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Desobediência Literária

Desobediência Literária
Author: Ana Mónica | Ana Oliveira
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© Ana Mónica | Ana Oliveira
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O podcast em português com conversas e opiniões literárias, onde exploramos livros, autores e temas relevantes do universo literário. O nosso objetivo é aproximar leitores e promover obras de qualidade junto de um público apaixonado por literatura.
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Esta semana, abordamos uma obra dolorosa de ler, mas com conteúdo muito importante. O que a torna especial e de leitura obrigatória.O som do rugido da onça é como uma floresta em palavras, densa, viva, atravessada por vozes que o tempo tentou silenciar.A autora envolveu o mito e a história, revelando a dor das crianças arrancadas do seu ambiente e a persistência da memória que insiste em sobreviver.O rugido não é apenas da onça, é da revolta, do corpo, da língua, da ancestralidade que resiste.Um livro que nos faz ouvir aquilo que foi calado e que nos devolve a força bruta e delicada da lembrança.Perante uma abordagem tão crua desta obra, prometemos que o episódio tem um desfecho muito ternurento.Curiosos?
Esta semana, viajamos de barco para a ilha de verão para mergulharmos num romance intenso sobre preconceitos, desigualdades, origens sociais e raciais.Através das personagens intensas, o autor expõe o conflito entre classes sociais.Assistimos a uma presença constante do preconceito racial e o peso de uma tecnocracia que ameaça a força da vida.Não obstante, por entre estes conflitos e tensões, neste paraíso isolado, mantém-se também a celebração da vida, da liberdade e da resistência do ser humano.Apanhem este barco connosco.
Neste episódio, vamos conhecer um jardim secreto, onde cresce a solidão da personagem principal.Adele é uma mulher bela, inquieta e prisioneira de um desejo que parece não ter fim.A autora, Leïla Slimani, leva-nos a conhecer caminhos sombrios, onde o prazer se mistura com a vertigem e onde cada flor oculta os espinhos.O “Jardim do Ogre” não é apenas um romance, é um espelho que reflete a delicadeza, a fragilidade e a brutalidade da alma humana.
Hoje, viajamos até às margens do Mississipi, para conhecermos Tom Sawyer.Tom, é uma alma insubmissa no corpo de um menino rebelde.Um especialista em fugir para não ir à escola, um menino corajoso, que brinca aos piratas numa ilha deserta, até um tesouro escondido acaba por se tornar realidade nas suas mãos.O Tom não é simplesmente um menino do sul dos EUA, é a definição da infância eterna, livre, inquieta, rebelde mas sempre encantada com a promessa de descobrir novos mundos.Vamos à boleia deste barco, e conhecer este pirata?
Esta semana, gravámos a partir de Arronches no Convento da Nossa Senhora da Luz, uma conversa muito especial e intimista.A convite da Livraria Inculta, participámos na II edição do Festival de Arroches, e não podíamos ter ficado mais felizes com esta experiência.Através de uma bonita conversa com a Helena, depressa percebemos a sua paixão pela literatura e o seu sonho em abrir uma livraria.A Inculta é uma livraria independente, que tem como missão principal, apoiar escritores emergentes. Conseguimos verificar a sua forte vocação cultural e literária, direcionada para a literatura lusófona.Diferenciada de outras livrarias, pela seleção cuidadosa das obras, a sua vocação cultural não se limita à venda de livros. Organizam eventos, workshops e atividades comunitárias focadas na promoção da literatura lusófona.A Inculta é muito mais que uma livraria tradicional, é um ponto de encontro literário!Preparados para conhecer a Inculta?
Esta semana, celebramos os cem anos da obra “O grande Gatsby” de F. Scott Fitzgerald.É um livro repleto de festas, amores impossíveis e segredos mal resolvidos.Neste clássico intemporal, seguimos a história de Jay Gatsby, um homem misterioso, que nos leva a questionar até onde estamos dispostos a ir por alguém que amamos (ou idealizamos)?Entre cocktails, jazz e carros de luxo, esconde-se uma história triste, misteriosa e muito humana.Um retrato bem real dos loucos anos 20, onde o glamour, a riqueza e as festas escondem um vazio silencioso.Viajamos juntos até aos anos 20?
Neste episódio, vamos apresentar três obras pertencentes à editora independente Musa Impassível.A Musa Impassível, dedica-se à publicação de obras que primam pela profundidade intelectual e pela elegância literária.Acreditam que cada livro é uma obra cuidadosamente lapidada, onde o conteúdo segue paralelamente com o rigor e a paixão silenciosa.A Musa impassível abre o espaço a novas vozes que se recusem a ser superficiais.Apresentamos “Os contos da noite”, escrito por Bernardo Brandão, que através de uma escrita onde o erotismo impera, nos convida a ler sem tabus.Falamos também do “Quinto Império” escrito por João Carlos Nunes, onde através de uma viagem pela utopia o mistério e o histórico, fazem um ensaio literário sobre o império português.E terminamos, com o “Rasgo” escrito por Margarida Maria Rocha, que nos conduz, através de um fio cronológico numa autobiografia poética.Deixem-se inspirar pela beleza impassível da palavra!
Neste episódio, abordamos uma obra narrada em primeira pessoa pela personagem principal.Uma obra breve, incisiva e mordaz, que podemos classificar de romance filosófico.Depressa nos apercebemos de que se trata de uma reflexão sobre a condição humana.No decorrer da ação, a personagem expõe as suas fraquezas, os medos e os arrependimentos.É uma crítica clara à sociedade moderna e aos valores superficiais, não estivéssemos a falar de Camus.Preparados para A Queda? Segurem-se bem!
Através de uma distopia, neste episódio falamos de Catarina e a Beleza de Matar Fascistas.A ação decorre em 2028. Portugal é governado pela extrema-direita.Como se se tratasse de um ritual, todos os anos, uma família reúne-se no Alentejo com a intenção de raptar e matar um fascista.Esta tradição ocorre na sequência da morte de Catarina Eufémia, assassinada em 1954, por reivindicar melhores condições laborais.Existe um claro paralelismo entre a obra e a realidade política recente. Em ambas, verifica-se a ascensão da extrema-direita em Portugal.É importante que continuemos a abordar este tema, para que a história não se repita.Venham connosco conhecer este livro!“Não passarão”!
Neste episódio abordamos a obra “Uma Vida à Sua Frente” de Romain Gary, publicado sob o pseudónimo Émile Ajar em 1975. A história é narrada por Momo, uma criança órfã, que vive num bairro pobre de Paris. Momo é criado por Madame Rosa, uma ex-prostituta judia e sobrevivente de Auschwitz, que acolhe em sua casa filhos de outras prostitutas.A narrativa, comovente e cheia de humor, acompanha a relação afetiva entre Momo e Madame Rosa, marcada por amor, dificuldades, marginalização e resistência. A obra aborda temas profundos como o abandono, a velhice, o racismo, a prostituição, a pobreza e a dignidade humana, sempre através do olhar sensível e inocente de Momo.Acompanhem-nos nesta viagem especial!
No episódio desta semana, abordamos o poeta do proletário - Karl Marx.Nas sombras densas das fábricas em chamas, Marx lutou de forma brava.Com a sua rebeldia, conseguiu forjar palavras como punhais e no sopro frio da ideologia despertou mundos tão desiguais.Na bruma escura do capital, viu o motor da engrenagem oculta.Com Engels ao lado, com tinta e ideias, escreveu o futuro página a página.A sua luta não foi só a escrita, foi uma lenda.Preparados para conhecer esta mente brilhante?
Neste episódio, vamos viajar através de vários temas, como a negação da morte, a hipocrisia da burguesia e a procura pela vida autêntica.Tolstói inicia a narrativa com a notícia da morte da personagem principal, e acompanhamos a sua trajetória desde a juventude, o seu casamento por conveniência e a carreira burocrática, até ao momento em que adoece com uma enfermidade misteriosa e incurável.O autor escreve esta obra com uma clareza psicológica.O livro é curto, mas extremamente impactante. Tolstói oferece uma crítica feroz à sociedade superficial e materialista.Convida-nos a refletir sobre valores que, atualmente, são pouco claros e amplamente desvalorizados pelo ser humano.“Em vez de morte, havia luz.”
Neste episódio, vamos abordar duas obras-primas de Dostoiévski.Através de “Gente Pobre”, conhecemos duas personagens pobres que se comunicam através de cartas.Neste caso, Dostoiévski constrói uma crítica subtil à burocracia, à desigualdade social e à marginalização.A estrutura epistolar (romance contado por meio de cartas) cria intimidade emocional e revela o contraste entre a miséria material e a riqueza dos sentimentos.Em “Noites Brancas”, acompanhamos a história de um amor impossível, com uma forte carga lírica e psicológica.A narrativa é marcada através de um tom melancólico e introspetivo, revelando a fragilidade das emoções humanas diante da realidade concreta.O que faz um breve momento ecoar na eternidade das nossas vidas?
Que segredos pode guardar uma casa?Há casas que não se esquecem, cada canto sussurra histórias antigas, cada sombra esconde um segredo.Através desta obra, a autora conduz-nos por um labirinto de silêncios, memórias e presenças que talvez nunca tenham partido.Caruncho é um romance inquietante e perturbador que explora a opressão, o trauma e a memória.É uma leitura intensa, com um misto de terror e feminismo.“No creo en brujas, pero que las hay, las hay.”
Neste episódio, abordamos uma fábula extraordinária sobre o amor, a tristeza, a generosidade e a solidão.Trata-se de um livro infantil, mas está longe de poder ser reduzido a essa categoria.Convida-nos a refletir sobre a importância dos laços que criamos e a assumir a responsabilidade por aqueles que amamos e cuidamos.Esta fábula ajuda-nos a ponderar sobre a nossa existência e a perceção que temos do mundo.A personagem relata a viagem pelos planetas do Sistema Solar, e como cada um representa os vários estereótipos da nossa sociedade.Preparados para conhecer O Principezinho?“O essencial é invisível aos olhos.” Só se vê bem com o coração!
Neste episódio, viajamos até ao Estado de Washington no final da década de 80.Praticamente desde a primeira página, identificamos a presença de referências musicais que seguem em paralelo com todo o enredo.Conhecemos, através de uma escrita cativante, a história de Peter Melvin, um jovem que se debate com a sua própria identidade e com o que pretende realmente fazer da vida.Através desta obra, percebemos que uma família disfuncional será sempre uma família, e prevalecerá sempre a união.Um livro perfeito para todos os fãs de grunge e para todos os fãs de uma grande história.Aceitam viajar connosco?
Neste episódio, vamos abordar uma obra que representa uma parábola poética sobre as grandezas e misérias do mundo em que vivemos.Explora o perigo das ambições e, essencialmente, alerta-nos sobre o que acarreta sair da nossa zona de conforto. Identificamos com facilidade a presença da ganância e do racismo, mas também nos apercebemos de valores muito importantes: a coragem, a coesão social e a família.Venham connosco conhecer as consequências de encontrar uma pérola!
À boleia de uma sátira brilhante, neste episódio, visitamos a quinta dos animais para assistir ao triunfo dos porcos!Acompanhamos a revolta dos animais perante os humanos e tudo o que implicou esta decisão.No entanto, nem tudo são rosas, e percebemos que, num primeiro momento, todos os animais são iguais, tanto em direitos como em deveres. Porém, com o passar do tempo, os porcos assumem posições cada vez mais autoritárias para com os restantes animais.Esta fábula política tem como objetivo alertar para o perigo dos regimes totalitários.A moral da história é simples: não há organizações perfeitas, e os vícios do poder político são transversais.Preparados para visitar A Quinta dos Animais?
Um homem pode ser estrangeiro na sua própria casa, na sua própria terra ou até dentro de si.Basta acordar e não compreender o sentido das coisas.Neste episódio, vamos refletir de forma profunda e perturbadora sobre a condição humana.Vamos ver como a indiferença e o desinteresse pelo mundo ao nosso redor podem desafiar as normas sociais e emocionais.Evidenciamos o absurdo, a alienação e a busca pelo sentido da vida.Preparados para conhecer O Estrangeiro?
Neste episódio, vamos abordar uma obra que é, claramente, um manifesto inspirador em defesa da vida e da liberdade.Alexandra David-Néel, através da sua obra Pela Vida, efetua uma crítica à sociedade apática em que vivemos, reprovando a obediência cega.Uma obra visionária, e um reflexo da vida livre e desprendida da autora.