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CeniCAST
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Oi oi! Bem vindes a mais um episódio do CeniCAST!!
Pois é, já faz tempo, não?! Estamos passando por uma pausa para reestabelecer as baterias, mas não aguentamos de saudades! Então, de vez em quando, vamos passando por aqui apresentar novos projetos para vocês ^^
No episódio de hoje conversamos com a Daniela Bristot e Mara Pithan sobre a finalização do eixo de escrita dramática, num papo muito bom sobre os desafios e maravilhas desse campo imenso das Artes Cênicas. Também participa do episódio o professor Rafael Ary, que ministrou a disciplina "Processos criativos - Escrita Dramática IV" na UFSC. Esperamos que gostem!!
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Querem fazer alguma sugestão? Seja para uma pauta ou um comentário sobre o formato do programa? Críticas e elogios são sempre bem vindos, os contatos estão abaixo:
E-mail: cenicast.ufsc@gmail.com
Facebook: CeniCAST POD
Instagram: www.instagram.com/cenicast_
Twitter: twitter.com/cenicast
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O CeniCAST é um convite dos alunos do curso de Artes Cênicas, da UFSC, para um momento poético, uma partilha de poesia no espaço do agora.
Bem vindes ao quinto episódio da segunda temporada do CeniCAST!
Trazemos para esta semana a segunda parte da entrevista feita com da Cia. Clandestinos sobre Teatro de Improvisação!
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Seguem abaixo as recomendações culturais dos convidados:
Perfil da Cia. Clandestinos no instagram - https://www.instagram.com/clandestinoscia
Cia. Os Mequetrefes - https://www.instagram.com/ciaosmequetrefes
Era Preciso Ouvir Outras vozes - https://www.youtube.com/watch?v=EviKrWSU2cY
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Olá, bem vindes ao quarto episódio da segunda temporada do CeniCAST!
Nessa semana apresentamos uma entrevista com Alicia Prudêncio, Nataly Delacour e Rafael Gregório para debater a formação e as referências pretas nas cenas artísticas. Pra reverberar bem o assunto, esse episódio é um pouco mais longo, mas o papo vale!
Sigam nossos convidades e suas recomendações culturais:
Perfil da Nataly - https://www.instagram.com/natalydelacour
Perfil da Cia. THE CUPS no instagram - https://www.instagram.com/thecupsinthecloset
Perfil do Rafael - https://www.instagram.com/_rafaelgregorio
Perfil da Alicia - https://www.instagram.com/aliciaprudencio
Moana, Drive in - https://minhaentrada.com.br/evento/moana-o-show-teatro-musical-arena-drive-in-16098
Lista Preta - https://www.instagram.com/listapreta
Cia. Nosso Olhar - https://www.instagram.com/cianossoolhar
Série Sague e Água - https://www.netflix.com/title/81044547
Projeto Graffiti Queens - https://www.instagram.com/graffitiqueens
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Olá, bem vindes ao terceiro episódio da segunda temporada do CeniCAST!
Para este episódio, num modelo mais curto, trazemos uma entrevista feita com parte da Cia. Clandestinos sobre Teatro de Improvisação! Um papo muito legal com Nata, Michel e o Tatu, com direito a jogo de improviso no final!
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Seguem abaixo as recomendações culturais dos convidados:
Perfil da Cia. Clandestinos no instagram - https://www.instagram.com/clandestinoscia
Canal dos Barbixas - https://www.youtube.com/user/videosimprovaveis
Portátil, da Porta dos fundos - https://www.netflix.com/title/81173301
Middleditch and Schwartz [cara do Nata] - https://www.netflix.com/title/81122572
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Olá, bem vindes ao segundo episódio da segunda temporada do CeniCAST!
Trazemos uma entrevista feita com dois artistas das Artes Cênicas para conversarmos sobre suas trajetórias e ampliar a conversa sobre a importância da ocupação e presença de negras, negros e negres na cena artística. Nataly Delacour está nos períodos finais da graduação em Artes Cênicas da UFSC e Leandro Batz já é graduado no mesmo curso. Ainda assim contam com diferentes trajetórias e óticas que nos levam a experenciar um pouco da pluralidade da cena.
Seguem abaixo as recomendações culturais dos convidados:
Pefil do instagram do grupo teatral da Nataly - https://www.instagram.com/thecupsinthecloset
Coletivo NEGA - https://www.instagram.com/coletivonega
Cia Nosso Olhar - https://www.instagram.com/cianossoolhar
Drag Katy Uabba - https://www.instagram.com/dragkatyuabba
Elizandra Souza - https://www.instagram.com/elizandra_mjiba
Ação Zumbi - https://www.instagram.com/acaozumbi
Pegada Nagô - https://www.instagram.com/pegadanago
Reaja ou Será Mort@! - https://www.instagram.com/reajaouseramorta
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Demorou, mas chegou!!! Bem vindxs à segunda temporada do CeniCAST! Uma fase cheia de novidades e episódios especiais.
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Links para ouvir:
SoundCloud - https://soundcloud.com/user-758730035
Deezer - https://www.deezer.com/br/show/973922
Spotify - https://open.spotify.com/show/67ma20iz7J7Gz9KQowLhc6
iTunes - https://podcasts.apple.com/br/podcast/cenicast/id1504249901
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Para reabrir as nossas portas, trazemos a vocês um episódio com duas entrevistas gravadas com profissionais da palhaçaria. Na primeira entrevista, temos Araís, João Quinalha e Vinícius Damian, que são alunes do curso de Artes Cênicas da UFSC (nosso berço <3); já na segunda, entrevistamos a Priscila Genara, professora da UFSC que trabalha há 20 anos na área da Palhaçaria. Conversamos sobre o “jogo palhacesco”, a valorização da área, a origem do palhaço, como nossos convidadxs têm passado por esses tempos de confinamento e muitos outros assuntos. O papo tem direito até a show exclusivo dos palhaces: Uma performance que, por mais que pareça ensaiada por anos, foi completamente improvisada ao vivo, durante a entrevista!
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Ao final, a priscila deixou algumas recomendações culturais, aqui abaixo você confere a lista:
Filme Hotxuá - https://www.youtube.com/watch?v=po5nkwrN4mY
DRICA SANTOS ( Curalina / SC) - https://www.youtube.com/watch?v=yZJeEEgSjDE
Filme Chocolate - https://www.youtube.com/watch?v=R5dBToZ1NAs
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Poesia: ABUSIVO
Texto e Voz: Lara Cardoso
Esse podcast é um convite para você. Um convite, dos alunos do curso de Artes Cênicas, da UFSC, para um momento poético, uma partilha de poesia no espaço do agora.
ABUSIVO
De Lara Cardoso
Então eu te darei a arma
E você irá atirar em mim
Quantas vezes quiser
Ou quantas vezes achar necessário
E mesmo machucada, eu irei levantar
E limpar o seu suor
Pois me machucar te deixa exaurido
Logo irei limpar a sujeira que eu causei
Não se preocupe, deixarei tudo limpo
Quando precisar me machucar mais
Você sabe, eu vou estar aqui.
Texto e Voz: Vivi Macedo
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Dor d’alma
De Vivi Macedo
Abro meus olhos e vejo pessoas sonhando com um mundo melhor
Ouço canções de lamento sobre a maldade ao nosso redor
É sufocante a realidade, parece que não tem para onde fugir
O meu refúgio é a arte, que sempre suave, me ajuda a sorrir
Não tenho eira nem beira, tudo é emprestado de um outro alguém
Pago por tudo com vida, cada minuto, vintém a vintém
Esta infinita oferta e procura só me distrai do que eu “devia” ser
Me refugio na arte, que sem distrações, me ensina a crescer
Tenho medo de me distrair por muitos anos, e só acordar quando “é tarde demais”
Só sobreviver deve ser bem frustrante; ‘aproveite’, ‘passa rápido’, é o que dizem os pais
Viver num roteiro criado por outros, dói na minh’alma, causa dissabor
Prefiro sonhar com dias melhores, e junto com a arte, semear amor!
Texto: Clarice Lispector
Voz: Laura Schmidt
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Sonhe
De Clarice Lispector
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.
Texto: Carlos Drummond de Andrade
Voz: Mary Clifford
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As Sem-Razões do Amor
De Carlos Drummond de Andrade
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou de mais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Texto e Voz: P4M1
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7PEITOS
De P4M1
quem pensa criar justiça
se perde em vingança e
come a fome fria
por onde escorre o sangue das minhas
imãs do apodrecimento
eles nunca saberiam do alento que carregamos em abraços
trago proteção pra nossa guerra contra o estado de estagnação em um passado criado pra alimentar a imprensa desses velhos empoeirados soldados que confundem nossos moinhos com vasos sanitários
não venham jogar suas merdas nos nossos movimentos
engulam sua falta de lucidez e nos deixem dançar aos ventos que sopram mensagens de libertação desse aprisionamento que insiste em achar que pode nos manter em cativeiro
rasgarei suas grades amaldiçoadas com as 7 espadas que trago no peito
Texto e Voz: Ana Gabriela Granado
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Demônios
De Ana Gabriela Granado
Eu era melhor
Estava no caminho da dúvida
Mas não era esse o pior
Era das minhas certezas a única súdita
Não ter certeza nem de quem sou
Não quero seguir as ordens de um estranho
Mas ao invés de mudar meu ramo
Fui do mundo um orador fanho
Aquele que não realiza bem sua função
É como se eu não tivesse nascido para viver
Não entendo o mundo quando está são
É possível ter-se nascido apenas para ser visto perecer?
Tentei escolher o que mais me alegrava
Tentei não me preocupar com tudo
Mas esqueci que o mundo ainda girava
Em uma sala de gritos, eu era apenas um surdo
Não sei nem quem sou
E quero desvendar o mundo
Aos meus demônios me ofereço, me dou
Numa outra versão perdida, eu sumo
Fora do meu próprio eu
Perdido entre a névoa da verdade
Nada mais do que um monstro do mundo seu
Uma criação falha de duas metades
Texto e Voz: Bruna Flor
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Dos poemas que esqueci
De Bruna Flor
Tem poema q’é que bem pássaro
Pousa, pia e sai a voar novamente
Hoje mesmo me veio um lindo
Enquanto cortava batata
E quando pensei em anotar
O danado me voa deixando
A lembrança que de foi bom
Voei fora da asa...
Texto e Voz: P4M1
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VIVARESTA
De P4M1
ante o espelho reconheci meu medo e engoli o que vi ali achando que a percepção que tinha sobre mim era única e verdadeira e sanguínea e traiçoeira.
por muitos passos olhei pro chão entoando a voz rouca e baixa no coração que vinha corajosamente de encontro com a vida a cada nova batida.
e a garganta?
a cada estalo que vinha da coluna depois dos estilhaços que vieram da barriga transmutei sorrindo pra que assim fosse capaz de manter minha camuflagem intacta: viver na bolha.
até que a morte me separe?
roncou mais uma vez... a barriga?
não, dessa vez é ronco que rompe o céu da minha boca quando um tambor do peito anuncia mensagens vindas de Olho e agora eu até me divirto por perceber que tudo aquilo qu'eu sentia morta bagagem a carregar como s'eu fosse outro: uma pilha de roupa velha.
interessante aqui ver que a ideia continua e que a gente tem que viver pra ver o que resta: viva
Texto: Ana Gabriela Granado
Voz: Douglas Trindade
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Personagens
De Ana Gabriela Granado
Sinto-me algo além do que sou
Mais de você e menos de mim
Nem sei se existes, e se existes, o que te restou?
Porque me sinto como se fosse assim...
Li apenas linhas de alguém que desconheço
Que descrevem você como alguém ilegal
Deram à sua história um fim, um meio e um começo
Enquanto minha mente se distancia do modo racional
Não citarei nomes de quem nem sei se existe
Mas sinto sua dor e me sinto menos eu
Ela penetra fundo e a realidade não resiste
Peso que meu mundo se transforme no teu
Tuas roupas, teus cabelos, teus traços
Pareço-me com você sem querer
Sinto como se os seus fossem meus laços
E por fim, não sei nem onde fui me meter
Sinto a dor da tua perda
A doçura de alguns de teus beijos
Teus únicos vestidos de seda
Aquela tua ânsia por pães com queijos
Mas no fim, nem sei quem sou
Se sou eu, tu, ou nossas mentes misturadas
Perco-me do mundo e nem sei onde realmente estou
Vislumbro a esperança de mãos atadas
Só eu te conheço? Não, talvez centenas
Que se sentem em você com o breve som de um hino
Transformo-me, mas sei que você é apenas
Uma esplêndida personagem de um livro
Texto e Voz: Bruna Flor
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Bicho tempo
De Bruna Flor
Oxe o tempo sempre
esteve aí;
tagarela volátil desmedido bicho doido
que nunca ninguém conseguiu
passar a mão
pelos cabelos,
ele vai, num pede licença...
Texto e Voz: Sarah S. Motta
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Abate
De Sarah S. Motta
Cravo o pedaço de vidro dentro do peito.
Quanto mais dói, mais finco estas fibras transparentes na carne.
Enquanto afunda neste peito sem fundo, o reflexo do mundo se expande dentro de meu cadáver.
O caco invade as veias, e o sangue grita, jorra, arde.
Da boca saem vogais, sílabas
Desespero. Perdido sentido.
De dor os rugidos implodem sem filtros
Explode a birra, a cor, a arte.
Cadê os que amam, cadê quem odeia
Cadê EU? Amando, odiando, criando...
Cadê minhas crias de outras vidas?!
"Fugiram!", clamam, "fugiram!"
Deixaram-me a esmo, deixaram-me lesma
Sozinha comigo berrando e eu mesma
Lesmando o meu próprio abate
Texto: Orquestra Manancial da Alvorada
Voz: Isadora Marques
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Preço Bom Nós Tem
De Orquestra Manancial da Alvorada
Só quem antes viu
O pó da terra arrasada na brasa
Pressentiu
O terror que se incutiu
Na alma de um povo esbelto
Que pela lama caiu
E pela rampa viu descer
O velho cheiro de morte que grita quando vem
Preço bom nós tem
Preço bom como ninguém vai oferecer
Dez quarteirão daqui eu sei bem
Que ninguém vai proteger o que é de ninguém
Eu solicito pista extra
Pro pai de fora congestiona não
Eu te licito a higiene
Que preto e pobre deixa duro não
Vou te passar uma lista boa
Vê se tá com papel e lápis na mão
Vô te dizer do que, que cê precisa
Pro pai de fora dá co pau na mão
Cê mata as bicha e os drogado
Lança mosquito com infecção
Vende uns ingresso parcelado
Blinda os cavalo blinda teus canhão
Compra uns brinquedo umas algema
Que o pai de fora também é safadão
Vô te dize do que, que ele gosta
No quarto do hostel da federação
Tem que te litro de aguardente
Rabo de porco, banda-larga e pão
Umas morena bem novinha
Pano pro esperma e o sangue nu
Esperma e o sangue no chão
(Esperma e o sangue nu)
Texto e Voz: Michel Oliveira
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Uma carta para meu amor que deve estar vindo
De Michel Oliveira
Não sei por onde começar, talvez não saiba nem o que dizer, mas a boca enche
para despejar tudo aquilo que já fez derramar lágrimas dos olhos de quem
prometeu não chorar mais.
Prometer não chorar? Essa promessa eu não fiz. Já me vem o choro na vista só
em pensar em ficar um só dia sem me jogar aos prantos, em qualquer canto,
qualquer cômodo, ou lugar mais bonito que seja.
O choro me lava. Chorar me encharca de tudo aquilo que pensei guardar, mas
não guardarei, ou se já guardei não sei, ou sei? Sim, claro que sei. Muito guardei,
escondi, comprimi dentro de um potinho pequeno, guardado no fundo da gaveta,
onde sabia, ninguém vasculharia. Talvez outros pertences ou até mesmo a
poeira ajudasse a esconder ainda mais.
Mas desisti disso. O choro é livre me disseram. E assim faço dele meu acordar
da alma.
Se eu tenho medo, choro. Se me sinto corajoso, me fortaleço em lágrimas que
rolam pela minha pele e purificam-me num todo.
Quem ama chora. Chora por não ter o amor correspondido, chora por ser traído,
chora por esperar demais quem disse vir, mas muito demorou e nem veio.
Quem não ama também chora. Chora por sentir falta de amar. Chora porque não
consegue amar de novo. Chora por precisar de um amor, mas não sabe onde
encontrar. Derramo esse choro.
Quem precisa de um amor quando já se ama pai e mãe, a irmã, o irmão, o filho,
o cachorro, o amigo. Quem precisa de mais amor? Eu preciso! Eu necessito de
amor. O amor cura, o amor muda, molda, move, movimenta, atormenta, lamenta,
trás problemas, resolve problemas, conflita, limita, te imita. Me imita? Reflete.
Eu vejo no amor o que não vejo em mim, mas quero ver e sentir. Vejo no amor
o que vejo em mim e quero arrancar. Por que você é tão como eu meu amor?
Por que viver com você me causa essa dor? Não quero ser como você, mas
você é tão como eu. Então, tudo bem. Eu mudo isso e aquilo para ficar de bem,
mas quando você for embora, vai levar isso que me ensinou também?
Deixa só um tiquinho dessa bondade aqui, não leve toda essa paz, nem fique
com toda essa risada alta, me deixe continuar sorrindo, me deixe enxergar o
mundo assim como você vê, tão lindo.
Obrigado por me fazer ver que é possível continuar evoluindo mesmo com você
longe. Obrigado por aceitar meu choro sem motivo, talvez fosse falta de carinho,
falta de um amor como você comigo. Obrigado por eu ser tão parecido contigo.
Obrigado por não termos nada a vê um com o outro. Obrigado por isso e por
aquilo. Você me amou e foi embora, mas deixou seu amor comigo.
Texto: Vinicius de Moraes
Voz: Giulia Barth
Esse podcast é um convite para você. Um convite, dos alunos do curso de Artes Cênicas, da UFSC, para um momento poético, uma partilha de poesia no espaço do agora.
Soneto de Fidelidade
De Vinicius de Moraes
De tudo, ao meu amor serei atento antes
E com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure























