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Devocional Verdade para a Vida
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Devocional Verdade para a Vida

Author: Ministério Fiel

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Este é um devocional diário, pois o homem não vive de pão somente, mas de toda palavra que vem da boca de Deus (Mt 4.4). Isto é, a Palavra de Deus nos sustenta todos os dias e é tão necessária para nossa saúde espiritual como o alimento é para a saúde física. Em alguns dias, você pode se ver lendo a Palavra de Deus com alegria, e em outros você pode ler mais pelo dever; porém ela é essencial todos os dias.
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Venha o teu reinoVenha o teu reino. (Lc 11.2)O Reino de Deus é imensamente distinto de qualquer reino terreno que já existiu ou um dia existirá. Reinos terrenos estão sob a influência de soberanos cujo poder é limitado e, inevitavelmente, há de declinar. O Reino de Deus, no entanto, é bem mais que uma entidade geopolítica ou mera parte da história. Trata-se de um reino eterno, universal e pessoal, e o domínio do Senhor sobre ele permanecerá por todas as gerações (Sl 145.13).Devemos ter essas verdades em mente quando oramos “Venha o teu reino”. Quando seguimos o exemplo de Jesus e oramos assim, uma das coisas que estamos pedindo é que o domínio soberano de Deus seja, cada vez mais, estabelecido em nosso coração e vida. Estamos orando para que aqueles que conhecem a Cristo vivam numa submissão crescente e jubilosa ao reinado dele.Aí está uma perspectiva bastante diferente de qualquer outra com que deparemos diariamente. Em geral, a cultura ocidental de hoje exalta as conquistas pessoais e a autossuficiência. Somos estimulados a acreditar que estamos no controle. Contudo, quando o Reino de Deus vem em nossa vida — quando oramos para Jesus tomar o lugar que lhe é devido no trono de nosso coração —, ocorre uma revolução. Já não somos escravos do pecado. O Rei da Criação reside em nossa vida e começa a nos conformar à imagem de seu Filho (Rm 8.29). Quando oramos dessa maneira, o Espírito Santo nos ministra estabelecendo o domínio real de Deus sobre cada dimensão da nossa vida.E isso não é tudo. Quando oramos “Venha o teu reino”, também estamos reconhecendo que Deus é o Rei das nações — ele reina sobre todas as questões temporais. Isaías o descreve assobiando às nações para virem “das extremidades da terra; e vêm apressadamente” (Is 5.26). O Rei chama as nações da mesma forma como chamamos nosso cão para dentro de casa. Quando Deus assobia, elas correm para atender à sua ordem.Portanto, não precisamos entrar em pânico ou nos deixar tiranizar por qualquer mudança nas potências terrenas. Antes, podemos nos regozijar no Senhor, nosso Rei, que é soberano sobre todas essas coisas.Seu reino não falha,Ele reina sobre terra e céus;As chaves da morte e do infernoA nosso Jesus são dadas:Elevai o coração,Alçai a voz!Regozijai-vos, repito, regozijai-vos!—Aprofunde sua devoção a Deus em fiel.in/devocional Devocional Verdade para a vida, por Alistair Begg | Editora Fiel. Conteúdo oferecido em parceria entre Truth For Life e Ministério Fiel
De uma feita, estava Jesus orando em certo lugar; quando terminou, um dos seus discípulos lhe pediu: Senhor, ensina-nos a orar como também João ensinou aos seus discípulos. (Lc 11.1)Nossa comunhão com Deus através do Senhor Jesus Cristo é manifestada principalmente através de nossas orações. Elas são evidências do nosso relacionamento com ele. Ele não apenas fala conosco através de sua Palavra, mas também nos concedeu o maravilhoso privilégio de nos comunicarmos com ele em oração.A Escritura nos fornece vários relatos da vida de oração de Jesus. Quanto melhor familiarizados estivermos com esses relatos, mais perceberemos que Jesus tratava a oração como um hábito santo. Ele orava regularmente bem cedo de manhã para colocar os planos do dia diante do seu Pai. Orar em um lugar silencioso e solitário permitia que Jesus seguisse a voz do seu Pai acima do barulho das multidões e até mesmo dos pedidos de seus discípulos. A oração formou o contexto ou a estrutura de todas as decisões que ele tomou.A rotina de oração de Jesus levou seus discípulos a pedir: “Senhor, ensina-nos a orar”. Eles ficaram aparentemente chocados pela intensidade e foco de Jesus, o que gerou uma fome em seus corações por uma intimidade similar com o Pai.Em resposta ao pedido deles, Jesus instruiu seus discípulos: “não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos” (Mt 6.7). Em outras palavras, ao orar, não devemos balbuciar ou tagarelar. Em vez disso, no exemplo que Jesus deu em seguida — nominalmente, a oração do Senhor —, descobrimos que os filhos espirituais de Deus são livres para se dirigirem a Deus simples e diretamente como a seu Pai celestial.E pelo que devemos orar? Para começar, devemos pedir que o nome de Deus seja honrado corretamente, para que ele traga o seu reino em nós e ao nosso redor e para que ele supra nossas necessidades diárias. Devemos admitir nossa necessidade por arrependimento diário, a necessidade de estender perdão aos outros e a nossa dependência de Deus para lidarmos com a tentação. Em nossas orações, Jesus explicou, devemos buscar e pedir para ver a glória e graça de Deus em meio à nossa vida cotidiana.Em nossa peregrinação cristã, não há nada que possamos conceber que seja mais importante — ou mais difícil de manter — do que uma vida de oração significativa. Mas aqui está a ajuda. Se Jesus, o Filho divino de Deus, precisava orar, então você e eu também precisamos. Esse pensamento humilhante deve nos colocar de joelhos. E, uma vez ajoelhados, podemos empregar livremente a oração do Senhor como um auxílio para nossa própria oração. Deus deu a você o grande privilégio de poder se achegar a ele em oração e se dirigir a ele como Pai. Ele está pronto para ouvir e para ajudar. Não deixe de tratar a oração como um hábito santo, e nunca como um extra opcional.
Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem do seu encarcerado, que sou eu; pelo contrário, participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus, que nos salvou e nos chamou com santa vocação. (2Tm 1.8-9)É muito fácil nos envergonharmos — nos envergonharmos do Mestre, dos servos do Mestre e da mensagem do Mestre. Portanto, é um grande desafio ouvir como Paulo exorta a Timóteo e a nós: “Não te envergonhes”.Conversas vagas sobre religião, Deus e espiritualidade são amplamente toleradas na cultura ocidental; frequentemente ouvimos ou lemos todo tipo de afirmação ambígua que parece estar vagamente alinhada com o Evangelho. No entanto, o que é inaceitável pelo padrão da sociedade é uma declaração clara de que não há salvação em nenhum outro a não ser Jesus Cristo. Se estivermos preparados para afirmar com Pedro que “abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12), então a palavra de Paulo a Timóteo aqui será também para nós: “Participa dos sofrimentos a favor do evangelho”.O convite de Paulo para participarmos do privilégio de sofrer pelo Evangelho é, em certo sentido, preocupante para nós. Está em forte contraste com o triunfalismo cristão dos nossos dias, que sempre busca representar a vida cristã em cores vibrantes. Muitos querem apenas confirmar e afirmar o poder de Deus para curar, para realizar milagres e para levar seu povo à vitória. Todavia, a Bíblia e a experiência humana nos contam que, na vasta maioria dos casos — e deixando de lado a morte como a cura definitiva —, aqueles pelos quais temos orado continuarão a sofrer e a viver em meio a dias difíceis. Precisamos falar a verdade: nas palavras de John Newton, o cristão precisa passar “por muitos perigos, labutas e armadilhas” — e haverá sempre mais provações no horizonte, especialmente se quisermos permanecer fiéis ao nosso chamado de pregar o Evangelho até aos confins da terra (At 1.8).Como, então, perseveraremos no sofrimento pelo Evangelho? É o poder de Deus, através da graça de Deus, que nos preserva até o fim. A letra de Newton fala sobre essa realidade: “Foi a graça que me trouxe em segurança até aqui e será a graça que me levará para casa”. Uma verdade maravilhosa!Deus salvou você, e ele pode preservá-lo em meio ao sofrimento. Deus comissionou você e pode lhe dar coragem quando você for chamado a testemunhar a verdade sobre ele. A verdade do poder sustentador dele é capaz de impulsionar o seu coração e de transformar a sua vida. Em meio a dificuldades e dias cheios de dúvida, você pode se agarrar a essa realidade como um bastião para sua alma. E, quando estiver tentado a se encolher para não tomar uma posição pelo Mestre, por seus servos ou por sua mensagem, você poderá olhar para o seu poder e oferecer uma oração silenciosa, a fim de que o seu testemunho seja eficaz ao abrir a boca para falar. “Não te envergonhes.”Romanos 1.8-17A Bíblia em um ano: Is 28–29; Mc 7.1-13
O Senhor era com José, que veio a ser homem próspero. (Gn 39.2)Não há lugar melhor para servir a Deus do que onde ele colocou você.Não há emprego perfeito, família impecável, nem um conjunto de circunstâncias livre de problemas. Aqueles de nós que buscam constantemente pela vida ideal, esquecendo-se de que a perfeição é reservada para o céu, se colocam em uma jornada que será marcada por frequentes decepções.É um eufemismo dizer que as condições que José experimentou foram menos que ideais. Após começar sua vida como o objeto do amor especial de seu pai, ele se encontrou como o objeto dos negócios de comerciantes de escravos. A segurança do lar de sua família foi trocada pelas algemas da escravidão.Como José, todos nós vemos nossas circunstâncias mudarem com o tempo. Podemos nos mudar para longe da casa em que moramos por tanto tempo; nossos entes queridos podem enfrentar turbulências; dificuldade financeira ou problemas de saúde podem ocorrer inesperadamente. Poucos de nós, entretanto, experimentaram um colapso tão íngreme quanto o de José. (E, se você tiver experimentado, quão encorajador é saber que a Escritura inclui histórias da intervenção de Deus na vida de pessoas como você!) Podemos pensar que José tinha todas as razões para fugir, se esconder, desistir, se tornar antagônico — e, ainda assim, a presença de Deus o carregou por cada vale.José não foi protegido das suas circunstâncias; ele foi protegido nas suas circunstâncias. Ele foi protegido pela presença de Deus. Há uma lição para nós aqui. Nunca é a resiliência, o conhecimento ou a sabedoria de um crente que o guarda. Em vez disso, o servo de Deus é protegido pela própria presença de Deus. É natural para nós pedir a Deus que mude nossa situação, que remova grandes dificuldades, ou que nos tire das provações. Olhamos à nossa volta e pensamos: “Eu nunca barganhei por isso!” Começamos a crer na mentira de que tudo ficará bem se pelo menos fugirmos ou se nossos problemas simplesmente forem removidos. Mas o fato é que não importa aonde formos, os problemas virão e a perfeição será ilusória deste lado do céu. Nosso único verdadeiro refúgio, como o salmista diz, é no Senhor (Sl 11.1).Deus poderia ter planejado a vida de José de outra forma. Em vez disso, ele escolheu permitir que os eventos se desenrolassem como aconteceram. Seu objetivo era que “por muitos perigos, labutas e armadilhas” ele carregaria seu servo. O Senhor estava com José, não menos quando ele andava no comboio dos escravos e se sentava no mercado dos escravos do que quando foi elevado ao respeito e à proeminência na casa de seu mestre. E a presença do Senhor está conosco também. De fato, ele prometeu a nós: “eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.20) — tanto por vales como pelo alto dos montes. Em que situação Deus colocou você hoje? E como saber que ele está com você aí, e tem uma boa obra para você fazer aí, muda sua percepção tanto das circunstâncias que você teria escolhido como das que certamente não escolheria?Filipenses 4.4-13A Bíblia em um ano: Is 26–27; Mc 6.30-56
Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. (Rm 5.10)Deus não é um vovô bonzinho ou um Papai Noel cósmico que apenas distribui presentes e que, na verdade, não está muito preocupado com mais nada. Não — ele é santo e justo. Então nós, seres humanos, por causa do nosso pecado, estamos alienados de Deus. Existe uma hostilidade entre a humanidade e nosso Criador. Essa não é uma mensagem que se escuta com muita frequência, e certamente não é muito palatável. Mas Deus não omite essa hostilidade. Ele nunca fez isso e nunca fará. A Escritura é muito clara quanto à disposição de Deus em relação ao pecado. De fato, Paulo descreve os seres humanos como inimigos de Deus, deixando claro que o pecado nos separa de Deus. A linguagem de Paulo também ecoa as palavras do salmista, que diz sobre Deus: “odeias todos os que praticam o mal” (Sl 5.5 NVI) — uma mensagem que não é nem agradável de ler nem fácil de entender à primeira vista.Onde, então, está nossa esperança? Como podemos ser reconciliados com Deus? Como Deus pode punir o pecado como deve e ainda assim perdoar pecadores?Ó, amável sabedoria do nosso Deus!Quando tudo era pecado e vergonha,Um segundo Adão veiopara a luta e para o resgate.Jesus, pela sua morte na cruz, satisfez a justiça de Deus. Ele tomou sobre si tanto a nossa obrigação de obedecer perfeitamente à lei de Deus quanto a nossa dívida por termos falhado nisso. Ele então satisfez nossa obrigação através de sua vida sem pecado e cancelou a nossa dívida pela sua morte sacrificial na cruz. Quando nossa alienação de Deus resultou em Deus odiar a nossa existência pecaminosa, ele não nos abandonou. Em vez disso, Deus veio e nos reconciliou através de seu Filho. Se isso não soa como a notícia mais incrível de todas, então ainda não entendemos devidamente a seriedade do nosso pecado, ou a realidade do juízo divino, ou a magnitude da nossa salvação.Para aqueles de nós que são cristãos há bastante tempo, é fácil criar familiaridade, se não desdém e então complacência. Mas a morte de Cristo não é apenas o ponto de entrada para a nossa fé; ela é a nossa fé. Hoje, portanto, pare para ver o segundo Adão, a humanidade perfeita, tendo êxito no que o primeiro Adão falhou e derrotando o diabo, revertendo os efeitos da Queda. Esse é o Evangelho. Seus pecados foram perdoados. Você foi resgatado. Você agora é um amigo onde uma vez foi um inimigo. Cristo é agora sua confiança, sua paz e sua vida.A realidade de estar em Cristo não é uma questão trivial; é uma garantia maravilhosa. Quando somos impotentes diante do pecado, o poder de Cristo nos liberta. Quando não podíamos suportar um débito tão alto, ele o carregou no madeiro (1Pe 2.24). Você agora está assentado com ele nos céus. Seu maior sucesso hoje não será se elevar mais alto do que ele já o elevou; nem a sua maior luta ou fracasso pode tragá-lo de lá.Colossenses 1.15-23A Bíblia em um ano: Is 23–25; Mc 6.1-29
Disse Deus a Moisés: Eu Sou o Que Sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros. (Êx 3.14)Em outras culturas, o significado dos nomes não importa tanto. Escolhemos um nome porque gostamos de como ele soa ou por ser precioso para nossa família em especial. Em outras culturas, no entanto, um nome pode ter, em si mesmo, um grande significado. Seu significado pode estabelecer algo sobre a pessoa que o carrega ou as esperanças do povo que o dá.Quando Moisés se encontrou com Deus na sarça ardente, perguntou: “Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?” (Êx 3.13). O nome que Deus compartilha com Moisés — YHWH (trazido para o português como “Eu Sou o Que Sou”) — tem quatro consoantes e nenhuma vogal. Tente pronunciar YHWH e verá que é praticamente impossível. Ele é, se você preferir, um nome impronunciável.O que é que Deus está fazendo ao responder dessa forma? Moisés estava pedindo por um nome de autoridade para dar ao povo de Israel e a Faraó, mas Deus lhe deu esse nome impronunciável. Deus parece estar dizendo: Não há nenhum nome que possa encapsular adequadamente a totalidade de quem eu sou. Então, diga a eles que Eu sou o Que Sou enviou você. Diga a Faraó que veja o que eu faço pelo meu povo. Então ele saberá quem eu sou.A Bíblia é a história não apenas da obra da salvação de Deus, mas também da revelação do caráter de Deus. Muitos de nós nos tornamos adeptos de lermos nossas Bíblias e perguntarmos coisas importantes para aplicação: “Como isso se relaciona ou se aplica? O que isso significa para mim?” Essas questões não são irrelevantes ou erradas, mas não são as perguntas mais fundamentais a fazer. Deus é o herói da história e o tema do livro, então a primeira pergunta que devemos fazer a cada passagem deve ser esta: “O que isso me fala a respeito de Deus?” A Bíblia foi escrita para estabelecer os feitos, o caráter e a glória de Deus.Muitos de nós cremos que o que precisamos da igreja a cada domingo são porções anedóticas ou listas inspiracionais que tratem das nossas finanças, relacionamentos e outras questões que podemos estar enfrentando. Nunca houve outra época na história do cristianismo na qual mais livros de tutoriais para crentes tenham sido escritos. Ainda assim, como estamos nos saindo de verdade? Aparentemente, sabemos como fazer tudo, mas não conhecemos quem Deus é!Para que Moisés pudesse fazer o que Deus o chamou a fazer, ele precisava entender quem Deus era (e é). Ele, como nós, precisava saber que Deus é mais do que apenas um nome.Vidas são transformadas quando lemos a Bíblia e perguntamos: “O que eu posso descobrir sobre Deus?” É como se víssemos o que Deus fez e entendêssemos melhor quem ele é, de forma que crescemos em admiração e amor por ele — e então seremos capazes de viver como ele deseja, realizando seu chamado em nossa vida. Nunca iremos escavar as profundezas das glórias do nosso indizivelmente maravilhoso Deus, mas passaremos a eternidade vendo mais e mais dele. E, conforme lemos sua Palavra, isso pode começar hoje mesmo.Êxodo 3.1-22A Bíblia em um ano: Is 20–22; Mc 5.21-43
Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade, promulgará o direito. (Is 42.3)Os grandes líderes políticos de antigamente dependiam da força para governar. (Muitos hoje ainda dependem.) Ciro, o Grande, rei da Pérsia, era descrito como alguém que atropelava pessoas até a morte e pisava nelas como um oleiro pisa o barro (veja Is 41.25). Contudo, ao mesmo tempo, Isaías profetizou sobre um Servo que viria — o qual estaria em contraste direto com os governantes do seu tempo.Jesus, o Servo, é manso, suave e bondoso. Aqueles a quem os outros são tentados a rejeitar e descartar, estes ele está disposto a usar, e é capaz de fazê-lo. Que palavra de encorajamento!Na figura de um caniço quebrado, vemos a importância da ternura em relação a nós. Você não pode se apoiar em um caniço quebrado, nem pode fazer música com ele. Ainda assim, Jesus cata do chão aqueles a quem outros colocaram de lado e faz uma bela melodia na sua vida e através dela. Hoje, você pode estar se sentindo terrivelmente pisoteado, machucado pelo que os outros fizeram a você, ou ferido por erros passados. Talvez você esteja tentado a crer que está quebrado e sem utilidade. Mas há uma notícia gloriosa para você: o Servo cata caniços quebrados e faz isso com cuidado.Jesus também faz uso de pavios fumegantes. Ele não os apaga; em vez disso, pega o cepo oscilante e faz dele uma luz brilhante. Talvez você tenha sido levado a crer que seus melhores dias já passaram; você é uma velha vela crepitando, uma chama fraca quase se apagando. Se você não tem tudo bem resolvido até agora, você diz a si mesmo, provavelmente não há esperança alguma para você. Porém, mais uma vez, há uma boa notícia: pavios fumegantes encontram esperança nesse Servo, que veio para nos reacender.Jesus tem um interesse fenomenal nos zés-ninguém — os caniços quebrados, os pavios fumegantes. Ele os redime e os usa para levar luz ao mundo e louvor ao seu nome. Em verdade, de um jeito ou de outro, somos todos caniços quebrados e pavios queimando levemente. Estamos dispostos a reconhecer nossa situação humilde a fim de podermos conhecer a mansidão e bondade do Servo? Afinal…Ele nunca apagará o pavio fumegante,Mas o elevará a uma chama;O caniço quebrado ele nunca quebra,Nem despreza o mais vil nome.Lucas 7.11-17A Bíblia em um ano: Is 17–19; Mc 5.1-20
Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia. (Ef 4.31)A maioria de nós, se não todos, sabemos como é acordar com o pensamento de que a vida não está nem um pouco próxima de como gostaríamos que ela fosse. Talvez você tenha se sentido assim quando acordou hoje. No corpo, nas emoções, nos relacionamentos, nas finanças e até mesmo na área espiritual, podemos estar enfrentando dias especialmente difíceis, e, como resultado, somos tentados a ficar desiludidos. O que devemos fazer?Uma forma útil de começar é pedir a Deus pela sua proteção contra três fontes poderosas de aflições espirituais: os “assassinos silenciosos” da amargura, do ressentimento e da autocomiseração. Esses três irão estrangular lentamente sua fé e transbordar em inveja e malícia em direção àqueles que possuem o que tanto queremos. Então, nas situações que enfrentamos, as quais talvez apenas Deus e nós conhecemos, precisamos da ajuda dele para responder com coração brando ao invés de um espírito severo.Em sua carta aos crentes em Éfeso, Paulo os encorajou — na verdade, ordenou — a abandonar toda amargura, cólera e ira. Embora seja mais fácil falar do que fazer, a ordem de Paulo em si mesma é bem direta. Na verdade, não há nunca uma ordem na Palavra de Deus a que não possamos obedecer, não importa o quão difícil pareça, pois Deus sempre nos capacita para o que ele ordena. Logo, se ele diz: Abandone algo, eu e você podemos estar certos de que ele pode aplicar o poder do Espírito em nossa vida para nos habilitar a fazer o que ele ordenou. Quando vivemos com amargura, ressentimento ou autocomiseração enchendo nosso coração, então podemos culpar somente a nós mesmos. Por mais que eu queira, não posso depositar a responsabilidade em Deus.Um indivíduo que poderia ter argumentado que suas circunstâncias legitimam esses três sentimentos venenosos era Ana, cuja história lemos no início de 1 Samuel. Ela deve ter lutado contra cada um deles enquanto mais um mês se passava sem que ela engravidasse, enquanto mais um dia trazia as provocações da outra esposa de seu marido e ela via os filhos que Deus dera a essa mulher. Mas ela levou suas frustrações e tristeza e fez algo melhor com elas: orou. Ela derramou seu coração diante de Deus. E, sabendo que fora ouvida, ela foi embora em paz. Conquanto, a essa altura, seu corpo ainda permanecesse infértil e suas circunstâncias permanecessem inalteradas, seu espírito havia sido liberto pelo seu Pai celestial.Deus protegeu Ana dos assassinos silenciosos da amargura, do ressentimento e da autocomiseração — e ele também há de nos proteger. Portanto, você não precisa ficar acordado à noite tentando se assegurar de que sua vida acontecerá da forma como você quer. E você não precisa ser dominado pelo sentimento de desencorajamento de acordar para mais um dia de circunstâncias indesejáveis. Em vez disso, você pode usar esses momentos para aprender o valor de deixar as dúvidas e situações que não entende aos cuidados de Deus — que é, afinal, exatamente o lugar onde elas devem ficar.1 Samuel 1A Bíblia em um ano: Is 14–16; Mc 4.21-41
Alguns deles […] falavam também aos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus. […] muitos, crendo, se converteram ao Senhor. A notícia a respeito deles chegou aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia. Tendo ele chegado e, vendo a graça de Deus, alegrou-se e exortava a todos a que, com firmeza de coração, permanecessem no Senhor. (At 11.20-23)“Misteriosos feitos são as obras do meu Deus.” Na vida da igreja primitiva, foi a perseguição das congregações em Jerusalém — as únicas igrejas no mundo a essa altura — que fez a mensagem do Evangelho alcançar mais longe e mais rápido do que teria acontecido se esses primeiros cristãos não tivessem sido forçados a fugir de sua cidade. Como os crentes foram dispersados pelas cidades da Fenícia, Chipre e Antioquia, o Evangelho se espalhou aos “helenistas” — os gregos — na igreja, e muitos creram.No entanto, quando a notícia dessas conversões de gentios chegou à igreja em Jerusalém, ela não foi bem aceita de imediato. Até aquele ponto, a expansão do Evangelho havia sido quase inteiramente entre os judeus. Agora, relatava-se que os gregos estavam se tornando cristãos também. Isso confrontou a igreja com um novo desenvolvimento para o qual eles não estavam realmente preparados. O que estava acontecendo? Eles deveriam sorrir ou fazer cara feia para isso? Quem eles poderiam enviar para lidar com um encontro como esse?Não deveria nos surpreender que eles decidiram enviar Barnabé. Ainda que nem todo mundo na igreja pudesse lidar com novas e diferentes oportunidades, Barnabé era um encorajador e um homem que reconhecia a obra redentora de Deus nos outros, até mesmo quando isso era surpreendente ou estranho (veja At 9.26-28). Com certeza, Barnabé reconheceu que o que havia acontecido era a obra do Senhor, e estava contente em exibir a graça de Deus, encorajando novos crentes com a exortação de que todos precisamos: continuemos na graça e permaneçamos verdadeiros a Deus com todo o nosso coração.Se tivermos vivido nossa vida na tentativa de canalizar o Espírito de Deus em nossas trincheiras de concreto, tendo determinado que esse caminho ou aquele lugar é o único no qual Deus operará, devemos reconsiderar tal coisa. Como Deus continua a expandir seu reino e derrama seu Espírito sobre o povo que menos espera ser incluído, temos a oportunidade de responder com o tipo de entusiasmo que Barnabé modelou. Apesar de a mensagem do Evangelho ser imutável, nosso mundo e época estão em constante mudança. Contudo, Deus continua a chamar pessoas para ele “de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap 7.9). Devemos esperar que ele nos surpreenda — que ele opere de maneiras que não prevemos e em um prazo que é diferente do nosso. E, quando ele fizer isso, precisamos estar prontos para sermos como Barnabé, “[cheios] do Espírito Santo e de fé” (At 11.24), regozijando-nos nas novas obras de Deus, dispostos a sermos parte dela e encorajando os outros a continuarem na graça dele.Atos 10.1-48A Bíblia em um ano: Is 10–13; Mc 4.1-20
Porque quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos dar voluntariamente estas coisas? Porque tudo vem de ti, e das tuas mãos to damos. (1Cr 29.14)Algum tempo atrás, parte da equipe da minha igreja decidiu colocar adesivos em tudo no prédio, anunciando que era “Propriedade da Igreja Parkside”. Inicialmente, perguntei-me se realmente esperávamos que alguém, ao roubar um cesto de lixo, o viraria, leria o adesivo e de repente decidiria devolvê-lo. Parecia um exercício razoavelmente sem sentido. Eu logo descobri, entretanto, que eu até gostava de virar as coisas de ponta-cabeça e ver os pequenos adesivos que declaravam: “Isso pertence à igreja”!Lembretes do senhorio e da provisão graciosa de Deus ecoam por toda a Escritura. Quando o Rei Davi se envolveu em fazer planos para o templo, ele se dirigiu para a providência de Deus com clareza e humildade; ele sabia que, como seres criados em um mundo criado, podemos apenas dar ao nosso Criador aquilo que já nos foi dado pelo nosso Criador. No Novo Testamento, também, o apóstolo Paulo escreve: “Que tens tu que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?” (1Co 4.7).As palavras de Davi não eram uma nova percepção para o povo de Deus. Gerações antes, quando os israelitas se preparavam para construir o tabernáculo, Moisés lhes havia instruído: “Tomai, do que tendes, uma oferta para o Senhor” (Êx 35.5). O que eles tinham em seu meio? Apenas o que o Criador havia fornecido. Apenas o que o Redentor lhes havia garantido em seu êxodo do Egito (12.35-36). Apenas o que o Sustentador da vida deles havia tornado possível para eles fazerem (35.30-35).Quanto à propriedade da igreja que agora foi etiquetada, podemos dizer que tudo o que temos — na verdade, tudo na Criação — está estampado com o selo da posse de Deus. Abraham Kuyper, um teólogo influente que também serviu como primeiro-ministro na Holanda no começo do século XX, disse: “Não há um centímetro quadrado de todo o domínio da nossa existência humana sobre o qual Cristo, que é Soberano sobre tudo, não clame: ‘Meu!’”Esse ponto de vista é enormemente diferente daquele da nossa cultura contemporânea, que tende em direção a duas noções falsas: ou que somos autocriados, ou que tudo na terra, incluindo a nós mesmos, é deus. Não é assim, diz a Bíblia: “Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam” (Sl 24.1).Deus está nos chamando a andar em humildade ao nos lembrarmos de que tudo que temos vem dele. Nossa própria vida deveria proclamar: “Eu pertenço a Deus!” Não há nada que você possa oferecer a Deus que já não esteja sob a posse dele. Portanto, de boa vontade e generosamente, dê — dinheiro, tempo, talento — conforme Deus o direcionar, em resposta à graça dele.2 Coríntios 8.1-15A Bíblia em um ano: Is 7–9; Mc 3
E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. (Cl 3.17)Hoje, eu e você temos trabalho para fazer.Em sua primeira carta aos coríntios, quando o apóstolo Paulo instruiu a igreja a receber Timóteo calorosamente em sua comunidade, não era porque Timóteo estivesse tentando fazer um nome para si, possuísse algum título ou honraria, ou estivesse buscando se tornar notável. Não; era simplesmente porque Timóteo estava “[trabalhando] na obra do Senhor” (1Co 16.10).A obra do Senhor é qualquer coisa na qual podemos colocar nossas mãos ou concentrar nossa mente e que seja agradável a Deus, ao trabalharmos para ele em vez de fazê-lo para impressionar os outros (Cl 3.23). Isso pode ser dentro do corpo de Cristo ou em serviço ao mundo à nossa volta.Paulo propositalmente inclui a frase “tudo o que fizerdes” no versículo 17. O “tudo” do serviço cristão significa que, em todos os nossos empreendimentos, com a ajuda do Espírito Santo, devemos buscar nos posicionarmos para eficazmente nos envolvermos no ministério do Evangelho. Seja ao ajudar o próximo, seja ao acolher visitantes que atravessam as portas de nossa igreja, seja nos voluntariando na comunidade, todo tipo de serviço é uma oportunidade de direcionar os outros para o nosso Salvador. Que privilégio é saber que fomos colocados aqui na terra para nos envolvermos em ver pessoas incrédulas tornando-se seguidores comprometidos de Jesus Cristo!Dentro do corpo de Cristo, devemos reconhecer que nosso crescimento espiritual é o resultado do serviço de outras pessoas ao Senhor. Paulo corretamente via os coríntios como resultado do seu labor no nome de Cristo, ao escrever: “Acaso, não sois fruto do meu trabalho no Senhor?” (1Co 9.1). A própria existência da igreja em Corinto devia-se ao fato de que o apóstolo estava fazendo a obra do Senhor. Paulo não era nem irrelevante nem preeminente; na verdade, ele foi propositalmente designado para uma responsabilidade específica.Como cristãos, nosso chamado não é para apenas nos sentarmos e aprendermos, mas também para crescermos e irmos, a fim de pescar e alimentar. Deus nomeia cada crente para responsabilidades específicas dentro do ministério e serviço cristãos, e essas responsabilidades incluem trabalhar para ele em quaisquer circunstâncias e oportunidades que vierem em nosso caminho hoje; pois elas não apenas vêm por acaso, mas por arranjo divino. Paulo admiravelmente modelou isso para nós através de sua obediência ao chamado de Deus, ao reconhecer que ele era “um instrumento escolhido” que deveria levar o nome de Deus “perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel” (At 9.15).A obra do Senhor era algo que Paulo levava a sério. Nós também devemos agir assim. Somos todos chamados a honrar a Deus onde quer que estejamos. Considere o que pode mudar em como você pensaria e no que você faria se, em todos os momentos, você se perguntasse: “Agora, o que Jesus quer que eu faça aqui? Como posso louvar seu nome e alegrá-lo neste momento?” Hoje, você possui o privilégio de ter trabalho a fazer para ele.Salmo 127A Bíblia em um ano: Is 5–6; Mc 2
Ora, levantou-se grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava a encher-se de água. […] eles o despertaram e lhe disseram: Mestre, não te importa que pereçamos? E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! (Mc 4.37-39)Qualquer um que tenha vivido tempo suficiente sabe que, na vida, as tempestades certamente virão. Às vezes, aparentemente do nada, somos confrontados com uma inesperada demissão, um diagnóstico sinistro, a dolorosa perda de um ente querido ou a tristeza de um adeus. Como os discípulos pegos pela tempestade no Mar da Galileia, podemos nos sentir sobrecarregados por essas provações, como se o nosso barco estivesse afundando.Seguir a Jesus não nos isola das tempestades da vida, mas podemos nos confortar ao saber que Deus promete não nos abandonar nessas horas. Ele pode acalmar nosso coração e pode até mesmo emudecer as próprias tempestades.Quando as tempestades vêm, somos tentados a duvidar de Deus. Os discípulos questionaram a Jesus, embora tivessem visto seus milagres em primeira mão. Eles encararam Jesus nos olhos e compartilharam refeições com ele todos os dias — porém, quando a tempestade se levantou, eles chegaram a um nível de pânico de incredulidade como se tivessem se esquecido de quem era Jesus e do que ele era capaz de fazer. Nós não nos pegamos assim também com frequência? Assim que a turbulência nos atinge — assim que os ventos e ondas da vida se levantam —, nossas dúvidas e fraquezas explodem e nos esquecemos de quem é que habita em nós e o que ele é capaz de fazer.Deus não impede que as tempestades venham. Mas ele é um Deus que tanto está presente através delas quanto é soberano sobre elas. Jesus não apenas ficou com os discípulos durante a tempestade, mas demonstrou seu poder ao acalmá-la. Como Deus, ele havia criado o próprio mar. Por que o mar lhe seria um problema? Para nós, também, até mesmo as circunstâncias que parecem não ter solução e ser intransponíveis se desdobram exatamente como ele planejou. Quando as dificuldades, o medo e a dor persistem, podemos confiar nele para nos dar a paz que “excede todo o entendimento” (Fp 4.7) e nos fazer atravessar até um lugar de calmaria, quer esse lugar chegue nesta vida, quer chegue apenas além da tempestade final da morte.A pergunta, então, não é: “Tempestades virão em minha vida?” Elas certamente virão. Em vez disso, devemos perguntar: “Quando as tempestades vierem, crerei eu que Jesus Cristo é capaz de lidar com elas — e será que eu lhe permitirei fazer isso?” Ele pode dissipar nuvens de dúvida que embaçam nossa mente. Ele pode consertar nosso coração quebrado. Ele pode suavizar nosso anseio por amor. Ele pode reviver nosso espírito cansado. Ele pode acalmar nossa alma ansiosa.Quando você enxergar Jesus como Criador do universo, como aquele que acalmou o mar e aquele no qual todas as coisas se sustentam, então você também poderá experimentar a calmaria da tempestade.Marcos 4.35-41A Bíblia em um ano: Is 3–4; Mc 1.23-45
Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da sua glória. (Fp 3.18-21)“Não somos daqui.” É o que os residentes da cidade de Filipos, na Grécia do primeiro século — até mesmo os que nasceram lá —, diriam, pois viviam sob as leis romanas, vestiam roupas romanas e escreviam seus documentos em latim. Eles eram cidadãos romanos. O lugar inteiro se parecia com Roma — mas não era Roma. Os cidadãos de Filipos estavam na Grécia, mas viviam como cidadãos de Roma.Ser um cristão, Paulo disse a eles, é similar: estamos vivendo a vida cristã ainda que ausentes da capital cristã — a qual, você ficará aliviado em saber, não é Washington, DC, nem Londres! Os verdadeiros “degraus do Capitólio” são muito mais altos e mais grandiosos. Nossa cidadania é no céu, e, enquanto vivemos aqui como estrangeiros — como pessoas que não se encaixam —, faremos diferença no mundo à nossa volta.Como cristãos, nossa grande oportunidade diária é caminhar em um novo dia e ser diferente — sermos o que somos: cidadãos do céu, um povo que não é daqui. Devemos ouvir as pessoas dizerem: “Ei, eu posso perceber, pela forma como você anda e fala, que há algo diferente a seu respeito”. Isso significa que, quando pensa sobre a vida, você precisa se perguntar algumas coisas: Qual é o objeto da minha devoção, aquilo que me motiva e orienta a minha existência? É a minha aparência? É o meu currículo? É paixão e prazer? Pelo que estou vivendo?A Bíblia nos alerta que, se vivermos para “usufruir prazeres transitórios do pecado” (Hb 11.25), uma hora eles irão nos engolir e drenar nosso fôlego de vida. Em vez disso, devemos viver na expectativa de um futuro de glória. Seremos transformados; teremos novos corpos “[iguais] ao corpo da sua glória”. Nossos corpos celestiais não serão enfraquecidos pelo pecado, por desejo egoísta ou por desintegração. Estaremos em casa, um dia, e será maravilhoso!Se as pessoas suspeitam pela sua vida e descobrem pela sua fala que você tem a cidadania no céu, que você serve o Deus vivo e espera ansiosamente para ir para casa, onde sua vida será completamente transformada, então, mais cedo do que tarde, algumas delas irão pedir que você lhes dê a “razão da esperança que há em vós” (1Pe 3.15).Portanto, lembre-se de onde você está. O impacto do Evangelho, sob Deus, está diretamente relacionado à sua disposição em viver como Cristo. Permita que a maravilha da sua cidadania celestial o torne sensível e compassivo à medida que você se move entre aqueles que são “inimigos da cruz” (Fp 3.18). Cristo retornará — e, quando ele voltar, o dia em que você irá para casa terá chegado. Se por acaso não for hoje, então hoje é um dia de oportunidade para você ser diferente. Como você aproveitará essa oportunidade?1 Pedro 2.9-17A Bíblia em um ano: Is 1–2; Mc 1.1-22
Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio. (Sl 90.12)Em seu livro E se fosse verdade…, Marc Levy encoraja os leitores a imaginar um banco creditando à sua conta um valor de 86.400 dólares a cada manhã. A conta não pode transferir nenhum saldo de um dia para o outro, e apaga qualquer valor remanescente. O que você faria? Iria sacar cada centavo, é claro!Ele então aponta que todos nós temos, sim, um banco como aquele: chama-se tempo. A cada manhã, recebemos 86.400 segundos, e a cada noite perdemos qualquer tempo que não tenhamos usado sabiamente. Não há saldo nem cheque especial; podemos viver apenas no saldo de cada dia e esperar obter o máximo dele. Apesar de os cristãos terem a esperança certa da vida eterna, nosso tempo nesta terra ainda é limitado. É por isso que, no Salmo 90, Moisés nos lembra, à luz da brevidade de nossa existência humana e da eternidade de Deus, de contarmos nossos dias corretamente, a fim de podermos alcançar coração sábio.Em nossa cultura ocupada, podemos nos tornar tão preocupados em viver o agora, que não reconhecemos a relação entre nossa mortalidade e o pecado. Se não tivermos resposta alguma para a morte e não quisermos viver temendo-a, o melhor que podemos fazer é ignorá-la e viver como se nossos dias não estivessem contados. Todavia, na ressurreição de Jesus Cristo, nós temos, sim, uma resposta para a morte, e não precisamos temê-la. Nossa vida pode confiar no cuidado providencial de Deus e atestá-lo, pois ele dá substância, fundamento e significado à nossa existência. Precisamos que Deus imprima essa verdade em nosso coração e mente.Contar os nossos dias corretamente é o resultado tanto de uma transformação interna que o Espírito de Deus efetua com o tempo como também um esforço consciente de usar nosso tempo à luz da eternidade. E não há dia melhor para começar a contar os nossos dias corretamente! Não permaneceremos nesta idade por mais um segundo sequer. Quando conhecemos cristãos mais velhos que exibem sabedoria profunda e são contentes com a forma como passaram a própria vida, é por causa do comprometimento que fizeram em sua juventude. O exemplo deles deve nos inspirar a seguir a orientação de Eclesiastes: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer” (Ec 12.1).Seja tão determinado a evitar o desperdício do tempo nesta vida quanto é em evitar o desperdício do dinheiro em sua conta bancária. Valorize os momentos deste mundo e aparentemente insignificantes e peça a Deus que os use para fazer diferença em sua alma e aos outros ao seu redor. Faça cada segundo contar para Cristo.2 Timóteo 4.1-8A Bíblia em um ano: Gn 49–50; Rm 16
Não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos. (At 4.12)Perto do campus da Universidade Northwestern no subúrbio de Chicago, há um templo amplo erigido pelo bahaísmo. É uma estrutura magnífica, com nove pórticos — um para cada uma das nove grandes religiões mundiais —, todos apontados para um auditório central. A arquitetura tem como propósito representar os muitos caminhos para a “verdade”, a qual os bahaístas creem que não pode ser encontrada em nenhum único dogma, pessoa ou entidade.Essa mentalidade não é muito diferente do ambiente cultural no qual o apóstolo Paulo viveu. O Império Romano era bastante aberto, bastante disposto a pensar expansivamente e bastante preparado para absorver todo tipo de religião. De fato, Roma abrigava uma vasta coleção de ídolos e deuses em seu panteão, prestando homenagem à sua crença de múltiplas vias para a verdade.Como, então, podia um lugar tão pluralista, aberto, de cultura politeísta, também jogar cristãos aos leões no Coliseu? Por que o Imperador Nero escolheu os crentes, indo tão longe a ponto de usar seus corpos como tochas humanas para iluminar suas festas?A resposta repousa em um simples fato: a cultura romana não podia e não iria tolerar o cristianismo, porque os cristãos não estavam preparados para simplesmente adicionar Cristo ao panteão imaginado. Em vez disso, eles se agarraram à verdade de que, como Pedro e João corajosamente contaram à mesma corte judaica que sentenciou o Senhor Jesus à morte, não há salvação em nenhum outro nome, senão o de Jesus. Na cultura de Roma no primeiro século, assim que o povo professava essa crença, eles eram desprezados, zombados e por vezes até mesmo sentenciados à morte.O pluralismo não pode tolerar aqueles — de fato, com frequência, ele é impiedosamente intolerante em relação a estes — que rejeitam sua visão de que todos os caminhos são igualmente válidos. Por volta de dois mil anos depois, precisamos reconhecer que vivemos num ambiente comparável ao Império Romano, embora seja, felizmente, menos brutal em sua perseguição. O cristianismo bíblico, com um Cristo que virá novamente em glória, uma Bíblia inerrante e um Deus triúno, é uma ofensa para o mundo pluralista.Contudo, a despeito do que o mundo ao nosso redor possa crer, Jesus não pertence a um pedestal ao lado de falsos deuses ou figuras religiosas. Ele é muito mais do que apenas mais um pórtico que aponta para a verdade. Como o deus filisteu, Dagom, caiu e se quebrou diante da arca do Senhor (1Sm 5.1-4), assim também será revelado que todos os outros não são nada comparados a Cristo. Essa mensagem não é popular, mas permanece verdadeira — e isso é maravilhoso; pois, se não houvesse um Salvador crucificado, não haveria caminho algum para a vida eterna, visto que todos os outros caminhos levam apenas para a morte. Um dia, Buda, Maomé e todos os outros falsos profetas irão se prostrar aos pés de Jesus e declarar que ele é o Senhor, para a glória de Deus Pai. Até que esse dia venha, agarre-se firme à verdade e busque mostrar às pessoas o único que é o caminho, a verdade e a vida de que todos precisamos (Jo 14.6). Foram os cristãos seguindo o exemplo de João e de Pedro de se recusarem a desistir ou a permanecer em silêncio que mudaram o Império Romano; logo, pela graça de Deus, possamos nós também transformar de igual modo o mundo hoje ao seguirmos os seus passos.Atos 4.1-22A Bíblia em um ano: Gn 46–48; Rm 15.14-33
[Daniel] se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer. (Dn 6.10)Comprometimento de curto prazo não é muito difícil. É a constância da disciplina que é mais difícil para nós — contudo, ela é uma chave para o crescimento espiritual.A natureza frequentemente esporádica do nosso comprometimento é observada nos programas de exercício, memorização da Bíblia, planos de leitura e resoluções de Ano-Novo que rapidamente abandonamos. Quantos de nós começamos bem alguma coisa, apenas para abandoná-la mais tarde! No entanto, da mesma forma, você provavelmente já encontrou pessoas que são incrivelmente consistentes e disciplinadas. Elas levam seu cão para passear exatamente na mesma hora, todos os dias, ou coletam sua correspondência com tamanha pontualidade, que você poderia usar isso para ajustar seu relógio; e, quando elas se dispõem a executar uma tarefa ou aprender uma nova habilidade, fazem-no com uma diligência que deixa você sem nenhuma dúvida de que elas irão até o fim.Daniel era um homem que exibia tal consistência em disciplina quando o assunto era oração. Sua vida não era marcada por explosões de entusiasmo seguidas duma inércia crônica. Ele claramente orava, quer estivesse com vontade, quer não. Provavelmente havia momentos em que ele se levantava de seus joelhos sentindo-se verdadeiramente abençoado, e outras vezes em que ele se sentia indiferente, mas ainda assim persistia. Ele orava, orava e orava, não importavam as circunstâncias. Isso é disciplina!Quando batia uma crise, ela não gerava o estilo de vida disciplinado de Daniel; antes, ela o revelava. Após o Rei Dario estabelecer um decreto que tornava ilegal orar a qualquer deus ou homem que não fosse o rei por um período de 30 dias (Dn 6.7), Daniel poderia ter racionalizado obediência ao rei em lugar da obediência ao Senhor. Ele poderia ter argumentado que, por ter acumulado um crédito tão fenomenal na força de todos os seus anos de oração, ele poderia ficar um mês sem orar. Aparentemente, no entanto, tal pensamento nunca nem ao menos passou pela sua cabeça. Em vez disso, ele permaneceu em oração assim “como costumava fazer”.Sem dúvidas, havia uma conexão entre a vida de oração de Daniel e a coragem que ele demonstrou em obedecer ao Deus de Israel em vez do mais poderoso rei no mundo conhecido. Nosso Senhor nos disse, também, que devíamos “orar sempre e nunca esmorecer” (Lc 18.1). Não devemos abandonar a oração por um tempo se não estivermos com vontade ou tivermos pouco tempo livre por uma temporada. Se quisermos viver para Jesus mesmo quando estivermos sob pressão, nossa vida de oração deve ser constante. Devemos considerar a oração como um elemento fundamental da nossa fé, não um mero suplemento agradável.A porta está bem aberta para você demonstrar o mesmo tipo de comprometimento consistente com a oração, assim como Daniel fez. Através da disciplina regular, a oração pode se tornar sua reação natural a todas as situações de sua vida. Será que você precisa separar um tempo a cada dia para orar e agradecer ao seu Deus, não importam as circunstâncias? Aonde quer que Deus nos leve, o que quer que façamos, não importa como seu plano se desdobre, que nossas orações jamais cessem.Efésios 3.14-21A Bíblia em um ano: Gn 43–45; Rm 15.1-13
Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. (1Ts 4.13-14)Mais cedo ou mais tarde, você enfrentará o luto quando alguém que você ama deixar esta vida. A pergunta não é se você enfrentará o luto; mas como.Alguns dos tessalonicenses estavam confusos a respeito do retorno de Jesus Cristo e da ressurreição dos mortos. Sua falta de entendimento estava causando angústia. Como eles deveriam pensar a respeito de companheiros cristãos que haviam morrido antes do retorno de Jesus? Onde estavam esses cristãos agora, e o que havia sido feito deles?Paulo começa lembrando os crentes da distinção entre o povo de Deus e o resto da humanidade, “que não têm esperança”. Um dia, já fomos como todo o resto: “lembrem-se de que no passado […] vocês estavam sem Cristo […] não tendo esperança e sem Deus no mundo” (Ef 2.11-12 NAA). No entanto, agora fomos redimidos e transformados. Fomos levados do desespero à esperança. Essa mudança deve ser de grande encorajamento para nós. É a fé viva e pessoal que nos distingue dos “demais”. Ademais, ao se referir “aos que dormem”, Paulo enfatiza a natureza temporária da morte para o crente. Não é uma condição permanente. Contudo, ainda que a metáfora de dormir nos ajude a lidar com o que acontecerá com o nosso corpo no momento da morte, ela não explica a totalidade do que acontece com a alma. Não há a intenção de transmitir a ideia de que a alma fica inconsciente no período entre a morte e a ressurreição. Jesus ensinou claramente que, após a morte, haveria uma consciência instantânea de alegria ou dor (veja, por exemplo, Lc 16.22-24). Está claro na Escritura que a morte leva o crente imediatamente para uma experiência mais próxima, rica e cheia de Jesus (Lc 23.42-43; Fp 1.21-24).O foco na natureza temporária da morte inspira nosso entendimento do luto cristão. Para um descrente enlutado, a morte traz apenas o choro triste do desespero e um vazio profundo que nenhuma medida de pensamento positivo ou clichês pode preencher. Todavia, para o crente, há uma tristeza genuína e cheia de lágrimas, mas que deve sempre estar acompanhada de um salmo exultante de esperança; pois, quando o Senhor voltar, ele “trará, em sua companhia, os que dormem”. O funeral de um cristão não é um tempo de dizer adeus para sempre, mas sim: “nos vemos em breve”. A ausência de um ente querido é temporária; o reencontro será permanente.Quando as perguntas mais intrigantes da vida nos tentam ao desespero, podemos encontrar conforto em sabermos que a Palavra de Deus é suficiente para todas as coisas, incluindo o nosso entendimento da morte. Guarde esses versículos em seu coração e imprima-os em sua memória, pois virá o dia quando você precisará se agarrar a eles. E faça disto a sua oração: “Senhor Jesus, me ajuda a me tornar um estudante do Livro, para não mais viver com confusão e inquietação, mas que eu seja preenchido com o teu conhecimento como alguém que reside na tua companhia, para que eu possa viver e enfrentar o luto com esperança”.1 Tessalonicenses 4.13-18A Bíblia em um ano: Gn 41–42; Rm 14
Basta; toma agora, ó Senhor, a minha alma, pois não sou melhor do que meus pais. Deitou-se e dormiu debaixo do zimbro; eis que um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te e come. (1Rs 19.4-5)Todos nós certamente já nos encontramos em um vale espiritual quando esperávamos estar no topo de um monte. Talvez, quando menos esperávamos, veio a fadiga física, ou recebemos notícias desencorajadoras, ou um pecado que nos atormenta persistentemente retornou para nos afligir. Circunstâncias preocupantes em nossa vida frequentemente convergem, desencadeando uma mudança da fé para o medo.O profeta Elias acabou se escondendo no deserto em grande parte porque seu foco havia mudado: ele havia começado a olhar para Deus através de suas circunstâncias, ao invés de olhar para suas circunstâncias através de Deus. Ele havia engrandecido as dificuldades de sua vida, e isso o paralisou. Ao começar a andar pela vista e não pela fé, sua paz foi perturbada e sua prosperidade espiritual foi corroída.Elias havia caído na armadilha do “eu”. Ao se concentrar nos muitos fracassos dos israelitas com respeito a Deus, ele se tornou presa da noção de que era o único servindo a Deus (1Rs 19.10). Sua fé e esperança foram trocadas por descontentamento e falta de paz. Por pena de si mesmo, ele fugiu para o deserto, negligenciando seu trabalho debaixo de um zimbro, orando para que morresse. Ainda assim, ao invés de julgá-lo ou discipliná-lo, Deus veio a Elias e o reanimou com comida e bebida, preparando-o para a jornada adiante. Com um sussurro gentil, o Senhor então revelou a si mesmo novamente para o seu servo abatido e o restabeleceu, dando-lhe uma nova lista de tarefas para cumprir (v. 4-16).Em meio a tempos difíceis, frequentemente nos permitimos ter pena de nós mesmos. Começamos a pensar que somos os únicos enfrentando tribulações. Alguns de nós podem até se ver na experiência de Elias; o Senhor nos usou grandiosamente e tivemos influência com o Evangelho no passado, mas, por qualquer razão que seja, estamos agora bem longe daquele topo de monte. Deus pode permitir que caiamos muito baixo — porém ele nunca nos abandonará. Como o anjo esteve com Elias quando ele estava em seu vale, também o Espírito de Deus está conosco em nosso vale.Se você se perceber em um deserto, não apenas procure um zimbro para se achegar debaixo de sua sombra. Não presuma que seus melhores dias ficaram para trás. Deus tem um propósito para você e para mim. Ele completa o que iniciou (Fp 1.6). Revigore-se com o lembrete da presença de Deus e siga em frente na obra para a qual ele o chamou.2 Coríntios 4.7-18A Bíblia em um ano: Gn 39–40; Rm 13
[Ele] interrogou os discípulos: De que é que discorríeis pelo caminho? Mas eles guardaram silêncio; porque, pelo caminho, haviam discutido entre si sobre quem era o maior. E ele, assentando-se, chamou os doze e lhes disse: Se alguém quer ser o primeiro, será o último e servo de todos. (Mc 9.33-35)A rivalidade é um elemento da vida. Em um time, uma rivalidade amigável pode significar impulsionar uns aos outros, auxiliando os membros do time a se tornarem mais rápidos ou mais fortes. Porém, quando a rivalidade dá ocasião ao egoísmo ou à inveja, ela enfraquece a unidade.No caminho para Cafarnaum, Jesus ensinava os discípulos, dizendo: “O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e o matarão; mas, três dias depois da sua morte, ressuscitará” (Mc 9.31). Talvez, conforme Jesus caminhava à frente deles, ele tenha ouvido pedaços da conversa dos discípulos esbarrando-se pelo caminho atrás dele. A discussão deles estava repleta de rivalidade invejosa sobre a grandeza deles mesmos.Esse é um assunto ruim para conversas em qualquer ocasião, mas especialmente nesse contexto. Que coisa inapropriada: enquanto Jesus lhes dava instruções a respeito de seu próprio sofrimento e morte, eles estavam preocupados com o próprio status e grandeza!Jesus perguntou a eles sobre a conversa para usá-la como uma oportunidade para instrução. No espaço de uma frase, ele virou as ideias de grandeza humana completamente de cabeça para baixo. A verdadeira grandeza em seu reino está em se colocar por último e agir como um servo para todos. Afinal de contas, é dessa forma que o rei desse reino vivia, e vive, pois ele “não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc 10.45).Se formos honestos, quando consideramos essa cena, vemos nossa face nas dos discípulos. Ouvimos nossa voz ecoar as deles. Pegamo-nos lutando por uma posição assim como eles. A rivalidade egoísta vem à tona frequentemente e nos lugares onde menos se espera. Ainda assim, o antídoto é sempre o mesmo: humildade. Todos nós precisamos do tipo de humildade, escreve David Wells, que é umaliberdade de nós mesmos que nos habilita a estar em posições nas quais não temos nem reconhecimento, nem importância, nem poder, nem visibilidade, onde até mesmo experimentamos privações e ainda assim temos alegria e deleite. […] É a liberdade de saber que não estamos no centro do universo, nem mesmo no centro do nosso próprio universo privado. Essa é uma lição difícil de aprender. Mesmo assim, apesar da nossa rivalidade e da ausência de nossa humildade, Jesus não nos abandona. Ver nossa própria face nessa cena é sermos lembrados de que estamos em constante necessidade da graça de Deus, conforme seguimos pelo caminho do discipulado. Apenas a graça de Deus pode tirar o seu foco de si mesmo e libertá-lo de si. Apenas olhar para aquele que deixou as glórias do céu para morrer por você em uma cruz pode mudar seu coração a ponto de você buscar servir, não ser servido e se importar menos com o seu prestígio do que com o bem dos outros. Jesus está chamando você hoje para servir, assim como ele serve você.Romanos 12.3-13A Bíblia em um ano: Gn 33–35; Rm 11.19-36
O homem que tem muitos amigos sai perdendo; mas há amigo mais chegado do que um irmão. (Pv 18.24)Ninguém gosta de se sentir sozinho e sem nenhum amigo. Todos reconhecemos a importância da amizade e do presente inestimável que um verdadeiro amigo pode ser. A amizade profunda — o tipo marcado por consistência, honestidade e sensibilidade — é o padrão que a Bíblia nos apresenta.Salomão diz que um verdadeiro amigo é sempre leal, não importam as circunstâncias: “Em todo tempo ama o amigo” (Pv 17.17). Vemos nossos amigos exatamente como eles são, e ainda permanecemos consistentes em nossa lealdade a eles. Além disso, amigos sinceros estão preparados para ferir a fim de que seus amigos possam se tornar tudo o que Deus pretende que eles sejam: “Leais são as feridas feitas pelo que ama” (27.6). Podemos não gostar disso em especial, mas cada um de nós necessita de amigos que nos responsabilizem quando erramos — e cada um de nós é chamado a ser esse tipo de amigo também.Devemos considerar também o nosso uso da linguagem: como Paulo diz, “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação […] e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Ef 4.29). Você pode partir um coração com apenas uma palavra e pode levar uma vida inteira para repará-lo.Homens e mulheres que levam esses princípios a sério podem se perguntar: “Existe mesmo algum amigo que personifique tais características? Existe alguém que eu conheça que seja sempre constante, que me repreenda em amor, que mostrará graça e sensibilidade todas as vezes que lidar comigo?” E a resposta para essas perguntas é encontrada, em última análise, na pessoa de Cristo. O escopo da amizade do Senhor Jesus é incrível! Ele fez amizade com os indivíduos mais estranhos — parando debaixo de uma árvore para conversar com um publicano, pedindo água a uma mulher imoral, estendendo a mão a um leproso. Ele era consistente em seu amor; estava preparado para falar palavras de verdade, por mais desafiadoras que fossem; encorajava as pessoas. Com a maior autoridade, Jesus é aquele que amou seus amigos o suficiente para dar sua vida por eles (Jo 15.13). Ele é o amigo dos pecadores:Quão bondoso amigo é Cristo, Revelou-nos seu amor; E nos diz que lhe entreguemos Os cuidados, sem temor.A amizade de Jesus é o padrão para nós. Como amigos de Cristo, somos chamados a amar e a sermos amigos de outras pessoas assim como Jesus. Na verdade, Jesus disse: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando” (Jo 15.14). Devemos aproveitar cada oportunidade para compartilhar a extensão da amizade dele com aqueles que não têm amigos e estão desamparados.Vivemos em um mundo onde conhecidos frequentemente são incontáveis e “amigos de redes sociais” são muitos. Mas isso não é amizade verdadeira. Você tem amigos que são constantes, próximos e iguais a Cristo? Se você tem, ame-os. Se não tem, ore para tê-los. E, hoje, seja esse tipo de amigo para os outros. Você pode ser justamente a resposta para a solidão de alguém ou a proteção para evitar a ruína de alguém.Tiago 5.13-20A Bíblia em um ano: Gn 31–32; Rm 11.1-18
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