Birras de Mãe

Nestas Birras de Mãe discutem, sem sombra de politicamente correcto, medos, irritações, perplexidade, raivas e mal-entendidos entre gerações.

As armadilhas do elogio

A avó cora e atrapalha-se quando, no princípio deste episódio das Birras de Mãe, a filha a elogia. O ouvinte não pode confirmar que assim é, porque não há vídeo do acontecimento, mas pode confiar na nossa palavra, até porque, provavelmente, sabe bem que receber elogios não é uma coisa fácil. Porque se o poder do elogio é imenso, e quando é bem aplicado torna-se numa ferramenta fantástica na vida e na educação, há algumas armadilhas que complicam o seu uso, e até o tornam contraproducente. Por exemplo, elogiamos a criança ou o desenho, dizemos-lhe que é o melhor futebolista do mundo, ou damos-lhe os parabéns por aquele golo fantástico? Não é igual, e explicamos-lhe porquê. E, já agora, temos algumas sugestões de como receber elogios sem ficar aflito, numa ânsia de gratidão misturada com o medo de parecer vaidoso — que a avó garante que vai tentar por em prática, e depois dá notícias do resultado. Entre neste podcast e, claro, se nos quiser deixar umas “estrelas” não nos importamos nada.See omnystudio.com/listener for privacy information.

09-12
11:03

Primeiros dias de escola: Não faça interrogatórios!

Quando vamos buscar um filho/neto à escola, sobretudo nestes primeiros dias, não desate num interrogatório desenfreado - “O que fizeste?”, “Com quem brincaste?”, “o que comeste? “, a que ele responde com um “Nada”, ou um encolher de ombros que nos deixa frustrados. A tentação é enorme, tal o desejo de os sentir bem e integrados, mas fomos descobrir outros princípios de conversa que os ajudam a desabafar. Bem-vindos à nova temporada de Birras de Mães!See omnystudio.com/listener for privacy information.

09-05
09:26

Os avós não estragam os netos

No dia dos avós, as Birras de Mãe revoltam-se contra a ideia perversa e invejosa de que os avós “estragam” os netos. É uma calúnia, sem fundamento. Malévola, porque dá ideia de que as crianças lhes chegam todas perfeitinhas e eles se dedicam a transformá-las em monstrinhos. Mentirosa, porque muitas vezes esconde aquilo que os pais imaginam que devia ser a função dos avós: executar as instruções que lhes deixam afixadas no frigorífico, como se lhes competisse apenas continuar a “educação” que lhes é dada em casa. Mas os avós não são baby-sitters, nem a sua função é reproduzir o modelo parental, mas acrescentar-lhe outras experiências, outros pontos de vista, alargando o horizonte dos netos. Os avós não estragam os netos, decididamente, o que já sabem pelos anos que viveram e a experiência que acumularam, é distinguir o essencial do acessório. E já não têm nem tempo de vida, nem paciência, para se dedicarem ao fogo-de-vista.See omnystudio.com/listener for privacy information.

07-25
06:15

Deixem-nos esfolar os joelhos

Porque é que temos tanta dificuldade em deixar os nossos filhos e netos brincar livremente, sem estarmos constantemente a dizer “Cuidado”? Isto, apesar de estarmos sempre numa romagem de nostalgia a dizer que antigamente é que era, num tempo em que trepávamos às árvores e jogávamos na rua, sem telemóveis, nem supervisão? Nós somos as únicas a fazer birras à conta desta excessiva protecção das crianças, e até dos bebés, para quem até já inventaram joalheiras para não esfolarem os joelhos a gatinhar, que o diga Rita Cordovil, investigadora da Faculdade de Motricidade Humana e que acaba de publicar um livro sobre a brincadeira nos primeiros anos de vida. Mas porque é que os pais e os avós mais dedicados do mundo limitam a autonomia das crianças, e como conseguir que se libertem dos medos, para deixarem mais livres os seus filhos e netos? Este é o ponto de partida para a nossa birra de hoje.See omnystudio.com/listener for privacy information.

07-18
18:14

“A minha filha trocou-me pelo marido na sala de partos”

Há sentimentos que temos dificuldade em confessar, porque nos fazem sentir mesquinhas, mas a verdade é que estão lá, e moem. No Birras de Mãe em lugar de os varrermos para debaixo do tapete, pomo-los em cima da mesa e dissecamo-los. É o que fazemos neste episódio em que a avó “protesta”, imagine-se, por já não haver lugar para as mães das mães nas salas de parto. Afinal, o parto sempre foi um assunto de mulheres, argumenta, e para o provar basta ver as iluminuras e pinturas que retratam o nascimento. Como, por exemplo, o magnífico quadro do Nascimento da Virgem de Francisco de Zurbarán, do século XVII — alguém vê ali um homem, provoca. Pronto, lá faz a ressalva, de que é muito, muito bom, que hoje em dia sejam os maridos/pais dos seus netos a acompanhar as filhas, uma conquista irreversível e coisa e tal, mas lá que dói não estar presente, a segurar a mão das suas meninas, dói. Ui, mas há pior, anuncia: ser substituídas pela melhor amiga da parturiente?! Os ciúmes são uma coisa tramada, o que é mais do que razão para falarmos deles.  See omnystudio.com/listener for privacy information.

07-12
13:53

Ainda bem que os portugueses são coladinhos aos pais

Sempre que os estudos internacionais indicam que os jovens portugueses são muito coladinhos aos pais, ficamos meios envergonhados. Como se nos estivessem a acusar de não os “largarmos da mão”, e de não os educarmos para a autonomia. Mas e se bem vistas as coisas, fosse uma coisa boa para pais e para filhos, uma característica latina a conservar? Entre nesta birra e deixe-nos a sua opinião.See omnystudio.com/listener for privacy information.

07-05
13:05

Adolescentes enfeitiçados pela “masculinidade”

Que o pêndulo vai de um extremo ao outro já sabíamos todos, mas a este ponto? Porque é que os adolescentes se sentem atraídos por comunicadores que advogam o regresso ao macho latino, e a uma masculinidade tóxica, que pretende devolver as mulheres ao lar doce lar? Numa fase em que procuram consolidar a sua identidade, os modelos de homens que vêem à sua volta, ou que lhes são vendidos, parecem-lhe demasiado “bananas”? Porque o discurso politicamente correcto, afinal, limita-nos a todos a estereótipos desinteressantes? A avó recomenda uma imersão na série Machos-Alfa, porque o sentido de humor inteligente é um alívio para toda a gente, a mãe recomenda aos pais que estejam atentos ao que os filhos andam a ver, não para proibir ou censurar, mas para os ajudar a contextualizar e a perceber melhor a mensagem por detrás da mensagem. Bem-vindo a mais uma Birra de Mãe.See omnystudio.com/listener for privacy information.

06-20
11:22

Ensino Doméstico: falar dele sem preconceitos

A avó confessa que teve de tomar um ansiolítico antes de entrar em estúdio, e que desta vez prefere remeter-se ao papel de jornalista que coloca questões… a uma mãe que vê muitas vantagens no ensino doméstico. Se partilha da curiosidade da avó, entre nesta conversa que enfrenta com frontalidade e transparência uma realidade que cresce em Portugal.See omnystudio.com/listener for privacy information.

06-13
21:07

Gravidez aos 50 anos e a publicidade enganosa em redor da fertilidade

Tudo começou com uma reportagem que a avó/mãe leu na revista Time sobre a gravidez... depois dos 50 anos, isto quando a biologia da mulher se mantém a mesma, ou seja, os ovários são considerados pela medicina como “geriáticos” a partir dos 35 anos. Que revolução é esta, com que consequências, e até que ponto é que há muita publicidade enganosa em redor da ideia de que as novas técnicas de fertilidade permitem adiar a maternidade, quase sem limite temporal. Será que não são as grandes empresas que oferecem às funcionárias o congelamento de óvulos que estão a vender uma quimera? Será que as mulheres, iludidas por esta aparente facilidade, estão a adiar a gravidez para demasiado tarde, por vezes convencidas de que precisam de atingir um patamar de requisitos que lhes permitam ser mães, mas que, talvez, não sejam tão essenciais como isso? Foi o ponto de partida para mais uma Birra de Mãe ao vivo, que a aconselhamos a não perder.See omnystudio.com/listener for privacy information.

06-06
08:30

Como é que os bebés crescem

Estamos tão habituados a controlar tudo e todos, que nos convencemos que o desenvolvimento de um bebé, de uma criança, depende sobretudo de nós, esquecidos de que trazem inscrito um “programa” afinado ao longo de milhões e milhões de anos. Ou seja, vão gatinhar quando tiverem de gatinhar, andar quando o seu corpo e mente estiverem prontos para dar o primeiro passo, e por muito estimulados que sejam acabarão por aprender a ler e a escrever aproximadamente pela mesma idade. É evidente que quando a janela se abre, é importante que esteja do outro lado um adulto embevecido, pronto a corresponder às oportunidades que se abrem, mas tantas vezes gasta-se tempo e ansiedade em vão. Já percebeu do que vamos falar hoje? Isso mesmo, de etapas de desenvolvimento e das angústias de pais e avós em torno delas. Seja bem-vindo a mais um Birras de Mãe.See omnystudio.com/listener for privacy information.

05-23
12:00

“Filha, mas ele mama a toda a hora?”

Agora a “moda” é dar de mamar sempre que o bebé chora, pergunta a avó, dando voz à perplexidade de tantas avós como ela. A filha franze o sobrolho e garante que há razões biológicas e científicas para respeitar a “tradição” dos horários rígidos. A polémica está instalada.See omnystudio.com/listener for privacy information.

05-16
11:08

Quando são elas que os assediam

O inimaginável acontece nalguns recreios de algumas escolas: as raparigas assediam os rapazes que, quando têm coragem de se queixar, são muitas vezes enxovalhados pelo adulto de serviço que faz troça — afinal, quem é o Homem digno desse nome, que protesta por ser demasiado “desejado”? Mas quando são chamadas a conversar sobre o facto de o Respeito não ter género, as adolescentes argumentam que depois de anos de opressão, é “a vez delas”. Ui, o tema merece uma gigantesca Birra de Mãe.See omnystudio.com/listener for privacy information.

05-10
09:16

As mães têm de ser chatas!

Em vésperas do Dia da Mãe, a avó defende, mais uma vez, que as mães têm de ser chatas. Isso mesmo, que lhes cabe o papel de estarem insistentemente a dizer que os cotovelos não se põem na mesa, que não se come de boca aberta, que convém por um “sff” antes de um pedido, e um “obrigada” no fim, num esforço (cansativo, aliás) de transformar os filhos em criaturas bem-educadas. É um papel ingrato, argumenta, mas necessário, já que mais ninguém terá a paciência de o desempenhar. Do resultado depende a felicidade daqueles futuros adultos. Mas a filha-mãe destas Birras, contrapõe: se as mães têm de ser chatas, então as filhas não lhe podem ficar atrás. E explica como e porquê. Ponha os auscultadores e entre no ringue — por aqui estas datas celebram-se de forma politicamente incorrecta. Bom Dia da Mãe.See omnystudio.com/listener for privacy information.

05-03
06:02

Aceitamos que os nossos filhos usem a liberdade que conquistámos?

Abril deu-nos a liberdade que, com orgulho, passámos aos nossos filhos, mas na realidade, na realidade, estamos dispostos a deixar que a usem? Em casa, numa escola? Quando questionam, fazem perguntas, ensaiam alguma rebeldia, como reagimos? Ouvimos, respeitamos, ensinamo-los a valorizar e a usar os direitos (e os deveres) conquistados, ou rotulamos tudo de má-criação, de indisciplina? E como é que é possível que sejam os mais novos a declarar-se a favor de formas mais autoritárias de governo? Entre na nossa Birra de hoje, e pense alto connosco sobre como podemos celebrar o 25 de Abril com os nossos filhos e alunos.See omnystudio.com/listener for privacy information.

04-25
10:37

Livro de Reclamações, para avós se queixarem dos filhos

Os pais queixam-se dos avós, porque mimam demais os netos, dão-lhes muito açúcar, deixam-nos ficar acordados até tarde, e por aí adiante, mas e os avós? Quem é que os autoriza a reclamarem das exigências excessivas feitas pelos pais — normalmente pelas filhas! — quando lhes deixam as crianças, dos “raspanetes” que lhes passam quando acham que o “menino” não voltou tão limpinho como quando o entregaram, ou os acusam de não terem velado por eles com suficiente atenção ou cuidado? Ah, pois é. O assunto merece uma birra, até porque os avós servem para isso mesmo, para permitir aos netos experiências diferentes, e até que corram alguns riscos, controlados, claro, que ajudam a crescer. Mas fica também um aviso, os Livros de Reclamações são só para usar em casos extremos, porque a vida é curta demais para guerras e amuos. See omnystudio.com/listener for privacy information.

04-18
12:12

Como sobreviver às guerras entre irmãos

Discutem por tudo e por nada, acusam-se mutuamente de mil e uma coisas, e foi sempre o outro que começou, que bateu ou insultou primeiro — as guerras entre irmãos desgastam a cabeça dos pais e tiram-nos do sério. A mãe destas Birras já achou, em tempos, que tinha a solução para este problema, mas agora que tem quatro filhos em casa rende-se à evidência de que a maior parte das receitas não funcionam. Ou, melhor, funcionam com algumas crianças e adolescentes, mas com outros não. A avó destas birras oferece alguma esperança a pais desesperados: em primeiro lugar, os irmãozinhos perfeitos só existem nas histórias, e mesmo assim apenas em algumas, e depois, em 99% dos casos estas guerras passam à medida que cada um ganha o seu espaço e vida própria, deixando de competir tanto. Mas, para que tudo acabe bem, há alguns erros que os pais não devem mesmo cometer. Oiça a nossa birra de hoje e descubra qual — e envie-nos mais sugestões, que deste lado, agradecem-se todas as boas experiências.See omnystudio.com/listener for privacy information.

04-11
08:40

Como lidar com uma “criança explosiva”?

Claro, claro que a primeira reacção é recomendar um puxão de orelhas, mais autoridade, disciplina, regras, toda aquela lista supostamente milagrosa, que estamos sempre prontos a recomendar quando os filhos não são nossos. Mas isso é partir do pressuposto de que estas crianças que têm um limiar de frustração muito baixo, respondem bem a qualquer desses “tratamentos”, e que alguém fica a ganhar depois de aplicados. O que é mentira. Para percebermos melhor estas birras, diz a mãe-educadora de infância, precisamos de perceber que explosivos somos todos, quando as circunstâncias ultrapassam a nossa capacidade de as gerir. A diferença está na forma como se explode. Algumas crianças e adultos têm “sorte” e choram, provocando nos outros uma reacção de empatia, que tende a consolar e a ajudar a resolver o problema, mas há outras que não o conseguem fazer. Dessas algumas gritam, outras guincham, atiram coisas e ainda existem aquelas que batem em si próprias ou nos outros, manifestações de desespero muito mais difíceis de aceitar. Mas se percebermos que essas explosões são sintoma desse desespero, torna-se um bocadinho mais fácil lidar com elas. Mas entre neste podcast e oiça o que temos a dizer de viva voz.See omnystudio.com/listener for privacy information.

04-04
11:18

Sacrificamo-nos demais por eles?

Há momentos em que nos olham mais como motoristas e aplicações de MB Way do que propriamente como mães, e é difícil não desbobinar a lista de tudo o que fizemos por eles, esperando um sinal de reconhecimento. Nessas alturas perguntamo-nos se não nos sacrificámos demais por eles, se não exageramos na tentativa de lhes tirar da frente todos os obstáculos. Ou pergunta-se a avó, porque a mãe destas Birras lembra que as decisões que tomamos em cada momento são, por regra, as possíveis. Dai que se voltássemos atrás faríamos exactamente a mesma coisa. Oiça a nossa Birra, porque temos muito mais a dizer sobre tudo isto, do que aquilo que cabe nestas linhas.See omnystudio.com/listener for privacy information.

03-28
09:14

“Não ia lá com um puxão de orelhas?”

A avó atira a matar: enerva-a a aparente passividade com que os pais parecem aceitar as birras dos seus filhos. E não resiste a perguntar: “Achas mesmo que com um puxão de orelhas não se resolvia mais depressa?”. A mãe/filha, estudou Educação de Infância a sério, e além disso tem quatro filhos em casa, e garante que não. Que não resolve, e que nem sequer é assunto aberto a discussão, num tempo em que até se defende que os maus-tratos aos animais devem configurar na Constituição. Acredita que as crianças, como os adultos, desejam por natureza colaborar. Quando não o fazem, é porque não conseguem. As suas birras dizem isso mesmo, “Não consigo mais”. Dar um açoite, gritar ou humilhar nunca ajudou ninguém a acalmar-se, a autorregular-se ou a resolver um problema. Não é o que estamos sempre a dizer aos nossos filhos quando eles se pegam uns com os outros? Mas que tudo isto é difícil é. Pelo menos isso reconhece. Oiça a nossa Birra e deixe-nos a sua opinião.    See omnystudio.com/listener for privacy information.

03-21
09:25

“E agora os meninos não votam?”

As eleições são já no domingo e consta que, mais uma vez, a abstenção vai ser maior entre os jovens dos 18 aos 30 anos. Porque não acreditam nos políticos, no “sistema”, no diabo a quatro. A avó indigna-se e faz uma birra: onde falhámos para que os nossos netos/filhos abram mão de um direito que tem apenas cinquenta anos, e levou séculos a conquistar, com sangue, suor e lágrimas dos nossos antepassados. Enquanto ainda hoje homens como Navalny dão a vida por um estado democrático, os nossos meninos vitimizam-se e cruzam os braços, e alguns até acham que mudar o mundo é atirar tinta à cara de alguém?  Onde é que, pais e avós, falhámos e o que podemos fazer — já, já, nas próximas horas — para que lá em casa quem já conquistou o direito ao voto, não deixe de o exercer. Boa sorte.  See omnystudio.com/listener for privacy information.

03-07
09:09

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