Idade Maior

Simão Coelho, 18 anos, estudante de design gráfico, autor do projeto TECER, a partir do desafio para criar iniciativas intergeracionais que combatam o idadismo, Sandra Coelho, 57, terapeuta da fala e empresária, mãe do Simão, Maria Luísa Coelho, 77 anos, trabalhou em Luanda durante 20 anos, em Portugal criou uma fábrica com o marido e agora está reformada, é avó do Simão e de mais 2 netos, já com 4 bisnetos. Três gerações que moram juntas e partilham o seu quotidiano. Uma família encantadora neste último episódio da 2ª temporada.

Maria João Avillez, jornalista, autora, comentadora e entrevistadora de referência, trabalha há mais de 60 anos em televisão, rádio e jornais. Escritora com vários livros publicados, casada há 59, mãe e avó de muitos filhos e netos, Maria João tem sido uma observadora privilegiada da vida política, social e cultural dos últimos 50 anos.Francisco Guimarães, 28, autor, cronista, comentador na Sport TV, comunicador, Global Shaper, teve o sonho de ser jogador de futebol, mas não tinha jeito suficiente e como era fascinado pelos bastidores do futebol, foi desafiado para ser treinador-adjunto aos 15 anos. Rapidamente evoluiu para treinador, e aos 16/17 anos já treinava e liderava jogadores mais velhos que ele em clubes portugueses. O último clube onde foi treinador foi o Delhi United, na Índia, de onde voltou com 21 anos. Voltou para Portugal e sentiu que só o futebol não bastava, decidiu estudar Artes e Humanidades e acabou de terminar a sua 1ª licenciatura. Apaixonado por música, escreve letras para fados.

Gabriela Magalhães, 52, licenciada em Relações Internacionais, pós graduação em Marketing, eterna aprendiz de Filosofia, usa os seus estudos e aplica a Filosofia em contexto laboral, para melhorar a cultura organizacional das empresas.Raquel Bastos,45, formada em Medicina e Anestesiologia, investigadora, usa a Filosofia como terapia complementar. Autora de um estudo recente que juntou doentes com dor crónica, testou o impacto da Filosofia em metade do grupo e os resultados foram surpreendentes.

Carolina Duarte, 35, atleta olímpica, sprinter, recordista europeia dos 400m, voltou dos Jogos Paralímpicos de Paris com a Medalha de bronze. Tem apenas 10% de visão, mas 100% espírito campeão. Foi 3 vezes vice campeã do Mundo, 2 vezes campeã da Europa, ganhou muitas outras medalhas de bronze em campeonatos do mundo e da Europa. Está a treinar para o Mundial de Atletismo, na Índia, que será já em Setembro. Até lá ainda quer bater o recorde europeu de velocidade dos 400m, que é seu. Tem uma filha e é Mental Coach de outros atletas de alto rendimento. Fernando Chaves, 87, formado em Engenharia Química, pai de 3 filhos e avô de 11 netos, com uma bisneta a caminho. Filho e pai de pediatras com o mesmo nome, teve uma vida muito exigente, mas também muito feliz e gratificante. Perdeu o pai aos 14 anos, começou a trabalhar muito cedo, anos depois emigrou para o Brasil, onde viveu durante 8 anos, com a família. Visionário e resiliente, partiu com muito pouco, mas passado algum tempo já tinha criado uma fábrica de químicos que geriu enquanto lá esteve. Reformado, mantém-se ativo e disponível para coisas e causas, porque não é homem de ficar parado.

Paula Delgado, Designer gráfica, 46, especialista em Narrativa, Marcas e Posicionamento de Mercado. Trabalhou em vários setores e geografias como designer, estrategista de marcas e curadora de experiências. Ao longo de mais de 25 anos abordou todos os desafios com uma mentalidade transformadora. Sabe que reconhecer o lugar de cada um em ecossistemas em constante mudança é crucial para melhorar e sustentar o nosso mundo sem comprometer o planeta ou as gerações futuras. Esta jornada levou-a à sua paixão atual: Design de Narrativas para disrupção significativa.Vicente Santos, 20, estudante de Psicologia, voluntário nas áreas da Psicologia e Saúde Mental, estuda e trabalha para angariar fundos para o Erasmus que vai fazer em breve. Candidatou-se a um voluntariado internacional durante as férias de verão porque acredita que a melhor forma de ajudar é dar dar de si e do seu tempo para ajudar os mais necessitados. Tem uma profunda admiração pelos pais e considera-se um privilegiado pelos valores que lhe transmitiram.

Isabel Galriça Neto, 63, médica, diretora da Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital da Luz, dedica-se aos cuidados paliativos há mais de 30 anos, acompanhando os doentes e suas famílias e devemos-lhe uma consciência mais formada e informada sobre a importância e necessidade de promover o acesso a cuidados paliativos a todas as pessoas com doença crónica, grave e irreversível. Foi deputada durante 10 anos e, é professora em diversas Faculdades de Medicina de Portugal e Espanha. Atravessou, ela própria, um cancro muito agressivo, do qual está a recuperar.António Monteiro Coelho, 80, 2 filhos e 6 netos, Comandante da Marinha na reserva, esteve 27 anos na Marinha e, a seguir, 19 anos na TVI, como Diretor das Relações Exteriores. Reformou-se em 2009 e em 2024 escreveu um livro de memórias, em que fala de todas as suas vivências e viagens, mas também do posto privilegiado de observação que teve por estar e contacto muito direto com mais que um Presidente da República, pois era a ele que cabia fazer e ligação entre a Marinha e a Presidência da República. Casado há 53 anos, vive agora uma realidade muito exigente e desafiadora como cuidador da sua mulher, a quem foi diagnosticada Doença de Alzheimer há 3 anos.

Susana António, designer, ativista, fundadora de comunidades e conceitos, CEO d’ “A Avó Veio Trabalhar”, projeto criado há 11 anos que transforma a idade num superpoder. “Quanto mais velho, mais bonito”, eis o mantra deste projeto que reinventa as idades superiores e promove a inserção de mulheres mais velhas na sociedade, cultivando o cuidado consigo mesmas, expondo a sua beleza e autenticidade, mas também os seus talentos e competências. Considerada uma das 50 pessoas que estão a mudar o mundo, já têm 3 espaços criativos para pessoas com mais de 60 anos e acaba de voltar do Japão com 3 avós de mais de 80 anosTeresa Sousa, 80, é uma das ‘avós’ deste espaço criativo e irreverente. Teresa é considerada a força motriz de uma comunidade de mulheres, porque vê sempre o ‘copo meio cheio’, não perde tempo a olhar para o passado, a sua atitude é viver o momento sempre a olhar para o futuro. Gosta muito de viver e aprender. Adora ir mais além. Detesta o preconceito da idade, não se revê nesse mito, tem um namorado com 87 anos e muitos planos de futuro.

Jacqueline de Montaigne, 45, artista, muralista com 120 murais pintados em cidades e comunidades nacionais e internacionais, foi diretora de uma ONG ligada aos Direitos Humanos, tem formação em Ciências da Saúde, Ética Médica e Psicologia. Mãe de 2 filhos, é considerada pela crítica internacional uma das melhores entre os melhores do mundo. Curiosamente, começou a carreira artística aos 38 anos e pinta murais de grande escala em prédios que podem ter mais de 10 andares. Virgílio Castelo, 72, ator de referência, estudou Representação na Universidade de Estrasburgo, enquanto bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Co-fundador do Teatro Adoque, geriu o departamento de ficção da RTP. Autor, tem uma verdadeira paixão pela escrita e pela poesia. Lê devoradamente, é pai de 3 filhas e avô de 2 netas. Faz Teatro, comédia, drama, teatro infantil, novelas, teatro musical, televisão.

Helena Canhão, 56, médica, Diretora da Nova Medical School, é uma referência internacional nas suas áreas de especialidade: reumatologia e envelhecimento. Investigadora, é uma das 11 mulheres cientistas de topo que pertencem ao ‘Mediterranean Science Team’. Mulheres especialistas em ciências do futuro, Saúde e Tecnologia, entre outras.Luís Cabral, 63, Professor de Economia, Diretor do Departamento de Economia da NYU Stern School of Business, em Nova Iorque, Diretor Académico do novo Instituto de Políticas Públicas da NovaSBE, é músico, gosta de escrever e de pintar.

Maria Rueff, comediante, 53, teve um enfarte aos 47, mas continua a viver num ritmo acelerado e não se tornou fundamentalista das práticas saudáveis porque é contra certos dogmas nutricionais. Diz que precisamos de saber gerir o prazer e o riso, não apenas a saúde biológica. Vê muita beleza na palavra ‘velho’ e prefere esticar a alma em vez de esticar a pele. Diz com alegria e gratidão que está a ficar uma mulher velha, com tudo a que tem direito.Paulo Condessa, declamador, 64, teve o primeiro filho aos 62. Foi um yuppie e um criativo de sucesso nas áreas do marketing e publicidade. Trocou o sucesso em multinacionais e a vida na cidade por uma existência mais tranquila noutros campos. Tornou-se freelancer e começou a dar cursos de pensamento criativo. Especializou-se como performer em eventos culturais e criou o conceito “Poesia-Espetáculo” e “Stand-up Poetry”.  Tem a noção do poder das palavras e sabe que algumas são pesadas, sobretudo quando envelhecemos.

Sara Aguiar, 28, Ciência Política e Relações Internacionais, mestrado em Gestão, trabalha na Equipa de Inovação Digital Global de uma multinacional, já trabalhou na Comissão Europeia, foi dona de uma start-up, é Professora e autora de um livro.Frederico Fezas Vital, 52, advogado, empreendedor, fundou a Terra dos Sonhos, está sempre ligado à Inovação e Impacto social, Professor, trouxe a Ashoka para Portugal e é diretor do Yunnus Social innovation Centre da Universidade Católica.Sara e Frederico têm um projeto embrionário de empreendedorismo social intergeracional, em que pretendem conjugar os talentos dos mais novos com os talentos dos mais velhos. Nesta conversa com Laurinda Alves apontam que “a economia circular tem que se aplicar ao capital humano, o gap geracional é um desperdício absoluto de talentos” e defendem que "a colaboração entre gerações é fundamental, a diversidade nas lideranças é altamente eficiente."

Mafalda Honório, 44 anos, gestora, criou e lidera a área da Longevidade numa grande marca nacional, é movida por desafios e considera que as pessoas, o ser humano, tem que estar sempre no centro dos negócios. Liderou equipas nas áreas comercial e de marketing e foi distinguida com vários prémios.Domingos Tavares, 29 anos, gestor, empreendedor, estratega por natureza, faz parcerias improváveis e trabalhou na área da longevidade. Na Nova Zelândia fez um estudo sobre comportamento organizacional com equipas intergeracionais e a conclusão foi verificar que a força de trabalho é muito maior e mais eficaz quando se misturam gerações. Aos 23 começou a sentir que estava a ficar velho e assume isso com toda a verdade.Mafalda confessa que “a pressão acontece em todas as gerações. Somos humanos e comparamo-nos”. Já Domingos revela que “o que me tem ajudado muito é estar com pessoas mais velhas” e sublinha que “na realidade vamos ter muitas oportunidades, podemos fazer tudo mais tarde”.

Vasco Pinto de Magalhães, licenciado em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa e em Teologia pela Universidade Gregoriana de Roma, é padre jesuíta e foi co-fundador do Centro de Estudos de Bioética. Autor de numerosas obras, escritos, ensaios e livros, é um verdadeiro mestre e um grande humanista. Foi um grande jogador de rugby e esteve para casar. Nesta conversa com Laurinda Alves revela que “a morte da minha namorada ajudou-me a olhar para a morte de uma maneira diferente e também me ensinou a olhar para a mulher de uma maneira muito positiva e terna". O Jesuíta defende que " a grande sabedoria? Saber perder!” e aponta que “somos velhos quando desanimamos, quando perdemos a alegria de viver. É por isso que há novos que se sentem velhos”.

Laurinda Alves conversa com Mónica Chaves, marketeer, fundadora da Brandkey, 58 anos, Francisco Liz, antropólogo, investigador, 43 anos. Mónica criou o conceito e o projeto “Idade Maior” em 2008. Portugal é um dos países mais envelhecidos do mundo, juntamente com o Japão e Itália, mas não está preparado para esta nova longevidade das idades superiores e era preciso estudar o fenómeno e libertar conhecimento para a sociedade. Foi a aposta de Mónica Chaves.«, que sublinha: “urgentíssimo: cuidar bem das relações em todas as idades!”Francisco Liz, investigador e market researcher, trabalhou em lares em contexto rural e urbano. Por paixão e por amor a uma avó muito criativa e muito influente na sua vida. Começou por ser voluntário num lar em Alcobaça, durante a pandemia. Francisco lembra que "há muitas, muitas, muitas pessoas a precisarem de ter uma vida mais ativa” e confessa que “ter acompanhado a minha avó na sua última fase da vida mudou a minha vida”.

Benedita Paes de Vasconcellos, gestora, 68 anos, Martim Cunha Rego, 30 anos, professor e candidato a Doutoramento em Estudos Clássicos. Nesta conversa com Laurinda Alves concluem que “a idade é um artificialismo. Há coisas que são comuns a todos: a vida, a morte, o amor, a importância da justiça, uma vida boa” e que “a viuvez é um tema, a vida deixa de ser como era e é difícil construir uma vida nova” 

Francisca Costa, 27 anos, João Miranda de Sousa, 63 anos, ambos advogados, conversam livremente sobre todas as idades, numa conversa iluminante e autêntica, que nos faz parar e pensar em factos aos quais nem sempre prestamos a devida atenção. João Miranda Sousa revela que “aprendo com os mais novos a curiosidade, estímulo fundamental para a existência humana”.

Maria João Valente Rosa, doutorada em Sociologia, especialidade Demografia, professora universitária e investigadora, é a primeira convidada do Podcast Idade Maior, que inaugura um novo ciclo de conversas sobre as novas gerações de pessoas mais velhas.  À conversa com Laurinda Alves a especialista lembra que “condenamos o sexismo, condenamos o racismo, mas o idadismo existe, gera discriminação em função da idade, e é aceite como se fosse natural. Não é natural!”