DiscoverFora da Política Não há Salvação
Fora da Política Não há Salvação
Author: Cláudio Couto
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© Cláudio Couto
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Este é o podcast do canal do Youtube #ForadaPolíticaNãoháSalvação, produzido pelo cientista político Cláudio Couto. Os programas do YouTube estão disponíveis aqui na versão de áudio (e, no Spotify, também em vídeo).
O #FPNS é um podcast voltado à discussão da conjuntura política, em especial a brasileira, com base no conhecimento acadêmico produzido sobre a política, as políticas públicas, o direito público e outras áreas.
Novos episódios disponíveis aos sábados de manhã.
#AnálisePolítica #ConjunturaPolítica #PolíticaBrasileira #CiênciaPolítica
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Novos episódios disponíveis aos sábados de manhã.
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A pandemia da Covid-19 se fez acompanhar de uma grande onda de negacionismo. Havia os que negavam a existência da doença, sua gravidade ou as formas cientificamente embasadas para combatê-la. Para justificar a negação, apresentavam pretensas evidências anedóticas, achismos, informação distorcida, teorias da conspiração e supostos achados alternativos aos do consenso científico dominante.
A pandemia, contudo, não foi caso isolado. O negacionismo aparece em muitas outras situações, como na maneira como se lida com o problema das mudanças climáticas e do aquecimento global. Negacionistas afirmam que tais transformações não estão ocorrendo, ou que, embora estejam a acontecer, não decorrem da ação humana, mas de causas naturais como, por exemplo, os vulcões. Outros afirmam – apelando ao conspiracionismo – que tudo se trataria de uma invenção do "climatismo", uma faceta do "globalismo".
No Brasil, o negacionismo climático ganhou proeminência após a catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul, com alguns – sobretudo na extrema-direita – bradando que enchentes como essa acontecem de tempos em tempos, usando a cheia de 1941 como evidência disso.
Mas o que efetivamente define o negacionismo? Por que tratar dele é tão importante? Que lugar têm, na discussão sobre o negacionismo, as teorias da conspiração e as fake news?
Para discutir tais temas, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe dois convidados. Um é o cientista social José Szwako, professor de sociologia no Instituto de Estudos Sociais e Politicos da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IESP UERJ). Junto a José Luiz Ratton, Szwako organizou o "Dicionário dos Negacionismos no Brasil", publicado pela CEPE Editora e indicado ao Prêmio Jabuti na categoria "Ciências".
Szwako é também pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP) e do INCT "Participa", dedicado a pesquisas sobre participação e sociedade civil.
A outra convidada é a socióloga Lorena Fleury, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), atuando nas pós-graduações em Sociologia e Desenvolvimento Rural. Ela coordena o Grupo de Pesquisa "Tecnologia, Meio Ambiente e Sociedade" (TEMAS). Fleury é autora do verbete "Antropoceno" no "Dicionário dos Negacionismos no Brasil".
As músicas deste episódio são "Frisk" do Au.Ra e "Nothing on Me" de Patrick Patrikios.
Leia o blog do #ForadaPolíticaNãoháSalvação no site da CartaCapital.
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#Negacionismo #Conspiracionismo #TeoriasdaConspiração #FakeNews#Ciência #ConhecimentoCientífico
#Política #AnálisePolítica #ConjunturaPolítica #PolíticaBrasileira #CiênciaPolítica
Desde o final dos anos 1990, diversas democracias mundo afora entraram em processo de declínio, ou ao menos de captura por lideranças, movimentos ou partidos populistas, autoritários e iliberais.
O primeiro caso foi o da Venezuela, que sucumbiu ao chavismo e viu erodir pouco a pouco sua até então longeva democracia (estabelecida pelo Pacto de Punto Fijo no final dos anos 1950). Tratava-se de um regime democrático repleto de problemas e oligarquizada, mas ainda assim, democrático. Deixou de sê-lo com a ascensão de Chávez ao poder.
O autoritarismo populista ganhou terreno também em alguns países europeus como Turquia, Hungria e Polônia, seja pondo termo a jovens democracias estabelecidas em países com longa tradição autoritária, seja ao menos piorando significativamente a qualidade desses regimes.
A onda populista autoritária chegou aos Estados Unidos com Donald Trump (que agora ameaça retornar ao poder), aprofundando uma tendência já verificada em estudos acadêmicos sobre a democracia: a tentativa de compreender a erosão ou recessão democrática (democratic backsliding).
Inevitavelmente, com a chegada de um extremista de direita à Presidência da República no Brasil, Jair Bolsonaro, essas preocupações também cresceram por aqui. E isso não foi apenas no meio acadêmico: também a sociedade civil e diversos atores do sistema político manifestaram sérias preocupações com o avanço autoritário representado pelo bolsonarismo e com as ameaças dele à ordem democrática brasileira.
O quanto essas ameaças eram críveis? A democracia no Brasil realmente correu riscos de quebra? Como ela resistiu aos ataques?
Para discutir tais temas este #ForadaPoliticaNãoháSalvação recebe os cientistas políticos Marcus André Melo e Carlos Pereira. Eles são os autores do recém-lançado livro "Por que a democracia brasileira não morreu?", publicado pela Companhia das Letras. Sua obra desafia o senso comum acerca do problema e confronta muitas das interpretações mais estabelecidas.
Marcus Melo é professor titular de ciência política da Universidade Federal de Pernambuco e colunista da Folha de S. Paulo.
Carlos Pereira é professor titular da FGV EBAPE (Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas) e colunista de O Estado de S. Paulo.
As músicas deste episódio são "Batuque Bom" e "Eletrosamba", ambas de Quincas Moreira.
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#Populismo #Autoritarismo #Iliberalismo #Democracia #GolpedeEstado #ExtremaDireita #Ultradireita #Extremismo #PartidosPolíticos #Ideologias
#Política #AnálisePolítica #ConjunturaPolítica #PolíticaBrasileira #CiênciaPolítica
A relação do governo Lula 3 com o Congresso Nacional não tem sido fácil, contrastando com a experiência dos governos Lula 1 e 2. À época, o presidente não enfrentava um legislativo tão à direita, nem tão empoderado e com capacidade para controlar nacos cada vez maiores do orçamento público.
Ainda assim, o Poder Executivo obteve sucesso em suas empreitadas mais importantes do primeiro ano de mandato, com a aprovação da reforma tributária e do novo marco fiscal. Além disso, o número de projetos do Executivo aprovados foi bastante elevado. A questão é: o custo político para isso foi muito alto também.
Vale chamar a atenção também para a vitória do governo na CPMI dos Atos Golpistas, que indiciou diversos bolsonaristas de alto coturno, e o fiasco da oposição na CPI do MST, que sequer conseguiu produzir um relatório final.
O fato é que, ao menos desde 2015, o Congresso Nacional vem ganhando poder, reduzindo o espaço do Executivo na gestão orçamentária com as PECs que tornaram impositiva a execução de emendas parlamentares, primeiro, e com as emendas de relator (que deram origem ao orçamento secreto), depois.
Outro aspecto importante são os efeitos da pandemia sobre o funcionamento da Câmara, a casa legislativa mais importante no processo decisório. O presidente Arthur Lira aproveitou as ferramentas de trabalho parlamentar remoto adotadas durante a crise da Covid-19 para tornar esses instrumentos práticas correntes mesmo após a volta à normalidade sanitária, conseguindo assim concentrar muito poder em suas mãos.
Comissões permanentes da Câmara dos Deputados perderam espaço para grupos de trabalho, cuja composição fica à disposição da discricionariedade do presidente da Mesa Diretora.
Enfim, são muitos os aspectos a serem abordados para se entender essa intricada e árdua relação Executivo-Legislativo no Brasil.
Visando decifrar esse cipoal, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe a cientista política Graziella Testa, professora da Escola de Política Públicas e Governo da FGV em Brasília.
Ela é uma das organizadoras do livro “Governabilidade: Instituições, atores e estratégias”, publicado em coedição pela Fundação Konrad-Adenauer e o Instituto Voto Consciente. Nessa obra, Testa é autora de um capítulo intitulado "Fortalecimento do Legislativo ou centralização do poder? Governabilidade e a formação de base no Congresso Nacional (2019-2023)".
As músicas deste episódio são "Don't Fret" e "Woodshedder", ambas de Quincas Moreira.
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#CongressoNacional #PresidencialismodeCoalizão #SistemadeGoverno #CâmaradosDeputados #SenadoFederal #PoderLegislativo
#Política #AnálisePolítica #ConjunturaPolítica #CiênciaPolítica
Em decorrência dos demais compromissos profissionais, será preciso interromper por prazo indeterminado o #ForadaPolíticaNãoháSalvação.
#Política #AnálisePolítica #ConjunturaPolítica #PolíticaBrasileira #CiênciaPolítica
O primeiro turno das eleições municipais de 2024 mostrou claramente que a direita é grande vencedora da disputa. Ou, com maior exatidão, as direitas - pois não existe apenas uma.
Na grande maioria dos municípios venceu a direita pragmática, cujos partidos no Congresso são identificados como componentes do Centrão: PSD, MDB, PP, União Brasil, Republicanos e mais algumas agremiações menores de natureza similar, como Avante, Podemos e Solidariedade.
A esquerda continuou pequena. Embora PT e PSB tenham ganho mais prefeituras do que em 2020, seu desempenho nas disputas municipais ainda é medíocre. Outras organizações da esquerda, como PDT, PC do B e PV, tiveram grandes perdas.
A centro-direita, que hoje se compõe unicamente da federação PSDB-Cidadania, minguou de vez.
E despontou a extrema-direita, com o PL bolsonarizado e o nanico extremista da direita, o Novo. Os dois partidos cresceram e totalizaram 10% das prefeituras.
O que explica esse cenário? O que ele indica para o futuro próximo? De que forma deverá alterar a disputa nacional em 2026?
Para discutir tais temas este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe o cientista político Carlos Melo, professor do Insper e um analista agudo da conjuntura política.
As músicas deste episódio são ambas de Everet Almond: "Red Whine" e "Jay Walking".
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#Eleições #Eleições2024 #EleiçõesMunicipais #PartidosPolíticos #Municípios #PoderLocal #SistemaPartidário #Direita #Esquerda #ExtremaDireita
#Política #AnálisePolítica #ConjunturaPolítica #PolíticaBrasileira #CiênciaPolítica
A escalada militar levada adiante por Israel, em retaliação ao ato terrorista do Hamas em outubro de 2023, atingiu um novo patamar agora, com o ataque desferido contra o Líbano.
A refrega, que vinha se marcando pelo lançamento de foguetes do Hezbollah contra Israel e ações pontuais de resposta por parte deste, ganhou tons mais agudos após o atentado cometido pelo serviço secreto israelense contra membro do grupo libanês, denunciado por muitos como um ato de terrorismo de Estado.
Logo após a explosão de centenas de pagers e walkie-talkies em posse de membros do Hezbollah, matando dezenas e ferindo centenas de pessoas, inclusive crianças, Israel começou a desferir duros bombardeios contra cidades libanesas, sobretudo as situadas no sul do país e ao sul de Beirute, lugares onde reside uma população de maioria muçulmana.
Após a ofensiva genocida em Gaza, sob o pretexto de eliminar o Hamas, agora o governo de Benjamin Netanyahu informa que não cessará o ataque enquanto não destruir o Hezbollah, indicando estar disposto a produzir mais um morticínio em massa.
Em meio a tudo isso, o primeiro-ministro Israelense compareceu à Assembleia Geral da ONU. Sua subida ao púlpito para discursar provocou a saída de diversas delegações nacionais, em protesto contra as ações militares e os crimes de guerra promovidos por seu país.
O que explica essa nova escalada belicista de Israel na região? Qual o lugar do Hezbollah no complexo cenário político libanês? O que se pode esperar desse confronto?
Para discutir essas e outras questões correlatas, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe a cientista política Natalia Calfat, pesquisadora do Grupo de Trabalho sobre Oriente Médio e Mundo Muçulmano (GTOMMM), da Universidade de São Paulo. Ela é secretária-geral do Instituto da Cultura Árabe (ICARABE) e uma estudiosa da política libanesa e do Oriente Médio.
As músicas deste episódios são todas de Patrick Patrikios: "Sands of Time", "Arabian Nights" e "Mystic Mirage".
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#Líbano #Hezbollah #Israel #TerrorismodeEstado #Guerra #OrienteMédio #Colonialismo
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As eleições municipais ganham tração por todo o Brasil. Após o início do horário eleitoral gratuito no rádio e na TV, o cenário eleitoral começa a sofrer alterações em diversas cidades, como mostram as pesquisas.
Esse fenômeno indica que não é correta a ideia, algo disseminada, de que atualmente só as redes sociais importam, tornando irrelevante a propaganda nos meios tradicionais.
Ainda que, de fato, as redes tenham ganho muito peso e modificado a dinâmica da disputa, a propaganda oficial ainda faz diferença.
Em que medida se pode falar numa disputa municipal nacionalizada? Isso seria mais verdadeiro em alguns municípios do que em outros? Como as diferenças territoriais internas às cidades afetam a dinâmica do jogo eleitoral? Quais os principais temas nestas disputas?
Para discutir tais questões este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe dois cientistas políticos, ambos pesquisadores de pós-doutorado no CEPESP, o Centro de Política e Economia do Setor Público da FGV em São Paulo.
Um é Lucas Gelape, mestre pela UFMG e doutor pela USP. O outro é Marco Antonio Faganello, mestre e doutor pela Unicamp.
As músicas deste episódio são "Burlesque" e "Highway Nocturne", ambas do National Sweetheart, e "I Don't think so", do The Soundlings.
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#Política #AnálisePolítica #ConjunturaPolítica #PolíticaBrasileira #CiênciaPolítica
Na maior cidade do país, São Paulo, surge uma nova liderança no campo da extrema-direita: o influenciador digital e coach, Pablo Marçal.
Ele é um sucesso nas redes digitais, com grande número de seguidores e clientes, que buscam seus serviços motivacionais e voltados a, supostamente, assegurar sucesso profissional. Com tais serviços, enriqueceu e se tornou uma celebridade.
Daí, saltou para o campo político. Em 2022 concorreu a deputado federal, obtendo uma boa votação: 243 mil votos. Contudo, sua candidatura foi cassada por irregularidades no lançamento da candidatura por seu partido à época, o PROS, que se via conflagrado internamente, com uma luta encarniçada pelo controle da agremiação.
Em 2024, Marçal novamente se lança candidato, desta feita à Prefeitura de São Paulo, pelo PRTB, partido criado pelo falecido e folclórico Levy Fidelix, e que elegeu, como vice-presidente de Jair Bolsonaro, o general Hamilton Mourão.
Também nesta nova agremiação há conflitos semelhantes aos que levaram à cassação de sua candidatura anterior. Além disso, o presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, confessou em áudio ter vínculos com a organização criminosa PCC.
Não bastassem as ligações de Avalanche com a facção, várias pessoas ligadas ao candidato têm também vínculos com o Primeiro Comando da Capital. E, não bastasse, o próprio Marçal foi condenado em 2005 por um esquema de fraude bancária. Ele só não cumpriu pena por ter recorrido durante 13 anos, até que o crime prescrevesse.
Com um comportamento agressivo e desrespeitoso, acusações caluniosas contra adversários e um posicionamento extremista, Marçal cresceu nas pesquisas, embolando a disputa pelo primeiro lugar de modo a ameaçar a candidatura do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Marçal também produziu um terremoto no bolsonarismo, ao aparecer como um eventual substituto da liderança de Bolsonaro nesse campo. Com isso, após um posicionamento ambíguo do ex-presidente no início da campanha, Marçal se tornou alvo de ataques dele e de seus filhos. Contudo, logo depois se reconciliaram. Os Bolsonaro perceberam que ao atacar Marçal se indispunham com sua própria base.
Que fenômeno é esse? O que significa a ascensão de Marçal na política paulistana, a ponto de ganhar repercussão nacional? Que riscos eles representa para a democracia?
Para discutir tais temas, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe João Cezar de Castro Rocha, professor titular de literatura comparada da UERJ.
Castro Rocha é autor dos livros "Bolsonarismo: da guerra cultural ao terrorismo doméstico: retórica do ódio e dissonância cognitiva", publicado pela Editora Autêntica, e "Guerra cultural e retórica do ódio: crônicas de um Brasil pós-político", publicado pela editora Caminhos.
As músicas deste episódio são "Observer", "Sofa" e "Good Energy", todas de Dyalla.
#ExtremaDireita #Populismo #EleiçõesMunicipais #Democracia #Extremismo #Coach #InfluenciadorDigital #PartidosPolíticos #LiderançaPolítica
#Política #AnálisePolítica #ConjunturaPolítica #PolíticaBrasileira #CiênciaPolítica
A inteligência artificial se tornou um dos temas – senão o tema – mais discutidos da atualidade.
Tornou-se objeto de debate o seu emprego na pesquisa científica, na produção artística, na publicidade, na segurança e, claro, na política.
Um dos aspectos mais debatidos da interação entre a IA e a política é o uso dessa ferramenta nas campanhas eleitorais, muitas vezes de forma desleal, fabricando imagens e sons que possam ser usados para iludir os eleitores e prejudicar os adversários.
Mas esse não é o único elemento relevante do uso da IA na política. A formulação de políticas públicas, a vigilância do Estado sobre os cidadãos, as relações de poder entre as Big Techs, as pessoas comuns e os governos, tudo isso constitui problemas de natureza política.
Como regular essa nova tecnologia, cada vez mais avançada e capaz de produzir efeitos ainda desconhecidos em seu alcance e consequências? Como evitar que a inteligência artificial seja usada para distorcer a competição política e afetar resultados eleitorais? Como regular essa ferramenta sem, com isso, prejudicar seu potencial positivo e cercear a liberdade?
Para discutir tais temas este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe dois cientistas políticos cujas pesquisas têm-se voltado ao assunto.
Um é Fernando Filgueiras, professor da Universidade Federal de Goiás (UFGO) e pesquisador do INCT Qualigov. Ele é coautor, ao lado de Ricardo Fabrino Mendonça e Virgílio Almeida, do livro "Algorithmic Institutionalism: the changing rules of social + political life", publicado pela Oxford University Press.
O outro é Rafael Sampaio, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pesquisador do INCT Democracia Digital.
As músicas deste episódio são "Deep State" do Vans in Japan, e "Desert Drive" de Everet Almond.
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No domingo, dia 28 de julho, a Venezuela realizou sua eleição presidencial. O embate principal se deu entre o presidente do regime chavista, Nicolás Maduro, e o candidato oposicionista, Edmundo Pérez Urrutia, que concorreu pela Mesa da Unidade Democrática (MUD).
Pérez Urrutia foi apenas a terceira opção oposicionista para a disputa, já que a principal líder da contestação ao chavismo, María Corina Machado, foi impedida de competir por ardis judiciais fabricados pelo judiciário subserviente ao governo, assim como sua primeira substituta, Corina Ioris, foi impedida de se inscrever no certame por supostas falhas no sistema.
Diversas pesquisas apontavam, por margens distintas, vantagem significativa para a candidatura da oposição. Contudo, após o pleito, antes mesmo de divulgar as atas de votação (correspondentes a nossos boletins de urna), o Conselho Nacional Eleitoral – também controlado pelo chavismo – anunciou a vitória de Maduro.
É difícil dizer que tal decisão causou perplexidade, já tais artimanhas são comuns ao chavismo desde seus primórdios. Contudo, diante da grande atenção da comunidade internacional para a disputa, bem como a presença no país de importantes órgãos de monitoramento eleitoral, como o Centro Carter, havia um fio de esperança de que desta vez o regime respeitasse o devido processo eleitoral. Como de hábito, tal respeito não existiu e o governo autoritário deu seguimento à política do fato consumado.
Rapidamente críticas se fizeram ouvir, inclusive vindas de governos de esquerda, como no Chile de Gabriel Boric e na Espanha de Pedro Sánchez.
Brasil, Colômbia e México, também governados por presidentes de esquerda, demonstraram cautela, anunciando ser necessária a divulgação das atas antes de qualquer pronunciamento. Noticiou-se que os três países emitiriam nota conjunta sobre a eleição.
Contudo, no Brasil, o PT, partido do presidente Lula, rapidamente chancelou o resultado, afirmando ter havido "uma jornada pacífica, democrática e soberana", apesar de todos os constrangimentos impostos pelo regime à oposição e do apressado anúncio do resultado.
Ato contínuo, Lula, que vinha mostrando cautela, afirmou estar "convencido que é um processo normal, tranquilo" e que "não tem nada de grave, nada de assustador", reiterando sua habitual postura de coonestar o autoritarismo chavista.
O que explica o processo em curso na Venezuela? Quais as origens desse estado de coisas? O que se pode esperar agora? Como entender a postura condescendente da esquerda brasileira com o autoritarismo chavista?
https://youtu.be/YKxNEc5cCKI este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe o cientista político https://www.linkedin.com/in/paulo-velasco-20006690/, professor do Departamento de Relações Internacionais e pesquisador do https://www.lerpe.uerj.br/historico-e-equipe da UERJ, e coautor do livro https://editoraappris.com.br/produto/a-venezuela-e-o-chavismo-em-perspectiva/, publicado pela editora Appris.
As músicas deste episódio são "Headlands" e "The Center Isn't Holding", ambas do National Sweetheart.
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#Chavismo #Autoritarismo #Extremismo #Ditadura #Bolivarianismo #FraudeEleitoral #Eleições #PolíticaVenezuelana #Democracia
#Política #AnálisePolítica #ConjunturaPolítica #PolíticaBrasileira #CiênciaPolítica
A emergência de lideranças populistas e extremistas em meio a um cenário de polarização radicalizada – que, aliás, elas próprias fomentam e do qual se beneficiam – abre espaço para algo além de discursos políticos violentos: a violência física motivada politicamente.
Ironicamente, esses mesmos populistas e extremistas se tornam alvo da brutalidade que incentivam.
No Brasil, Jair Bolsonaro foi vítima de uma tentativa de homicídio em 2018, durante a campanha presidencial, no episódio da facada que levou em Juiz de Fora.
Nos Estados Unidos, em 2024, Donald Trump escapou da morte por milímetros, após ser alvejado por um atirador que lhe desferiu tiros utilizando um fuzil AR-15, enquanto o candidato do Partido Republicano discursava num comício na Pensilvania.
Embora Trump tenha se safado, o atentado culminou no assassinato de um de seus apoiadores, no ferimento de outros dois e na morte do próprio atirador por membros do serviço secreto americano.
Nem sempre, contudo, o extremismo, a polarização radicalizada e os discursos intolerantes redundam em violência física – ao menos de forma imediata.
Recentemente vimos na Europa acirradas disputas eleitorais em que a extrema-direita cresceu (na França, no Reino Unido e na Alemanha), sem que episódios de brutalidade armada tenham ocorrido.
Seria essa violência política uma característica peculiar dos EUA, onde quatro presidentes já foram assassinados (Abraham Lincoln em 1865, James Garfield em 1881, William McKinley em 1901 e John F. Kennedy em 1963) e outros tantos foram vítimas de atentados?
Para discutir tais temas, bem como o contexto político que cerca esses eventos, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe dois cientistas políticos.
Uma é Aline Burni, membro do Observatório da Extrema Direita (OED), doutora em ciência política pela UFMG, pesquisadora do tema das extremas-direitas e analista política em Bruxelas.
Outro é Fernando Bizarro, professor do Boston College e doutor em ciência política pela Universidade de Harvard.
As músicas deste episódio são "Starcrasher" do TrackTribe e "Wicked Things" de Quincas Moreira.
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#Extremismo #ViolênciaPolítica #EleiçõesAmericanas #EleiçõesFrancesas #EUA #França #ExtremaDireita #Trump
#Política #AnálisePolítica #ConjunturaPolítica #PolíticaBrasileira #CiênciaPolítica
Em 26 de junho de 2024 o Supremo Tribunal Federal descriminalizou o porte de maconha para uso pessoal, fixando a quantidade de 40 gramas da erva como o limiar para distinguir usuários de traficantes.
Com isso, o porte da droga deixa de ser caracterizado como um ilícito penal para se tornar um ilícito administrativo. Portanto, o porte e uso da maconha seguem ilegais, mas deixam de ser crimes, segundo a decisão tomada pelo STF por 6 votos a 3.
Entretanto, no Congresso Nacional já se articula uma reação à Suprema Corte. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) é autor de proposta de emenda constitucional que criminaliza o porte de qualquer quantidade de droga. A medida foi aprovada pelos senadores e segue para apreciação pela Câmara dos Deputados.
A decisão judicial também produziu um rebuliço nas hostes conservadoras e da extrema-direita, que se articulam para derrubá-la.
Há um dado curioso da decisão, que é o fato dela só se aplicar à maconha, deixando de lado outras drogas. Mas cumpre perguntar: usuário não é distinto de traficante seja lá qual for a droga que usa?
Para além desse questionamento acerca da lógica interna da decisão, cabe também questionar outros pontos.
O proibicionismo funciona? A guerra às drogas produz que tipo de efeitos? Como as sociedades têm lidado com isso ao longo da história e qual o lugar das substâncias psicoativas em cada tempo e lugar?
Para discutir tais temas este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe o cientista político Thiago Rodrigues, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), que há um quarto de século estuda o assunto.
Thiago é autor de um livro sobre o tema prestes a sair pela editora Autografia: "Drogas e capitalismo: uma crítica marxista", publicado em parceria com a Rede Marx.
O livro está em pré-venda no seguinte link.
Um dos trabalhos citados por Thiago na entrevista é um recente estudo do Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA). Ele está disponível no seguinte link.
As músicas deste episódio são "Palms" de Text Me Records _ Bobby Renz, "Thug Dub" de Quincas Moreira e "Bark (Sting)" de John Deley and the 41 Players.
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#Drogas #Maconha #Proibicionismo #TráficodeDrogas #GuerraàsDrogas #STF #CongressoNacional
#Política #AnálisePolítica #ConjunturaPolítica #PolíticaBrasileira #CiênciaPolítica
Um minueto macabro levou à pista de dança legislativa, conjuntamente, o Conselho Federal de Medicina, o Supremo Tribunal Federal e a Câmara dos Deputados.
O primeiro aprovou uma resolução que impede os médicos de realizar o aborto legal após a 22ª semana de gestação, para o qual é necessário recorrer ao método da assistolia fetal.
A decisão do CFM foi questionada junto ao STF e o ministro Alexandre de Moraes suspendeu a decisão do órgão de classe dos médicos.
Antes mesmo de chegar ao Supremo, essa disputa já era travada em níveis inferiores do Judiciário. Na primeira instância a medida restritiva do CFM havia perdido seus efeitos, mas ela foi restaurada na segunda instância pelo Tribunal Federal da 4ª Região (TRF4), o mesmo que também deu guarida aos abusos da Operação Lava Jato.
No âmbito federal, em reação à decisão de Moraes, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), ex-líder da bancada evangélica e homem de confiança do pastor extremista Silas Malafaia, propôs um projeto de lei que torna crime de homicídio simples o aborto após a 22ª semana. A bizarrice da proposta chega ao ponto de tornar a pena para a mulher que aborta superior àquela aplicada ao estuprador.
Em seu intento, o deputado Cavalcante foi apoiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que permitiu votar a urgência da tramitação do PL 1904/24. Ela foi aprovada numa votação simbólica relâmpago, que durou apenas 23 segundos. Lira procurou, com isso, agradar à bancada evangélica e à extrema-direita, tendo em vista sua tentativa de fazer o sucessor na presidência da Câmara.
Uma grande reação se seguiu na sociedade civil, apesar do imobilismo e da letargia do governo federal, que preferiu não entrar numa disputa com os evangélicos. Apenas após o sucesso da reação por parte da sociedade o governo se manifestou contrariamente ao projeto, incluído aí o próprio presidente Lula.
No Senado Federal o presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) afirmou que por lá o projeto não tramitaria em regime de urgência, pois deveria ser muito debatido. Ademais, criticou-o no mérito.
Diante de toda essa celeuma, apesar da aprovação da urgência, Lira preferiu suspender as discussões acerca do PL e jogá-las para depois das eleições municipais. Sóstenes Cavalcante, porém, afirmou que não desistirá e que pretende votar a proposta antes disso.
O que afinal significa esse projeto? Que lugar tem ele no avanço da extrema-direita brasileira? O que essa situação revela acerca dos direitos reprodutivos das mulheres?
Para discutir tais temas, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe a socióloga Jacqueline Fleury, diretora da CEPIA (Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação), pesquisadora colaboradora do Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA) e membro do conselho editorial da revista "Health and Human Rights" da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard.
As músicas deste episódio são "In the Shadows" dos 126ers, e "Yah Yah" de Josh Pan.
Para ver quem foram os signatários do PL 1904/2024 e de sua tramitação em regime de urgência, clique no link.
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As últimas eleições para o Parlamento Europeu assustaram os democratas no Velho Continente e fora de lá. A razão para isso foi o avanço dos partidos de extrema-direita nos dois maiores países da União, França e Alemanha.
Diante da derrota de seu partido e do ganho significativo de cadeiras do Rassemblement National de Marine Le Pen e Jordan Bardella, o presidente Emmanuel Macron dissolveu o parlamento e convocou eleições antecipadas, numa jogada de alto risco.
No país ao lado, a Alternativa para a Alemanha (AfD) ganhou em todos os distritos da parte do país correspondente à antiga Alemanha Oriental e impôs uma acachapante derrota ao Partido Social Democrata (SPD) do chanceler Olaf Scholz.
Também na Italia a ultradireita se saiu bem, com o crescimento dos Fratelli di Italia da primeira-ministra Giorgia Meloni, que se sobrepôs inclusive a outros partidos da ultradireita ou populistas.
Contudo, apesar do avanço nesses três grandes países (as três maiores economias da União Europeia), a vitória não ocorreu em todos os lugares.
Nos países nórdicos, na Peninsula Ibérica e mesmo na Hungria de Viktor Orbán, os resultados foram frustrantes para a extrema-direita, apesar de avanços recentes desse campo político em eleições nacionais.
O que explica o crescimento da extrema-direita europeia? Que implicações isso traz para a democracia no continente?
Para lidar com tais questões este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe o historiador Vinícius Bivar, doutorando na Universidade Livre de Berlim, membro do Observatório da Extrema Direita (OED) e estudioso do assunto.
As músicas deste episódio são "March On" de Ethan Meixsell e "Chtulthu" de Quincas Moreira.
A imagem da capa é a obra "O Grito" de Edvard Munch.
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#ExtremaDireita #Ultradireita #Extremismo #Populismo #ParlamentoEuropeu #PolíticaEuropeia #Eleições #EleiçõesEuropeias #PartidosPolíticos #Ideologias #UniãoEuropeia
#Política #AnálisePolítica #ConjunturaPolítica #PolíticaBrasileira #CiênciaPolítica
Pela primeira vez em sua história o México elegeu uma mulher para a Presidência do país, a cientista laureada com o prêmio Nobel, Cláudia Sheinbaum, do Movimento Regeneração Nacional (Morena), partido do presidente Andrés Manuel López Obrador, em aliança com o Partido Verde Ecologista de México e o Partido do Trabalho (PT).
Sheinbaum venceu a disputa com 60% dos votos, mais do que o dobro da segunda colocada, Bertha Xóchitl Gálvez Ruiz, postulante da coligação entre o direitista Partido de Ação Nacional (PAN), o tradicional Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o país por sete décadas como agremiação paraestatal, e o Partido da Revolução Democrática (PRD), antiga dissidência à esquerda do PRI, que definha após ter sido abandonado por López Obrador, que saiu para criar o Morena.
Num distante terceiro lugar ficou o centro-esquerdista Jorge Álvarez Máynez, que disputou pelo Movimento Cidadão.
Contudo, a coligação do Morena não amealhou apenas a Presidência, mas também uma ampla maioria no Congresso, que lhe permitirá emendar a Constituição, e a esmagadora maioria dos cargos estaduais e municipais em disputa.
O que explica esse sucesso retumbante do populista Lópes Obrador? Qual o significado dessa vitória? O lopesobradorismo representa um perigo para a democracia mexicana?
Para discutir tais temas este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe o cientista político Adrián Gurza Lavalle, professor do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo (USP), pesquisador e presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP), vice-diretor do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) e coordenador geral do INCT "Participa".
As músicas deste episódio são "Moonlight in Mexico" de Jimena Contreras e "El Billete" de Edgar López e Quincas Moreira.
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Em meio ao massacre de civis promovido por Israel na Faixa de Gaza, além da repressão à população palestina na Cisjordania ocupada, três países europeus decidiram reconhecer o Estado Palestino: Espanha, Irlanda e Noruega.
Pouco antes desse reconhecimento do Estado da Palestina pelas três nações européias, naufragou uma tentativa de fazer avançar o mesmo na ONU, novamente por causa de um veto dos EUA no Conselho de Segurança.
A presença da Noruega no grupo é particularmente significativa, já que o país abrigou as negociações que culminaram nos Acordos de Oslo, em 1993, com a mediação dos Estados Unidos.
Naquele momento se reconhecia como caminho a solução de dois Estados e se trocava "paz por terra". O problema é que tais acordos jamais foram cumpridos.
O signatário deles por Israel, Yitzhak Rabin, foi assassinado por um extremista de direita israelense em 1995. A isso se seguiram ataques terroristas de grupos extremistas palestinos e a continuidade da construção de colônias de Israel em território palestino.
O que o reconhecimento significa? De que modo ele pode ser compreendido à luz da história do conflito israelo-palestino e da politica internacional?
Para discutir tais temas este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe a cientista política Natália Calfat, especialista na política interna e externa dos países da região. Ela é secretária geral do Instituto de Cultura Árabe (ICARABE), membro dos comitês de "Política e Etnicidade" e "Religião e Politica" da Associação Internacional de Ciência Política (IPSA) e professora da IPSA Summer School, lecionando disciplinas de metodologia qualitativa.
As músicas deste episódio são "Shesh Pesh" de J.R. Tundra, "The Bazaar Canon", de Hanu Dixit, e "Swinging With the Sultan" e "Arabian Nightfall", ambas de Doug Maxwell.
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Não bastasse a catástrofe climática que se abateu sobre o Rio Grande do Sul, uma nova enxurrada adveio: a de notícias falsas, desinformação.
Seus produtores e difusores, como de costume, são a extrema-direita bolsonarista. Deputados, senadores, influenciadores digitais e simpatizantes se dedicaram a criar e espalhar mentiras relacionadas ao desastre das inundações.
Tais fake news têm prejudicado os trabalhos daqueles empenhados em mitigar os danos causados pelas inundações e socorrer a população atingida.
Membros das Forças Armadas são alvo de chacota e acusações infundadas. O governo federal e seus membros são apontados como omissos, apesar de terem se envolvido desde o início.
Qual o interesse por trás desse tipo de prática, que já se observou durante a pandemia e nas eleições? Por que as fake news e teorias da conspiração se espalham tão rapidamente e são tão efetivas? Qual o impacto disso para a democracia?
Para tratar desses temas o #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe a antropóloga Letícia Cesarino, professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), assessora do Ministério dos Direitos Humanos e autora do livro "O Mundo do Avesso: verdade e política na era digital", saído pela Editora Ubu.
As músicas deste episódio são "Intuit256" de Kevin MacLeod e "Far the Days Come", do Letter Box.
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A tragédia climática que se abateu sobre o Rio Grande do Sul não chega a ser surpreendente. Diante das mudanças do clima, era sabido que eventos extremos seriam cada vez mais frequentes e maiores.
Para além das grandes transformações climáticas globais, contudo, é preciso atentar também para as medidas que vêm sendo tomadas por governos e casas legislativas nos três níveis da federação.
Em 2023 o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) não investiu um único centavo na prevenção de enchentes e desastres naturais.
No ano inaugural de seu primeiro mandato, o governador Eduardo Leite (PSDB) aprovou a toque de caixa uma ampla desregulação ambiental na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, relaxando medidas ambientais necessárias para a proteção ambiental.
No Congresso Nacional dois deputados gaúchos, Alceu Moreira (MDB) e Lucas Redecker (PSDB) são os autores de um projeto de lei, aprovado na Comissão de Meio Ambiente da Câmara, que permite o desmatamento de áreas não florestais dos vários biomas brasileiros, colocando em risco 40 milhões de hectares.
Não é possível imaginar, portanto, que não há responsáveis pelos desastres ambientais entre os representantes políticos do Rio Grande do Sul.
Quais as causas do desastre? Qual o cenário mais amplo do clima e do meio-ambiente que nos permite compreender o que acontece e o que está por vir? O que se pode esperar dos governos?
Para discutir tais temas este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe dois pesquisadores experts no assunto.
Uma é Mariana Nicolletti, professora da FGV EAESP e pesquisadora do Centro de Estudos em Sustentabilidade (CES).
O outro é André Carvalho, também professor da FGV EAESP e pesquisador do CES.
As músicas deste episódio são "Annihilate" de Jeremy Blake e "Far the Days Come" do Letter Box.
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Lideranças bolsonaristas têm procurado se apresentar ao eleitorado e à opinião pública como moderadas, mesmo mantendo seu apoio a Jair Bolsonaro, a despeito de tudo o que se sabe sobre suas tentativas de deflagrar um golpe de Estado e, consequentemente, uma ruptura democrática no Brasil.
Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado e Romeu Zema, em particular, tentam se apresentar como este oxímoro: "bolsonaristas moderados".
Alguns analistas parecem levar a sério a possibilidade de que tal coisa exista, afirmando em colunas de jornal e rádio que esse "extremismo moderado" seria bem-vindo, ou simplesmente classificando tais extremistas de fala mansa como parte da "centro-direita".
Faz algum sentido tal classificação? Tem nexo a ideia de um "bolsonarismo moderado"? Quais as implicações de levar tal ideia a sério? Que ameaças à democracia representa essa extrema-direita dissimulada ou com modos à mesa?
Para discutir tal tema, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe o cientista político Guilherme Casarões, pesquisador e coordenador do Observatório da Extrema-Direita (OED).
Casarões é professor da FGV EAESP e professor visitante na Universidade de Brown, nos Estados Unidos.
As músicas deste episódio são "Subtle Betrayal" do SYBS e "1940's Slow Dance" de Doug Maxwell.
Leia o blog do #ForadaPolíticaNãoháSalvação no site da CartaCapital.
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Neste último 25 de abril completaram-se 50 anos da Revolução dos Cravos, que instaurou em Portugal, pela primeira vez, uma democracia.
Além de derrubar a mais longeva ditadura da Europa Ocidental – o Estado Novo português –, o Movimento das Forças Armadas (MFA) inaugurou a terceira onda de democratização. Em seu âmbito ocorreram as transições à democracia noutros países do sul da Europa (Espanha e Grécia), na América Latina, no Leste Europeu, na África e na Ásia.
Hoje, quatro em cada cinco portugueses avaliam positivamente o 25 de Abril, mas ao mesmo tempo ganha terreno no país uma extrema-direita autoritária, racista e xenófoba, representada pelo partido Chega, saudoso do Salazarismo.
Qual o significado do 25 de Abril? Qual a natureza do Estado Novo português, derrubado em 1974? Que mudanças a revolução dos capitães permitiu que ocorressem em Portugal desde então?
Para discutir tais temas, este #ForadaPolíticaNãoháSalvação recebe o historiador João Paulo Avelãs Nunes, professor da Universidade de Coimbra e pesquisador de seu Centro de Estudos Interdisciplinares.
As músicas deste episódio são "Grândola, vila morena", de Zeca Afonso (hino da Revolução dos Cravos), "Infados", de Kevin Macleod e "A Trip Around the Moon", dos Unicorn Heads.
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United States
que pena, espero que consiga voltar logo. continua com a participação no programa Carta/Nassif?
muita gente está dizendo que vai votar no PM POR MOTIVO DE ele ter ligações com o crime e outros, como farialimers disseram que preferem votar nele com PCC e tudo contra o Boulos, estamos f@d1d@s
Eu fico chocado com a inocência de vocês. A direita "moderada" não tem voto, então em um 2o turno entre Boulos e Marçal, essa direita vai em peso p/ o Marçal, porque vê o Boulos como radical de esquerda.
Pessoal, precisa melhorar muito a captação de áudio. Um bom microfone talvez custe uns 1000 ou 1200,00 e adequação do ambiente para melhora absorção de ruídos e isolamento para sons externos, tipo cachorro, gato, trânsito etc...
A pior entrevista de todos os tempos, entrevistador chato, presunçoso, crítica as metodologias atuais mas não aponta alternativas
Esse era o meu 2o PodCast preferido, mas com a implosão do #ForoDeTeresina o #PoliticaNaVeia passa a ser o n° 1
nada a ver essa trilha em cima da voz do convidado
Quanto "Né?". Que cara chato!
otimo episódio
Mais 10 minutos de pod cast e eu morreria de pena dessa turma e pediria a libertação imediata de todos.
Parabéns pela maravilhosa análise, sem lados, mostrando fatos, história, geopolítica. Agora eu posso dizer que me explicaram o Putin. 👏🏻👏🏻👏🏻 O que levei pra mim é que não existe anjo ou demônio nessa guerra.
A mim me parede que o bolsonarismo é um oportunista que sai pegando conceitos de outros movimentos, como: faciscimo, integralismo etc, para beneficiar um grupo de políticos e pessoas. Como explicar ser movimento de direita e ir flertar com a Rússia? Alguém poderia me explicar?
Curto muito este canal. Estou sentindo falta dos episódios de 2022.
Claudio, parabéns pela qualidade das entrevistas.
Excelente programa. Muito bom poder ouvir o Prof. Limongi. Parabéns pelo programa professor Claudio.