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Entre Deus e o Diabo
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Entre Deus e o Diabo

Author: Vítor Matos

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Um retrato falado de André Ventura, sobre o caminho contraditório do líder do Chega para o extremismo político. A narrativa, da autoria do jornalista do Expresso Vítor Matos, conta a história de André antes do venturismo, um fura-vidas à procura de uma oportunidade, e que ascende na Igreja, na academia e no comentário, até ceder às tentações da notoriedade e do populismo. Entre Deus e o Diabo, Como André se fez Ventura, é um podcast narrativo de sete episódios com publicação semanal. A partir de 12 de março e a cada domingo será publicado um novo capítulo em todas as plataformas de podcast e em Expresso.pt
8 Episodes
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Apresentação do podcast 'Entre Deus e o Diabo', um retrato falado de André Ventura sobre o caminho contraditório do líder do Chega para o extremismo político. A narrativa, da autoria do jornalista do Expresso Vítor Matos, conta a história de André antes do venturismo, um fura-vidas à procura de uma oportunidade, e que ascende na Igreja, na academia e no comentário, até ceder às tentações da notoriedade e do populismo. A partir de 12 de março e a cada domingo será publicado um novo capítulo. Não perca o podcast narrativo Entre Deus e o Diabo, Como André se fez Ventura.See omnystudio.com/listener for privacy information.
André Ventura cresceu em Mem-Martins, num subúrbio da Grande Lisboa, em Sintra, que diz agora parecer África, por causa da imigração, o que nos conduz à teoria da grande substituição da população branca. Esta é uma tese perigosa, que ele agora defende, como todos os outros líderes populistas da direita radical. No primeiro episódio deste podcast, fomos ao Algueirão ver onde o jovem André cresceu.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Quando fez 40 anos, no dia 15 de janeiro de 2023, André Ventura publicou nas redes sociais uma fotografia a rezar numa igreja e a agradecer “o privilégio que Deus lhe concedeu de poder lutar pelo país”. No segundo episódio deste podcast, contamos como o adolescente de 14 anos, não batizado e sem referências católicas, teve o seu encontro tardio, mas fundamentalista com a Igreja e a fé. "Normalmente, os que se convertem mais tarde têm uma ânsia pelo radicalismo", diz quem conheceu André Ventura nos seus anos de seminarista. Hoje, os que o lembram não reconhecem o "personagem" em que se tornou. O líder de uma comissão da Conferência Episcopal diz ser "grave" o uso de símbolos religiosos na política. O líder do Chega explica como a conversão lhe mudou a vida: "Se não tivesse sido Deus e a religião, eu seria um taxista no Algueirão".See omnystudio.com/listener for privacy information.
André foi para o seminário, mas apaixonou-se por uma mulher e desiludiu-se com uma certa “espiritualidade degradada”. Desistiu de ser padre. Neste episódio da série “Entre Deus e o Diabo”, Ventura assume que usou “materiais religiosos de castigo” nessa fase de “choque de personalidade”. Um antigo colega, no entanto, diz que “não é normal” a prática de castigos físicos em seminaristas. Hoje, o uso da linguagem religiosa faz com que o líder do Chega seja combatido também no campo religioso pelos adversários, como aconteceu com Marcelo Rebelo de Sousa e mesmo no partido ouviu uma evangélica dizer: "Deus não é um slogan". Apesar de tudo, isso parece não se converter em votos: a investigadora Lea Heyne explica que os eleitores do Chega são menos religiosos que os votantes no PSD ou no CDS.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O líder do Chega tem posições políticas que violam a ciência jurídica produzida pelo Ventura-académico na sua tese de doutoramento. Com o duplo homicídio no Centro Ismaelita de Lisboa, Ventura voltou a contrariar o texto com o qual adquiriu o título de Professor Doutor na Irlanda. Neste episódio, a constitucionalista Teresa Violante explica que, quem diz uma coisa na investigação e o contrário no espaço público, compromete a sua “credibilidade política” e a “integridade académica”. Esta é a história de alguém descrito como “moderado” e “social-democrata” enquanto jovem universitário, que defendia posições liberais e laicas nos costumes, e que confessou ter experimentado drogas, embora agora defenda prisão perpétua para os traficantes. Saiba o que lhe aconteceu no Erasmus em Salamanca e depois porque é que os colegas do escritório de advogados, do Porto, onde ele estagiou, o encontraram quase morto na cama…See omnystudio.com/listener for privacy information.
André Ventura ascendeu enquanto foi abordando as pessoas certas. Escreveu dois romances com passagens pornográficas e diz ter sido ameaçado de morte quando escreveu 'A Última Madrugada do Islão', que tinha cenas de sexo do profeta Maomé com uma esposa de 15 anos. Quis escrever as biografias de Fernando Seara e de Luís Filipe Vieira e chegou a ter 200 páginas sobre política, sem radicalismo, para um livro a meias com o ex-ministro do PSD Rui Gomes da Silva, projeto que ficou na gaveta. Neste episódio confessa querer acabar a vida num mosteiro. O jornalista Octávio Ribeiro, ex-diretor do “Correio da Manhã” e da CMTV, reconhece que, “se não fosse o ‘CM’ e a CMTV, André Ventura teria de ter encontrado outros caminhos. Ou seja, “nós criámos esta figura”, reconhece neste 5º episódio de “Entre Deus e o Diabo”. Afastou-o da Cofina já como líder do Chega por causa das posições racistas e xenófobas, e conta que foi difícil convencê-lo a ser comentador pelo Benfica. Saiba porquê no 5º episódio de 'Entre Deus e o Diabo, como André se fez Ventura'.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Quando foi candidato a Loures, em 2017, André Ventura inventou o filão eleitoral do discurso racista e xenófobo contra a comunidade cigana como pura estratégia de marketing: João Gomes de Almeida, o seu consultor de comunicação, conta como durante um almoço combinaram uma entrevista a um jornal, a falar do tema. As reações contra o candidato fizeram dele uma “popstar”, diz o publicitário, e levaram-no a querer fazer um partido. Acabou por sair do PSD em rutura com Rui Rio. Um amigo conta que ele “abominava” a direita radical, mas acabou por se converter e avançar com a ideia do Chega. Com o crescimento do partido, a comunidade cigana queixa-se de mais atitudes discriminatórias: os autarcas estão a deixar cair políticas de integração de ciganos com medo do aproveitamento político que o Chega local pode fazer. Oiça aqui o 6º episódio sobre as bases que levaram André Ventura a criar um partido.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Quando finalmente André se fez Ventura com o sucesso eleitoral do Chega, três efeitos sistémicos abalaram a política portuguesa: a emergência de um discurso racista e xenófobo que até agora se mantinha fora da democracia portuguesa; a utilização da mentira como instrumento narrativo, sem preocupações com a credibilidade; e uma disrupção à direita que deixou o PSD desorientado. No último episódio do podcast “Entre Deus e o Diabo”, três investigadoras universitárias desmontam os argumentos de André Ventura em relação à imigração: a criminalidade baixou, os estrangeiros não roubam empregos e a Segurança Social lucra. Duas vozes autorizadas da Igreja explicam como Ventura contraria as posições de vários Papas. E ainda: como o Chega potenciou o racismo nas polícias, como a mentira rende mesmo quando é detetada, e como a direita moderada é a mais vulnerável à direita radical.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Comments (6)

Ana Catarina Santos

Deve acreditar tanto em Deus como no Pai Natal. Nada é tão perigoso como um político que diz que foi colocado por Deus no lugar onde está e investido por Deus na tarefa de fazer... aquilo que quer fazer. "Deus" é o petit nom que dão à sua própria vontade, para enganar os papalvos.

May 27th
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Ana Catarina Santos

Acho estranho que um católico crente (passe o pleonasmo) não tenha medo do castigo divino depois de ter feito pacto com o demónio. E ou não leu o Fausto até ao fim, ou se esqueceu dessa parte, porque os Faustos nunca acabam bem (e o pior é a quantidade de gente que arrastam com eles).

May 24th
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Ricardo Cardoso

muito fraquinho. não é política, não é biografia, nem ensaio senhor César. publicidade gratuita.

Apr 21st
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R. Magalhães

Todos nós sabemos que a imprensa — mesmo a autoproclamada "de referência" — nunca foi isenta. A única diferença é que eles, hoje, já nem sequer fingem ser.

Mar 31st
Reply (1)

Tomás Cunha

esta é capaz de ser a coisa mais ridícula que já ouvi. Então o tipo é demoníaco porque gosta de ler o Thomas Mann? XD é um gozo ouvir, ganharam um fã... até meteram o diabo a rir-se LOL

Mar 14th
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