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A Vida em Revolução
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A Vida em Revolução

Author: Rádio Observador

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Como era a vida quotidiana nos anos de 1974 e 1975? As memórias do vertiginoso dia-a-dia nas várias áreas da sociedade portuguesa durante o PREC. Programa de entrevistas conduzidas por Rui Ramos e Pedro Jorge Castro.

39 Episodes
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As conversas do pai, que era governador de Angola com Marcelo Caetano e Costa Gomes. O ambiente na Faculdade de Direito. E a influência de Adelino Amaro da Costa. Ribeiro e Castro, parte I.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Operação Míscaros: o plano montado em segredo por um comandante da Força Aérea para desviar aviões e reagir ao 25 de novembro, levando ao recuo de Álvaro Cunhal. A descoordenação com os comandos de Jaime Neves no ataque à Polícia Militar. E a desilusão com o ex-ministro do Trabalho que o PCP enviou para Cuba e Angola. Parte II da entrevista ao General Vaz Afonso: “O PCP esteve muito próximo de sair vitorioso, mas nunca mereceu as palavras de Melo Antunes. Nunca foi democrático.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
Mário Soares quer ser Presidente da República, mas começa a corrida para as eleições de janeiro de 1986 com sondagens muito baixas e está preparado para perder com a maior dignidade possível. Diogo Freitas do Amaral chegou a garantir que não seria candidato, mas uma reviravolta no congresso do PSD da Figueira da Foz vai mudar tudo. Maria de Lurdes Pintasilgo, a primeira e única mulher a chefiar um governo em Portugal, decide avançar para Belém e ir contra a opinião do seu grande aliado — o ainda Presidente da República, general Ramalho Eanes. E um candidato surpresa vai aparecer à última hora, para agitar a corrida.  "A eleição mais louca de sempre" é o novo Podcast Plus do Observador. É narrado por Gonçalo Waddington e tem banda sonora original de Samuel Úria. Pode ouvir semanalmente os episódios de "A eleição mais louca de sempre" na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube ou outras plataformas de podcast. Os assinantes standard e premium do Observador têm acesso exclusivo e antecipado a todos os episódios em observador.pt.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em Moçambique, como delegado do Movimento das Forças Armadas, queimou as listas de informadores da PIDE para não serem alvo de vinganças. Na Base Aérea do Montijo conspirou com o comandante para resistir aos avanços da extrema esquerda. Na entrevista, o General Vaz Afonso, ex-Chefe do Estado Maior da Força Aérea, emocionou-se a recordar um encontro com o chefe inimigo.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O médico que lhe disse que podia fumar marijuana nos EUA desde que não engolisse o fumo. A expansão das drogas em Lisboa nos anos da revolução. Os encontros com os fugitivos de Alcoentre. E as prostitutas que o jornalista João Alves da Costa livrou da polícia.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A chegada de Salgueiro Maia a Beirolas para travar a saída das armas. Os bastidores da luta pelo poder no 25 de novembro. O processo por insubordinação militar. A caça às bruxas. Os tempos como ajudante de campo de Costa Gomes. E a hostilidade contra o ex-Presidente.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O governador com a moldura de Salazar. A operação Zebra para desmantelar a PIDE. O encontro com o comandante da Frelimo para explicar o 25 de abril. Spots e senhas pela rádio. O subchefe preso depois de lhe levar um Toyota. A proteção a Samora Machel. E o guerrilheiro de 12 anos que lhe apontou uma Kalashnikov. As memórias do coronel Manuel Lopes, chefe da polícia em Moçambique em 1974/75.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Primeiro date proposto pelo artista Julião Sarmento à ex-assistente de bordo da TAP Helena Vasconcelos, em 1974: irem a uma orgia em Cascais — em que acabaram por ficar vestidos a um canto. Uma viagem de impulso a Marrocos para irem comprar haxixe. O acordo para terem uma relação aberta. A falta de preocupação com o dinheiro. O emprego na Secretaria de Estado da Cultura com Eduardo Prado Coelho. A vida boémia com outros artistas. As primeiras exposições. E ainda as mudanças na aviação e os traumas da ponte aérea para Luanda.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Luís Pinheiro de Almeida é a única testemunha do abraço final entre Eanes e Otelo a seguir ao 25 de Novembro. Eanes chegou ao Copcon de óculos escuros, com uma pequena pistola no coldre, não olhou para ninguém, puxou de um papel e começou a dizer nomes dos militares que deviam apresentar-se na parada. “Otelo, tem coragem”, disse-lhe Ramalho Eanes, antes de o deixar a sós por instantes no gabinete. “O que o Otelo fez ninguém sabe. Não sei se rasgou mandados em branco”, recorda o seu assessor de imprensa. Ainda a destruição do telex de Costa Gomes. E a memória do poder absoluto do Copcon.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Passou a noite do 25 de abril a chorar agarrado à G3, no quartel de Mafra. Fez a primeira greve nas forças armadas. Foi corrido à pedrada nas campanhas de dinamização do MFA no Alentejo, por estar a tirar emprego aos locais. Luís Pinheiro de Almeida recorda a censura e a pancadaria quando o PCP tomou conta da sua agência noticiosa, onde trabalhava como jornalista ao mesmo tempo que era assessor de imprensa de Otelo. No dia 25 de novembro parecia um pistoleiro mexicano todo armado quando foi visitar o pai, que fazia anos: “Parabéns, pai, não posso ficar, estou em guerra”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Vasco Lourenço, estremunhado, em pijama, a dizer-lhe que “o Fabião borregou”. O sogro que pôs uma gravata preta pela perda de Angola. As noitadas à espera do fim das reuniões do Conselho da Revolução. A nostalgia pelo fim do maior espectáculo que viu na sua vida — o frenético ano de 1975. E a crítica a Eanes: “Hoje é um Deus, não é? Mas eu lembro-me como ele fez a vida negra a Sá Carneiro, a Balsemão e a Mário Soares. Nunca fui uma fã”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Maria João Avillez e a primeira entrevista a um Vasco Gonçalves “desconfiado”, que prometeu acabar com o seu apelido. “Não gostavam de mim nas redações: não tinham dúvidas de que eu era uma burguesa.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
A discussão sobre as refeições do Conselho de Ministros. A ameaça de tareia a um magistrado. Spínola: os berros, os pontapés debaixo da mesa, as indecisões e o passaporte com o nome do Patriarca. Vasco Gonçalves: “Um bem-intencionado, um pouco avariado da cabeça”. A manifestação da maioria silenciosa e o 11 de março. A guerra com o CDS e a lista secreta dos depositantes de um banco para financiarem o Partido da Democracia Cristã. A prisão na mesma cela que dois diretores da PIDE. E a fuga para Espanha disfarçado com uma capa e cabelo pintado. Segunda parte da conversa com o coronel Sanches Osório.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Sanches Osório reconstitui as primeiras 72 horas da revolução no posto de comando. A vantagem de Spínola sobre Costa Gomes para ser o primeiro presidente, que viria a ser “embarretado por toda a gente”. As crónicas do comunista Mário Castrim que influenciavam Vasco Gonçalves. E os funcionários que faziam louvores ao governo de Marcelo Caetano e viraram para a extrema-esquerda — “E eu passei a ser fascista e reacionário”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
“O PCP não levou arquivos para Moscovo”, mas controlava a comissão de extinção da PIDE, que “estava um bocadinho em regime de regabofe”. A carga de pancada dos PIDES no aeroporto. O conselho do avô: “À frente dos PIDES não se chora”. A coragem física de Mário Soares e Salgado Zenha. Spínola e a “matança da Páscoa, uma coisa de doidos”. O DN de Saramago, “uma coisa do pior que se possa imaginar”. E o grande negócio com o livro “O Triunfo dos Porcos”. Segunda parte da conversa com João Soares.See omnystudio.com/listener for privacy information.
João Soares, filho de Mário Soares, recorda como conheceu Salgueiro Maia no Largo do Carmo, onde andou a oferecer os primeiros exemplares do jornal República que não passaram pela censura. A viagem de comboio do pai desde Paris, a chegada a Santa Apolónia, e as primeiras lutas do PS: “Soares e Zenha, não há quem os detenha. Era um grande slogan.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
Os insultos no Bolhão a Otelo e Corvacho. A insólita reunião do Conselho de Ministros antes do cerco ao Parlamento. A conspiração entre Soares, Zenha e Sá Carneiro sobre a greve do Governo. Os 220 processos de saneamento em bancos e seguradoras. O afastamento do PPD e o pedido de demissão do Governo. Segunda parte da conversa com Artur Santos Silva: “Olhando para trás, não fiz nada que me tenha repugnado. Nada.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
Artur Santos Silva passou o 25 de abril de 1974 em casa do vizinho Francisco Sá Carneiro, no Porto, que ia sabendo da revolução por telefonemas de Balsemão e Marcelo. Celebraram com champanhe e conversaram sobre a construção de um partido social-democrata. Indicou vários nomes de fundadores do PPD, mas pôs-se de fora da comissão política, por não querer deixar o seu trabalho como diretor do Banco Português do Atlântico. O plano económico do “ventre mole da revolução”. O choque das nacionalizações e o pânico com as detenções de empresários.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O músico Tozé Brito pagou dez contos a um agente da PIDE para fugir do país e exilar-se em Inglaterra como tradutor, para escapar à guerra de África. Voltou no Natal de 1974 e viveu o quente ano de 1975 nos quartéis, a dar instrução sobre armas pesadas. Participou em campanhas de alfabetização no interior, onde viu a magia da chegada da luz elétrica e da televisão — e um homem ainda lhe perguntou pelo rei, 65 anos depois do fim da monarquia. Aos fins de semana dava concertos com o Quarteto 1111, que continuou a fazer músicas sobre o amor, apesar da mudança política na música: “Só havia espaço para a esquerda e para quem cantava a Revolução. Era massacrante estar a ouvir aquilo”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O choque violento com Vasco Gonçalves na assembleia do MFA. As influências que viravam Otelo no Copcon. As longas reuniões do Conselho da Revolução. Os agricultores armados para se defenderem das ocupações. E a granada que rebentou numa manifestação. Segunda parte da conversa com o general Pezarat Correia, que foi membro do Conselho da Revolução e comandante da Região Militar Sul.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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