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Historicizar

Author: Anderson Soares

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Description

Produzido por Anderson Soares (historiador e psicanalista) que objetiva manejar conexões de saberes pouco exploradas, que nos levam a desnaturalizar e desconstruir permanências discursivas em torno do sujeito singular e suas implicações históricas, culturais e subjetivas. Os saberes históricos e psicanalíticos dão suporte às nossas reflexões sobre este sujeito singular, atravessado por uma cultura, historicidade e processo intersubjetivo. Cada episódio se resume a reflexões sobre os condicionantes históricos e sintomas do mal-estar da sociedade contemporânea e sua complexidade. Também YOUTUBE
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Neste episódio são construídas reflexões sobre particularidades do racismo no Brasil a partir de necessária historicização. Esta que identifica silenciamentos e produções discursivas sobre o negro no Brasil ao longo dos séculos. Abordamos também a mazela racista na contemporaneidade, que prevalece a partir da dificuldade de parcelas de nossa sociedade, que não conseguem reconhecer o negro no lugar de cidadão.
A psicanalista e escritora Fernanda Hamann trouxe pilares centrais de sua publicação: a compreensão da obra de Nelson Rodrigues a partir de conceitos psicanalíticos. Já que a obra deste polêmico autor traz à tona uma estética do excesso e o permanente drama dos sujeitos no lidar com o permanente conflito entre o imperativo moral e o imperativo do gozo pulsional. Pulsão compreendida aqui como força motriz que pulsa ininterruptamente na exigência de satisfação que acossa o sujeito. A pesquisa de Fernanda Hamann utiliza a obra de Nelson Rodrigues para também trazer à tona a importante confluência entre psicanálise e literatura, que são práticas calcadas na palavra, lidam com a enunciação, com as formações do inconsciente e tratam o real pela via simbólica, reconhecendo a presença do indizível na experiência humana.
Neste episódio: reflexões sobre as novas técnicas de poder do neoliberalismo, apontadas por este autor como resultantes das mutações do capitalismo. Através de um panoptico digital e com moderadores invisíveis, investe nas emoções e em fragilidades do psiquismo dos sujeitos para obter produtividade e submissão. Neste contexto, com ausência de proibições e comunicação intensa nas redes, o sujeito contemporâneo (despsicologizado) se torna vítima e carrasco de si mesmo num permanente processo de auto-exploração e auto-exposição.
Neste episódio apresentamos reflexões sobre conceitos centrais desta obra de Michel Foucault, que aponta o poder como um feixe de relações e não como algo unitário e centralizado, como o Estado. As táticas de dominação vão se aperfeiçoando através de técnicas disciplinares (poder deixando de ser soberano para se tornar disciplinar) que visam obter docilidade e produtividade dos corpos, sem precisar suplicia-los através de explícitas violências. O poder é algo que circula, que produz saberes e que ninguém escapa dele.
Neste episódio: Wallace A. Guedes (historiador e crítico de cinema) nos traz importante pesquisa sobre a relação da produção cinematográfica com os regimes autoritários. E em específico o contexto histórico/político que envolveu a produção do importante filme 'Pra frente, Brasil' (1982), produzido por Roberto Farias. Wallace pesquisou documentação produzida pelos órgãos de censura ditadura e revelou como foi complexa a atmosfera política que sustentava a relação entre os produtores de filmes do Brasil durante os anos de vigência do regime ditatorial. Sua pesquisa (doutorado pela UFF), foi transformada em livro e publicada pela editora Appris em 2020, é uma importante contribuição historiadores que utilizam filmes como objeto de pesquisa para variados contextos históricos. Música ambiente: Os saltimbancos (Philips - 1977) Foto: divulgação (internet)
Renato Maia (cientista social e integrante da banda Discarga Violenta) nos apresenta um rico histórico do Punk no Brasil e RN. Passando pela implicação política com princípios anarquistas até a produção de zines e demais trincheiras contra as variadas formas de autoritarismo. A cena do RN é destacada e esmiuçada desde fins dos anos 80, com o desenvolvimento de práticas auto-gestionárias e forte atuação na cena underground dos anos 90. Renato lembra que o hardcore sempre uma forma particular de se transmitir inquietação/transgressão diante da acomodação e do caos reinante nas sociedades.
Dante Moretti (Psicólogo e terapeuta corporal) fala sobre história de Wilhelm Reich, sua dissidência com a Psicanálise, seus conceitos e trajetória. Também aborda o surgimento da Bioenergética (Alexander Lowen) e de outras variantes reichianas, como Biossíntese e Biossistêmica. O contexto da chegada das ideias de Wilhelm Reich no Brasil (via Roberto Freire e Ângelo Gaiarsa) também é abordado por nosso entrevistado.
Psicanalista Rafael Lima nos traz reflexões sobre as particularidades históricas da chegada da Psicanálise no Brasil e todos os desdobramentos(políticos, culturais e clínicos) inquietantes ao longo das décadas. Passando pela tensa e particular travessia dos anos de ditadura militar até chegarmos ao tempo de aberturas para uma psicanálise plural/ polifônica, que dialoga com as demandas e inquietações do sujeito contemporâneo e das atuais modalidades de adoecimento psíquico, desamparo e mal-estar.
O historiador Lucas Pedretti aborda tema de sua dissertação de mestrado(PUC-RJ), que foi publicada pelo Arquivo Nacional: a repressão aos bailes Soul durante a ditadura militar. Ao analisar documentos dos órgãos de repressão, percebe-se a narrativa racista dos militares e fantasia de que jovens negros das periferias cariocas podiam ser financiados pelos movimentos 'Black Power' ou 'Panteras Negras' oriundos dos EUA. A representação da afirmação negra era vista pelos militares como "difamação" e racismo, já que a narrativa dos mesmos era sustentada pelo mito da democracia racial, ou seja, que no Brasil não existia racismo.
Pesquisadora Julliany Mucury fala sobre seu recente livro 'Renato, o Russo' (oriundo de tese de doutorado pela UNB), em que problematiza e contextualiza o legado poético de Renato Russo registrado nos emblemáticos discos da banda Legião Urbana. Seu livro nos faz compreender o lugar de Renato Russo como artista que conseguiu traduzir as inquietações e angústias de uma geração marcada por impactantes mudanças no campo político e cultural.
Jornalista Laura Mattos fala sobre tema de seu livro: a tensa relação da obra de Dias Gomes com a censura durante os anos de ditadura militar no Brasil. Trazendo particularidades da censura à obra Roque Santeiro (desde a peça "O Berço do Herói" de 1965). A mesma contextualiza atmosfera cultural/política da obra e fala sobre como interpretou documentação produzida pelos órgãos de vigilância e repressão, como DCDP.
Necessária reflexão sobre Borderline e a clínica psicanalítica dos casos difíceis, cada vez mais desafiada com as configurações e dinâmicas psíquicas contemporâneas. A abordagem do tema também sugere discussão sobre a relação sujeito, cultura sintoma e produção de subjetividades. Sándor Ferenczi e Donald Winnicott são dois autores pilares na sustentação teórica/clínica do que conhecemos como psicanálise contemporânea.
Obra fundamental para compreender o surgimento do movimento Black Rio em plena ditadura militar, a mesma que vigiava e via cultura negra como ameaça ao discurso de que o Brasil vivia uma democracia racial. O movimento Black precisa ser ofuscado e silenciado. Os bailes eram verdadeiros eventos de autoafirmação e resistência cultural de jovens negros dos subúrbios cariocas.
Reflexões sobre consciência histórica e sua função nas sociedades. Em que a partir da mesma seja possível pensar, questionar os condicionantes (culturais, políticos, subjetivos, etc) da ação humana e da produção discursos sobre a relação espaço- tempo de cada sociedade. Também questionarmos as variadas formas de interpretação, olhares e narrativas que pertencem ao saber histórico.
Ator/escritor considerado transgressor e maldito por construir enredos do submundo. Constituindo enredos (Dois perdidos numa noite suja, Barrela, Orações para um pé de chinelo, etc) e personagens desajustados sociais, patológicos e marginais. Censurado durante a ditadura, este autor expôs em sua arte um Brasil de sujeitos e cotidianos que horrorizavam a estética asséptica e higiênica da ditadura civil-militar no Brasil, que através da censura e repressão tentava esconder a existência dos conflitos, dramas e angústias vividos no cotidiano cruel e violento dos sujeitos comuns.
O filme de Roberto Farias se destaca por mostrar o contexto social do RJ do começo da década de 1960. A atmosfera social do lendário assalto suscita reflexão sobre as relações sociais e os problemas estruturais (racismo, miséria, violência, etc) de um determinado tempo histórico. Destaca-se o fabuloso elenco da época, que incluía Eliezer Gomes (Tião Medonho), Reginaldo Farias(Grilo Peru), Ruth de Sousa e Grande Otelo (Cachaça).
Neste episódio apresentamos reflexões sobre a tragédia/drama presente neste texto de Nelson Rodrigues. Que aborda o conflito do sujeito (classe média carioca) diante dos ímpetos de sua sexualidade e valores morais/ civilizatórios. Os conflitos dos personagens acabam por revelar o patológico e a hipocrisia comum quando o tema é sexualidade em atmosferas sociais de vigilância e repressão.
Reflexões sobre a censura ao livro Feliz ano Novo (Rubem Fonseca), que suscitou importantes questões sobre as motivações da censura: impedir que mesmo em ficções, sexualidades consideradas marginais, patológicas e ilegítimas pudessem existir e expressarem-se. Por este motivo considerada como atentado à moral e os costumes! Ditame comum durante os anos de ditadura civil-militar no Brasil.
Historiadora Lília Moritz faz rica historicização das práticas autoritárias de nosso país. Nos faz refletir sobre um passado que insiste em repetir -se em nosso complexo presente. O discurso da barbárie e as práticas autoritárias de dias atuais são devidamente contextualizados nesta obra.
Ensaísta Paula Sibilia constrói rico panorama crítico e reflexivo sobre a fábrica virtual de si mesmo, resultante das mutações de subjetividades e eclosão de novos hábitos do século XXI. Nos faz compreender o sucesso nas redes sociais do show do EU e do imperativo da intimidade como espetáculo.
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