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Histórias de Lisboa
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Histórias de Lisboa

Author: Miguel Franco de Andrade

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Quantas ideias de Lisboa cabem numa cidade com quase 3 mil anos de História? Quantas histórias se escondem debaixo dos nossos pés, na forma de uma praça, no nome de uma rua? Este podcast vai à procura dessas cidades invisíveis, uma por episódio, com a ajuda de historiadores, arqueólogos, arquitetos e investigadores.


Histórias de Lisboa é um podcast do jornalista da SIC, Miguel Franco de Andrade, com sonoplastia de Ana Salomé Rita e genérico de Nuno Rosa e Maria Antónia Mendes.


Todas as quartas-feiras, a partir de dia 23 de outubro, na SIC Notícias, SIC e Expresso, assim como em todas as plataformas de podcast.

28 Episodes
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O quarteirão entre as traseiras do Rossio, a Praça da Figueira e o Martim Moniz atravessou oito séculos de história, desde a fundação do convento dos dominicanos, em meados do século XIII. Por aqui passaram muitos dos acontecimentos que moldaram a história da capital, como a assembleia que tentou convencer o mestre de Avis a tomar a defesa de Lisboa contra o cerco castelhano, em plena crise de 1383-85. Na Páscoa de 1506, aqui teve início o massacre de judeus e cristãos-novos que levaria à chacina de 2 mil pessoas por toda a cidade. Era daqui saíam os condenados à fogueira pela inquisição, para os temíveis autos de fé no Rossio ou no Terreiro do Paço. Casaram-se e batizaram-se reis, inclusive aquele que viria a ser vítima de regicídio, D. Carlos I, o princípio do fim da monarquia. Já bem dentro do século XX, o local tornou-se conhecido por alojar os célebres armazéns do Braz & Braz, a loja de artigos para o lar, em plena Baixa Pombalina. No meio de tanta agitação, são domingos guardava, porém, um segredo, revelado durante a pandemia de Covid-19. Nas obras destinadas a transformar o convento em mais um hotel, os arqueólogos depararam-se com um número avassalador de restos humanos no subsolo do antigo claustro. No final da escavação, foram desenterrados quase 3 mil esqueletos, a esmagadora maioria dos quais bebés prematuros ou crianças com menos de 3 anos de idade. Neste episódio de ‘Histórias de Lisboa’, o jornalista Miguel Franco de Andrade conversa com a arqueóloga e bioantropóloga Lucy Shaw Evangelista sobre o mistério dos mortos do convento de São Domingos. See omnystudio.com/listener for privacy information.
As obras para uma cave num restaurante, em 1953, puseram a descoberto uma escadaria monumental, mas foi a construção da estação de Metro do Rossio que viria a revelar, uns anos mais tarde, o que restava do maior hospital de Lisboa. O mítico edifício, começado a construir no  século XV, recebia os doentes no Banco das Urinas e depois distribuía-os por diferentes alas: homens, mulheres, alienados, sifilíticos, etc.  Neste episódio de Histórias de Lisboa, o jornalista Miguel Franco de Andrade conversa com o historiador e arqueólogo Carlos Boavida sobre o Hospital Real de Todos os Santos.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Até 1981, Lisboa teve dois santos padroeiros: o popular (Santo António) e o oficial (São Vicente). As razões para esta duplicidade estão enraizadas numa história com quase mil anos. Santo António acabaria por ganhar o título de padroeiro mas, ainda hoje, o símbolo da capital é a barca e os corvos que conduziram as relíquias de São Vicente para a capital. Neste episódio de Histórias de Lisboa, Miguel Franco de Andrade conversa com o historiador de arte do Museu de Lisboa, Paulo Almeida Fernandes, sobre São Vicente, o outro santo padroeiro da cidade.See omnystudio.com/listener for privacy information.
“És um saloio!”, “Isso é uma saloiada”, “Não passa de uma saloiice”, “Olha a batatinha saloia!”. Na região de Lisboa (e não só…), a expressão “saloio” permanece em algumas marcas da linguagem (e de produtos), mas o que muitos não sabem é que saloio designou, durante séculos, as populações que habitavam os arredores a norte da capital. Saloios eram todos aqueles que produziam os alimentos hortícolas ou de origem animal (como os célebres queijos, a par do pão saloio), traziam água para a cidade, tratavam dos transportes entre o campo e cidade e faziam a lavagem da roupa dos alfacinhas nas ribeiras de água límpida dos arredores. Em troca, passaram a fazer parte de um certo folclore urbano, a que não faltou um certo olhar de desdém tão típico “dos da cidade”. Talvez seja esse o significado que hoje mais perdura na palavra saloio, a par da ideia de caseiro e natural, como o famoso pão saloio.  Em mais uma história de Lisboa, partimos à descoberta dos saloios, numa viagem pelos arredores da cidade. Ouça aqui a conversa entre o geógrafo Jorge Gaspar e o jornalista Miguel Franco de Andrade. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Não há como não reparar por estes dias, as jacarandás já começaram a florir nos jardins e nas ruas de Lisboa. A exuberância de uma árvore, cujo percurso desde a América do Sul até à capital portuguesa descreve uma de muitas histórias de uma cidade cosmopolita não passa desapercebida.  Mas esta árvore, que nos últimos meses ganhou inesperado protagonismo nas notícias de Lisboa, está longe de ser caso único no interessante universo das 799 espécies de árvores nativas, introduzidas, naturalizadas ou invasoras da capital. Algumas estão mesmo classificadas como exemplares de interesse público: e só na cidade de Lisboa há 62. Esta semana, nas 'História de Lisboa', vamos descobrir o que são afinal as tão famosas jacarandás e os segredos das restantes árvores de Lisboa com a diretora do Jardim Botânico da Ajuda  Ana Luísa Soares.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Entre a Estrela e Santos, bem debaixo dos pés dos lisboetas, os operários do metro estiveram a revolver o subsolo da capital, para criar uma expansão da rede do metro através de uma linha circular. As obras para as novas estações forneceram materiais e muita informação sobre o passado, numa zona tão central da cidade.  Neste episódio de 'Histórias de Lisboa', Miguel Franco de Andrade e o consultor de arqueologia do Metropolitano de Lisboa conversam sobre os novos achados arqueológicos descobertos durante as obras da linha circular do Metro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Entre 1850 e 1920 estrearam-se em Lisboa cerca de 250 peças de teatro musical, um género popular que inclui “revistas”, operetas, zarzuelas e outro tipo de “variedades”. Com o tempo, criaram-se empresários do ramo, vedetas, êxitos musicais e bordões, reconhecíveis por toda a gente, assim como as personagens tipificadas em palco: o político, o bêbado, a sopeira, mas também a varina, o galego ou o saloio. Neste episódio de Histórias de Lisboa, Miguel Franco de Andrade e o investigador do Instituto de Etnomusicologia da Universidade Nova de Lisboa, Pedro Félix, conversam sobre o teatro musical em Lisboa.See omnystudio.com/listener for privacy information.
As varinas de Lisboa

As varinas de Lisboa

2025-05-0642:56

Durante décadas fizeram parte da paisagem lisboeta; ou num imaginário construído à volta delas. A história das varinas tem origem nas dificuldades económicas na terra de origem, junto à ria de Aveiro. Estabeleceram-se nos bairros de Lisboa mais ligados à venda do peixe, como Alfama e Madragoa, e introduziram um colorido (e por vezes um incómodo) a uma Lisboa operária, burguesa e ela própria em acelerada mudança. Esta semana nas Histórias de Lisboa, Miguel Franco de Andrade conversa com a historiadora da Câmara de Lisboa, Sofia Tempero sobre as Varinas – um símbolo de Lisboa.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Desde há cerca de 90 anos, Lisboa vive lado a lado com um colosso da biodiversidade, sempre em evolução, sempre em mudança. Os terrenos férteis da serra de Monsanto já acolheram povoamentos humanos com milhares de anos, como é caso por exemplo do homem de neandertal. Foi procurado por monarcas e nobres para construir quintas e tapadas de caça com javalis, gamos e veados; os cumes e campos acabaram desertificados por uma agricultura intensiva de cereais e sobrepastoreio. Mas tudo começou a mudar, entre a segunda metade do século XIX e os anos 30 do século passado. Neste episódio do podcast Histórias de Lisboa, Miguel Franco de Andrade e engenheiro silvicultor Fernando Louro Alves percorrem a floresta à beira da cidade, o Parque Florestal de Monsanto.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Adelino Gomes localizou, perdido num sótão, um baú com fitas e gravações que lhe tinham sido entregues por um antigo colega de profissão. Lá dentro, milagrosamente, estava a versão mais alargada de um registo do dia 25 de Abril, captado em conjunto com Paulo Coelho e Pedro Laranjeira, que se julgava perdido. Nele, é possível acompanhar o retrato sonoro de um dia que começa como um golpe militar nas ruas da Baixa de Lisboa e termina em revolução popular em pleno no Largo do Carmo. Neste 'Histórias de Lisboa', Miguel Franco de Andrade vai numa viagem sonora com "os rapazes do gravador". Ouça aqui a entrevista a Adelino Gomes e Paulo Coelho e partes da gravação encontrada. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Considerado como um bairro típico, o Bairro Alto é, na verdade, uma experiência de modernidade numa Lisboa, até então, labiríntica e medieval. Os primeiros moradores estavam ligados às profissões da expansão marítima; seguiram-se as elites e uma população humilde que nunca deixou de o habitar. As cavalariças dos palácios deram lugar às máquinas de  impressão dos jornais, e estas aos bares e discotecas, numa espécie de ilha de liberdade (à noite) que durante o dia mais parece uma aldeia a dois passos do Chiado. Miguel Franco de Andrade e o historiador Helder Carita estão de visita ao Bairro Alto.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Durante décadas foram os  trabalhadores braçais, moços de recados, carregadores e aguadeiros da capital, substituindo em grande parte a mão de obra escravizada após o terramoto de 1755. Da imagem negativa do galego foi emergindo, aos poucos, uma geração de “lisboanos” cultos, ricos e prósperos. Neste episódio de Histórias de Lisboa, Miguel Franco de Andrade conversa com Carlos Pazos-Justo, professor da Universidade do Minho.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Como seria de esperar de uma cidade que foi disputada por vários poderes, Lisboa não deixou de contar com várias fortificações para a sua defesa ao longo da História. A primeira das muralhas foi durante muito tempo conhecida por cerca moura. A segunda  surgiu no momento de afirmação do primeiro rei, D. Dinis e consagrou Lisboa, cada vez mais, como cabeça do reinado. O terceiro sistema defensivo da cidade é também o mais extenso e o mais bem documentado, mas não necessariamente o mais bem protegido.  Neste episódio do podcast Histórias de Lisboa, o jornalista Miguel Franco de Andrade percorre as três muralhas (quase invisíveis) da cidade de Lisboa com a historiadora Ana Cristina Leite. Oiça aqui a entrevista.  See omnystudio.com/listener for privacy information.
Trailer: 2ª temporada

Trailer: 2ª temporada

2025-03-2501:40

As muralhas da cidade, Varinas, Galegos e Moçárabes, São António e São Vicente, o Bairro Alto e Monsanto são alguns dos temas da segunda temporada do podcast que vai à procura das cidades invisíveis, uma por episódio, que se escondem debaixo de 3 mil anos de História, com a ajuda de historiadores, arqueólogos, arquitetos e investigadores. A autoria e apresentação é do jornalista da SIC, Miguel Franco de Andrade. Todas as terças-feiras, a partir de dia 1 de abril, na SIC, SIC Notícias, Expresso e todas as plataformas de podcast.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Revoluções em Lisboa

Revoluções em Lisboa

2024-12-2552:38

Lisboa foi o palco das principais revoluções da História de Portugal nos últimos 750 anos: 1383-85, 1640, 1820, 1836, 1910 e 1974. Curiosamente, desde os finais do século XIV até ao 25 de Abril, há locais da cidade que repetem protagonismo nos momentos revolucionários: a Sé e o Rossio, e mais tarde o Largo do Carmo, a Praça do Comércio e a Rotunda do Marquês de Pombal. Consta até que uma das primeiras “fake news” da História de Portugal ocorreu durante a crise de 1383-85, quando os apoiantes do mestre de Avis puseram a correr pela cidade a falsa narrativa que a vida do futuro D. João I estava em risco. No episódio desta semana, o jornalista Miguel Franco de Andrade conversa com o historiador Daniel Alves, sobre 750 anos de revoluções que tiveram Lisboa como palco. Oiça aqui a entrevista.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O Lugar de Lisboa

O Lugar de Lisboa

2024-12-1841:34

Há pouco mais de uma década, em Lisboa, foi feita uma descoberta extraordinária: nas obras para um hotel, localizado perto do campo das cebolas, os arqueólogos encontraram, a servir de alicerce, uma pedra tumular com caracteres de uma escrita desconhecida que mais tarde veio a identificar-se como fenícia. É uma das mais antigas inscrições da Europa ocidental e um de vários indícios que nos mostram que, perto da foz atlântica do maior rio da Península Ibérica, estava a nascer uma cidade.  No episódio desta semana, o jornalista Miguel Franco de Andrade e a arqueóloga Jacinta Bugalhão recuam até momento inicial de contacto entre as civilizações do Mediterrâneo e as populações nativas que habitavam os territórios da foz do Tejo. E percorrem quase 3 milénios da História de Lisboa. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Ao contrário dos muçulmanos, que por volta do século XI, se tornaram a maioria da população lisboeta, os judeus sempre foram uma minoria. Mas as suas raízes no território da capital, estão agora comprovadas com um achado arqueológico extraordinário: um símbolo judaico marcado num pedaço de pão com 1500 anos. Durante séculos, a comunidade terá vivido em judiarias na atual Baixa, Chiado e até em Alfama, onde subsiste a “rua da Judiaria”. No episódio desta semana, o jornalista Miguel Franco de Andrade e o historiador Manuel Fialho recuam mil anos até um tempo em que, ao contrário do que se pensa, a convivência entre religiões era muito mais pacífica. Oiça aqui a entrevista.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Olisipo nunca foi capital para o Império Romano, mas Felicitas Ivlia Olisipo tinha muitos dos monumentos de uma rica cidade romana: termas, teatro, hipódromo e até muito provavelmente, nas imediações de Alfama, um anfiteatro semelhante ao coliseu de Roma (com gladiadores e tudo) se bem que à escala de uma cidade situado nos confins do império…Muitos deste monumentos ficaram esquecidos por mais de um milénio, até serem abruptamente revelados pelo terramoto de 1755 e pelas obras de reconstrução. Mas nem sismos, incêndios ou voragens imobiliárias trouxeram de novo à luz do dia o monumento mais importante de todos: o centro do poder e do negócio, do culto e a da vida cívica de qualquer cidade do império. Hoje nas Histórias de Lisboa, No episódio desta semana, o jornalista Miguel Franco de Andrade e o professor Carlos Fabião partem em busca do fórum romano de Olisipo See omnystudio.com/listener for privacy information.
Passam 5 anos sobre o primeiro caso oficial de Covid-19. Há mais de 100 anos, Lisboa era assolada por outra pandemia: a da Gripe Pneumónica, também conhecida, indevidamente, como Gripe espanhola. Sem cura, sistema de saúde, medicamentos ou alimentos para ajudar a curar os convalescentes, os poucos hospitais da cidade começaram a encher-se de doentes.  Os bairros da cintura industrial foram os mais fustigados, numa doença que - ao contrário da Covid-19 - afetava sobretudo os mais jovens. Muitos morriam em casa. Em breve, o número de mortos obrigava os coveiros, já exaustos, a trabalhar mais horas por dia. As oficinas da câmara de Lisboa fabricaram caixões para os mais pobres. Há quem defenda que o fim da guerra foi precipitado pela pandemia, e há também quem sustente que os contágios foram provocados pelas movimentações de tropas da I Guerra Mundial. No episódio de Histórias de Lisboa, Miguel Franco de Andrade conversa com a investigadora, Eunice Relvas, sobre os efeitos da pandemia de Gripe Pneumónica em Lisboa. Oiça aqui a entrevista  See omnystudio.com/listener for privacy information.
E se de repente nos dissessem que o fado, o género musical elevado ao estatuto de canção nacional, não surgiu no tempo dos árabes, de D. Afonso Henriques, das caravelas… mas tem afinal origens no século XVIII e em terras brasileiras?  Nos inícios do século XIX,  à  semelhança do que acontecia com outras cidade portuárias, Lisboa estava pronta para adotar – e transformar – uma nova forma musical.Raramente um género musical nacional se prestou a tantas apropriações. A música que foi cantada por prostitutas é hoje escutada nas mais prestigiadas salas de espetáculo e é património imaterial da Humanidade. Neste episódio de Histórias de Lisboa, Miguel Franco de Andrade conversa com o musicólogo e historiador, Rui Vieira Nery, sobre a História do Fado.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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