DiscoverBirras de Mãe
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É difícil admiti-lo, mas às vezes os netos magoam-nos - por exemplo quando, na presença dos pais, agem como se fôssemos desconhecidos, aparentemente passando uma esponja na cumplicidade do dia anterior, do que rimos e brincamos juntos. Quando berram ou viram as costas, recusando-se a dar-nos a mão para atravessar a rua, agarrando-se como lapas ao colo do pai ou da mãe, como meninos mimados e insuportáveis. Nessas alturas temos de respirar fundo e recordar que o adulto na sala somos nós, e que não podemos amuar como crianças pequenas, muito menos embarcar em chantagens emocionais ou cobranças. Mas às vezes é difícil, e se não estivermos bem “resolvidos”, pode abrir feridas antigas que julgávamos já saradas. Ou desencadear guerras com os nossos próprios filhos, colocados entre a espada e a parede. Mas afinal o que é que se passa? As crianças pequenas são oportunistas, manipuladoras, cruéis, ou este egocentrismo faz parte de um processo de desenvolvimento que os podemos ir ajudando a ultrapassar, mas não devemos ser sentidas como uma questão pessoal? Venha pensar connosco.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Camas por fazer, toalhas e roupa no chão, secretárias onde aparentemente não se encontra nada, os quartos dos adolescentes põem os cabelos em pé à maioria dos pais — à maioria, porque também há miúdos arrumados e pais desarrumados. Como reagir? Fechar os olhos e, melhor ainda, as portas? Exigir que respeitem o espaço comum, e deixar que façam a gestão do seu quarto, sem grandes intromissões? Arrumar por eles parece às vezes a única solução, mas é difícil não cair depois na armadilha de assumirmos o papel de mártir que, no fundo, no fundo, é tirar dividendos da situação. As respostas não são fáceis, mas a verdade é que são muitas vezes as pequenas coisas que fazem transbordar o copo e infernizam a vida em casa. Entre nesta birra, faça a catarse das suas frustrações, saindo daqui mais leve, e com algumas ideias. Às vezes, só o humor permite vencer estas guerras, como no dia em que a Ana, em plena adolescência, pendurou na porta do quarto um letreiro que dizia “Este quarto não está desarrumado, está em transformação!”See omnystudio.com/listener for privacy information.
A avó ficou em estado de choque quando foi confrontada com a publicidade aos medicamentos para a disfunção eréctil e percebeu que os protagonistas são sempre jovens. Quis perceber o que se passava, e ficou a saber que em Portugal se vendem 70 milhões de caixas de Viagra por ano e os mais novos fazem parte dos seus consumidores. A culpa é, aparentemente, da ansiedade provocado pelas expectativas de um primeiro encontro, alimentadas por demasiada visualização de pornografia onde a ficção passa pela realidade. Mas será que eles sabem que nem sequer é o coito que dá mais prazer às mulheres, entre as quais há uma percentagem grande que se queixa de relações anorgásticas? Sim, esta Birra é para maiores de 18 anos, e acima de tudo um alerta: onde anda a educação sexual dos nossos filhos e netos? See omnystudio.com/listener for privacy information.
As mães têm muito mais facilidade em culpar-se do que em aceitar que acertam muitas e muitas vezes. Neste episódio, a mãe/ filha provoca a avó/mãe, pedindo-lhe que diga cinco coisas que fez bem. E presta-se a enumerar as suas próprias coroas de glória. Oiça a nossa Birra e conte-nos as suas vitórias.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em Itália o mau comportamento vai dar direito a chumbo, mesmo que o aluno tenha boas notas. O objectivo é devolver o “respeito” à escola, mas será que este tipo de medidas resulta de facto? E será esta a ferramenta de que os professores precisam ou o investimento deveria ser em mais apoio para lidarem com os adolescentes complicados? Neste episódio do Birras de Mãe a conversa esteve ao rubro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A licença parental até aos seis meses vai ser integralmente paga, graças a uma rara Iniciativa Legislativa de Cidadãos que foi aprovada a semana passada no Parlamento. Nos bastidores desta luta esteve uma mãe de dois filhos, Carina Pereira, que se recusou a conformar-se à contradição entre uma recomendação da Organização Mundial de Saúde que prevê a amamentação exclusiva pelo menos até que o bebé tenha meio ano e a obrigação da mulher voltar antes disso ao trabalho, se não tiver rendimentos que lhe permitam outras estratégias. Carina Pereira recusou conformar-se às queixinhas nas redes sociais, aos lamentos de que “neste país nem vale a pena tentar”, e meteu mãos à obra, mesmo depois de ver a sua primeira petição recusada. Com determinação avançou para uma iniciativa legislativa, um mecanismo constitucional que permite que grupos de cidadãos possam apresentar projectos de leis, mas que obriga a que sejam subscritos por vinte mil eleitores — e Carina conseguiu vinte e quatro mil assinaturas — e a um longo processo burocrático e técnico. Mas a semana passada, quando as galerias da Assembleia da República se encheram de mães e pais, com os seus bebés em marsúpios ou pela mão, Carina Pereira não estava ali, porque uma doença fulminante roubou-lhe a vida há três anos. Não estava fisicamente, porque não podia estar mais presente na memória não só do grupo de especialistas em amamentação e cuidados infantis que pegou na tocha e a levou até à vitória final, como do marido e dos milhares de pais e mães que através do seu envolvimento activo tornaram esta mudança possível. E é esta equipa – Ana Lúcia Torgal, Graça Gonçalves, Cristina Pincho e Carlota Veiga de Macedo, e seguramente outros —, que defende que a nova lei deve receber o nome de “Lei Carina Pereira”, em homenagem ao legado que deixou aos filhos, à família e a todos nós. Aqui nas Birras de Mães já o adoptámos. Mas oiça a nossa Birra, porque contamos-lhe mais.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A paixão pelos netos é imediata, ou não fosse o reviver de um sentimento que conhecem de cor e salteado, mas os avós rapidamente constatam que, desta vez, não vão estar na linha da frente. Não podem levar aquele bebé para casa e, menos ainda, decidir da sua vida. É um choque, mas também o início de um processo de aprendizagem de um novo papel, que não é nada fácil, garante a avó de serviço a estas Birras de Mãe que, no entanto, se orgulha de onze netos depois ter aprendido algumas coisas importantes. Entre connosco neste lado B de ser avó. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Avós preparem-se, mais dia, menos dia, os vossos filhos sentam os vossos netos na cadeira alta e põem-lhe nas mãos um brócolo, assistindo embevecidos a como a criança o esmigalha entre as mãos, deixando cair o que resta ao chão. Quando acorrer à cena de prato e colher, vão recitar-lhe um termo “estrangeiro” que nunca ouviu antes, BLW, a sigla que depois de irem ao Google vão descobrir que significa Baby-Led Weaning. Entre na Birra de uma avó confrontada com esta “modernice” e uma filha/mãe que, além de ser uma acérrima defensora deste método de ensinar as crianças a comer de forma autónoma e segura, até percebe muito do assunto. Depois logo tira as suas conclusões.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A avó cora e atrapalha-se quando, no princípio deste episódio das Birras de Mãe, a filha a elogia. O ouvinte não pode confirmar que assim é, porque não há vídeo do acontecimento, mas pode confiar na nossa palavra, até porque, provavelmente, sabe bem que receber elogios não é uma coisa fácil. Porque se o poder do elogio é imenso, e quando é bem aplicado torna-se numa ferramenta fantástica na vida e na educação, há algumas armadilhas que complicam o seu uso, e até o tornam contraproducente. Por exemplo, elogiamos a criança ou o desenho, dizemos-lhe que é o melhor futebolista do mundo, ou damos-lhe os parabéns por aquele golo fantástico? Não é igual, e explicamos-lhe porquê. E, já agora, temos algumas sugestões de como receber elogios sem ficar aflito, numa ânsia de gratidão misturada com o medo de parecer vaidoso — que a avó garante que vai tentar por em prática, e depois dá notícias do resultado. Entre neste podcast e, claro, se nos quiser deixar umas “estrelas” não nos importamos nada.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Quando vamos buscar um filho/neto à escola, sobretudo nestes primeiros dias, não desate num interrogatório desenfreado - “O que fizeste?”, “Com quem brincaste?”, “o que comeste? “, a que ele responde com um “Nada”, ou um encolher de ombros que nos deixa frustrados. A tentação é enorme, tal o desejo de os sentir bem e integrados, mas fomos descobrir outros princípios de conversa que os ajudam a desabafar. Bem-vindos à nova temporada de Birras de Mães!See omnystudio.com/listener for privacy information.
No dia dos avós, as Birras de Mãe revoltam-se contra a ideia perversa e invejosa de que os avós “estragam” os netos. É uma calúnia, sem fundamento. Malévola, porque dá ideia de que as crianças lhes chegam todas perfeitinhas e eles se dedicam a transformá-las em monstrinhos. Mentirosa, porque muitas vezes esconde aquilo que os pais imaginam que devia ser a função dos avós: executar as instruções que lhes deixam afixadas no frigorífico, como se lhes competisse apenas continuar a “educação” que lhes é dada em casa. Mas os avós não são baby-sitters, nem a sua função é reproduzir o modelo parental, mas acrescentar-lhe outras experiências, outros pontos de vista, alargando o horizonte dos netos. Os avós não estragam os netos, decididamente, o que já sabem pelos anos que viveram e a experiência que acumularam, é distinguir o essencial do acessório. E já não têm nem tempo de vida, nem paciência, para se dedicarem ao fogo-de-vista.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Porque é que temos tanta dificuldade em deixar os nossos filhos e netos brincar livremente, sem estarmos constantemente a dizer “Cuidado”? Isto, apesar de estarmos sempre numa romagem de nostalgia a dizer que antigamente é que era, num tempo em que trepávamos às árvores e jogávamos na rua, sem telemóveis, nem supervisão? Nós somos as únicas a fazer birras à conta desta excessiva protecção das crianças, e até dos bebés, para quem até já inventaram joalheiras para não esfolarem os joelhos a gatinhar, que o diga Rita Cordovil, investigadora da Faculdade de Motricidade Humana e que acaba de publicar um livro sobre a brincadeira nos primeiros anos de vida. Mas porque é que os pais e os avós mais dedicados do mundo limitam a autonomia das crianças, e como conseguir que se libertem dos medos, para deixarem mais livres os seus filhos e netos? Este é o ponto de partida para a nossa birra de hoje.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Há sentimentos que temos dificuldade em confessar, porque nos fazem sentir mesquinhas, mas a verdade é que estão lá, e moem. No Birras de Mãe em lugar de os varrermos para debaixo do tapete, pomo-los em cima da mesa e dissecamo-los. É o que fazemos neste episódio em que a avó “protesta”, imagine-se, por já não haver lugar para as mães das mães nas salas de parto. Afinal, o parto sempre foi um assunto de mulheres, argumenta, e para o provar basta ver as iluminuras e pinturas que retratam o nascimento. Como, por exemplo, o magnífico quadro do Nascimento da Virgem de Francisco de Zurbarán, do século XVII — alguém vê ali um homem, provoca. Pronto, lá faz a ressalva, de que é muito, muito bom, que hoje em dia sejam os maridos/pais dos seus netos a acompanhar as filhas, uma conquista irreversível e coisa e tal, mas lá que dói não estar presente, a segurar a mão das suas meninas, dói. Ui, mas há pior, anuncia: ser substituídas pela melhor amiga da parturiente?! Os ciúmes são uma coisa tramada, o que é mais do que razão para falarmos deles. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Sempre que os estudos internacionais indicam que os jovens portugueses são muito coladinhos aos pais, ficamos meios envergonhados. Como se nos estivessem a acusar de não os “largarmos da mão”, e de não os educarmos para a autonomia. Mas e se bem vistas as coisas, fosse uma coisa boa para pais e para filhos, uma característica latina a conservar? Entre nesta birra e deixe-nos a sua opinião.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Que o pêndulo vai de um extremo ao outro já sabíamos todos, mas a este ponto? Porque é que os adolescentes se sentem atraídos por comunicadores que advogam o regresso ao macho latino, e a uma masculinidade tóxica, que pretende devolver as mulheres ao lar doce lar? Numa fase em que procuram consolidar a sua identidade, os modelos de homens que vêem à sua volta, ou que lhes são vendidos, parecem-lhe demasiado “bananas”? Porque o discurso politicamente correcto, afinal, limita-nos a todos a estereótipos desinteressantes? A avó recomenda uma imersão na série Machos-Alfa, porque o sentido de humor inteligente é um alívio para toda a gente, a mãe recomenda aos pais que estejam atentos ao que os filhos andam a ver, não para proibir ou censurar, mas para os ajudar a contextualizar e a perceber melhor a mensagem por detrás da mensagem. Bem-vindo a mais uma Birra de Mãe.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A avó confessa que teve de tomar um ansiolítico antes de entrar em estúdio, e que desta vez prefere remeter-se ao papel de jornalista que coloca questões… a uma mãe que vê muitas vantagens no ensino doméstico. Se partilha da curiosidade da avó, entre nesta conversa que enfrenta com frontalidade e transparência uma realidade que cresce em Portugal.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Tudo começou com uma reportagem que a avó/mãe leu na revista Time sobre a gravidez... depois dos 50 anos, isto quando a biologia da mulher se mantém a mesma, ou seja, os ovários são considerados pela medicina como “geriáticos” a partir dos 35 anos. Que revolução é esta, com que consequências, e até que ponto é que há muita publicidade enganosa em redor da ideia de que as novas técnicas de fertilidade permitem adiar a maternidade, quase sem limite temporal. Será que não são as grandes empresas que oferecem às funcionárias o congelamento de óvulos que estão a vender uma quimera? Será que as mulheres, iludidas por esta aparente facilidade, estão a adiar a gravidez para demasiado tarde, por vezes convencidas de que precisam de atingir um patamar de requisitos que lhes permitam ser mães, mas que, talvez, não sejam tão essenciais como isso? Foi o ponto de partida para mais uma Birra de Mãe ao vivo, que a aconselhamos a não perder.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Estamos tão habituados a controlar tudo e todos, que nos convencemos que o desenvolvimento de um bebé, de uma criança, depende sobretudo de nós, esquecidos de que trazem inscrito um “programa” afinado ao longo de milhões e milhões de anos. Ou seja, vão gatinhar quando tiverem de gatinhar, andar quando o seu corpo e mente estiverem prontos para dar o primeiro passo, e por muito estimulados que sejam acabarão por aprender a ler e a escrever aproximadamente pela mesma idade. É evidente que quando a janela se abre, é importante que esteja do outro lado um adulto embevecido, pronto a corresponder às oportunidades que se abrem, mas tantas vezes gasta-se tempo e ansiedade em vão.
Já percebeu do que vamos falar hoje? Isso mesmo, de etapas de desenvolvimento e das angústias de pais e avós em torno delas. Seja bem-vindo a mais um Birras de Mãe.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Agora a “moda” é dar de mamar sempre que o bebé chora, pergunta a avó, dando voz à perplexidade de tantas avós como ela.
A filha franze o sobrolho e garante que há razões biológicas e científicas para respeitar a “tradição” dos horários rígidos. A polémica está instalada.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O inimaginável acontece nalguns recreios de algumas escolas: as raparigas assediam os rapazes que, quando têm coragem de se queixar, são muitas vezes enxovalhados pelo adulto de serviço que faz troça — afinal, quem é o Homem digno desse nome, que protesta por ser demasiado “desejado”?
Mas quando são chamadas a conversar sobre o facto de o Respeito não ter género, as adolescentes argumentam que depois de anos de opressão, é “a vez delas”. Ui, o tema merece uma gigantesca Birra de Mãe.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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