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Tony Cotta
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Poema de amor no qual o autor revela uma ambiguidade do ser amado. Ele enxerga aquilo que os outros não vêem, e antes que ele perceba, se torna uno com ela.
Um verso triste e lindo de um amor que existe, mas que não se contenta pela ausência física do ser amado.
Aqui o poeta exprime de forma brilhante e bela o sentimento de amar. Um arrebatamento que beira a loucura, mas que inflama a percepção quente e apaixonante sobre o ser amado.
Este poema foi escrito por Maiakovski durante uma passagem sua por Havana em Cuba. A sua sensibilidade para as injustiças sociais no mundo, o fez ver claramente a diferença dos papéis exercidos naquela sociedade explorada pelos americanos.
Poema escrito por Vladimir Maiakovski - poeta da Revolução - em 1915. A motivação para que ele criasse esse poema foi a censura da sua obra no Peru. Aqui ele explora os malfeitos dos juízes.
Poema escrito por Vladimir Maiakovski - o poeta da Revolução - em 1916. Tradução de Augusto de Campos
Um dia de merda é um pequeno monólogo cômico escrito por Luís Fernando Veríssimo. Aqui o personagem passa por uma experiência cômica no trajeto até o Aeroporto quando ele é acometido de uma diarréia que lhe impõe uma situação muito inconveniente.
SAMPOEMA é um poema escrito por Flavio Viegas Amoreira, poeta e escritor genial de Santos - São Paulo. Interpretado por Tony Cotta, é uma homenagem à Capital Paulista SAMPA, com toda a sua diversidade, belezas e perigos. Um poema bonito, forte e difícil, assim como São Paulo
Eu queria, senhora,
ser o seu armário
e guardar seus tesouros
como um corsário.
Que coisa louca:
ser seu guarda-roupa!
Alguma coisa sólida,
circunspecta e pesada
nessa sua vida tão estabanada.
Um amigo de lei
(de que madeira eu não sei).
Um sentinela do seu leito
— com todo o respeito.
Ah, ter gavetinhas
para suas argolinhas.
Ter um vão
para o seu camisolão
e sentir o seu cheiro,
senhora,
o dia inteiro.
Meus nichos
como bichos
engoliriam suas meias-calças,
seus sutiãs sem alças.
E tirariam nacos
dos seus casacos
Ah, ter no colo,
como gatos,
os seus sapatos.
E no meu chão,
como trufas,
suas pantufas...
Suas echarpes, seus jeans,
seus longos e afins.
Seus trastes
e contrastes.
Aquele vestido com asa
e aquele de andar em casa.
Um turbante antigo.
Um pulôver amigo.
Bonecas de pano.
Um brinco cigano.
Um chapéu de aba larga.
Um isqueiro sem carga.
Suéteres de lã
e um estranho astracã.
Ah, vê-la se vendo
no meu espelho, correndo.
Puxando, sem dores,
os meus puxadores.
Mexendo com o meu interior
— à procura de um pregador.
Desarrumando o meu ser
por um prêt-à-porter...
Ser o seu segredo,
senhora,
e o seu medo.
E sufocar,
com agravantes,
todos os seus amantes
POEMA DE FERNANDO PESSOA
Nunca conheci quem tivesse levado porrada
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita
Indesculpavelmente sujo
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, absurdo
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante
Que tenho sofrido enxovalhos e calado
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar
Eu, que quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Pra fora da possibilidade do soco
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia
Não, são todos o ideal, se os oiço e me falam
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil
Ó príncipes, meus irmãos
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado
Poderão ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza
O texto a foi escrito por ela, quando pediram que revelasse seus segredos de beleza:
SONETO DE FIDELIDADE - VINICIUS DE MORAES - POR TONY COTTA















