Nossa primeira entrevista remota foi justamente com o mentor intelectual e afetivo Celso Nunes, professor doutor e diretor teatral. Nela, Celso nos conta porque deixou a USP e foi para a Unicamp, e como foram os primeiros encontros na universidade, a fim de decidir onde, como e quando fundariam o Departamento de Artes Cênicas. Celso relembra, com carinho, todos que o acolheram e deram força para a empreitada, quando decidiu trazer o grupo Pessoal do Victor, do qual foi diretor e mentor por alguns anos, para compor o quadro dos primeiros professores do departamento. Relembra as expectativas, os objetivos que norteavam uma nova pedagogia do teatro, os perrengues burocráticos da universidade e as primeiras turmas, até ter que se afastar para concluir seu doutorado. Uma conversa afetuosa, emocionante e com muitas revelações surpreendentes.
Ator, cenógrafo, figurinista, diretor, arquiteto e fotógrafo, Márcio também era membro do pequeno grupo de teatro Pessoal do Victor, que chegou para iniciar o Centro de Teatro na Unicamp, nos anos 1970, junto com Celso Nunes. Ele nos conta detalhes da briga de unhas e dentes pela conquista do espaço para o Teatro na Unicamp. Dentre tantas lembranças, você também vai ouvir como se deu, sob o signo da paixão, o nascimento do grupo Benditos Malditos, composto por alunos da faculdade de Artes Cênicas da Unicamp e dirigido por Márcio, com trabalhos que foram muito além do ambiente universitário.
Nessa conversa com o professor e diretor Marcio Aurelio, ele nos conta de sua chegada no Departamento de Artes Cênicas da Unicamp, da descoberta do ensino e da parceria com seus colegas professores e artistas. Fala da beleza e da profundidade do encontro com os jovens fazedores de teatro, que buscavam em suas aulas sobre Brecht novas perspectivas, novas ideias “do ser, do vir a ser, do virar a ser.” Marcio Aurelio, um poeta da cena, continua poetando sobre o teatro. Marcio, um querido de todos que passaram por ele. Ouçam!
Nossa conversa de hoje é com Paulo Betti, ator, diretor e escritor de grande visibilidade, que dispensa maiores apresentações. Ele, que participou ativamente do grupo Pessoal do Vitor, o qual levaria à fundação do Departamento de Artes Cênicas, nos conta sobre as primeiras idas à Unicamp, os sonhos e projetos do grupo liderado por Celso Nunes, e das ações realizadas no campus. Fala dos espetáculos em que atuou ou dirigiu, dos processos criativos das peças encenadas pelo Pessoal do Victor, das parcerias e da chegada de Adilson Barros. Paulo conta histórias deliciosas vividas em grupo, as pesquisas de campo, os sucessos realizados. Betti é um mestre com vocação enorme para estimular o aprendiz da cena. Continua na ativa como um dos atores mais respeitados da TV, do cinema e do teatro brasileiros. Generoso, bem humorado e sempre otimista. Bora ouvir e se encantar com o entusiasmo dele!
Nesta conversa, Neyde nos fala de sua riquíssima trajetória, sempre transitando entre a carreira acadêmica e a artística, levando o que aprendia, descobria ou aprimorava, de uma para a outra. Neyde, brilhante pesquisadora, responsável por levar o Teatro de Revista para a universidade brasileira, com livros e artigos que são referência de excelência até hoje, nos conta sobre sua vocação para a cena popular, a ligação com a Commedia dell'Arte e as pesquisas fora do Brasil, incluindo um ano convivendo com Dario Fo e Franca Rame. E, claro, nos fala, com entusiasmo, de seus anos de atuação no curso de Teatro da Unicamp e das parcerias que surgiram naquele espaço de criação que tão bem acolheu e desenvolveu o Teatro Popular, sem preconceitos.