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Author: Mãe Mulher

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Tá tudo misturado: somos mães, mulheres, profissionais, amigas, filhas, esposas e assim por diante. E tem tanta coisa que fica esquecida com a maternidade, né? Tem também os assuntos polêmicos que ninguém quer tocar por medo de julgamentos, e as nossas próprias doses diárias de nóias da "Maternolândia". Esse é um podcast para trazer luz à várias questões adormecidas. Todo mês um novo episódio com @tai.gross, @betaweizenmann e @morganasecco especialistas.
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Que mãe nunca sentiu um aperto no peito ao ver fotos dos amigos curtindo um programa para o qual não foi convidada? Que mãe nunca ouviu a frase: "mas agora você é mãe, achei que não quisesse ir"? E como fica para os amigos que nos veem passar por tantas mudanças mesmo estando em “outra”? Nesse episódio falar sobre tudo isso com Marjorie Secco, uma super amiga, dentista, musa fit, irmã da Morgana e tia da famosa bebe Alice.
Educar filhos é complexo e envolve muitas questões importantes, por exemplo: nem sempre sabemos a quem recorrer e como agir quando o assunto é integridade física, privacidade e proteção contra o abuso sexual. Por onde começar? Com qual idade? Como proteger meu filho desse mundo violento onde esse tipo de abuso, infelizmente, é um perigo real (e na maioria das vezes próximo e discreto?). Para conversarmos um pouco mais sobre esse assunto urgente convidamos a autora do livro “Meu corpo meu corpinho”, mãe, cristã e acadêmica em psicologia Roseli Mendonça para integrar nossa “bancada”.
Bora conhecer um pouco mais da gente? Como foi a nossa transição de mulheres sem filhos para mulheres com filhos? Que lugar o trabalho ocupa e passou a ocupar em nossas? Como administrar o encontro com o novo “eu”, os perrengues, as nóias e tudo mais que vem com o pacote maternidade? Nesse episódio compartilhamos um pouco mais sobre nossa intimidade e de como chegamos até aqui (nesse lugar de constantes descobertas, desafios e alegrias de nossas novas / velhas versões).
Olá mães mulheres! O episódio de hoje está especialmente maravilhoso! É que se dois é bom, três é demaisssssss! A partir de hoje a nossa “bancada” contará com a presença ilustre de Morgana Secco. Já ouviu falar dela? Ela é a mãe da Alice, a bebê mais falante dos últimos tempos! Pra te contextualizar, Alice tem 1 ano e 9 meses e vem chamado muito a atenção pelo seu desenvolvimento. Fala frases completas desde um ano e dois meses e sua facilidade em decorar livros (que por sinal é a coisa mais fofa do mundo), começou, pasmem, um mês após isso! A pergunta que não quer calar: A que podemos atribuir tanta desenvoltura com tão pouca idade? Hehehehe. Genética, estímulo, sorte, ou todas as alternativas? É isso que vamos descobrir hoje! A Morgana será uma parceria fixa aqui no Mãe Mulher #chiques. Então se preparem porque teremos muitos papos legais nos próximos episódios! E para completar o nosso grupo seleto de hoje convidamos a fonoaudióloga, doutora em ciência e reabilitação - comunicação humana pela USP e e EMORY dos EUA, mãe do Vitório de 4 anos e da Maria Liz de 2, Juliana Balestro, pra bater um papo com a gente também.
Quantas expectativas foram colocadas em 2020. Início de uma década nova, muitos planos, tudo para ser um ano perfeito. Só que não! Começamos em ritmo de férias e terminamos em um look down que parecia ser infinito. Tivemos que guardar nossos sonhos e expectativas dentro de uma caixinha para sobreviver a tudo aquilo que o COVID-19 nos apresentava. Home office, escolas fechadas, filhos em casa, relacionamento desgastado, divórcios, uso de tela excessivo, rotina, receita de bolo, faça você mesmo, só uma gripezinha?, saúde mental, puérpera no grupo de risco, opa, gestante também é? 😳, foram alguns dos temas mais falados no ano de 2020 responsáveis por gerarem alguns “tilts” e crises de ansiedade. É meus amigos, foi um ano e tanto, sem contar as milhares de mortes, a vacina que parece não chegar nunca e o descaso de um governo frente a tudo que acontece no nosso país e no mundo. Teve coisa boa? Teve também. E o principal deles é saber que você está aí do outro lado, com saúde, escutando nosso primeiro podcast de 2021. E já que estamos falando sobre 2020, bora dar aquela espiadinha pelo canto da porta (pra não chamar a atenção desse ano que ficou pra trás 😝) pra fazermos aquele remember dos principais assuntos que rolaram nesse podcast de sucesso! Acrescentamos a isso alguns temas que pipocaram na nossa mente ao longo do ano e que com a pandemia se tornaram ainda mais presentes e frequentes!
Você, enquanto filha, já deve ter se pego em algum momento da vida pensando assim: “no dia em que eu tiver um filho, vou fazer isso diferente da minha mãe” da mesma forma, você enquanto mãe, já deve ter pensando em mil planos para sua filha, baseado naquilo que gostaria que tivesse acontecido com você: uma carreira melhor, um casamento mais feliz, uma casa própria, um emprego fixo, uma estabilidade financeira, enfim, uma extensa lista de expectativas que muitas vezes colocam em risco essa relação. Somado a isso, o crescimento da filha traz ao inconsciente que o tempo passou. Isso quer dizer que, ela passa a ter autonomia e maturidade e mostra à mãe, que ela não está ali para realizar seus sonhos e nem viver o que foi sonhado para ela. E isso muitas vezes pode gerar uma frustração tão grande capaz de trazer reflexos profundos ligados diretamente a esse convívio Como vocês podem perceber, existe muito mais do que se possa imaginar numa relação entre mãe e filha. E é por isso que hoje convidamos uma psicóloga/ psicanalista que estuda muito sobre esse assunto para trazer a tona algumas questões fundamentais sobre essa simbiose entre mãe e filha.
Ninguém começa um relacionamento já pensando no dia em que ele irá acabar, mas muitas vezes o fim é inevitável e também a melhor solução para o núcleo familiar. A título de curiosidade, com a chegada da pandemia, os divórcios consensuais em cartórios aumentaram 54% entre maio e julho deste ano, no país. Em números absolutos, as separações saltaram de 4.641 para 7.213, segundo levantamento do Colégio Notarial Na Europa e Ásia também não foi diferente, mesmo após a flexibilização da quarentena. Na cidade de Xiam, na China, país onde o vírus surgiu, não havia mais horários disponíveis para tratar do divórcio em escritórios locais do governo por mais de um mês, segundo informações do jornal The Global times. O fato é que, com ou sem pandemia, chega uma hora em que todos os relacionamentos precisam passar por uma autoavaliação sincera. A questão principal é o que fazer a partir daí. Uma coisa é certa: ninguém é obrigado a estar onde já não existe mais amor e principalmente respeito. Mas por onde começar? Quem eu devo procurar? E meu filho, com quem vai ficar? Meu marido não quer aceitar a separação. O processo do divórcio é demorado? Essas e outras tantas dúvidas serão esclarecidas pela Bruna Katz, advogada especialista em Direito de Família e Sucessões e também Mestranda em Direito - Políticas Públicas de Inclusão Social. Um bate papo mais técnico e delicado, porém cheio de informações necessárias para quem está passando por esse momento.
Mães de quarentena

Mães de quarentena

2020-10-1954:59

A gestação e os primeiros meses após o nascimento do bebê trazem a tona um misto de sentimento que nem a gente consegue entender. É uma mistura de “meu Deus eu sou a mulher mais feliz do mundo” com “socorro alguém me tira daqui”. É um período desafiador por si só, imagina então em meio a uma pandemia. Salve-se quem puder! Com o Covid-19 batendo a nossa porta, alguns cuidados tiveram de ser redobrados e o isolamento social se tornou prática fundamental de resguardo para as gestantes e recém mães que inclusive foram incluídas como grupo de risco. Essa condição impediu (pelo menos para os mais precavidos) qualquer tipo de rede de apoio presencial e mudou completa e repentinamente a forma como as mães precisaram se organizar para a chegada do filho. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Calgary, no Canadá, aponta um aumento significativo nos casos de depressão em grávidas durante a pandemia do novo coronavírus. De acordo com o levantamento, os sintomas – que costumam afetar entre 10 e 25% das gestantes – superaram os 35%. O fato é que o isolamento social deu ainda mais peso para algo que já era difícil de carregar: a maternidade e toda sua ambiguidade. Para tornar esse bate papo ainda mais próximo convidamos uma mãe de pandemia pra lá de especial. Franciele Daldon Malan, ou Fra como é mais conhecida, é mãe da Lívia, publicitária e criadora de conteúdo digital. Hoje ela vem dividir conosco um pouco da sua experiência como mãe durante todos esses difíceis meses de pandemia e também para compartilhar um pouco da sua opinião sobre o assunto.
Quando a ideia de sermos mães ainda não passa pelas nossas cabeças, a impressão que temos é que a primeira transa sem a utilização de algum método contraceptivo resultará em uma gravidez indesejada (ou desejada!). Mas engravidar nem sempre é tão simples quanto imaginamos. Em matéria do site Uol este tema foi abordado juntamente com a informação de que as chances para uma mulher com menos de 30 anos engravidar (e aqui falamos daquelas que têm ciclos menstruais regulares e relações sexuais todos os dias por um ano (alô alguém??) fica entre 15 e 20% ao mês. Isso quer dizer que, a cada 10 mulheres, apenas duas conseguirão engravidar. Já com 35 anos, essa taxa cai significativamente para 9% ao mês. Será que é bem isso mesmo? As tentantes muitas vezes relatam o sentimento de que quando estão tentando, aparentemente a cidade inteira engravida, menos elas. Para enriquecer o nosso bate papo, convidamos a Dra Maiticia Hoppe, Médica especialista em ginecologia e obstetrícia pelo hospital nossa senhora da Conceição de Porto Alegre e também Pós graduada em medicina fetal pela CETRUS de São Paulo.
É quase unânime escutar entre as mães: “não é fácil, mas vai valer a pena”. A questão é que pouco se fala sobre o que iremos viver durante esse “não é fácil”. O que se sabe é que maternidade é um caminho de profundo autoconhecimento e transformação. Mas a aceitação desta nova condição muitas vezes pode ser um processo lento, doloroso e solitário. O assunto é tabu, mas o fato é que nem todas as mulheres se sentem realizadas sendo mães. E veja bem: aqui não cabe nem a mim e nem a vocês o julgamento. É um assunto recorrente e extremamente velado que merece nossa atenção e olhar acolhedor. Por isso, convidamos a Virgínia que além de administradora e especialista em branding é mãe do Zé Vicente de 1 anos e 4 meses, que também faz voz a esse coro de mães que segue tentando saber quem és pós maternidade.
Falar de luto gestacional é mergulhar num mar de emoções muitas vezes não validadas. E talvez esse seja um dos motivos pelo qual esse assunto seja tão pouco comentado. O luto por essas perdas vem sempre acompanhado pela falta de espaço e falta de empatia da sociedade para que as famílias se sintam confortáveis em expressar a sua dor. Alguns teóricos, inclusive nomeiam esse episódio como “luto não reconhecido”. Embora não haja nenhum dado específico, estima-se que o aborto espontâneo atinja cerca de 15% a 20% das gestações até a 22 semanas. É um número relativamente alto, frente ao pouco que se fala sobre ele. E é por isso que hoje resolvemos falar sobre isso: para trazer voz a um assunto tão delicado e doloroso, porém, tão necessário de se falar. Inclusive nossas convidadas de hoje são muito especiais: a Camila Rossi que está a espera do Joaquim após duas perdas gestacionais, Tamara Bischoff que é Psicóloga, jornalista, e mãe da Lívia e a Keli Altmann, mãe Isis, que hoje é um anjinho.
Mãe é quem cria. A frase é clichê, mas sem dúvidas representa o sentimento de muitas mães que escolheram ter um filho já nascido para chamar de seu. Algumas costumam nomear esse momento de reencontro e a gente se arrisca a dizer que não existe descrição mais linda pra explicar essa ligação que parece ser de outras vidas. Porém, a realidade da adoção as vezes torna esse reencontro cada vez mais difícil. Segundo o site do senado, para cada criança pronta para adoção, há seis pessoas dispostas a acolhê-las na família, mas a diferença entre o perfil idealizado e o mundo real é um grande obstáculo à redução dessa enorme fila de espera. Enquanto isso, milhares de crianças seguem na esperança de encontrar uma família. Para trazer um pouco de esperança a um cenário que se mostra tão avesso, trouxemos uma mãe pra lá de especial, pra contar a sua história de adoção. Meg Schmitz, é mãe da Indianara de 13 anos, Vitória de 11 e Vitor de 9 anos, empreendedora e viu sua vida mudar da noite para o dia com a chegada dos filhos. Uma história linda de adoção tardia para encher os ouvidos de amor!
Parece que toda empresa adora uma mãe de porta retrato. Aquela feliz e plena com suas crias. Agora experimente ter uma mãe real, que mesmo possivelmente animada com a volta a ativa, também está triste e sofrendo por abrir mão dos momentos com o recém nascido. O retorno as atividades é repleto de ambiguidades. Mesmo a mãe mais disposta em retornar precisa conviver com sentimentos diversos. E muitas vezes se sente na obrigação de não transparecer isso para os colegas. Há também aquelas empresas que nem dão chances para mulher voltar ao seu cargo e a dispensam assim que acaba a curtíssima licença maternidade. Com 120 dias de afastamento garantidos por lei à trabalhadora que acabou de ter um filho, o período de licença-maternidade no Brasil está abaixo dos seis meses recomendados pela Organização Mundial da Saúde e a Unicef para que os bebês sejam alimentados apenas com leite materno. O prazo adotado aqui também é inferior ao que as legislações de países com diferentes realidades econômicas como Itália, Chile ou Reino Unido. Já o pai pode ser afastar por apenas (PASMEM!) cinco dias após o nascimento da criança. Uma outra gama de mães que precisam conviver com o retorno ao batente são as empreendedoras. Essas escolhem quando retornar, mas convivem com muitas das mesmas dificuldades que as outras. São tantas emoções! E para batermos um papo sobre isso convidamos Ana Laura Munhoz, proprietária da Mora Acessórios, mãe da Maria Teresa e da Ana Rita.
Segundo uma pesquisa feita na Espanha, 63% das mães espanholas afirmam que todos os dias têm em mente uma lista infinita de afazeres, frente a 25% de pais que experimentam essa sensação; 87% das mães se consideram as principais responsáveis por que tudo flua adequadamente na casa, e 69% reconhecem que seus parceiros colaboram, mas que é preciso pedir-lhe. Os filhos também percebem de forma inconsciente esta desigualdade de tarefas, já que só 12% dos pais afirmam ser as pessoas de referência para as necessidades diárias de seus filhos, frente a 70% das mães. Outro dado curioso é que só 14% dos pais estão no grupo de bate-papo da escola, frente a 65% das mães. Somos sempre nós que temos que considerar abrir mão de emprego, da faculdade, de saída com as amigas, que nos preocupamos se vai ter janta para o filho e sabemos de cor o nome da pediatra e quando foi feita a última vacina. Por que? Porque as pessoas ainda consideram que isso tudo é inerente a maternidade? Assim fica muito confortável para os pais, hein? Ficar só com a parte "boa" é mesmo uma delícia. Trocar fralda, levar no parquinho, dar banho...Isso tudo é fichinha. Bora colocar o pai no compromisso de pegar junto de verdade. E foi pensando nisso tudo que trouxemos alguém que defende com unhas e dentes a criação com afeto. Estamos falando do Thiago Queiroz, também conhecido como Paizinho Virgula, criador de conteúdo digital, YouTuber, podcaster, pai do Dante, do Gael e da Maia é um cara massa pra caramba, pra falar com a gente sobre esse assunto tão necessário.
Quando foi a última vez que você fez sexo com o seu parceiro? Se você tem filhos e o sexo aconteceu em menos de 30 dias, saiba que sua vida sexual está mais ativa do que a de muitos casais. Uma pesquisa feita nas redes sociais da CRESCER mostrou que 10% dos pais “nunca mais” fizeram sexo depois da chegada dos filhos, 44% transam entre uma vez por semana ou uma vez a cada 15 dias; 23% conseguem transar apenas uma vez por mês e  outros 23% disseram que mantêm relações semanais. Será que a gente está fazendo a construção desse momento de intimidade de forma errada? Vulgo ~ “não fazendo”? Ou mais, será que não existe certo ou errado e cada casal deve encontrar a frequência que lhe convém? Uma coisa é certa: independente de quantidade sentir prazer é mesmo uma delícia.  Para esclarecer essas e tantas outras dúvidas convidamos uma mulher maravilhosa em quem a gente se inspira, sabe? Sandra Cristina Poerner SCALCO é Ginecologista e Obstetra, especialista em Sexualidade, Terapeuta Sexual e  de Casais, Mestre em Saúde e Doutora em Epidemiologia. Ela também é Coordendora e Preceptora do Serviço de Saúde Sexual em Hospital Público, Coordenadora da Unidade de Medicína Sexual da ISCMPA, Membro do Conselho Deliberativo da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, Brasil, Vice-Presidente da Comissão Nacional Especializada em Sexologia da FEBRASGO e Professora dos Cursos de Medicina da UNIVATES e da UNISINOS.
“Mãe solo é sinônimo de mergulho com os próprios pulmões. É substantivo de alicerce. É adjetivo para o caos. Mas é o verbo amar. Mãe solo é uma via de mão única. Sem paradas ou postos para reabastecer. É caminho de ida, com curvas, montanhas, agua, poeira. É de tudo um pouco. Mãe solo pode ser cantiga de ninar, musica infantil, mas não é silêncio. É um ser que tem um barulho enorme dentro do cérebro inquieto, um chiado ensurdecedor nos ouvidos, um ranger das articulações cansadas. Mãe solo pode ser caos às vezes, mas é um linda poesia. Pode ser pintura abstrata ou figura morta. Mãe solo é o que vc quer que ela seja, com um esforço triplicado comparado a outras mães” Iasmin Schäffer
Vocês já perceberam que depois que a gente se torna mãe a criação dos nossos filhos passa a ser um assunto interessante pra outras pessoas? E ainda, que todo mundo vira especialista no assunto? Frases como: “que barriga grande, provavelmente essa criança vai ser acima do peso”, ou então, “se tu não passou pelo ritual do parto normal será menos mãe” e a clássica: “quis ter um filho, agora aguenta”! Frases como essas fortalecem os julgamentos desnecessários e nos distanciam daqueles que muitas vezes deveriam estar próximos. É necessário entendermos que as escolhas de uma família correspondem ao que eles acreditam ser o certo para o momento, levando em consideração sua realidade e a suas convicções sobre a criação de seus próprios filhos. Cada um sabe o porquê de suas decisões e não há uma cartilha a ser seguida, um manual que dite o que é certo e o que é errado. O certo é aquilo que faz sentido para você e a para a sua família. Antes de meter o bedelho, onde normalmente não foi chamado, lembre-se que as vezes, depois de um dia de cansaço extremo pela rotina com os filhos pequenos, o que uma mãe mais quer ouvir é somente uma palavra de incentivo, que a lembre que tudo vai dar certo e o quanto ela tem sido uma ótima mãe. Empatia, essa deveria ser a ordem da vez!
Foram meses de preparação para o grande dia. Na minha mente criei o roteiro do meu parto perfeito. Idealizei, sonhei, desejei e concretizei. No dia 25 de abril de 2018, depois de aproximadamente 12 horas, Heloísa chegou ao mundo em um parto lindo, potente e humanizado. Assim que pari, de cócoras em um banquinho, a aconcheguei em meus braços num abraço quentinho. Nunca vou esquecer do seu cheirinho, dos nossos corpos se enconstando. Em meu colo ela permaneceu quietinha, fiquei com medo, ela não deveria chorar? Externalizei meu pensamento ‘ está tudo bem doutora?’ e como resposta instantânea aquele serzinho pequenininho chorou um choro estridente. Ela já me entendia. Beijei sua cabebinha e disse ‘está tudo bem meu amor’, e o choro cessou naquele minuto. Permanecemos ali até o cordão parar de pulsar. Depois de cortado caminhei até a cama, que ficava a alguns metros dali, me sentindo a mulher mais forte do mundo. Me divirto ao lembrar que naquela caminhada de poucos passos muitas coisas passaram na minha cabeça, entre elas um devaneio em que lembrava do quanto eu era ruim em matemática, física e química na escola, mas aquilo não era nada comparado a parir uma criança. Eu era foda. Eu me sentia foda. Ao som de Jack Jhonson, com uma obstetra incrível, sem internvenções desnecessárias, com o pai presente na sala de parto, uma amiga que virou doula e minha enfermeira querida, Helô foi recebida de forma humanizada por todos nós. Foi inesquecível, mágico, transformador. Somos potência, somos mais fortes do que nos fazem crer.
Aparentemente depois de se tornar mãe você vira planta. As pessoas esperam que você se comporte como uma florzinha linda, bem comportadinha no seu vasinho. Aquela plantinha que não dá trabalho, que não fede nem cheira, que fica ali, servindo a todos com seu título de planta / mãe. O imaginário coletivo é esse, que depois que vira mãe a cidadã deixa de ser mulher. Mulher que gosta de ser ela (seja ela como for). De beber, de sair, de fazer uma festinha de vez em quando, de usar uma roupa sexy, de falar uns palavrões, de dizer o que pensa, de discordar, de chorar, de errar, de ter uns dates... Eu hein! Eu conto ou vocês contam? Ninguém avisou que antes de nos tornarmos mães a gente já era muita coisa? Trazemos uma bagagem própria, anos de experiências, profissão, desejos, amores, dores... Depois que viramos mães a gente não ganha selo de santidade não. Nos transformamos, estamos muito mais pra Fênix do que pra planta. A gente já carrega tantas culpas na maternidade, não deveríamos carregar mais essa, de superarmos as expectativas do patriarcado. Qual é a conduta que se espera de uma mãe? No meu ponto de vista a única coisa que ''devemos'' é dar amor incondicional, suporte, educação. Ser exemplo. Mas o exemplo também mora naquilo que foge a curva, nos ''erros'' que cometemos e usamos pra educar, nas singularidades que nos tornam únicas. Não espere nada de uma mãe. É injusto e incoerente. Deixa a mulher mãe ser / fazer o que ela quiser meu amô. Quem é você na fila do pão? E se não é mãe e quer cagar regra? Sinto lhe informar que tu tem um total de ZERO permissão pra opinar.
2020 e nós ainda precisamos falar sobre isso. Sim, a ditadura do corpo perfeito pós parto continua enraizada em nossa sociedade. Mas se depois que parimos nada é igual dentro da gente, porque precisamos continuar igual do lado de fora? Para responder a essa e tantas outras perguntas, convidamos para este episódio duas mães - mulheres maravilhosas, ricas em vivências, para compartilharem suas visões sobre esse assunto que por vezes ainda é muito doloroso. São elas: Taciana Colombo, jornalista, mãe do Miguel de 2 anos, chefe de família. Descobriu a gravidez em meio a um tratamento de depressão. Hoje escreve para curar as dores da alma e também para ajudar outras mulheres com as suas palavras. Adriana Rossetto Dallanora, mulher-mãe da Julia de 24 anos, psicóloga e psicanalista, especialista em Instituições em Análise, que trouxe reflexões e provocações.
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