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Psicanálise em Ato
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Psicanálise em Ato

Author: Adelmo Marcos Rossi

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Raciocinando contra, para ser a favor.

Somente é verdadeiramente a favor de uma ideia, quem for contra ela.
Eu somente avanço pensando contra.
A ideia, para não cair, se apoia numa ideia contrária a ela.
O que me mantém de pé é uma ideia contrária.
Por si mesma, uma ideia nunca se manteria de pé:
Ela precisa ser apoiada por uma ideia contrária.
Se uma pessoa não raciocinar contra, ela nunca seria a favor.
Eu sou contra Freud, por isso, sou a favor de Freud.
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A ciência do autismo Episódio 1: O autismo é o fracasso na conquista da linguagem.
A Repressão como Falha

A Repressão como Falha

2021-06-2322:061

A falha de Narciso que quer a todo custo apresentar-se belo, no entanto tem uma falha nele. Nessa releitura do capítulo, continuo partindo do comentário de Freud, de 1930, onde ele mesmo reconhece que houve uma modificação na psicanálise, em 1914 houve uma mudança. Se até 1914 Freud pensava que o doente, o ser humano adoecia contra a sociedade, era a sociedade que fazia ficar doente e que, então, Freud pretendia curar dessa doença redirecionando a libido que o doente direciona para a doença, de modo substitutivo. O Freud pretendia tirar essa libido que ficava investida na doença, para investir em objetos. O sujeito era proibido pela sociedade então ele desviava para a doença, proibido ou reprimido; essa foi a hipótese que vigorou. Mas o Freud, em 1930, lá na frente então, ele comenta que todos nós precisamos nos manter reprimidos, inclusive reprimirmos as outras pessoas, nossos filhos, nossos parentes, as pessoas que a gente gosta para que não exagerem, tanto em atitudes exibicionistas demais, enfim, sabemos porque que uma pessoa não pode ultrapassar certa faixa, deve se manter reprimida. 
A clínica psicanalítica é uma estratégia filosófica disfarçada em atendimento clínico, em espaço privado, que acolhe afetivamente a pessoa devastada. A pessoa devastada pode aparecer no consultório do psicanalista pelos mais variados motivos que talvez não precise entrar aqui, mas em geral, na época do Freud, pacientes que não tinham nenhuma solução pela medicina, e ele revela isso nos Casos Clínicos, no Homem do Ratos e outros, Dora, O Homem dos Lobos, como que a pessoa é comprometida com a sua própria tragédia, da qual não consegue se separar, como é o alcoólatra, o usuário de craque de hoje em dia.
O uso egóico da linguagem coloca a linguagem de tal modo subordinada ao Ego do falante que o ouvinte acompanhando a explicação, a exposição da ideia direcionada pelo palestrante, pelo professor, a necessidade de acompanhar o discurso no entendimento do que está sendo exposto, cria um elemento favorável ao expositor de tal modo que aquele que ouve segue a linha discursiva de compreensão do que é falado, da ideia exposta e, ele não tem, nesse momento, não adota – é comum que não adote – a atitude do distanciamento de tal maneira a observar como o Ego está namorando as cordinhas das palavras, ligando uma palavra à outra, fazendo a conexão de sentido.
A subjetividade atormentada por dentro, observando a realidade do mundo e nada podendo fazer. Difícil a situação da pessoa humana que se fala cópia de Deus ou filho de Deus, Deus é gigante. Deus é grande, ainda fala! O homem, no mundo, é quase igual a uma criança miudinha, a realidade é gigante, tudo é grande lá fora. E para modificar alguma coisa que ele, imaginariamente, considera ser possível mudar – temos que mudar o mundo! – melhorar o mundo, evoluir; a ideia de evolução de um homem sozinho, pequeno como ele é, interferir com o mundo. O Nietzsche diz o Übermensch, o super-homem. O Nietzsche fala do super-homem muito antes do super-homem ter surgido lá nos desenhos em quadrinhos, o Homem de Aço. A única coisa a que ele é vulnerável é a Kryptonita; o Super-Homem veio de Krypton, um planeta fora da Terra. 
O Eu projeta lá adiante um tamponamento de um vazio que tem lá atrás. Ele coloca um objeto na frente, objeto de desejo, seus ideais, seus sonhos e fantasias, acreditando nisso, e segue atrás. Segue para frente tendo atrás um vazio que pretende, dessa forma, tamponar. 
Na sociedade dos reprimidos, em que vivemos, na sociedade da castração, do corte, da separação, resta a cada indivíduo saber como se virar com essa repressão social que incide nele. Incide em cada um de nós a necessidade de se manter reprimido. No Narcisismo Grupal, o líder pode levar a massa a romper a repressão, como na Revolução Francesa. Cortar a cabeça do líder acaba com o Narcisismo Grupal A arte é para ensinar: tanto a roubar, quanto a reprimir o roubo.
tema de Otelo e o ciúme com Desdêmona é explorado por Machado de Assis em Dom Casmurro e ali, quem faz a diabólica é Capitu. O paralelo de Machado com Shakespeare não seria de Dom Casmurro ciumento com Otelo ciumento, seria da ambição desmedida, o paralelo entre Lady Macbeth e Capitu, a ganância exagerada, a vontade de dominar usando de estratagemas que levam à morte, à perda e à destruição. Ao contrário de "ao sucesso", então, "à desgraça”, o oposto. Foi subindo de posição para encontrar a morte, a destruição total. 
'Feminismo' e empoderamento. A guerra ideológica levada para dentro de casa. A Impostura do 'Feminismo' Crônicas em áudio. Fazendo certa ironia sobre o que tem se tornado um certo 'Feminismo' atual. Onde argumentos universais são utilizados pela mulher contra o marido, este sendo visto em cada detalhe como apresentando sinais de 'machismo', dificultando ainda mais um relacionamento a dois que já não é fácil. A busca pelo 'empoderamento' inclusive com o apoio do próprio marido pode se reverter no contrário quando a 'Feminista' passa a confundir e embaralhar questões ideológicas com a difícil vivência quotidiana.
Eu já cataloguei mais de quatrocentas personalidades dentro de minha cabeça. Sou mais de quatrocentas pessoas em conflito entre si. Quando eu preciso tomar uma decisão, preciso fazer uma assembléia e por em votação sobre qual rumo seguir pela voz da maioria.
Por que que não pode falar que a psicanálise é uma filosofia, então? O próprio Freud quando escutou isso do Max Nachmanshon, em 1915, também tomou um choque: “pôxa vida, caramba! A minha psicanálise não passa de uma filosofia. Olha só! E eu achando que estava inventando uma novidade que não existia no mundo.”.
Quem vai se expor no meu lugar? Quem vai eliminar o mal que o próprio social produziu? Quem faz o feio teme ficar confundido com o feio. A mulher madura vai querer falar de quando era angustiada, indefinida, insegura, sem norte e sem rumo? Se falar pode voltar a cair nela. Pode retornar todo aquele pânico tido um dia! Se para realizar essa travessia, se para massacrar aquelas angústias, todo aquele pânico, aquele medo, se precisou se agarrar a alguém ou alguma coisa para ir fazendo esse trajeto, ela não vai revelar "Eu me agarrei a esse homem, que nem trabalha, mas me ajuda em casa"; ou "me agarrei àquele outro, machista, violento", "ou àquele negro", ou "homem que fuma, bebe, é um cachaceiro". "O cara chega tarde da rua, camisa aberta, aquela barrigona pra fora", "todo suado, careca, um homem gordo agora", "meu antigo namoradinho é agora um homem gordo, feio, fedorento, velho já", "me agarrei a esse traste aí porque era melhor ter me agarrado a ele do que não ter me agarrado a nada" Mulher vai fazer essa confissão? Todas elas passaram pelo pânico do que ser como mulher. Mulher não vem desde cedo com o determinismo do rapaz, do homem. O homem tem ainda suas angústias mas ele sabe o papel dele, né. Ele sabe que ele é um ferrado, e que ele tem que se agarrar a uma mulher e constituir uma família. Pelo menos esse é o modelo masculino que ainda vale para uma boa parte dos homens. Na minha adolescência também, mesmo cheio de angústia, medo, pavor, de contradições internas, saía massacrando. O viril do homem, essa virilidade, já vem cedo. Ele tem que cair matando na realidade. O homem não tem fuga. É o macho, é o que sustenta, é o que vai passar vergonha em nome da esposa. Esse é o que sai arrranhando a realidade, tomando tombo de moto, agora no Ubereats, vendendo coco na praia, como faz um filho meu que tem um filho e cuja esposa o ajuda e acompanha. Consertando pneu furado, chega todo sujo em casa, ou na igreja, e a mulher lá arrumada, com os filhos em volta, as amigas... É por ela que ele faz, e é por causa dele que ela mantém a sua imagem. Mas ela não vai escancarar para as amigas -Aquele cara que está chegando ali, fedorento, cheio de graxa, que troca pneu de caminhão, esse sujeito, não é meu marido ideal não, eu não queria esse homem, estou com ele porque não tenho outro, me agarrei a isso porque foi melhor do que me agarrar a nada, que eu nem sei o que eu seria no mundo se eu não tivesse a família que eu tenho Que mulher vai dizer isso? Qual delas? Tem alguma? Toda aquela angústia da adolescência, aquilo que quis ter sido e talvez não foi, e que conseguiu realizar agarrando-se a alguém, lá na frente pode inclusive descartar esse qualquer um alguém aí, e negar que teve angústia, principalmente quando não tem nenhum registro.
94-Sócrates despiu Narciso em praça pública. Sócrates fez Narciso ir contra si mesmo revelando sua ignorância. Pela ousadia, foi condenado à morte! Platão desvirtuou Sócrates, e fez uma ideologia em cima das ideias de Sócrates. Levou 2500 anos para Freud recuperar o método socrático. Em 1930 Freud escreveu: “Em 1914 houve uma revirada na psicanálise:” “Não é o Eu contra a sociedade que o reprime, mas o Eu contra si mesmo” “A repressão é do Eu contra o Eu, para viver em sociedade” Essa foi a grande descoberta de Freud com o Narcisismo em 1914. Uma descoberta que já havia sido feita por Sócrates. Narciso contra si mesmo. Por isso Lacan, no seminário 8, afirma que Sócrates foi o primeiro psicanalista. Sócrates fez ‘psicanálise’ em praça pública. Freud levou a psicanálise de Sócrates da rua para o divã – no espaço privado. Narciso não quer ter seus erros revelados em praça pública. E nem no divã. Narciso adoece porque comete erros contra si mesmo. O tratamento envolve responsabilizar Narciso pela sua doença. -É você mesmo o sujeito de sua própria tragédia.
Da experiência se tira um conceito que necessita ser continuamente remetido de volta à experiência. O conceito vem e volta para a experiência. Em Leonizando os nosologistas metem o nariz para abrir caminho. Como não se pode definir o indefinível mete-se o nariz. Qual a fórmula que enquadraria o humano. O serumano vaza o conceito. Adquirir a consciência é adquirir a doença de cometer o crime. -Quero conhecer a Lei para passar pelo verso da Lei. Quero roubar para não ser descoberto. Se não roubar adoece! O sintoma é uma perversão que a pessoa se faz quando ela não consegue passar pelo verso aquilo que ela quer fazer. Ela fica de tal modo tolhida que não realiza o que pretende. Se uma pessoa se impedir de fazer tudo o que não deve fazer ela não irá fazer nada e ficará completamente doente. O autista tem medo de aduirir o Eu dele, ele teme o Eu, porque o Eu do outro mantém o autista na sombra. Ele vai usar o outro para fazer por ele. O autista não passa pela porta da Lei pois o outro fica ali no lugar do Eu dele. O autista não entra na porta do Eu. O Eu é um efeito sem causa. O autista não adquire o Eu para não adquirir o medo. Não adquire o Eu para não adquirir um efeito sem causa! Ele teria que adquirir o Eu para adquirir o medo de fazer as coisas: ele fica impedido. Quase Kafka se torna um autista fora da literatura!!
O amor do Ente em Narciso. O amor é a posse do objeto. A linguagem não é física, mas metafísica. A metafísica do amor. O Ente ama de modo doente. A mulher e a posse do objeto de amor. 92-Narcisismo e o amor do ente.
A Histérica e o Mestre Feminismo versus Machismo
90-Narciso e a moral da malandragem Se uma análise não serve para nada, para que serve uma análise?
A incrível guerra pacífica de Gandhi: -Você derrota seu inimigo levando um tiro dele! Narcisismo inteligentíssimo! Narcisismo cristão e exclusão – os judeus excluídos. Quem é o Batman? A revanche contra a ferida Narcísica. Gisele Bündchen – Ramster Top Model. Não saber cuidar de um ser humano faz um bebê se tornar autista. O autismo não é uma doença genética: é uma doença do amor. Autonomia da mãe que nomeia tudo de modo auto, inclusive no lugar do filho, que nunca se torna autônomo. Um filho autista nunca autonomeia – não dá nome por si mesmo. Ele nem chega à linguagem. Mesmo que a mãe seja ‘autista’, porque é ela que auto-nomeia tudo, em nome do filho, ela teria que saber como não ocupar integralmente essa função de autonomia e nem deixar o filho nomear. Autônomo versus heterônomo – nomes héteros – que nomeia de modo antagônico, parecendo ser outro. Travesti – mulher de pênis – a mãe que come o filho. A mãe come o filho depois vomita ele pela vagina. O filho – a comida da mãe. Sem um interventor cortando esse cordão umbilical, a mãe é dona do filho, uma propriedade dela, um objeto. Daí não sai Narcisismo nunca! Se a mãe é autista o filho será autista! Se a mãe é autista – auto-nomeia tudo, o filho é autista, não auto-nomeia nada. É um casal perfeito! Os autônomos – De um lado, o filho autista, que depende cem por cento da mãe. -De outro lado a mãe autista que não dá liberdade nenhuma ao filho porque ela é dona dele! Então, o Narcisismo, o cara ser herói, bancar uma guerra, ir embora de casa, enfrentar o mundo, ele ter uma ferida Narcísica, como Batman, Homem Aranha..., pela qual lutar, é mais vantagem do que ele não ter nenhuma e ser autista que não luta por nada porque não tem ferimento nenhum! A linguagem não machucou o autista para ele virar Narcisista.
Desconfiei de todo mundo, menos de você. E Capitu ria com seu olhar oblíquo, olhar de cigana. Dormindo com o inimigo. "É preciso duvidar de tudo". Deve ser a filosofia do empresário. "Penso. Logo, duvido". Quem, no amor, vai desconfiar de tudo? Usando a confiança em benefício próprio. -Quando ele jamais diria não, ela obtém o que deseja dele.
A culpa do roubo é de quem foi roubado. A culpa não é do assaltante, mas do assaltado. Se você foi roubado a culpa é sua! Não é o assaltante quem deve ser preso, mas o assaltado! O assaltado deveria ser condenado à morte! O mundo deveria ser dos assaltantes! Foi roubado, amigi? A culpa é sua!
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