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Lado Bi

Author: Marcio Caparica

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Lado Bi traz toda semana convidados instigantes para debater os assuntos mais relevantes da cultura e cidadania LGBT brasileira, em conversas inteligentes, descontraídas e surpreendentes.
60 Episodes
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Essa semana o LADO BI entrevista a historiadora Larissa Ibúmi Moreira, autora do livro "Vozes Transcendentes" (Hoo Editora), em que registra a história das principais figuras da nova cena musical brasileira, formada por artistas que contestam os padrões de gênero e de raça. "É um movimento musical que tem como fio condutor a diversidade, a pluralidade estética, musical e performática", descreve. "É um grupo com enorme potência transformadora, principalmente para os jovens que se espelham neles." Moreira traça as origens desse movimento até a Tropicália, mas aponta uma diferença importante: "A Tropicália foi cooptada por uma elite burguesa e intelectual. Esses artistas vêm da periferia". Ela também aponta dois grandes responsáveis pelo seu surgimento: a internet ("a capacidade de se autopromover possibilita que esses músicos descartem as grandes gravadoras, tradicionalmente dominadas por homens cis héteros e brancos") e as cotas nas universidades ("responsáveis por formarem uma intelectualidade negra periférica que agora quer reescrever sua própria história"). São músicos que escancaram sua homoafetividade e sua relação com o corpo, finaliza, muitas vezes chocando o público tradicional: "Eles trazem o corpo à performance. As pessoas acham que quando se coloca o corpo no palco aquilo não é intelectual, que se baixou o nível. A gente tem que quebrar isso também: corpo e mente são uma coisa só!".
#195 - Vania Toledo

#195 - Vania Toledo

2018-01-2641:461

Esta semana o LADO BI entrevista a fotógrafa Vania Toledo, que acabou de lançar a exposição "Tarja Preta" no Museu da Diversidade, em São Paulo. Nela, Toledo resgata os retratos das inúmeras pessoas libertárias, anônimas e famosas, que registrou em 38 anos de carreira: "Eu gosto de pessoas de mente aberta, gente livre. A liberdade sexual sempre existiu, faz parte de qualquer pessoa libertária, qualquer pessoa que se entende por gente." Seu interesse por todo tipo de pessoas fez com que capturasse imagens do mundo LGBT desde a época da ditadura militar: "Eu já fotografava os bastidores das boates gays que eu ia antes de ser fotógrafa profissional. Sempre estive nessa turma contraventora, que não seguia as normas sociais ao pé da letra. A coragem que as pessoas tinham de serem autênticas na época da ditadura era muito maior que hoje. A autenticidade, hoje, saiu de moda." A fotógrafa comenta o movimento contra o assédio feminino: "Sou contra a invasão do espaço físico das mulheres. Mas também acho que os americanos têm mania de fazer caça às bruxas. Você está perdendo a capacidade de sedução entre um homem e uma mulher, dois homens, duas mulheres." Conta também como foi publicar o primeiro livro de nus masculinos da América Latina, o que aprendeu sobre ser mulher ao preparar o livro "Personagens Femininos", em que fotografou atrizes, e ensina: "A fotografia não é feita só pela pessoa que fotografa, é também feita pela pessoa que é fotografada. Tem que ter a delicadeza da curiosidade do conhecimento do outro que está em frente a sua câmera."
#193 - Aíla

#193 - Aíla

2017-09-1143:35

Essa semana o LADO BI entrevista a cantora e compositora Aíla, que recentemente lançou seu segundo álbum, "Em Cada Verso Um Contra-Ataque". Paraense radicada em São Paulo, Aíla fala sobre as maneiras que encontrou para unir seu trabalho com a música e seu trabalho como ativista: "quero transmitir mensagens políticas de forma pop, para as pessoas conseguirem cantar junto e compreenderem o que estão cantando." Depois de estrear com um álbum de intérprete ("Trelelê"), a artista gravou suas composições, engajada com temas atuais como o assédio: "Os caras nem querem saber se você é lésbica ou não, o assédio é diário, nas ruas, nas lotações". Ela também celebra a diversidade sexual na faixa "Lesbigay" e combate o racismo com uma faixa de Chico César, "Melanina": "Eu queria muito falar sobre racismo, mas eu sou branca, então não fazia sentido eu escrever sobre isso. Pessoas de todas as raças precisam estar juntos para lutar contra o racismo, assim como não precisa ser gay para lutar contra a homofobia". Ela frisa que política é algo que se faz todos os dias: "Todos nós somos seres políticos. Comprar um pão envolve imposto, envolve várias camadas políticas. Eu tento na minha música fazer microrrevoluções."
#186 - Edgar de Souza

#186 - Edgar de Souza

2017-05-1555:42

O primeiro prefeito abertamente gay do Brasil fala de sua trajetória política, conta como concilia sua fé católica e sua homossexualidade e condena o partidarismo extremo: "a causa LGBT deve superar rivalidades políticas".
#185 - Sudeste asiático

#185 - Sudeste asiático

2017-04-1001:00:09

Essa semana o LADO BI explora a realidade LGBT do Sudeste Asiático com Gabriel Alves de Faria, fundador da Not Only Voices. Gabriel passou três meses percorrendo países como Singapura, Vietnã, Tailândia e Indonésia, durante os quais ele entrevistou 80 ativistas LGBT. Ele conta que os efeitos das religiões orientais sobre a homossexualidade não são tão distintos quanto o das religiões do nosso lado do mundo: "Eles reconhecem-se como gays, que têm atração por pessoas do mesmo sexo, mas preferem não ter atividade sexual, porque vai contra sua crença islâmica. No budismo, há uma maior aceitação, mas sempre ligado a uma questão cármica, uma questão de punição por algum erro em uma vida passada". Ele pode presenciar como é a vida de LGBTs em países em que a homossexualidade é proibida por lei: "É difícil promover a prevenção do HIV e distribuir camisinha, porque isso é considerado uma 'promoção' da homossexualidade. Gays têm medo de entrar em hotéis com outro homem, pois a polícia pode parar, ver o registro na portaria e invadir o quarto". A cultura LGBT é apagada da mídia: "na Singapura, por exemplo, o casal gay de 'Modern Family' não passa de dois amigos que moram com uma criança em casa - todas as referências ao relacionamento amoroso entre eles são cortadas". Outras tradições, no entanto, fazem com que a transexualidade seja mais bem aceita que a homossexualidade: "Devido a uma cultura milenar de crossdressing, mulheres trans são mais bem aceitas, apesar de não plenamente. Para eles, um homem gay é um desafio maior às estruturas patriarcais."
#182 - Amanda Nunes

#182 - Amanda Nunes

2017-03-2001:02:47

Essa semana o LADO BI entrevista Amanda Nunes, campeã da categoria peso-galo do UFC. A lutadora consolidou sua posição entre as grandes atletas do MMA quando, em dezembro, nocauteou a ex-campeã Ronda Rousey em menos de 50 segundos. E, em seguida, comemorou a vitória com sua namorada, Nina, no ringue. "Eu nunca escondi de ninguém que sou lésbica", afirma. "Mesmo antes dessa luta, eu já mostrava no Instagram que estamos juntas." Ela afirma que sente a maneira como a mídia e o UFC dão mais projeção a Rousey, por seguir um padrão de beleza padrão, mas resiste a tentar enveredar pelo mesmo caminho: "Eu sabia que seria campeã do jeito que sou, independente do que o UFC quer fazer com a divisão". Nunes conta sua trajetória até conquistar o cinturão do UFC: "eu dormia na academia para não gastar com transporte. Mesmo depois de conseguir ir para os Estados Unidos treinar, continuava focada. Quando surgiu a oportunidade de lutar por lá, três meses depois, estava preparada". Acostumada a treinar com homens, lembra-se que já surpreendeu vários machos incautos: "o jiu-jitsu é um esporte que usa bastante a técnica. Eles pensavam que é só questão de força, mas, como treino a mais tempo, tenho a técnica mais refinada e acabava finalizando". No futuro, quer ajudar outras garotas a seguirem a trajetória de sucesso que traçou: "penso em abrir uma academia para o público feminino, ajudar as meninas a chegarem lá mais rápido e darem porrada".
#177 - Blocos de rua LGBT

#177 - Blocos de rua LGBT

2017-02-0601:06:34

Essa semana já têm início as festas de pré-Carnaval! São Paulo está com um Carnaval de rua cada vez maior, e o LADO BI chamou ao estúdio os organizadores de alguns dos principais blocos de rua LGBT para comemorar esse mês de festa: Fernando Magrin e Will Medeiros, do Minhoqueens; Mauricio Lima, do Bloco da Catuaba; Salete Campari, do Bloco da Salete Campari; Miky Ruta, do bloco Sai Hétero; e . Todos frisam a importância da existência dos blocos voltados ao público LGBT: "são blocos em que não há nenhum tipo de preconceito - você vai montado, desmontado... Não importa se você é hétero, é gay, é trans, vindo com respeito e glitter, vai se divertir". Os blocos também são uma forma importante de expressão de ideias e valores: "Quando a gente coloca um bloco na rua, a gente quer expressar o que queremos ver por aí", explica Campari. "Queremos levar ao carnaval o movimento que queremos defender. No meu caso, é a causa das travestis, que são discriminadas na rua." A alegria e a tolerância acaba criando uma festa em que a solidariedade dá o tom, acredita Lima: "eu vejo que, nos blocos, a galera fica muito próxima: ajuda quem passa mal, coloca no facebook que encontrou algo perdido. O povo está curtindo, mas também está se cuidando."
Que 2016 foi um ano difícil ninguém contesta. Mas houve acontecimentos que salvaram o ano, e o LADO BI, com a ajuda de Vicente Carvalho, um dos fundadores do site Razões para Acreditar, decidiu fazer uma RETROSPECTIVA POSITIVA do ano. Também vieram lembrar o que 2016 teve de bom para oferecer o ativista Gustavo Bonfiglioli, do movimento Revolta da Lâmpada: "O que fica de bom para 2017 é a necessidade de resistir pela nossa sobrevivência. Quanto mais lâmpada, mais rua!"; Assucena Assucena, do grupo As Bahias e a Cozinha Mineira: "Foi o ano da construção de uma cena, mesmo. A gente encontrou Rico Dalasam, Liniker, Tássia Reis, e começamos a construir uma identidade, não apenas pelo discurso de identidade de gênero, mas também pelo discurso da mulher"; Néon Cunha, diretora de arte que teve sucesso em sua ação de identidade de gênero: "Foi a primeira vez que a constituição foi usada a favor de uma pessoa trans"; e Todd Tomorrow, um dos candidatos LGBT a vereador em 2016: "As LGBTs estão se organizando mais, o que fez diferença para que a gente colocasse mais candidatos na disputa. A própria eleição de David Miranda no Rio de Janeiro vai ser um mandato para a gente acompanhar".
#174 - Retrospectiva Musical

#174 - Retrospectiva Musical

2016-12-1901:04:001

Finalmente 2016 está chegando ao fim, e o LADO BI começa a virar essa página de nossa história revendo como músicos que exibem sua identidade LGBT com orgulho tomaram conta da MPB nesse ano. Lineker e Zé Ed, dois cantores e compositores que lançaram álbuns agora no final do ano, compartilham suas impressões sobre como é fazer e viver de música em 2016. "Estamos criando uma rede. Eu acho que o trabalho de um fortalece o trabalho de outro, desenvolve parcerias", acredita Lineker. As dificuldades políticas de 2016 afetaram o trabalho dos músicos, lembra Zé Ed: "Minhas letras falam de amor, de alegria. É um desafio falar disso nesse momento". Lineker concorda: "todas essas tensões que a gente vem vivendo acabam gerando essa situação em que a música se torna um espaço para a gente extravasar e se alimentar de coisas boas". Os dois fazem questão de frisar como a MPB clássica alimenta a MPB que se faz hoje: "Eu não teria chegado aonde cheguei sem essas referências", afirma Lineker. Zé Ed resume o sentimento de 2016: "ser MPB já é militância!".
#169 - MPB

#169 - MPB

2016-11-1457:051

Uma das maiores entidades culturais do Brasil, a MPB sempre esteve permeada por artistas e canções LGBT. Essa semana o LADO BI conversa com Renato Gonçalves, o autor do livro "Nós Duas", que analisa como a cultura queer e a música popular brasileira vêm interagindo nas últimas décadas. "Nós, brasileiros, somos permeados por música desde sempre, é uma parte muito importante de nossa cultura", aponta. "A canção foi um dos espaços de resistência durante a ditadura, depois se tornou um espaço de transgressão, hoje é de afirmação. A música cria redes de convivência." Em seu trabalho, o pesquisador mostra vários exemplos de canções e artistas com mensagem LGBT, mas lembra que não é necessário ser LGBT para dar sua contribuição à causa - "Chico Buarque é um grande exemplo disso". Ele termina por comemorar os novos movimentos na música brasileira que estão quebrando barreiras de gênero e de sexualidade: "nos últimos 10 anos a teoria queer entrou no Brasil. Questões de não-binarismo são discutidas, e isso entrou na música.".
#167 - PSDB

#167 - PSDB

2016-10-3101:09:40

Terminaram as eleições de 2016, e o Lado Bi aproveita a ocasião para conversar com o partido que venceu as eleições para prefeito em São Paulo, o PSDB. No estúdio, dois representantes do grupo Diversidade Tucana: Fabio Valente Cabral, Presidente do Diversidade Tucana da Cidade de São Paulo e Conselheiro do Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT de São Paulo, e André Gomes Juquinha, Presidente do Diversidade Tucana do Estado de São Paulo. Eles afirmam que o PSDB é um partido inclusivo, que dá grande importância para a causa LGBT: "nos estados onde o PSDB tem maior governabilidade, como São Paulo, as políticas LGBT avançam, e muito. Esses são os lugares onde elas estão mais bem estabelecidas". Cabral explica como o Diversidade Tucana influencia seu partido: "nós pedimos que candidatos assinassem termos de compromisso, mas vamos atrás de todos os vereadores do PSDB, mesmo aqueles que não assinaram". Juquinha afirma que o prefeito João Dória vai manter e ampliar iniciativas do governo Haddad, como o programa Transcidadania e os centros de referência LGBT, e explica o que o candidato tinha em mente quando disse que acabaria com as secretarias que defendem os direitos das minorias: "quando ele falou de tirar as secretarias, ele falou de uma nova forma de organização - a troca de secretarias por coordenadorias que ajam de forma transversal através de todas as secretarias".
#166 - Personagens

#166 - Personagens

2016-10-2401:06:211

Essa semana o LADO BI conversa com o dramaturgo Alexandre Rabelo, autor do romance "Nicotina Zero", para explorar os vários personagens LGBTs que surgiram na literatura ao longo do tempo. Rabelo aponta que a existência de personagens homossexuais está longe de ser novidade: "o primeiro literário de que se tem notícia, a epopeia de Gilgamesh, na Babilônia, já contém protagonistas gays, pois acompanha os amantes Gilgamesh e Enkidu. O grande foco da Ilíada é um foco homoerótico: Aquiles só entra na Guerra de Troia por causa da morte de seu amante, Pátroclo". É possível reinterpretar personagens que classicamente não são considerados homossexuais, acredita: "Hoje certamente Iago, da peça 'Othelo', seria visto como uma bicha má. O amor real na história de Don Quixote acontece entre Don Quixote e Sancho Pança". Rabelo também lamenta a gama limitadíssima de personagens LGBT presente na cultura popular ("Há uma gama enorme de personagens gays que ainda não foram explorados") e afirma que é possível explorar temas LGBTs na literatura sem no entanto limitar a obra a um nicho: "Sou gay, faço questão de que saibam disso, mas não escrevo apenas para gays, escrevo para todos."
#151 - Voto

#151 - Voto

2016-07-0401:07:46

Esse ano, durante a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo e a Caminhada das Mulheres Lésbicas e Bissexuais, os integrantes da campanha #VoteLGBT realizaram uma pesquisa sobre o pensamento político da população presente nesses eventos. O LADO BI recebeu dois coordenadores da campanha, Marcos Visnadi e Evorah Cardoso, para saber quais foram as descobertas dessa iniciativa inédita. Quem estava presente na Parada e na Caminhada é muito mais politizado do que se supõe, descobriram: "há uma predominância de pessoas que declaram estarem presentes por motivos políticos tanto na Parada como na Caminhada", aponta Visnadi. A descrença na política institucionalizada, no entanto, é generalizada: "ninguém dentre os entrevistados se sente representado politicamente", lamenta Cardoso. Apesar de ter cada vez mais relevância na cena política - "infelizmente, sempre no esforço de se evitar retrocessos", lembra Cardoso - "ainda não é determinante o candidato ser LGBT ou defender pautas LGBT na hora das pessoas decidirem seu voto", informa Visnadi. As eleições municipais desse ano são uma oportunidade de reagir aos movimentos políticos de 2016 e considerar os efeitos das coligações, acreditam.
#147 - Fernando Haddad

#147 - Fernando Haddad

2016-06-0644:53

Às vésperas da Parada do Orgulho LGBT paulistana, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, recebe o podcast Lado Bi para uma conversa sobre as medidas que sua administração vem tomando em defesa da população LGBT. Em seu gabinete, Haddad fala sobre a importância da Parada para a cidade e justifica por que nunca compareceu oficialmente no evento: "não quero que pensem que estou me aproveitando para fazer promoção pessoal". Ele também comemora o sucesso do programa Transcidadania, explica a criação dos Centros de Cidadania LGBT e explica por que não vetou o Plano Municipal de Educação que excluiu a educação de sexualidade e gênero do programa. Por fim, considera a campanha de reeleição: "não deixaria de apoiar LGBTs por cálculo eleitoral, é algo que vai totalmente contra minha formação e meus princípios. Se um prefeito perder a eleição por construir faixas de ônibus e ciclovias, acho que a culpa não é do prefeito", ironiza.
#145 - Funk Carioca

#145 - Funk Carioca

2016-05-2301:00:00

Esta semana o LADO BI fala sobre Funk Carioca com MC Queer, funkeiro que usa o batidão para combater a homofobia e que nessa semana estreia o clipe de seu primeiro single, "Fiscal". Ele conta por que decidiu usar os "proibidões" como arma contra o preconceito: "O funk hoje fala com todas as classes, gêneros e orientações sexuais. Eu sou gay, e adoro dançar e cantar funk, mas não encontrava muitos que falassem sobre nossa causa... Se eu fico lá curtindo músicas que falam de mulher, por que eu não posso compor algo que fale sobre a realidade LGBT?". O criminólogo Danilo Cymrot, estudioso do funk, fala sobre a suposta homofobia e misoginia inerente ao funk: "Nem sempre: MC Catra, por exemplo, afirma que todo homofóbico é um gay enrustido. As mulheres MCs se colocam numa posição de objeto sexual, mas tiram vantagem disso - algo que muitos consideram um ato neofeminista". E explica como o funk libera o corpo dos homens: "no baile funk, o homem se dá o direito de dançar de forma sensual, independente de sua orientação sexual". Por fim, os dois indicam os principais funkeiros LGBT da cena hoje e discutem a transformação das funkeiras em divas pelos gays: "Ser homossexual é uma luta diária com sua autoestima. Elas cantam sobre a autoestima, como alguém que deu a volta por cima", explica MC Queer. Cymrot completa: "Por ser um grupo muito reprimido e vulnerável, existe a projeção sobre uma mulher superpoderosa que afirma seu poder."
#143 - David Miranda

#143 - David Miranda

2016-05-0901:05:24

Essa semana o Lado Bi entrevista David Miranda, jornalista, ativista LGBT e marido do também jornalista Glenn Greenwald. Juntos, os dois foram parte da equipe responsável por revelar ao mundo os esquemas de espionagem eletrônica internacional da NSA, a agência de segurança nacional norte-americana. Miranda recorda-se de quando ficou preso no aeroporto de Heathrow em 2013: "Fiquei detido numa sala sendo interrogado por sete agentes diferentes, sem o direito a me recusar a responder suas perguntas, sob risco de prisão." Também conta o que fez para tentar voltar a salvo para o Brasil: "Eu estava sozinho, pegaram todo meu equipamento, me deixaram sem nada. Achei melhor não tomar nada que me oferecessem para beber, e me recusei a pisar no solo britânico por medo do que poderia acontecer." David Miranda também comenta os recentes enfrentamentos que teve com a família Marinho por causa dos artigos que publicou recentemente sobre o processo de impeachment da presidente Dilma no exterior: "Nossos artigos incomodaram bastante porque tiveram muito alcance e, neles, mostramos os dois lados, apontando a corrupção mas também o teor político do que está acontecendo." Por fim, lamenta o que vem acontecendo com o programa carioca Rio Sem Homofobia: "Mais de 80% de seus funcionários foram demitidos esse ano. Queremos que esse programa se torne uma política de estado, não algo que fique à mercê de um novo secretário que possa se opor a ele."
#141 - Montação

#141 - Montação

2016-04-2501:08:04

Nesta edição, o Lado Bi entrevista pessoas que se montam de drag. Mas o que é montação? Só existe no campo profissional? Quando o personagem deixa de ser personagem e vira personalidade? "A montação não deixa de ser montação quando vira parte da sua personalidade. A Elke Maravilha, por exemplo, uma vez eu a entrevistei e perguntei se ela queria fazer montada ou à paisana. Ela me disse: ‘Meu amor, você me conhece, eu sou igual a você. Eu nunca estou à paisana…’", diz a drag Malonna. E a montação também tem uma função terapêutica: ajuda na autoestima. "Eu tenho a autoestima muito baixa. Quando estou de Henrique sempre acho que as pessoas estão olhando pra mim estranho. A Amanda para mim é uma máscara. E dou em cima dos boys… Algo que eu nunca faria como Henrique, pois morro de medo de rejeição", conta da drag Amanda Sparks.
#140 - Venezuela

#140 - Venezuela

2016-04-1801:01:17

Nesta edição, o Lado Bi entrevista Samy Adghirni, correspondente da Folha de S.Paulo em Caracas. Ele conta por que a defesa dos direitos LGBT no país é deixada para último plano e como os evangélicos interferem nisso. "Eles consideram que a Venezuela tem tantos problemas, então por que se preocupar com essas questões ‘menores’?" Além disso, ele explica como as políticas de combate à Aids foram abandonadas. "Em um país que não tem aspirina, nem camisinha, imagine o coquetel?" Por fim, conta a história de Tamara Adrian, uma deputada transgênero que é uma voz dissidente no parlamento venezuelana.
#137 - Congresso

#137 - Congresso

2016-03-2801:11:02

Nesta edição, o Lado Bi debate a homofobia no Congresso. Direto de Brasília, a diretora do curta "Em Defesa da Família", selecionado para o Festival de Cannes, fala sobre a história real de um casal de mulheres que trabalha no Senado, mães de três filhos, e sua relação com as pautas homofóbicas do Congresso brasileiro. O correspondente do UOL na capital federal, Leandro Prazeres, e a assessora do deputado Jean Wyllys, Evelyn Silva, também comentam como a homofobia é sistemática e se estende entre assessores e gabinetes, especialmente na chamada Bancada da Bala. "O evangelho, essa bandeira ideológica religiosa é um produto. As pessoas se apropriam desse produto. Virou um nicho de mercado dentro da política", completa Prazeres.
#136 - Nordeste

#136 - Nordeste

2016-03-2101:07:50

Nesta edição, o Lado Bi entrevista Daniel Sena, diretor de cinema, baiano; Gael Rodrigues, escritor, paraibano e João Pedro Lacerda, estudante de medicina, paraibano. Os três vão contar quais as diferenças entre ser gay no Nordeste e no Sudeste. "Em São Paulo, se você for efeminado e tiver uns tantos trejeitos, você não terá tantos problemas. Lá na Paraíba, de onde eu vim, vicie vai ser mais respeitado se tiver um comportamento mais heteronormativo", diz Gael Rodrigues. O conterrâneo João Pedro também ressalta que apenas nas áreas mais abastadas das capitais é possível que gays andem, por exemplo, de mãos dadas. E até nos aplicativos de encontros rola preconceito entre os gays. Segundo os convidados, quem usa esse tipo de recurso é considerado "vulgar e desesperado".
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Comments (5)

Fernando Pereira

Cadê vocês? :x

Jan 29th
Reply

Bia Doleski

não consigo ouvir nem baixar. tenho ouvido pelo canal do YouTube

Dec 16th
Reply

Iane Rocha Holanda

não consigo ouvir também

Sep 29th
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Emerson Bueno

não estou conseguindo ouvir

Aug 16th
Reply

Daniel Souza

Eu nunca havia escutado um podcast na vida, comecei com o Lado Bi e estou maravilhado. obrigado pelo trabalho de qualidade! #Parabéns

Nov 14th
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