No episódio #34 do Hora Americana, conversaremos com Sylvia Colombo, historiadora e jornalista da Folha de São Paulo, e Matias Pinto, historiador e integrante do podcast Xadrez Verbal sobre os cenários políticos da América Latina, os caminhos autoritários e democráticos nesses tempos de pandemia. Imagem do Episódio: Un niño pasa junto a un mural que representa el coronavirus COVID-19 en Surabaya, Java Oriental. | Foto: JUNI KRISWANTO/AFP | https://bityli.com/KiGRmd
O Episódio #9#91 está no ar!Para essa quinzena, nosso episódio traz como tema o herói negro das Américas, Toussaint Louverture, conhecido por sua importante participação na Revolução Haitiana. No século XVIII, o Haiti era a colônia mais produtiva das Américas e tornou-se a segunda a conquistar a Independência nacional, em 1804. Além de produções agrícolas como o café, anil, cacau e algodão, o Haiti produzia o açúcar em larga escala, utilizando-se do trabalho de cerca de meio milhão de escravizados, em sua maioria africanos. Esses escravizados eram dominados por trinta mil brancos, que os submetiam às mais severas extorsões e agressões, o tratamento era cruel, com castigos e condições de vida miseráveis.Em 1791, quando se iniciou a rebelião dos escravizados, não existia uma liderança centralizada, isso só ocorre três anos depois, quando Toussaint Louverture entrou no processo rebelde, resultando na liderança e luta organizada. Louverture era filho de um chefe tribal africano que foi transferido como escravo para a ilha de São Domingos, onde foi comprado por um senhor que lhe deu a condição de capataz de uma turma de trabalhadores, casou-se e teve 8 filhos, entre eles, o personagem do nosso episódio. A partir da instrução de Pierre Baptiste, que morava na fazenda, Toussaint foi alfabetizado e aprendeu a ler e falar francês. Quando mergulhou na batalha, em 1794, três anos depois de iniciada, Toussaint não encontrou grandes obstáculos para ganhar ascendência entre eles e aglutinou um exército sob seu comando, derrotando exércitos franceses e espanhóis. Morreu na França em 1803 e as notícias contribuíram para a continuidade das lutas contra a metrópole. A independência foi proclamada em 01 de janeiro de 1804 por Jean Jacques Dessalines. A importância da Revolução Haitiana vai muito além dos limites territoriais que o Estado haitiano estabeleceu, e Toussaint Louverture foi um importante participante desse processo. Quem foi Toussaint Louverture? Qual a sua importância para a história haitiana e, por extensão, para a história do continente americano? Que valores defendia? Quais são seus legados hoje? Para responder estas e outras perguntas, trouxemos Bethânia Santos Pereira, doutoranda em História pela Unicamp.Imagem do episódio: Toussaint Louverture; Chef des Noirs Insurgés de Saint Domingue, Paris, Jean de Beauvais, 1800-1899 | Source: The New York Public Library Digital Collections | https://cutt.ly/BrKz8rKz |Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
O episódio #90 está no ar!Já é conhecido o fato de que o século XX marcou a América do Sul com um considerável número de regimes autoritários. É importante lembrar que a onda de golpes que atingiu a América Latina teve participação direta dos Estados Unidos, e levou ao poder o militarismo, a perseguição política e a repressão contra aqueles que os regimes acreditavam ser inimigos.A partir de 1964, os regimes ditatoriais surgidos no Cone Sul adotaram a Doutrina de Segurança Nacional (DSN), sendo o Brasil o país pioneiro no estabelecimento desse modelo. O exemplo brasileiro foi seguido pela Argentina em 1966 e 1976, pelo Chile, em 1973 e pelo Uruguai, nesse mesmo ano. Na sequência, com exceção de Venezuela e México, quase todos os países da região foram submetidos a regimes autoritários. Foram as Forças Armadas que deram o tom ao período, acompanhadas por membros da sociedade civil e setores políticos da direita. A colaboração entre as ditaduras sul-americanas se concretizou na Operação Condor (1975). Ainda que o Brasil negue sua participação formal, o país teve um papel ativo na articulação da repressão transnacional, por meio do Serviço Nacional de Informações (SNI) e os vínculos com serviços de inteligência dos outros países. As ditaduras no Cone Sul trouxeram diversas violações aos direitos humanos. Ao contrário do que aconteceu na Argentina e Chile, o Brasil protegeu os militares e civis envolvidos nos crimes de Estado. A história desses regimes continua pairando sobre as democracias sul-americanas, cujas instituições ainda enfrentam desafios quanto à impunidade dos envolvidos, a violência, e negação da memória histórica como um meio de resistência. De que modo o golpe, e posteriormente, o regime militar brasileiro foram absorvidos pelas demais ditaduras do Cone Sul? Como se dava a cooperação entre os serviços de inteligência militares na região? Nos anos 1980, como cada um dos governos autoritários saiu de cena no processo de transição à democracia? Para discutir essas e outras questões, tivemos a satisfação de entrevistar Samantha Viz Quadrat, da Universidade Federal Fluminense.Imagem do episódio: João Baptista Figueiredo e Jorge Videla | https://cutt.ly/3rY9FtbK | Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
Nessa semana abordamos alguns aspectos do maior e mais letal conflito armado ocorrido na América Latina: A Guerra do Paraguai, ou Guerra da Tríplice Aliança. O conflito ocorreu entre os anos de 1864 e 1870, envolvendo o Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.As principais causas do conflito estão relacionadas à disputas territoriais por interesses econômicos. O Paraguai estava buscando uma saída para o mar para uma maior influência regional, enquanto haviam fortes tensões relacionadas ao controle das rotas comerciais e à navegação dos rios da Bacia do Prata, considerados estratégicos para os países envolvidos.Em 1864, a partir da ação de Francisco Solano López, presidente do Paraguai no período, ocorreu a invasão do território brasileiro para chegar ao Uruguai. Diante desse e outros eventos, houve a formação da Tríplice Aliança pelos governos do Brasil, Argentina e Uruguai, que buscavam defender seus interesses e se impor como potências regionais.A Guerra impactou profundamente todas as nações beligerantes. No entanto, foi o Paraguai que sofreu as piores consequências, com uma derrota nacional de grandes proporções, converteu-se em um espaço de intervenções em sua política e economia por parte do Brasil e Argentina.Atualmente o conflito possui variações interpretativas. Porém, o que não podemos deixar de reconhecer é que foi uma guerra longa e muito violenta, sendo responsável por cerca de 280 mil combatentes paraguaios mortos. Grande parte dessas mortes foi causada por doenças que atingiram os soldados e a população durante o conflito, mas também pelos ferimentos das violentas batalhas.Como o Paraguai era antes da eclosão da guerra? O que foi a guerra do Paraguai? Como os países envolvidos saíram do conflito? Quais memórias existem a respeito do maior conflito bélico ocorrido na América do Sul no século XIX? Para responder essas e outras questões, temos a honra de conversar com a professora Ana Beatriz Ramos de Souza, Doutora em História pela UERJ.Imagem do episódio: Igreja São Carlos Borromeu | https://cutt.ly/ZrESNhUk | Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
No episódio desta semana abordamos o imperialismo estadunidense na América Central e Caribe, trazendo pontos como as intervenções, golpes e ocupações nessas regiões. Um dos aspectos mais marcantes nas discussões é a ideia tão difundida da América Latina como um quintal dos EUA. Sabemos que a hegemonia do país sobre a região foi marcada por ocupações militares, ações políticas e econômicas. Essas ocupações resultaram no enraizamento de traços culturais, aprofundamento das relações econômicas e contatos militares.Amparado pela Doutrina Monroe (1823) e o famoso lema “América para os americanos”, o governo estadunidense tentou justificar sua interferência nos assuntos dos países latino-americanos sob o pretexto de proteção da influência européia. Porém, sabemos que a política, na verdade, serviu aos interesses econômicos e geopolíticos norte-americanos.Em meados do século XIX, os Estados Unidos, impulsionado por uma série de fatores, se expandiu, alcançando a dimensão continental da qual ainda se caracteriza na contemporaneidade. Foi em meio a um cenário de inúmeras transformações políticas, sociais e intelectuais, que a América Central e o Caribe tornaram-se palco do imperialismo externo ao subcontinente norte-americano. Nesse período também houve uma importante atuação dos flibusteiros para a criação de colônias privadas na América Central.O estabelecimento de zonas de influência e a obtenção de terras que garantissem o acesso a áreas econômicas estrategicamente importantes - como o Canal do Panamá -, tanto quanto a ação política para viabilizar tais aspectos, foram fundamentais para o imperialismo. No episódio, falamos sobre como os interesses dos EUA na América Latina não são estáveis, mas mudam a partir da política interna do país e dos processos políticos latino-americanos. Mas, como se deu essa atuação dos EUA ao longo dos anos? Quais são os marcos fundamentais dessa longa e diversa história de intervenções? Como ocorreu o processo que levou à construção do Canal do Panamá? Afinal, Porto Rico pode ou não ser considerado uma colônia dos EUA? Como podemos entender o status deste território em relação aos Estados Unidos? Qual o papel que imigrantes e descendentes de latino-americanos exercem hoje em dia na sociedade e na política dos EUA? O historiador Filipe Figueiredo, responde à essas e outras questões.Imagem do episódio: Gloriosa Vitória (1954) | Diego Rivera | https://cutt.ly/QrmS6n8o |Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
O episódio 87 está no ar!No episódio desta semana abordamos a escravidão nas Américas, um longo processo, marcado por extrema violência e exploração, que durou séculos e foi uma das principais bases econômicas da colonização europeia no continente.Ainda que existisse grande concentração de população indígena na Mesoamérica, nos Andes e em outras regiões, o emprego de africanos no trabalho forçado também é fundamental para compreendermos a formação das sociedades na América Hispânica. Apesar de os espanhóis terem menos acesso aos mercados africanos do que portugueses e, assim, adquirirem escravizados de traficantes de outras nacionalidades, em diferentes momentos e regiões, a escravidão negra configurou-se em um regime de trabalho essencial para o funcionamento da ordem colonial espanhola. Dessa forma, na América Hispânica, a mão-de-obra escravizada africana conviveu com a exploração do trabalho indígena, que se dava em outras modalidades, como a mita e a encomenda. Assim como ocorria em outras partes, a escravidão na América Hispânica se sustentava em complexos arranjos de costumes e leis. Enquanto administradores coloniais, religiosos ou leigos, buscavam regulamentar o regime escravocrata, senhores resistiam, defendendo que a autoridade senhorial não podia ser contestada pelas ações do Estado. Esse choque entre senhores e administradores coloniais gerou faíscas regularmente, o que em diferentes oportunidades ocasionou conflitos e disputas. Por outro lado, a ação dos escravizados em busca da liberdade e de melhores condições de vida, marcou a trajetória do escravismo também na América Hispânica. A formação de palenques, como ficaram conhecidos os quilombos entre os espanhóis, foi constante. Em alguns casos, lideranças negras conseguiram negociar com autoridades espanholas que, em certos casos, acabaram aceitando a existência de comunidades autônomas de africanos e descendentes no interior do Império.Como a escravidão na América espanhola se desenvolveu? Qual o papel da legislação nesse processo? Quais são suas particularidades e o que tem em comum com o Brasil? Para responder a essas e outras questões, trouxemos Waldomiro Lourenço da Silva Jr, professor da Universidade Federal de Santa Catarina. Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
No episódio dessa semana, falamos sobre os Maias, um dos povos mais citados em sites, documentários ou livros didáticos que abordam a América pré-colombiana, mas, ao mesmo tempo, muito desconhecido.A região em que se desenvolveu a Civilização Maia corresponde ao que hoje é a Península do Iucatã, no México, entre outras partes da chamada Mesoamérica. Os primeiros sinais do que poderíamos denominar como cultura maia remetem há cerca de 2000 a.C e se estendem até hoje.O desenvolvimento de cultivos como o milho e os contatos com diferentes culturas fizeram com que as cidades se multiplicassem ao longo do tempo. No período denominado por alguns autores como “clássico”, a região chegou a ter centenas de cidades, algumas delas com várias dezenas de milhares de habitantes. Apesar disso, não houve um processo de centralização do poder. Ainda que houvesse alianças e outros tipos de relação entre diferentes cidades, nunca existiu algo que poderia ser identificado como um “reino” ou um “império” maia, com as comunidades se organizando em cidades-Estado.Com o tempo, muitas dessas cidades foram abandonadas ou diminuíram de tamanho e importância. Esse processo levou alguns autores a identificar um “colapso maia”, imagem que, apesar de ainda ser muito difundida, vem sendo cada vez mais questionada por pesquisas recentes, levando os historiadores a substituir a noção de colapso pela de transformação.A ideia de colapso também é problemática por sugerir o desaparecimento dessa cultura séculos atrás. Contudo, é preciso estar atento ao fato de que, ainda hoje, existem grupos que se denominam como maias em regiões dos atuais México e Guatemala, por exemplo, o que reforça a ideia de transformações ao longo do tempo, ao invés de um desaparecimento.Quais são as principais características dos maias? De que formas eles se organizavam e relacionavam entre si e com outros povos? Como se deu o contato com os europeus a partir do período colonial? Para essas e outras perguntas, conversamos novamente com Eduardo Natalino dos Santos, professor do Departamento de História da Universidade de São Paulo.Imagem do episódio: Cerimônia de vestimenta de um sumo sacerdote | Murais de Bonampak | https://cutt.ly/arzYEVhK |Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
No episódio dessa semana, falamos sobre os jesuítas, ordem religiosa fundada por Inácio de Loyola em 1534, dentro do contexto das reformas religiosas.A Companhia de Jesus exerceu um papel muito importante nos esforços de evangelização em territórios como a China, o Japão, a Índia e as Américas. No Brasil, os jesuítas chegaram em 1549, liderados por Manuel de Nóbrega. Nas décadas seguintes, começaram também a atuar em diferentes partes das colônias espanholas.Apesar de não serem os únicos religiosos a estabelecerem este tipo de organização social, os jesuítas foram muito conhecidos pelas missões, fundadas em regiões como a Amazônia, o norte do México e territórios da Argentina, Paraguai e do sul do Brasil. A Companhia também exerceu um papel central em relação à educação durante o período colonial. As primeiras instituições de ensino no Brasil foram criadas por membros da ordem. A cidade de São Paulo, por exemplo, foi fundada a partir de um colégio jesuíta.Ao longo de sua trajetória, os jesuítas tiveram confrontos com diferentes grupos, como bandeirantes, funcionários da Coroa ou mesmo membros da própria Igreja. A visão negativa sobre a sua atuação se ampliou durante o século XVIII, relacionada ao acúmulo de poder e terras controladas pela ordem, o que gerou reações por parte das coroas ibéricas. Em 1759, os jesuítas foram expulsos de Portugal e suas colônias. Poucos anos depois, em 1767, decisão semelhante foi tomada pelos espanhóis.A reabilitação dos jesuítas só ocorreu ao longo do século XIX, com membros da ordem voltando a atuar em solo americano, de onde saiu o primeiro integrante a ser eleito Papa: Jorge Mario Bergoglio, que adotou o nome de Francisco. Como e quando surgiu a Companhia de Jesus? Qual foi a sua atuação na América durante o período colonial? Como foram criadas e funcionavam as missões jesuíticas? Para responder a essas e outras questões, temos a honra de conversarmos hoje com Maria Cristina Bohn Martins, professora da Unisinos.Imagem do episódio: Sete Povos das Missões | As ruínas jesuítas de São Miguel das Missões, na Região das Missões. Patrimônio da Humanidade desde 1983 no estado do Rio Grande do Sul | https://cutt.ly/4rjRgdqG |Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
No episódio dessa semana falaremos sobre a História de El Salvador. Atualmente, temos visto diversas notícias que retratam o Estado salvadorenho como violento e repressor, principalmente se considerarmos que o país possui hoje uma das maiores taxas de encarceramento do mundo. Porém, é preciso estarmos atentos ao que essas notícias escondem, visto que El Salvador tem uma história e um povo que merecem ser conhecidos para além das lentes que reduzem sua diversidade e complexidade. O território, colonizado por espanhóis no séc. XVI, conquistou sua independência em 1821, integrando-se em seguida à chamada República Federal da América Central; mas foi apenas em 1841 que o país se tornou soberano de fato. Desde o final do século XIX, sua economia foi baseada na produção e exportação do café, tendo sido consideravelmente abalado pela crise de 1929. Em 1931, tentando estabelecer uma dinâmica liberal-democrática, El Salvador celebrou eleições presidenciais que elegeram Arturo Araujo, porém, ele só ocupou o cargo durante um curto período devido ao golpe de Estado que levou ao poder ao general Maximiliano Hernández Martínez. Hernández, apoiado no Exército, inaugurou um estilo de governo diferente, sob um regime militar autoritário que reagiu brutalmente às oposições, reprimindo greves e protestos. Algumas medidas foram tomadas em relação à crise econômica, resultando em um alívio emergencial. Além disso, também foram criados o Banco Central de Reserva e o Banco Hipotecário, exemplos da reforma de longo prazo. Essas mudanças ajudaram a ordenar um sistema que visava proteger os interesses dos proprietários salvadorenhos. Em 1944, Hernández Martínez renunciou à presidência. A junta civil que assumiu após sua renúncia foi derrubada em 1948. Oscar Osorio assumiu o Executivo em 1950 e durante os anos seguintes a economia cresceu, apresentando uma diferente configuração do modelo econômico. Até 1980, o Exército foi uma das peças principais do sistema político. Na maior parte do século XX, El Salvador caracterizou-se por uma política interna conturbada e excludente, com fraudes eleitorais e um regime repressivo. O país também nutriu desavenças com nações vizinhas, exemplo disso é a Guerra das 100 horas, ou Guerra do Futebol, sem mencionar que os salvadorenhos passaram por sua própria Guerra Civil, que se estendeu até 1992.A violência cotidiana e as guerras deixaram marcas no país, e as transformações ao longo do conflito interno e no pós-guerra foram notáveis. Diante disso, podemos perceber o quão complexo o território se mostra, com uma profusão de temas a serem abordados e questionamentos que podem ser levantados. Como El Salvador conquistou sua independência e se estabeleceu como Estado autônomo? Qual foi o papel das Forças Armadas em sua história? Ao longo do tempo, como o país centro-americano se relacionou com os EUA? Como a Guerra Civil nos anos 1980 ajuda a explicar o atual cenário político salvadorenho? Essas e outras questões foram discutidas pela nossa convidada do episódio #84, Vanessa Matijascic, docente do curso de Relações Internacionais na FAAP. Imagem do episódio: Combatientes del Frente Farabundo Martí de Liberación Nacional, durante la guerra civil en El Salvador | Historia de la violencia en El Salvador”/ C. Dupuy | https://cutt.ly/drfB4oR5 Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
No episódio dessa semana iremos tratar sobre a Guerra do Chaco, seu contexto, causas e desdobramentos. Esta guerra teve como palco uma região que é considerada a maior floresta tropical seca do continente sul-americano. O Chaco é uma vasta planície que faz parte dos atuais territórios da Argentina, Bolívia, Paraguai e uma pequena parte do Brasil. Devido ao clima seco, calor sufocante e escassez de água, a região recebeu o apelido nada carinhoso de “Inferno Verde”.A razão principal da guerra do Chaco foi a disputa pela posse do Chaco Boreal envolvendo Bolívia e Paraguai entre os anos de 1932 a 1935. As origens deste conflito remontam ao período colonial, quando a região permaneceu praticamente inexplorada pelos espanhóis por ser considerada inóspita e de difícil ocupação. Durante as independências, o Chaco se tornou objeto de disputa de diversas nações, como foi o caso da Argentina, Bolívia e Paraguai. Após o fim da Guerra do Paraguai, o litígio pela posse do Chaco se intensificou. A Bolívia reivindicava a posse do território chaquenho devido ao seu enclausuramento marítimo, situação semelhante a do Paraguai, que não tinha saída para o mar e contava com os vizinhos para acessá-lo. O conflito boliviano-paraguaio recrudesceu devido à descoberta de reservas de petróleo na região e também por causa dos efeitos negativos que a crise de 1929 teve nas economias destes dois países. O estopim para o início da Guerra do Chaco foi o ataque boliviano contra o Fortim paraguaio “Carlos Antonio López”, nos arredores da lagoa Pitiantuta.O conflito teve uma marcante dimensão geopolítica, envolvendo diversos países do continente, mesmo que indiretamente, como foi o caso de Brasil e Argentina, que disputavam a hegemonia da região. O Paraguai saiu vitorioso, obtendo 75% da área que foi reivindicada, enquanto a Bolívia ficou com os outros 25%. A guerra do Chaco deixou um saldo de 100.000 mortos e foi marcada por uma letal falta d’água, diversos atos de violência e inúmeros traumas que marcaram a vida e a memória das pessoas. Neste episódio buscamos compreender os motivos que levaram Bolívia e Paraguai a um conflito armado em 1932. Também discutimos a importância do Chaco para os dois países beligerantes, bem como o posicionamento de outras nações durante o conflito. Abordamos as principais consequências da guerra para a Bolívia e o Paraguai e finalizamos com a análise de algumas questões negligenciadas sobre a disputa boliviano-paraguaia. Nosso convidado foi o professor Marcelo Pereira da Silva Berman, mestre em História pela USP.Imagem do episódio: La Guerra del Chaco en la historia del Paraguay | Guerra del Chaco. Arquivo De Sanctis | Disponível em: https://cutt.ly/MraF4Blj | Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
O ensino de História desempenha um papel fundamental na construção de uma identidade latino-americana. No Brasil, currículos, livros didáticos e práticas em sala de aula frequentemente refletem uma escassa identificação dos brasileiros com seus vizinhos, e vice-versa. Esse distanciamento é muitas vezes reforçado por uma narrativa nacionalista predominante na disciplina, o que exige reflexões sobre como superar essa narrativa e o desconhecimento das histórias compartilhadas com outros países da região para que se construam identidades mais inclusivas e abertas, que não alimentem xenofobia ou racismo.Nas últimas décadas, o ensino de História das Américas no Brasil tem enfrentado desafios significativos, como a rigidez do currículo e as limitações impostas pelo “Novo Ensino Médio” e pela plataformização do ensino, que dificultam ainda mais a abordagem de temas que antes já eram marginalizados. Nesse contexto, é crucial compreender como a História das Américas é ensinada nos diferentes países da América Latina e do Caribe, promovendo uma visão mais integrada e comparativa, que favoreça a construção de um entendimento compartilhado sobre a região.Neste episódio discutimos o espaço ocupado pela História da América Latina nas salas de aula brasileiras. Apresentamos um projeto de pesquisa que envolveu investigadores de sete países e que fez uma análise comparativa do ensino de História na região. Procuramos conhecer o nível de interesse dos estudantes latino-americanos pela História da América Latina, investigando não apenas os temas, eventos e personagens que mais se destacam, mas também se há diferenças de gênero ou de interesse político entre eles. Outro ponto importante abordado é o impacto das novas fontes de informação, como a internet, sobre o interesse dos estudantes pelo tema. E, para encerrar, conversamos sobre a metodologia quantitativa utilizada nesse projeto, sua importância para as pesquisas históricas e os desafios que surgem ao aplicar esse tipo de abordagem.Nosso convidado foi Luis Fernando Cerri, professor associado da Universidade Estadual de Ponta Grossa e pesquisador de cultura histórica, didática da história, consciência histórica, identidade social e ensino de história.Imagem do Episódio: Fotografia de Mariana Yampolsky | Disponível em: https://cutt.ly/UeGP7XAlHora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
No episódio anterior abordamos os antecedentes e o desenvolvimento da Guerra Civil Americana, e agora vamos discutir o pós-guerra nos Estados Unidos, conhecido como período da Reconstrução. Após quatro anos de conflito que resultaram na vitória da União, como ficou a região Sul considerando os impactos políticos, sociais, econômicos e estruturais da derrota? Como reconstruir uma região e reintegrar uma nação diante das disputas políticas entre o governo central e as autoridades locais? Como conduzir a incorporação da população negra após a 13ª ementa?Questões como estas são discutidas ao longo do episódio e podem nos ajudar a entender as implicações deste período. O processo da Reconstrução impôs reformas sociais como a criação da cidadania nacional e o direito de voto aos negros. Porém, culminou em uma reação supremacista que deu origem a leis segregacionistas e organizações como a Ku Klux Klan. A criação de uma memória cívica positiva, nostálgica e idealizada do passado escravista permanece atual através do resgate da bandeira dos Estados Confederados.Em nossa conversa passamos por diversos tópicos, como o governo de Andrew Jackson, o perdão aos confederados, a atuação do Estado Nacional, as relações do Estado com os grupos indígenas, os impactos na região norte, as repercussões da guerra fora dos Estados Unidos, a imigração de norte americanos para o Brasil, entre outros. Nosso convidado é o professor Dr. Vitor Izecksohn, professor do Instituto de História e do Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Imagem do Episódio: Freedmen Voting in New Orleans | Janeiro de 1867 | Disponível em: https://cutt.ly/Seu9tTFZHora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
No episódio #72 o nosso convidado é o professor Dr. Marcos Sorrilha Pinheiro, docente da Universidade Estadual Paulista e autor do projeto de divulgação científica e histórica Canal do Sorrilha. A entrevista discute como os Estados Unidos da América chegaram à Guerra Civil Americana, ou Guerra de Secessão, um dos eventos fundamentais da história norte-americana. Procuramos entender o cenário político que levou à Guerra Civil, a questão de equilíbrio de poder entre os estados e o papel da instituição da escravidão, além do desenvolvimento inicial da guerra e a figura de Abraham Lincoln.Imagem do Episódio: Come and Join Us Brothers, by the Supervisory Committee For Recruiting Colored Regiments | Janeiro de 1865 | Disponível em: https://cutt.ly/eetp4RJbHora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
A história das independências é muitas vezes interpretada a partir de uma narrativa que antecipa a ideia de nação antes mesmo da ruptura com a metrópole. No entanto, assim como em outras regiões da América, o processo de independência na Argentina foi muito mais complexo. Se olharmos com atenção, podemos identificar que os movimentos revolucionários se motivaram muitas vezes pela defesa de prerrogativas específicas, como o foro militar e o acesso à terra, e não por um ideal abstrato de “pátria”. É importante entender em nome do que se buscou a ruptura com a Espanha, já que não havia um projeto nacional unificado e nem uma identidade argentina. Nos anos que precederam a independência, o Vice-Reino do Rio da Prata já possuía focos de autonomia política, com cidades e províncias assumindo papeis importantes no autogoverno local e na formação de identidades. A Revolução de Maio de 1810 e a formação do Cabildo Abierto em Buenos Aires marcaram o início de uma tentativa de estabelecer um sistema de autogoverno em um contexto de crescente tensão política, intensificado pelo centralismo defendido por Buenos Aires. O Congresso de Tucumán, em 1816, proclamou a independência das Províncias Unidas do Rio da Prata, mas o conceito de "independência" não foi consensual. Os anos de revolução foram também anos de guerra, que moldaram identidades políticas entre o centralismo e a autonomia das províncias. Neste episódio buscamos entender desde a situação do Vice-Reino do Rio da Prata no contexto que antecede os processos de independência até os mitos que persistem ainda hoje sobre a independência deste país. Discutimos o papel das guerras intra-europeias do período na redefinição das identidades políticas rio-platenses e as disputas dos distintos projetos políticos regionais que se apresentavam naquele contexto. Também debatemos sobre o que foi a Revolução de Maio e quais as suas principais lideranças, procurando entender se a ideia de independência já estava colocada pelas elites naquele momento. Discutimos os conflitos existentes no Congresso de Tucumán, as indefinições políticas daquele momento e a problemática da representação das províncias. Por fim, conversamos sobre a participação de negros, indígenas e mulheres no processo de emancipação argentino e a batalha cultural para reposicionar alguns dos protagonistas dos processos de independência que está em curso na Argentina contemporânea. Nossa convidada foi a Professora Dra. Maria Elisa Noronha de Sá, que atua na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e tem experiência na área de História das Américas, principalmente nos temas de revoluções de independências, pensamento político latino-americano nos séculos XIX e XX, república argentina (século XIX), entre outros. Imagem do Episódio: El triunfo de la independencia | Óleo de Francisco Fortuny (1865-1942) | Asociación Cultural Sanmartiniana Mi Tebaida | Disponível em: https://cutt.ly/keKiVob3 Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
Neste episódio te convidamos a conhecer a história do conceito de América Latina. Embora seja um conceito utilizado corriqueiramente, nem sempre nos perguntamos o que significa América Latina - e quando foi que esse significado se estabeleceu. No século XX, o conceito foi utilizado em diferentes âmbitos, como o diplomático, econômico e cultural, mas quando e como ele surgiu? Um dos aspectos mais marcantes das discussões que envolvem o conceito de América Latina é a questão identitária, o que remete ao surgimento do conceito no século XIX, no contexto pós-independência, atrelado à construção de uma identidade americana em oposição às antigas metrópoles europeias. Durante a entrevista, procuramos compreender quais são as origens deste conceito, por quem foi formulado e a que tipo de demandas ele atendia. Conversamos também sobre as denominações utilizadas para a região antes do surgimento do conceito de América Latina e a popularização do termo, principalmente nos Estados Unidos, onde ainda hoje é muito utilizado. Também abordamos questões envolvendo o Brasil: Qual o papel do nosso país no processo de criação deste conceito? Até que ponto e para quem o Brasil seria parte da América Latina? Por fim, debatemos a utilização deste conceito no âmbito acadêmico atual. Nosso convidado foi Valdir Donizete dos Santos Junior, doutor em história pela USP e professor do Instituto Federal de São Paulo (IFSP - Campus São Paulo - Pirituba). Imagem do Episódio: Fotografia do Memorial da América Latina | Daniel Cymbalista | Disponível em: https://cutt.ly/6ePRDn4U Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
No episódio 76 conversamos sobre as relações entre a América e o Oriente. A busca dos europeus por rotas para a Ásia, a exemplo das viagens de Fernão de Magalhães, e a chegada na América possuem uma história em comum. A descoberta de rotas marítimas permitiu que estes dois continentes se conectassem através de redes comerciais, estabelecidas no fim do século XVI. Assim, porcelanas, tecidos e marfim saíam do Oriente e chegavam à América, que retornava principalmente prata, funcionários e missionários. A rota do Galeão de Manila ligava Filipinas e México, abastecendo os mercados locais. Durante a entrevista apresentamos uma contextualização dos interesses espanhóis e portugueses no oriente e nos oceanos já desde a Idade Média, impulsionando as expedições. Procuramos conhecer como os europeus estabeleceram uma rota de retorno, e a partir de então qual o papel da América na expansão do império espanhol para o Oriente. Passamos por questões como: de que forma se estabeleceu o intercâmbio comercial e cultural tendo o Pacífico e o Atlântico como espaço? Como a prata vinda da América impactou o Oriente? Além disso, conversamos sobre o papel das ordens religiosas, como os agostinianos e os jesuítas, na cristianização do oriente, e se há alguma conexão com a cristianização dos indígenas nas Américas. Buscamos compreender como, nesta chamada primeira modernidade, as conexões com o Oriente desenharam as relações culturais e de consumo nas Américas, colocando em perspectiva a relação entre colônias e metrópoles. Por fim, tratamos do uso de conceitos historiográficos como histórias conectadas e sua validade para pensar dinâmicas além das histórias nacionalistas. O programa pretende nos fazer questionar qual o limite de pensarmos em impérios eurocêntricos absolutos e sistemas coloniais completamente fechados. Nosso convidado foi o historiador Dr. Bruno da Silva, professor de História da América na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e líder do Grupo de Pesquisa em Ensino e Pesquisas Americanistas (GEPAm). Imagem do Episódio: Biombo del Palacio de los Virreyes de México (1676-1700) | Autor desconhecido | Imagem do Museu de América | Disponível em: https://cutt.ly/lecLsoRP Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
No episódio #71 nossa convidada foi a professora de História da América da Universidade Estadual de Montes Claros, Andrea Helena Puydinger de Fazio. O tema da conversa foi o muralismo e as artes revolucionárias mexicanas no século XX. O contexto pós Revolução Mexicana impulsionou a produção de representações artísticas como o muralismo e também gravuras, fotografias e cinema, cujos aspectos políticos, culturais, históricos e estéticos buscamos discutir. A conversa traz questões como: Como surgiu o muralismo? Como se dava a relação entre artistas e o projeto revolucionário oficial? Como os murais representaram camponeses e indígenas? Como se deu a presença da arte gráfica e da fotografia? E o desenvolvimento do cinema mexicano? E, por fim, como as artistas mulheres foram recebidas e reconhecidas dentro destes movimentos? Imagem do Episódio: “Del Porfirismo a la Revolución” | Pintura Mural de David Alfaro, Siglo XX | Museo Nacional de Historia | Disponível em: https://cutt.ly/8ewDXrpS Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
No episódio #68, conversamos com Daniel Gomes de Carvalho, professor da USP e criador do podcast História Pirata, sobre as relações entre os Continentes Europeu e Americano durante a Era das Revoluções. Imagem do Episódio: General Johnson Saving a Wounded French Officer from the Tomahawk of a North American Indian | Pintura de Benjamin West | cerca de 1764 a 1768, Estados Unidos | Disponível em: https://cutt.ly/xw9B9rmX Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
No episódio #69 o nosso convidado foi Rafael Domingos de Oliveira, graduado e mestre em História pela UNIFESP e doutorando pela USP. O tema da conversa foi o debate em torno dos afro-americanos, termo que faz alusão aos povos descendentes de africanos aqui nas Américas. O programa busca debater e refletir sobre questões que envolvem identidade, cor, raça, costumes, invisibilidade e outros tópicos. Imagem do Episódio: Baile a la orilla del mar | Fotografia de Hans Wimmer | Arquivo Wimmer Lutz | Disponível em: https://cutt.ly/Qw4zlgzt Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
No episódio 58, conversamos com a arqueóloga Dra. Claudia Parellada, coordenadora do Departamento de Arqueologia do Museu Paranaense e professora na UFPR, sobre a fluidez das fronteiras coloniais. Imagem do episódio: Ulrich Schmidl em Viagem ao Rio da Prata | Disponível em: https://cutt.ly/8wyjW6MM Hora Americana, seu podcast quinzenal de história das Américas. Acompanhe nossas redes sociais: @HoraAmericana
Márcio
Bolsonaro vai ser preso...
Tiago Valentim Georgette
Muito importante conhecer a história de toda a América