Discover
Dor de Coluna
Dor de Coluna
Author: Pedro Faria
Subscribed: 2Played: 62Subscribe
Share
© Pedro Faria
Description
Dor de Coluna é um podcast de análise de conjuntura política e econômica a partir da perspectiva do campo popular. É feito para quem quer uma perspectiva com profundidade teórica e fora do controle ideológico do comentário político e econômico da imprensa empresaria.
15 Episodes
Reverse
O governo Lula está avançando na regulação das mídias sociais. As big techs tem monopólio sobre as plataformas que sustentam o debate público. Como qualquer monopólio, elas devem ser reguladas e assumir a responsabilidade pública de monopolistas. Mas o pensamento liberal trata as big techs da mesma forma que a padaria do seu Zé da esquina: como se elas pudessem sofrer concorrência no mercado.
O episódio discute esse mito da competição perfeita de um ponto de vista econômico e filosófico. Entender conjuntura é entender os fundamentos das posições em debate.
O governo divulgou o texto final do Novo Arcabouço Fiscal que será enviado para o congresso. O texto trouxe duas novidades negativas: a inclusão da capitalização das estatais financeiras nos gastos que terão limite de crescimento e a limitação do reaproveitamento de superávit primário na forma de investimentos públicos. Discutimos as duas novidades e a maneira como elas devem limtiar o investimento público e o apoio ao investimento privado.
Aproveitamos o assunto para falar da teoria por trás da análise: por que o investimento público é tão importante? Apresentamos uma visão keynesiana do investimento público e comentamos como o Novo Arcabouço Fiscal fica dividido entre essa visão e a visão mais ortodoxa.
O episódio de hoje explica por que o acordo entre Brasil e China para o uso do Renminbi, a moeda chinesa, contribui para a construção de uma nova fase do sistema monetário internacional.
Como economia monetária internacional é um pouco complicado, começamos com uma explicação sobre o que é o balanço de pagamentos e como ocorre uma crise no balanço de pagamentos. Por que alguns países ficam sem acesso a dólares para fazer comércio internacional?
Depois, explicamos como a fala de Lula sobre o papel dos NDB, o Novo Bando de Desenvolvimento dos BRICS, resgata a proposta de Keynes para o sistema monetário internacional: ao invés da hegemonia dos Estados Unidos e do dólar, Lula está propondo a cooperação internacional.
Por último, encaixamos a proposta de uma moeda comum de comércio internacional na América do Sul e o acordo Brasil-China de uso do Renminbi nesse cenário.
Vamos fazer uma revisão do governo Lula?
O que o governo fez? O que ainda não está bem desenhado? Quais são os desafios?
E a oposição? Como foram os 100 primeiros dias de oposição?
Quer entender o novo arcabouço fiscal do governo? Achou o lugar certo!
Eu explico o que o ministro Fernando Haddad anunciou e depois comento como esse arcabouço importa para o futuro do país, quais são suas limitações e vantagens.
Continuando a discussão sobre mercado financeiro:
1) a pesquisa da Quaest com executivos do mercado financeiro: eles não estão preocupados com "saúde fiscal"
2) a briga pelo juros do crédito consignado: o governo não pode perder a chance de ocupar espaço com os bancos públicos
3) soberania e mercado financeiro: continuando a discussão de financeirização, agora na filosofia política. O mercado financeiro depende cada vez mais de ações extremas do poder soberano. Por isso tem que estar sob tutela.
Pessoas que eu mencionei nesse episódio
Felipe Nunes, da Quaest: @felipnunes no twitter
Adam Tooze: "Chartbook" no Substack e "Ones and Tooze" em podcast. O livro é "Crashed: How a Decade of Financial Crises Changed the World"
Martin Wolf, colunista do Financial Times
Diogo Santos (Cedeplar): @diogosantos no twitter
No episódio de hoje, falo sobre a tempestade que está se armando no mercado de crédito: fraude das Americanas, taxa de juros alta, demanda agregada. Qual é o desafio que o governo enfrenta?
Aproveito para falar um pouco sobre como uma economia financeirizada muda a própria forma como o governo deve atuar: só politica fiscal não basta. Nós não vivemos em um mundo (só) keynesiano, temos que ter atenção às intempéries financeiras e usar todas as ferramentas que temos à disposição, inclusive algumas que são tratadas como heresia na imprensa empresarial.
Nesse episódio, eu discuto a tese de Celso Rocha de Barros sobre a tarefa histórica que o Partido dos Trabalhadores tem à sua frente.
Para Celso, o PT será o responsável por repactuar e reconstruir a democracia brasileira. Dessa vez, participará do processo "por cima", liderando o governo, e não "por baixo", na base, como foi na redemocratização depois da ditadura. Segundo Celso, isso tende a transformar o PT em um PMDB: um partido com menos identidade ideológica e alas bastante distantes.
Argumento que, apesar de isso ser uma possibilidade, inclusive por interesse da ala mais conservadora do PT, a direita não vai deixar um partido que *ainda* tem um pé nos movimentos populares assumir uma posição de centro. A direita, representante política da classe dominante de uma economia primário-exportadora, tende a se manter radicalizada. Os liberais devem ceder mais uma vez à extrema-direita.
O confronto será mais uma vez entre a esquerda, liderada pelo PT, e uma direita pouco afeita à democracia justamente por ser incapaz de propor um modelo de modernização que ofereça uma melhora crível para os pobres do Brasil, que são a maioria do eleitorado.
Para ouvir o próprio Celso, recomendo estas entrevistas:
Foro de Teresina - https://www.youtube.com/watch?v=xzhEan11ezQ
20 minutos com Breno Altman - · https://www.youtube.com/watch?v=ziOJByir6Ws
Também recomendo a conversa do professor Valter Pomar com o Breno Altman, que dá uma visão alternativa sobre a história e os desafios futuros do Partido dos Trabalhadores: https://www.youtube.com/watch?v=V4qFU6pxjm8
O presidente do Banco Central "independente" (no caso, independente só do governo de esquerda) está implementando uma política monetária exagerada. O presidente Lula resolveu que não vai deixar barato. Mas a imprensa não quer abrir para o debate: repetem que só há uma solução "técnica" para a inflação. O resto é política.
Pois bem, o campo popular faz política e não se esconde. Vamos falar de política monetária e o que pode ser feito de novo nessa área?
O presidente Lula mandou cobrar o governo. Não é todo dia que temos um governo do campo popular aberto ao diálogo com os movimentos sociais e sindicatos. Vamos conversar sobre como cobrar um governo do campo popular?
O Janones pediu e eu estou aqui respondendo fake news. Vamos falar de imposto de renda e da proposta do Lula? Também comento umas fake news mais abiloladas como a teoria dos infiltrados no golpe e o velhíssimo caô de auxílio-reclusão.
A nota de política econômica do Made-USP está aqui: https://madeusp.com.br/publicacoes/artigos/o-imposto-de-renda-da-pessoa-fisica-no-tempo-um-breve-historico-do-discurso-politico-brasileiro-nas-reformas-tributarias/
E o twitter do Desajuste é https://twitter.com/DesajusteEcon
Começou a campanha do oficialato brasileiro para tentar impedir a investigação e punição de golpistas que usam farda. Partes da grande imprensa começaram a soltar notas plantadas de que o PT está "radicalizando" e "queimando pontes". Queremos apenas que a lei seja cumprida para todos.
Vamos aproveitar para discutir: jornalismo que serve aos militares não é democrata. E a direita brasileira tem que aprender a ganhar eleições sem tutela militar.
O fracasso da tentativa de golpe bolsonarista dá espaço para reabrirmos a questão militar? Provavelmente não, mas o campo da esquerda e o governo tem que ajustar a rota.
Nesse episódio falo sobre análise de conjuntura econômica e dinâmica de classes a partir de um debate puxado pelo ex-economista chefe do FMI, Olivier Blanchard sobre conflito distributivo e controle de inflação. O campo liberal tende a homogeneizar e agregar ao fazer análise de conjuntura (o "mercado", a inflação, etc). Nós temos que abrir os agregados e entender os conflitos de classe e de frações de classe que guiam a realidade econômica.
Apresento a proposta do podcast: lamentar e se contrapor ao colunismo da grande imprensa brasileira. E discuto a situação da direita-dita-democrática no governo Lula




