, 84 anos, enquanto a idade média dos corredores será de 41 anos. "Acho que será a 60ª maratona da Barbara, mas ela também falou que será a última", acrescentou Estanguet. A proposta dos organizadores é oferecer uma experiência única numa noite quente de verão no hemisfério norte. As duas corridas para amadores não serão cronometradas, assim como não haverá distribuição de medalhas. O objetivo é incitar os maratonistas do mundo inteiro a compartilhar a energia positiva do momento, percorrendo as ruas da Cidade Luz e seu entorno.Atletas premiados para encorajar corredores  Nas estações de abastecimento, atletas "inspirantes", alguns ainda em atividade, e embaixadores do esporte francês, como a ex-número 1 mundial do tênis Amélie Mauresmo, Martin Fourcade, cinco vezes campeão olímpico no biatlo, e Michaël Jeremiasz, campeão paralímpico no tênis em cadeira de rodas, irão encorajar os corredores. Aurélie Merle, diretora de competições esportivas de Paris 2024, explicou que a Maratona para Todos acontece entre as duas maratonas olímpicas. "No sábado de manhã teremos a competição masculina e no domingo de manhã, a feminina", detalhou."Para nós, era importante ter essa corrida no meio das outras duas para cumprir a promessa de oferecer aos 40.048 'sortudos' as mesmas condições proporcionadas aos atletas profissionais", completou. A corrida dos 10 km foi criada para permitir a participação de todos. "Queríamos oferecer um percurso realmente espetacular", destacou a diretora de competições. A história e os cartões postais francesesO trajeto passará por monumentos parisienses sublimes: a Pirâmide do Louvre, a Place Vendôme, o Trocadéro, mas também a manufatura de porcelanas de Sèvres, o Castelo de Versalhes e a Torre Eiffel. "A empresa World Athletics, com quem construímos esse percurso, disse que será uma das maratonas mais maravilhosas que eles já organizaram", garante a francesa.Mas quem pensa que o traçado será moleza deve se preparar. "No plano esportivo, temos um desnível positivo de 438 metros e rampas com inclinação de até 13,5%. Será uma corrida exigente, preparem as pernas", alertou Merle em tom de brincadeira.A Maratona para Todos foi inspirada na "Marcha das Mulheres" da Revolução Francesa, um evento marcante na história do país. Em outubro de 1789, milhares de mulheres parisienses saíram da área onde fica hoje a sede da prefeitura de Paris e marcharam até o Castelo de Versalhes, onde morava o rei Luís XVI. Os franceses passavam fome na época, enquanto a nobreza vivia no luxo.Sob pressão das ruas, o monarca acabou assinando a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que extinguiu direitos feudais. Era o fim do Antigo Regime e o início de uma nova era, como o legado que os Jogos de Paris pretendem deixar para as futuras competições olímpicas.
Azul, branco e vermelho. Mas em degradê nas cores da bandeira da França. A palavra, que aliás vem do francês e corresponde a uma variação gradativa de cor, é o ponto central dos uniformes do Comitê Olímpico Francês para os Jogos Paris 2024.  A coleção, desenvolvida pela marca francesa Le Coq Sportif, tem 1100 modelos diferentes para vestir e calçar quase 800 atletas de 63 modalidades olímpicas e paralímpicas. A fabricante de equipamentos esportivos, há muitas décadas associada à história do movimento olímpico francês, venceu um concurso lançado pelo Comitê Organizador, em março de 2020.Os uniformes foram apresentados nesse início do ano por cerca de 150 atletas, que serviram de modelos. Cada esportista qualificado para os Jogos de Paris receberá uma mala contendo um guarda-roupa personalizado para usar nos treinos, nas competições ou nas apresentações (na Vila Olímpica, em um possível pódio e na cerimônia de encerramento).As primeiras impressões dos atletas sobre os produtos acabados foram boas. “Eu achei muito bonito, foi uma bela surpresa, só de ver os uniformes já é bacana, se pudermos vesti-los em Paris 2024, então, será um orgulho. Certamente faz sonhar, e nos sentimos mais perto dos Jogos”, avalia Alexis Lebrun, a grande esperança do tênis de mesa francês. Camisas, calções e tênis estarão disponíveis conforme as necessidades de cada disciplina esportiva, mas com a mesma cor dominante: um “branco cru”, decorado com um degradê de azul-branco-vermelho para simbolizar a diversidade dos esportes e culturas, explica o designer dos looks, o estilista parisiense Stéphane Ashpool, que entrevistou os atletas sobre suas aspirações. “Muito rápido concluímos que havia um desejo espontâneo de recriar uma bandeira, mas evoluir, misturando as cores. Tem o azul que entra no branco e o vermelho, novos tons que representam a França e para destacar esse suporte colorido, pensamos nesse 'off-white', um branco cru, quase bege, para ficar mais elegante. É uma tonalidade que pode ser encontrada em um casamento, e a ideia de elegância foi muito citada pelos atletas", diz.Mas não são só eles vão receber 150 mil peças da nova coleção:  220 mil uniformes também serão distribuídos para funcionários da comissão organizadora e dirigentes. Cerca de 80% da produção será realizada na França, na histórica fábrica do grupo em Romilly-sur-Seine, no leste de Paris. O restante será confeccionado no Marrocos e em Portugal. O fabricante também garante materiais de origem 100% francesa para quimonos de judô.Já os looks para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, que acontece no dia 26 de julho no rio Sena, serão assinados por outra marca: a Berluti, do grupo de luxo LVMH. Além disso, quatro federações (futebol, basquete, handebol e atletismo) preferiram manter os contratos com os seus fornecedores habituais de equipamentos esportivos.Revezamento da tochaOs uniformes para o revezamento das chamas olímpica e paralímpica também foram apresentados. Os 10 mil corredores que vão levar o fogo simbólico serão vestidos pela marca francesa Decathlon. O uniforme unissex será totalmente branco e foi desenhado para simbolizar a paz, a unidade e a fraternidade entre os povos.O mesmo uniforme será usado pelos voluntários dos Jogos Olímpicos Paris 2024. A chama olímpica será acesa em Olímpia, na Grécia, no dia 16 de abril, onde permanecerá durante nove dias, antes de iniciar a sua viagem para França, atravessando o mar Mediterrâneo. Ela chegará a Marselha no dia 8 de maio e depois iniciará a sua jornada pelo país.Atletas franceses conhecidos, como a ex-velocista Marie-José Pérec, ou o ex-jogador de futebol Lilian Thuram, se revezarão com milhares de anônimos. O astronauta Thomas Pesquet também faze parte da lista daqueles que vão participar do revezamento. Porém, o nome de quem vai acender a pira olímpica em Paris permanece um mistério.A chama olímpica irá percorrer a França sob alta vigilância. Ela irá parar em 65 cidades e passar por 100 locais emblemáticos da França, como as grutas pré-históricas de Lascaux, o sítio arqueológico de Alésia, a cidade medieval de Carcassonne, o Monte Saint-Michel, além de castelos do Vale do Loire, viadutos, pontes, faróis e palácios. Para homenagear a história da França, o revezamento também visitará locais de memória como o Memorial de Verdun ou as praias do Dia D, onde desembarcaram os aliados da Segunda Guerra, na Normandia, dando início à liberação do domínio nazista.  "O trajeto da chama olímpica será envolto por uma bolha de segurança, com centenas de militares, que a acompanharão o tempo todo", diz o ministro do Interior Gérald Darmanin. "Haverá ainda um sistema antidrones e policiais civis ao longo do percurso, viaturas no início e no fim do pelotão de corrida para evitar qualquer desordem pública, juntamente com profissionais destacados pelas prefeituras do caminho", acrescenta.Já a chama paralímpica sairá da Inglaterra em meados de agosto e cruzará o Túnel da Mancha, onde 24 atletas britânicos passarão o fogo simbólico para 24 atletas franceses. A chama será então dividida para seguir 12 rotas diferentes pelo país, chegando em Paris no dia 28 de agosto de 2024, depois de passar por cerca de cinquenta cidades.  
A 34ª edição da Copa Africana de Nações (CAN) começa neste sábado (13), na Costa do Marfim. São 24 seleções disputando o troféu, com nomes de peso, como Sadio Mané, do Senegal, Mohammed Salah, do Egito, Achraf Hakimi do Marrocos e Victor Osimhen, da Nigéria, entre outros. O campeonato vai até o dia 11 de fevereiro, o que pode ser um problema para os principais times europeus, que contam com muitos jogadores de destaque vindos da África. Paloma Varón, da RFIA jornalista Annie Gasnier, especialista em futebol e apresentadora há mais de dez anos do programa Rádio Foot Internacional, na RFI, conta como as equipes estão lidando com o desfalque de alguns de seus jogadores mais importantes."Quando é Eurocopa ou Copa do Mundo, é no fim da temporada (na Europa), então, neste caso, é mais fácil para os clubes liberar os jogadores para irem a estas competições. Mas a CAN chega no meio da temporada, e no momento que é o mais importante. Eu penso, por exemplo, no Liverpool, com Mohamed Salah, que é um dos melhores do time do (técnico) Jürgen Klopp. Klopp outro dia fez uma declaração: 'Boa sorte, Mohamed Salah, mas espero que você volte logo!'. Mas isso significa que o Egito seria eliminado muito cedo", analisa.Para o ex-jogador cabo-verdiano Marco Soares, entrevistado pelo jornalista Marco Martins, da RFI, os técnicos das equipes europeias estão mais conscientes da importância da CAN. "Os treinadores começam cada vez mais a respeitar a CAN, que é uma competição tão valiosa como uma Eurocopa, uma Copa América, e tem que ser vista desta forma, porque através da CAN há muitos jogadores que chegam à Europa, jogadores desconhecidos que ganham visibilidade e chegam em grandes competições. Isso é benéfico para a competição, porque é bom ter os melhores jogadores, que estarão lá de corpo e alma, e darão visibilidade também à CAN", afirma. Senegal e Marrocos favoritasA seleção do Senegal, atual campeã, volta a ser uma das favoritas na competição, segundo Annie Gasnier. "O problema para os Leões da Teranga - Teranga significa 'bem-vindo' no Senegal -, como é conhecida a equipe do Senegal, é que é difícil ganhar duas vezes consecutivas em Copas do Mundo ou Eurocopas. A diferença é que a CAN se disputa a cada dois anos. Então, durante dois anos, teoricamente, o grupo não muda tanto"."Mas, no caso do Senegal, os jogadores que foram os mais importantes nesta conquista da CAN de 2022, jogam agora na Arábia Saudita, como Sadio Mané, Édouard Mendy, Kalidou Koulibaly, e a gente se pergunta se esses jogadores ainda têm nível", completa Gasnier. Mas, principalmente, a seleção do Senegal terá de lutar contra outra força emergente: o Marrocos, semifinalista da última Copa do Mundo, em 2022. "Acho que o verdadeiro favorito da competição é o Marrocos. Primeiro que eles já mostraram, no cenário mundial, que tinham uma equipe muito competitiva, que estão à altura de um grande torneio e, quando chegaram à semifinal da Copa do Mundo - o primeiro país africano a chegar a uma semifinal -, eles falaram: 'Agora temos que vencer a CAN. Então, estão sendo muito aguardados, têm jogadores muito bons, de alto nível, como o Hakimi, que joga aqui no Paris Saint-Germain, e outros que estão em equipes de referência", acentua. Além de Senegal e Marrocos, há outras seleções candidatas à taça este ano, como o Egito, nação mais vitoriosa do continente, com sete copas, e como o anfitrião Costa do Marfim, país-sede da CAN.'Os brasileiros da África'Segundo a apresentadora do Rádio Foot Internacional, que conhece bem o futebol africano, o país anfitrião desta Copa Africana, tem muito a ver com o Brasil."A Costa do Marfim é um país que ama o futebol. Junto com Gana, são as duas nações africanas que são chamadas de 'os brasileiros da África'. Tinha um jogador muito famoso na Costa do Marfim chamado Laurent Pokou, ele era muito respeitado pelo Pelé. Na época em que o Santos fazia uma grande volta pelos países da África - e o Santos foi famoso por isso -, o Pelé um dia falou: 'Eu estou feliz porque eu encontrei o Laurent Pokou", conta Gasnier. E ela acrescenta que os marfinenses se inspiraram no Brasil para nomear o futsal lá: "o esporte se chama 'futebol Maracanã'". Copa da alegriaNeste ano, não há nenhum jogador brasileiro jogando na CAN, mas há quatro países lusófonos na competição: Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau e Moçambique. Para o ex-jogador cabo-verdiano Marco Soares, que participou da CAN em 2021, a expectativa para esta CAN é grande: "Eu acho que acima de tudo é alegria o que se vive na CAN, no momento em que tanto se fala de desgraças pelo mundo;, esperamos que seja uma competição alegre, que passe alegria para toda a gente que esteja envolvida na competição", concluiu. Mas nem só de alegria vive uma competição. Haverá muita disputa de alto nível. Para Annie Gasnier, o grupo mais difícil desta CAN é o grupo C, que tem Senegal e Camarões, dois times fortes. "E tem a Guiné, que é um bom time e também é vizinha destes países, e também Gâmbia, que é um país pequeno que fica dentro do Senegal. E eles vão jogar contra o Senegal, vai ser um encontro de irmãos. Gâmbia foi a surpresa na última CAN, esta é apenas a segunda vez que disputam a CAN, e da última vez foram até as quartas de final. E os melhores terceiros lugares podem seguir a competição para as oitavas de finais", explica. O Egito é o país que mais vezes venceu a Copa Africana de Nações, com sete troféus; seguido dos Camarões, com cinco, e de Gana, com quatro copas. 
Nesta sexta-feira (5), o Rally Dakar abre o calendário do esporte a motor em 2024. Na sua 46ª edição, a principal competição off-road do mundo vai ser realizada na Arábia Saudita e conta com nada menos que 17 brasileiros entre os competidores. A delegação verde-amarela será a maior desde que a prova trocou a América do Sul pela Arábia Saudita, entre carros, UTVs e quadriciclos. Os pilotos brasileiros fazem parte de um grupo de 778 participantes inscritos, de um total de 72 nacionalidades. E a equipe brasileira, cheia de promessas, ganhou até apelido esse ano no Paris Dakar - "Team Brazil"-, e se instalou na última terça-feira (2) no primeiro dos 13 acampamentos previstos para a prova, em Al-Ula. A totalidade da prova constitui 7.891 km de percurso. O experiente piloto e navegador Lourival Roldan, em sua 12a participação no Rally Dakar, conversou com a RFI direto de Al-Ula, local de um oásis ocupado há mais de 5.000 anos, no coração do deserto saudita. Ex-campeão da prova, ele agora faz as vezes de navegador para o paraguaio Oscar Peralta, que realiza sua primeira disputa no circuito e contou alguma das informações táticas que recebeu junto com o grupo."Eles nos explicaram como vai funcionar do ponto de vista da organização; vamos ter sete acampamentos, assim que estiver próximo das 16h, vamos ter que parar em um desses locais. Tudo é uma questão de estratégias: se você está com um problema no carro, se ele está lento, e ainda faltam alguns minutos pra esse horário, você vai ver onde está parado o caminhão de apoio. Isso tudo é estratégia de equipe, onde se pensa, se planeja e se decide para fazer a melhor prova", argumenta o piloto brasileiro.Roldan já completou nove vezes o circuito do Rally Dakar, uma verdadeira proeza, só abandonando a prova duas vezes: em 2010 e 2013, quando o veículo que conduzia quebrou e não pôde ser substituído a tempo. "Essa participação agora para mim é especial. Eu já estou com 65 anos e ganhar a confiança de um piloto com essa idade é importante para que ele possa acreditar no que você está fazendo. Como ele [o piloto paraguaio Oscar Peralta] está chegando no Dakar, ele precisa de uma pessoa com experiência e que corra bem", afirma o veterano.Piratas levaram equipamentoMas os fãs e torcedores do Rally Raid, o novo nome da modalidade Rally Cross Country da qual faz parte o Dakar, nem imaginam o que passaram alguns atletas brasileiros como o piloto Rodrigo Varela, que comemorava o Natal com a família quando chegou a notícia de que o navio cargueiro que levava seu carro, um UTV Can-Am, além de todas as peças sobressalentes e equipamentos, havia fugido de piratas huthis que abordavam as embarcações no Mar Vermelho. As informações são da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), que relata ainda que, impedido de fazer a rota prevista anteriormente, o navio atacado mudou o rumo para contornar todo o continente africano, o que alterou sua chegada em mais de 20 dias – inviabilizando a disputa da prova pelo piloto brasileiro. Mas a família Varela – um tradicional clã do esporte a motor brasileiro – iniciou os contatos para que o projeto da estreia de Rodrigo no Dakar não se encerrasse ali e o piloto acabou conseguindo um carro substituto.“Mas ainda não temos todas as peças que vamos precisar durante o Dakar, que é uma corrida longa e exige muita manutenção. Para isso, estamos contando com a ajuda das outras equipes. O Dakar é um misto de corrida e aventura. E isso faz da solidariedade uma de suas marcas mais notáveis. As pessoas se ajudam quando podem”, comentou Varela em comunicado oficial da CBA. O incidente não foi um fato isolado. Uma semana antes, o governo dos Estados Unidos anunciou uma coalisão internacional para a difícil tarefa de proteger navios cargueiros que vinham sendo atacados por piratas no Mar Vermelho. Uma esperança brasileira Visto como o destaque da nova geração entre os principais pilotos desta que é a maior corrida off-road do mundo, o brasileiro Lucas Moraes entra agora em uma nova fase: desde novembro do ano passado, ele passou a ser piloto do time principal da equipe campeã da prova, a Toyota Gazoo Racing, substituindo ninguém menos que Nasser Al-Attiyah, pentacampeão do Dakar. Para Lourival Roldan, Lucas tem chance de vitória, assim como outros integrantes da equipe brasileira. "O Lucas é um piloto excepcional e podemos sim ter um campeão brasileiro esse ano, e não só ele; estamos com 17 brasileiros, temos o Marcos Baumgarten, que está super treinando com o navegador dele, o Kléber [Cincea], que teve que abrir uma prova recentemente e perdeu o medo dessa abertura, e eles tiveram um resultado excepcional, o pessoal só conseguiu ultrapassá-los depois do km 510, ou seja, rodaram muito sem ninguém na frente... Eu acredito que estamos com ótimos pilotos e navegadores nesse Dakar. É claro que a prova é longa, dura e vai dar trabalho para todo mundo", admite o veterano.Embora ainda seja desconhecido na França, Lucas Moraes foi a revelação do Rally Dakar de 2023, terminando em 3º lugar geral na Arábia Saudita. Na verdade, ele nunca havia competido em um rally tão longo. Moraes é um daqueles pilotos que personificam o futuro da modalidade, aos 33 anos. Não é de se admirar que a Toyota Gazoo Racing tenha lhe oferecido um contrato para preencher a lacuna deixada pela saída de Al-Attiyah. Filho de um organizador de ralis, o brasileiro já domina o equilíbrio das pistas entre ataque e cautela ao longo dos milhares de quilômetros do Rally Dakar.Roldan aproveitou ainda para deixar algumas dicas para as novas gerações de pilotos brasileiros. "Como todo Dakar, a gente tem que preservar o carro, ganha quem chega... Você tem que decidir quando vai forçar o carro, não pode correr risco de danificar o equipamento, mas também não pode andar devagar. Se você fica lá trás, você pega mais poeira, muita erosão de caminhão, que a gente chama de 'facão'", aponta."Futuro do Rally"Quando o assunto são os UTVs, essa é a classe que mais conta com brasileiros inscritos na competição.  UTV é a sigla para Utility Task Vehicle, ou veículo utilitário multitarefas, em inglês, aqueles carrinhos esquisitos, um intermediário entre um carro e um quadriciclo. Na T3, de protótipos e modelos de maior preparação, o navegador brasileiro Gustavo Gugelmin vai estar ao lado do piloto norte-americano Austin Jones.Lourival Roldan acredita que a categoria UTV deve ser o futuro do Rally. "Estou animado. UTV é muito melhor para você passar em dunas, é muito mais fácil para não atolar e mesmo para desatolar, é um veículo no qual você consegue se divertir bastante, ele vai de 0 a 100 km/h muito rápido. Então eu acredito que o futuro do Rally está aí, a gente está vendo como essa categoria está crescendo, inclusive em várias marcas como Toyota entrando nesse nicho e a gente vê vários fabricantes com protótipos. UTV será portanto a categoria com mais veículos no Dakar logo, logo", diz. Já Marcelo Gastaldi se une a Cadu Sachs, marcando o retorno da dupla ao Dakar. Gunther Hinkelmann está em dupla com Fabrício Bianchini. Lourival Roldan, veterano da corrida que conta com título no Dakar, será dessa vez o navegador do paraguaio Oscar Peralta. Pra finalizar, na categoria T4, Cristiano Batista corre com o português Fausto Mota, enquanto Jorge Wagenfuhr corre ao lado de Huberto Ribeiro, enquanto Rodrigo Varela faz dupla com Enio Bozzano.Outro destaque também a ser mencionado é da equipe X Rally, dos irmãos Baumgart, que competirá na principal categoria dos carros, a Elite. Marcos Baumgart vai contar com Kléber Cincea e Cristian Baumgart está junto de Beco Andreotti. Nos quadriciclos, o maranhense Marcelo Medeiros, que alcançou vitórias em etapas nos últimos anos, é quem vai representar o Brasil no Rally Dakar de 2024. A 46ª edição do Rally Dakar acontece até o dia 19 de janeiro na Arábia Saudita.
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