André Trigueiro - Se Liga, Rio

André Trigueiro repercute a aprovação, pela Câmara Municipal do Rio, de um projeto que prevê a retirada de estátuas em homenagem a personagens ligados ao racismo, escravidão e violações de Direitos Humanos. 'Não é um debate simples', pontua. O comentarista cita pessoas que, a luz da História, tornaram-se controversas ou foram alvo de 'senões'. Para ele, apesar de em alguns casos a retirada da estátua ser pertinente, em outros é preciso uma avaliação: 'A memória nos explica e nos define', completa.

André Trigueiro analisou as sugestões feitas pelo governador do Rio ao Congresso para, em tese, asfixiar financeiramente os grupos paramilitares que atuam no estado. Entre elas, estão o fim da progressão de pena; o reforço do combate ao tráfico de armas e drogas; e a tarifa social nos serviços concessionados. Na visão do comentaristas, a legislação sempre pode ser melhorada, mas as medidas, se aprovadas, não vão ser capazes de conter a capacidade da milícia de achacar moradores de comunidades e se autofinanciar explorando serviços.

Para André Trigueiro, 'o governo federal não quer se protagonista da solução da violência no estado' e isso faz sentido na medida em que a bala de prata não virá de lá. O comentarista pontua que a União não deve se eximir de responsabilidades, mas a parceria financeira e logística, por si só, não é capaz de resolver um problema histórico no estado. Trigueiro afirma que 'a solução vem da eleição' - em referência ao enfraquecimento político do atual governador Cláudio Castro.

André Trigueiro repercute os ataques do poder paralelo ao transporte público, levando pânico a moradores da Zona Oeste do Rio na noite desta segunda-feira. Para ele, a queima de ônibus representa um prejuízo para a 'qualidade de vida do cidadão, para a economia e para a imagem do Rio'. Para além disso, o fato demonstra que pouco feito para desmantelar as milícias apesar de, há 15 anos, a CPI das Milícias na Alerj ter apontado nomes envolvidos: 'a milícia está no Legislativo, no Executivo e no Judiciário.'

André Trigueiro comenta mais um episódio de violência registrado em dia de clássico no futebol. Neste domingo, um homem morreu após ser baleado durante a briga de torcidas do Flamengo e do Vasco na estação de trem de Cosmos, na Zona Oeste. O comentarista afirma que criminosos se sentem livres de agir dessa forma porque têm certeza da impunidade, o que comprova que os métodos atuais de se coibir a violência ligada ao futebol, como a proibição de organizadas nos estádios, não são efetivos.

André Trigueiro recapitula e comenta os assuntos que dominaram o que classificou como 'semana difícil' no Rio, quase todos relacionados à crise na Segurança Pública: as armas desviadas do Exército em São Paulo que foram parar em área do tráfico no Rio; a prisão de policiais envolvidos em venda de drogas; e a troca na chefia da Polícia Civil por pressões políticas.

André Trigueiro volta a analisar a troca no comando da Polícia Civil do Rio a partir de uma 'rebelião' na Assembleia Legislativa, insatisfeita com a distribuição de cargos na corporação. O Legislativo aprovou em 24 horas um projeto que abriu terreno para a posse de um novo secretário, o delegado Marcus Amin, sem o tempo necessário de experiência para assumir o cargo. 'O que estamos testemunhando a partir de um grupelho de deputados é algo escandaloso', afirma o comentarista, que questiona: 'alguém na Alerj está preocupado com a Segurança Pública?'

André Trigueiro comentou a saída do secretário de Polícia Civil, José Renato Torres, apenas três semanas após ser nomeado. A troca aconteceu devido à pressão de deputados da Assembleia Legislativa do Rio, que exigiram a nomeação de Marcus Amin, que não tem um dos requisitos necessários para o cargo - o que exigirá, inclusive, mudança na legislação. O comentarista critica não só a motivação para a mudança, a distribuição de cargos, mas também a falta de equilíbrio entre poderes: 'a escolha para o primeiro escalão é prerrogativa do governador. Os deputados se mostram mais poderosos do que parecem ou deveriam ser.'

André Trigueiro analisa a crise climática inédita que assola o Norte do país, principalmente o estado do Amazonas. Na segunda-feira, o Rio Negro atingiu o menor nível em 121 anos, isolando comunidades ribeirinhas. 'Fica difícil se deslocar para comprar água, comida e remédio. Há um colapso na rotina de milhares de famílias', explica o comentarista. E o que podemos fazer por aqui? André Trigueiro traz 'ecodicas' que demonstram nossa responsabilidade com a preservação da Amazônia.

André Trigueiro comenta pesquisa que mostra que pelo menos 75% das famílias com crianças vivem insegurança alimentar no Complexo do Alemão, na Zona Norte. O comentarista destaca as sequelas irreversíveis que o déficit alimentar deixa na aprendizagem dos pequenos e ressalta que, em meio a discussões sobre a insegurança pública nas favelas, falta levar para frente uma 'ocupação social', com cursos profissionalizantes, pré-vestibulares e planejamento familiar: 'não se pode condenar essas crianças a dependerem, na idade adulta, de bolsas assistenciais.'

A prefeitura do Rio lança nesta quarta-feira um edital para criar um sistema de transporte por barcas no sistema lagunar da Barra da Tijuca, na Zona Oeste. A ideia é que o serviço seja prestado com o mesmo preço das passagens de ônibus, e o operador se comprometerá a construir terminais em pontos como Rio das Pedras e Gardênia, entre outros. No entanto, chama atenção de André Trigueiro o prazo para implementação: três anos. O comentarista questiona: 'a prefeitura ligou para Iguá para saber se as lagoas estarão despoluídas até lá?'

André Trigueiro comentou uma declaração do secretário de Polícia Civil do Rio, José Renato Torres, relativizando o uso de aparelhos celulares por bandidos. Nas palavras dele, 'conseguindo monitorar a conversa deles, é importante para a investigação'. Para o comentarista, a quebra de uma das regras de ouro do sistema carcerário - o isolamento dos presos com o mundo exterior - é uma desmoralização. Ele também questiona o fato de a intervenção federal na Segurança, em 2018, não ter modernizado a tecnologia para bloqueadores. 'Foram R$ 1,2 bilhão carimbados. Faltou dinheiro?'

André Trigueiro comenta a operação realizada em comunidades das zonas Norte e Oeste do Rio que tem como alvos os traficantes envolvidos na execução de três médicos em um quiosque da Barra da Tijuca, na semana passada. Para o comentarista, o governo tenta dar uma resposta após ser 'duplamente humilhado' - pela ação criminosa e pela 'elucidação' do engano pelos próprios traficantes. No entanto, ações megalomaníacas não devem aumentar a sensação de segurança, muito menos estancar o fluxo de dinheiro e de armas que mantém o poderio do poder paralelo.

André Trigueiro comenta a reunião do governador Cláudio Castro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Castro saiu do encontro dizendo que é inviável o estado arcar com os 8 bilhões de reais a serem pagos à União no ano que vem. Para o governador, se não houver renegociação, haverá quebradeira, atraso de salários e aumento da fome. 'De repente a gente descobre que as contas não vão tão bem quanto sugeria a propaganda por concessão da CEDAE', observa André Trigueiro.

'Não é ser pessimista, mas realista', resume André Trigueiro sobre o anúncio do ministério da Justiça sobre o aporte de recursos e envio de tropas da Força Nacional para o território fluminense. Ele lembra que, em 2018, a intervenção federal na Segurança do Rio trouxe R$ 1,2 bilhão ao estado e, apesar dos resultados pontuais à época, não evitou que hoje cerca de 20% do território seja dominado por traficantes e milicianos. Para ele, 'acolher pedidos do governador é melhor que nada', mas o enfrentamento à violência exige que o governo federal seja mais ativo na coordenação de ações contra quadrilhas que agem de forma articulada e com muito dinheiro.