DiscoverMemória Futura
Memória Futura
Claim Ownership

Memória Futura

Author: Laura Falésia

Subscribed: 5Played: 77
Share

Description

Entrevisto mulheres com mais de 80 anos sobre transformações sociais, liberdade e futuro.
Ideia, guião, narrativa e edição de som por Laura Falésia.
36 Episodes
Reverse
Nesta temporada falo com a Natércia Salgueiro Maia, com quem contactei através da Associação Salgueiro Maia. FONTES O que ficou na memória: os castigos corporais na escola primária 1900-1960, volume II [tese] Cálculo do factor de atualização de escudos para euros [calculadora] O desvio do Santa Maria e o princípio da Guerra do Ultramar [vídeo] CONTACTO laurafalesia@gmail.com
Fontes: Irmã Marginal, Audre Lorde [comprar livro] O colonialismo dos anticolonialistas, Cunha Leal [livro] Retrato do Colonizado, Albert Memmi [livro] Portugal pode viver sem as colónias? [livro] PROCLAMAÇÃO DA INSURREIÇÃO ARMADA - SAMORA MACHEL [vídeo] 41 ANOS DO ATAQUE À MATOLA [vídeo]
Neste episódio falo com a Celeste José, 76 anos, sobre ser da terra do Eusébio, trabalhar para uma família portuguesa e ir pela primeira vez ao cabeleireiro. POEMAS LIDOS AFORISMO Havia uma formiga compartilhando comigo o isolamento e comendo juntos. Estávamos iguais com duas diferenças: Não era interrogada e por descuido podiam pisá-la Mas aos dois intencionalmente podiam pôr-nos de rastos mas não podiam ajoelhar-nos. José Craveirinha BAYETE Ergueste uma capela e ensinaste-me a temer a Deus e a ti. Vendeste-me o algodão da minha machamba pelo dobro do preço por que mo compraste, estabeleceste-me tuas leis e minha linha de conduta foi por ti traçada. Construíste calabouços para lá me encerrares quando não te pagar os impostos, deixaste morrer de fome meus filhos e meus irmãos, e fizeste-me trabalhar dia após dia, nas tuas concessões. Nunca me construíste uma escola, um hospital, nunca me deste milho ou mandioca para os anos de fome. E prostituíste minhas irmãs, e as deportaste para S. Tomé… – Depois de tudo isto, não achas demasiado exigir-me que baixe a lança e o escudo e, de rojo, grite à capulana vermelha e verde que me colocaste à frente dos olhos: BAYETE? Noémia de Sousa FONTES Esperança de vida em Portugal segundo o nível de escolaridade, por Filipe Pereira [Artigo] Educação e empregabilidade em moçambique [artigo] Gender Inequality in Employment in Mozambique [artigo] José Craveirinha [poemas] Noémia de Sousa [poemas e biografia] Matutuíne [imagens] Mafalala [wikipédia] Esse cabelo, por Djaimilia Pereira de Almeida [excerto] A avó veio trabalhar [site]
Ser anti-racista é um trabalho de todos os dias e de todas as pessoas. E podemos começar em qualquer lado e a qualquer momento. Já há muitos anos que se solidificou a percepção de que o racismo existe na sociedade, criando desigualdades e abismos sociais: trata-se de um sistema de opressão que nega direitos, e não um simples ato de vontade de um sujeito. FONTES Rádio Clube de Moçambique [vídeo] Rádio Libertação [texto e som] Pequeno Manual Antiracista [PDF] CONTACTO laurafalesia@gmail.com
No último episódio desta temporada, falamos de Deus, do regresso do fascismo e da recolha de história oral. FONTES Emissão da Emissora Nacional [youtube] Entrevista a Óscar Cardoso [youtube] "A homossexualidade no masculino, parte I", Falatório, por Anabela Mota Ribeiro [RTP Arquivos] Adelfopoiesis [wikipédia] CONTACTO laurafalesia@gmail.com Instagram: @falesia_
Neste episódio falo com a Raimunda da Conceição, 89 anos, sobre apaixonar-se, o dia do casamento e a roupa que se vestia. FONTES Idade média do primeiro casamento [estatística] Povo que Canta [youtube] Linda de Suza [youtube] CONTACTO laurafalesia@gmail.com instagram.com/falesia_
Em cada temporada converso com uma pessoa ao longo de vários episódios. Neste episódio, o primeiro da temporada, falo com a Raimunda da Conceição, 89 anos, sobre ir à escola, nassos e vacinação. Este era um dia de inverno em Beringel, uma aldeia no Alentejo. Estamos na sala da Raimunda, quentinhas: eu e a Celina da Piedade, a vizinha da Raimunda e minha amiga, que nos pôs em contacto. Do longo desta entrevista, a Celina vai intervindo a cantar e a ajudar a puxar pela memória. A Raimunda tem cabelo curto e cara risonha. Muitas rugas de expressão. Está confortável no sofá e eu tenho vista para o dia chuvoso na rua. FONTES Aviso ao povo para não morrer de bexigas [publicação] Ponto de Desencontro FNAC, com Maria Gil [podcast] Livro do Pantagruel [Livro] Portugueses Ciganos e Ciganofobia em Portugal [Livro] O Anticiganismo - Reflexões sobre uma variante moderna e por isso esquecida do racismo moderno [Livro] CONTACTOS laurafalesia@gmail.com instagram
A Gracinda, que queria ser Graciete, engravidou e gestou três vezes, educou duas filhas, não namorou enquanto não se pagava o terreno que o pai tinha comprado para poder plantar árvores e terem sombra e fruto. A Gracinda que se apaixonou pelo carpinteiro da aldeia porque não vinha sujo para casa, que era vista como a culpada das bebedeiras dele, a quem lhe gastaram o dinheiro na taberna. Que começou a trabalhar aos 11 anos. Que nunca foi à escola porque não havia ali ao pé. Que fez quase 100 quilómetros a pé para ir vindimar por um caminho perigoso. E depois voltou para casa pelo mesmo caminho, mas com dinheiro. Que não foi ouvida pela Jacinta nem pelo Francisco, porque os pastorinhos não lhe salvaram a bebé, que foi a enterrar numa caixa de sapatos. Que não nomeou as filhas nem Jacinta, nem Francisco, nem Graciete nem qualquer nome que gostasse. Que ultrapassou a idade da mãe em três anos. Que em dezembro de 2023 me deu esta entrevista deitada na sua cama, à hora de almoço, num quarto a cheirar a chá de cidreira, com sol de inverno e um frio de rachar na rua e um aquecedor aos pés da cama. Que, quando eu me despedi, disse “até à próxima”, sabendo que não haveria próxima, e ela disse "até à próxima filha, muita sorte, espero ter dito qualquer coisa que ajude". MÚSICA Todo Este Céu, Fausto Bordalo Dias [música]
Neste episódio falamos de ab*rtar, Deus acudir a umas e não a outras e votar pela primeira vez sem saber ler. FONTES Malala e educação infantil, 2013 [vídeo] Travessia do Deserto, José Mário Branco [música] Discurso de Sá Carneiro PPD-PSD [vídeo]
Neste episódio falo com a Gracinda de Jesus, de 94 anos, sobre fazer muitos quilómetros a pé para ir vindimar, bailaricos e os pequenos almoços da infância em 1935. FONTES Severa [filme completo] Fole [documentário]
Na temporada 7 de MEMÓRIA FUTURA entrevisto a Gracinda, de 93 anos.O pequeno quarto onde conversei com a Gracinda era um rodopio silencioso de mulheres. A Raquel ia rindo das piadas da avó. A tia da Raquel, lá ao longe, cozinhava - no áudio há loiça a lavar e grelhados ao lume. E a mãe da Raquel aguardava que a conversa terminasse.Éramos 4: quatro mulheres juntas num quarto. Um quarto só para nós.A Gracinda deixou-nos em Janeiro. É uma grande honra ter recolhido o seu testemunho em vida.A voz das mulheres, a nossa voz, ficará para memória futura.
No último episódio da temporada - o mais longo! - falamos sobre castigos corporais, ser g.ay no Estado Novo e assédio. E acordar! CONTACTO @falesia_ [instagram] laurafalesia@gmail.com FONTES O que ficou na memória: os castigos corporais na escola primária 1900-1960 [tese] A resistência quotidiana dos homossexuais no Estado Novo [artigo] Decreto-Lei n.º 27.279 de 24 de novembro de 1936 Protesto na Universidade de Lisboa: “O assédio nas faculdades existe e tem de ser tratado” [reportagem] Acordai!, de Fernando Lopes Graça [música] Liberdade, de Sérgio Godinho [música] Nem mais uma palmada [site]
Neste episódio falamos de Audre Lorde, aprender a escrever aos 4 anos e comunismo. Ainda estou no rescaldo das legislativas de março de 2024. É inadmissível que num país tão pequeno como Portugal, mais de 1 milhão de pessoas tenha votado num partido de extrema-direita, racista, xenófobo e homo, bi, lés, transfóbico. A memória é curta. E é por isso que têm que existir gravações de pessoas que viveram vidas longas. FONTES Educação Feminina no Estado Novo (1938-1948): impacto na imprensa periódica [tese] Quanto mais urgente é a escrita Mais humilde o suporte. Tudo o que realmente importa foi escrito em bilhetes de autocarro, guardanapos quase translúcidos, versos de sobrescritos, pacotes de pastilha elástica. E ninguém o compreende porque quanto mais urgente a escrita mais ilegível a letra. André Tecedeiro
Olá! Obrigada por te juntares a mais uma temporada do MEMÓRIA FUTURA. Neste episódio falo com a Amélia Espiridião sobre ganhar consciência política de esquerda, comunismo e ser filha de um patrão. ______________________________________________________ No Memória Futura preocupo-me com diversidade de histórias, por isso estou à procura de mulheres não brancas, mulheres de etnia cigana, mulheres lésbicas, bissexuais, trans ou queer com mais de 80 anos para entrevistar. Se conheceres alguém com uma destas características, por favor contacta-me. FONTES Marvão: Nas memórias do contrabando, contam-se chinesas, castanhas e café [reportagem] Economia de guerra [tese de mestrado] Censos de 1950 [PDF] Bichxs de Merda, Aristóteles, fêmeas e outros monstros de-generativos, P. Feijó, maio maio edições, s/d CONTACTOS mail: laurafalesia@gmail.com Instagram: @falesia_
ERRATA: a música Não sou ciumenta não é cantada por Amália Rodrigues, mas por Lucília do Carmo [ouvir] Este é o último episódio da temporada com a Inês Henriques. Falámos do 1º de maio, de usar calças, de enviuvar, de se voltar a apaixonar. E de música. No finalzinho há um extra :) FONTES Notas da Reunião da Comissão da Condição Feminina, Arquivo Pintasilgo [PDF] A litany for survival, Audre Lorde [poema] Time Use and Well-being in Older Widows: Adaptation and Resilience, Elizabeth A. Hahn, et al. 2011, [DOI]
Nesta temporada falo com a Inês Henriques, de 84 anos, sobre lavar a roupa com restos da água de outras pessoas, comer batatas cruas, aprender a ler sozinha e casar com uma pessoa pouco poupada. Recomendo o uso de phones para se perceber bem todas as palavras e o seguimento do discurso. FONTES Eu não sou uma mulher? - Sojourner Truth, lido por Gisela Casimiro Lugar de Fala, de Djamila Ribeiro, 2020 Com o objetivo de desmistificar o conceito de lugar de fala, Djamila Ribeiro contextualiza o indivíduo tido como universal numa sociedade cisheteropatriarcal eurocentrada, para que seja possível identificarmos as diversas vivências específicas e, assim, diferenciar os discursos de acordo com a posição social de onde se fala. CONTACTOS laurafalesia@gmai.com instagram.com/falesia_
Nesta temporada falo a Inês Henriques, de 84 anos, sobre lavar a roupa com restos da água de outras pessoas, comer batatas cruas, aprender a ler sozinha e casar com uma pessoa pouco poupada. Nesta temporada recomendo o uso de phones para se perceber bem todas as palavras e o seguimento do discurso. FONTES Roda de caminho [texto] Mihâly Big [vídeo] Socioeconomic disparities affect prefrontal function in children [estudo] Childhood poverty and adult psychological well-being [estudo] Predicting psychosis-spectrum diagnoses in adulthood from social behaviors and neighborhood contexts in childhood [estudo] Analfabetismo em Portugal em 2021 [estatística]
Nesta temporada falo a Inês Henriques, de 84 anos, sobre lavar a roupa com restos da água de outras pessoas, comer batatas cruas, aprender a ler sozinha e casar com uma pessoa pouco poupada. Nesta temporada recomendo o uso de phones para se perceber bem todas as palavras e o seguimento do discurso.
No segundo e último episódio da temporada, falo com a Joaquina Maria sobre fazer 100 anos, trabalhar a terra, usar senhas de racionamento para comer, ter tuberculose e ir às sortes e não safar. No Memória Futura preocupo-me com diversidade de histórias, por isso estou à procura de mulheres não brancas com mais de 80 anos para entrevistar. Se conheceres a entrevistada ideal, por favor envia-me um e-mail: laurafalesia@gmail.com FONTES Memórias Sardoalenses [testemunho] A música portuguesa a gostar dela própria [vídeo] Museu da Presidência da República [artigo] Jingle de Cavaco Silva [música] Não é só Sangue (Patrícia Lemos) [livro]
Nesta temporada falo com a Joaquina Maria sobre fazer 100 anos, trabalhar a terra, usar senhas de racionamento para comer, ter tuberculose e ir às sortes e não safar. Recomendo o uso de phones para se perceber bem todas as palavras e o seguimento do discurso. Há 100 anos, quando a Joaquina nasceu, a maior parte do país não vivia os loucos anos 20. Grande parte da população vivia dependente do trabalho no campo, como era o caso da família da Joaquina, que ceifava arroz na zona de Santarém. FONTES Os loucos anos 20 em Portugal [artigo] Adufe [wikipédia] Convenção sobre os direitos da criança [UNICEF] Esperança média de vida [estatística]
loading