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Memórias de Francisco Pinto Balsemão
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Memórias de Francisco Pinto Balsemão

Author: Expresso

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Nestas memórias, Francisco Pinto Balsemão guia-nos pelas suas origens beirãs, pela extensa família, pelo bairro da Lapa, a Quinta da Marinha, a Duque de Palmela e o mundo das suas viagens; mas leva-nos também ao universo da sua infância, ao Liceu Pedro Nunes, à Faculdade de Direito, à Força Aérea e à sua incursão pelo ensino universitário. Não fica, no entanto, por aqui: abre-nos as portas das empresas familiares, do Diário Popular, do Expresso, da SIC, e não só; apresenta-nos os meandros da política – no seu melhor e no seu pior –, desde a aventura da Ala Liberal e o PSD, até hoje não esquecendo alianças e traições.


Muitas histórias, onde perpassam aventuras e devaneios, mas nas quais sobressaem os amigos e, primordialmente, a mulher, os filhos e os netos. Aqui se escalpeliza toda uma vida, um percurso ímpar que contribuiu decisivamente para formar o Portugal de hoje.


'Memórias' é uma janela aberta para a vida de Francisco Pinto Balsemão e uma visita guiada pelo seu caminho e pela sua obra.

Com o objetivo de partilhar mais ampla e gratuitamente a sua vida e obra com o grande público, todo o livro é reproduzido em quatro temporadas de podcast, num total de 24 episódios. 


'Memórias de Francisco Pinto Balsemão' é um podcast do Expresso, editado pela agência de inovação Instinct a partir da voz de Francisco Pinto Balsemão, com sonoplastia de João Luís Amorim, coordenação de Mónica Balsemão e Joana Beleza, direção de João Vieira Pereira.


Baseado na obra homónima publicada pela Porto Editora, contou ainda com a participação especial de Clara de Sousa na leitura de capítulos e subtítulos.

27 Episodes
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Nas páginas finais, Francisco Pinto Balsemão dá por encerrado este conjunto de Memórias que escreveu ao longo de três anos, aos sábados e domingos, "com largos períodos de interrupção".  "Ficaram de fora muitas recordações pessoais"; afirma. "O jogo de memória é perigoso e complicado. E muito propício à batota: só me lembro do que me convém? (...) O que pretendi escrever foram as minhas Memórias: aquilo que ficou e visto à minha maneira."  Neste último episódio, Francisco Pinto Balsemão reflete sobre a sua vida, marcada por mais de oito décadas de intensas transformações pessoais e profissionais. O fundador do Expresso sublinha os impactos da pandemia, a adaptação às novas rotinas e a importância da família, destacando os filhos e netos como o seu maior legado. Reconhece ainda os privilégios que teve, as conquistas e os desafios enfrentados, e reafirma o seu compromisso com o ideal de deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrou. Nestas linhas finais, deixa também a promessa de continuar ativo enquanto a vida o permitir.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste último episódio das suas 'Memórias', Francisco Pinto Balsemão revisita o seu percurso fora dos holofotes da política e dos media, destacando o papel que teve em instituições como o Automóvel Clube de Portugal (ACP) e o grupo Bilderberg.  Durante mais de três décadas, integrou o comité restrito dos encontros Bilderberg, onde levou dezenas de portugueses e participou em debates estratégicos com líderes globais. Desmistifica o secretismo do grupo e relata bastidores de encontros com figuras como Kissinger, Jeff Bezos, entre outros. Na próxima semana encerramos a publicação deste podcast, com o episódio 'Conclusão'.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio, Francisco Pinto Balsemão abre as portas da memória para revelar os encontros que moldaram não apenas a sua trajetória política, mas também a sua visão do mundo. Entre confidências com reis, jantares com presidentes e conversas com intelectuais, o autor partilha momentos de cumplicidade, tensão e admiração, onde a diplomacia se entrelaça com a amizade e a história se escreve nos bastidores. Mais do que um inventário de encontros ilustres, este capítulo é um tributo à força dos laços humanos na construção de pontes entre nações. Balsemão mostra-nos que, por trás das decisões de Estado, há gestos de coragem, olhares cúmplices e silêncios que dizem mais do que discursos.  Este episódio corresponde ao capítulo 22 da obra 'Memórias de Francisco Pinto Balsemão'. Na próxima semana vamos até à última parte do livro, com o capítulo "A vida tem múltiplas facetas:do ACP ou Bilderberg a Ballesteros ou Palmer.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio Francisco Pinto Balsemão reflete sobre a vantagem de dominar várias línguas estrangeiras. Na vida pessoal como profissional, a aprendizagem de idiomas permitiu-lhe aceder a experiências únicas, desde relações culturais e afetivas até encontros com figuras como Mario Vargas Llosa e Juan Luis Cebrián, revelando como o domínio linguístico pode ser uma vantagem decisiva. Além das histórias pessoais, o episódio aborda a importância da internacionalização e da valorização da língua portuguesa no contexto global. Com lucidez e até algum humor, o fundador do Expresso defende o conhecimento de línguas estrangeiras como ferramenta de liberdade, influência e pertença cultural, num mundo cada vez mais interligado. No próximo episódio, o tema é Estadistas e Políticos, Intelectuais e Empresários de várias partes do Mundo. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Na segunda parte do 2º episódio da 4ª temporada, Francisco Pinto Balsemão detalha a trajetória da SIC e do Grupo Impresa. Destaca-se a tentativa de aquisição dos direitos dos jogos do Benfica em 1997, o confronto com Joaquim Oliveira e o domínio da Olivedesportos. A SIC expandiu-se com canais temáticos e internacionais, como a SIC Notícias e a SIC Radical, e investiu em ficção nacional com êxito, após parcerias com a Globo e a SP Televisão. A SIC Filmes revelou talentos com telefilmes como “Amo-te, Teresa”. A informação tornou-se pilar central, com telejornais longos e premiadas reportagens. A crise de audiências com o “Big Brother” levou à saída de Emídio Rangel. Uma parte deste longo episódio é dedicado à Ongoing, que tentou tomar o controlo da Impresa, mas foi derrotada judicial e financeiramente. Em 2012, Balsemão passou a Chairman e nomeou Pedro Norton como CEO, sucedido em 2016 por Francisco Pedro Balsemão, que impulsionou a digitalização, lançou a OPTO e vendeu ativos não estratégicos. Daniel Oliveira revitalizou o entretenimento e Cristina Ferreira impulsionou audiências antes de regressar à TVI. A Impresa mantém-se independente, com foco na inovação e na sustentabilidade, mas com grandes desafios pela frente. No próximo episódio Balsemão vai falar sobre como a aprendizagem de línguas estrangeiras foi vantajosa ao longo da vida.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Na primeira parte do episódio “SIC: Do Zero ao Infinito”, Francisco Pinto Balsemão traça o percurso da fundação da primeira televisão privada portuguesa, desde a ideia inicial nos anos 80 até à consolidação da SIC como líder de audiências. O relato detalha os desafios políticos, legais e financeiros enfrentados para romper o monopólio da RTP, bem como a articulação com dezenas de investidores nacionais e internacionais, incluindo a parceria estratégica com a Globo. A narrativa percorre episódios marcantes como a transformação de um armazém de bananas em Carnaxide na sede da estação, a contratação de figuras-chave como Emídio Rangel e Maria Elisa, e a aposta em formatos inovadores de informação e entretenimento. A SIC destacou-se pela ousadia editorial, pela proximidade com o público e pela capacidade de adaptação ao mercado. Balsemão também aborda os conflitos entre acionistas, os riscos assumidos e a evolução do projeto até à entrada da Impresa em bolsa. Este episódio é um testemunho direto sobre a transformação dos media em Portugal e o impacto da SIC na paisagem televisiva nacional.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste capítulo das Memórias, Francisco Pinto Balsemão regressa ao jornalismo e relata os bastidores do Expresso, os conflitos com antigos aliados e a sua luta pela liberdade de imprensa — mesmo quando era ele próprio o alvo. “Se ele não manda no jornal que criou, como há-de mandar no país?” O fundador do semanário enfrentou críticas, traições e transformou o jornalismo português. A sua postura, muitas vezes interpretada como fraqueza, é aqui apresentada como um compromisso inabalável com a liberdade de imprensa. Balsemão detalha também os bastidores da gestão do Expresso, as mudanças de direção, os novos formatos e cadernos e as tentativas de "matar o pai" por parte de antigos colaboradores que lançaram projetos concorrentes.  “No fundo, repito, tentaram matar o pai. Que me lembre, nenhuma conseguiu. O ‘pai’ continua vivo...” No próximo episódio, o narrador das Memórias leva-nos a conhecer a SIC, do zero ao infinito? De um para sete canais (e para o streaming e para o esports).See omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio, Francisco Pinto Balsemão conta pormenores dos bastidores da saída da vida política ativa, entre 1983 e 1986. Após deixar o cargo de Primeiro-Ministro por vontade própria, Balsemão enfrentou o isolamento dentro do PSD, a indiferença dos seus pares e a dissolução de alianças políticas. Num relato franco, descreve o Congresso de Montechoro, o afastamento do Parlamento e a breve passagem pelo Parlamento Europeu, marcada por desilusões e disputas internas. Lembra também a sua tentativa de manter-se relevante através do Instituto Francisco Sá Carneiro, onde liderou iniciativas inovadoras e formativas, e a sua resistência em aceitar cargos que o afastariam do jornalismo e da comunicação social. O percurso de um homem dividido entre a lealdade ao partido e a frustração com as “máquinas trituradoras” da política, que sacrificam os seus próprios líderes em nome da sobrevivência - afirma Balsemão. Mesmo afastado da vida política ativa, o fundador do Expresso nunca deixou de observar, influenciar e participar, mantendo viva a chama de um ideal político que foi sempre maior do que qualquer cargo.  No próximo episódio entramos na IV temporada, depois da política partidária: o Expresso, a SIC e outras coisas, desde 1983. See omnystudio.com/listener for privacy information.
O fim da AD (1982-1983)

O fim da AD (1982-1983)

2025-05-1603:10:40

Neste episódio, Francisco Pinto Balsemão lembra os últimos atos como primeiro-ministro do VIII Governo Constitucional, as eleições autárquicas de dezembro de 1982, a sua demissão do cargo governativo e as etapas que levaram ao IX Governo Constitucional, com Mário Soares como primeiro-ministro, em junho de 1983. "A decisão de sair de Primeiro-Ministro foi um ato de vontade. Vontade de regressar à minha atividade profissional, com a consciência tranquila de ter cumprido o melhor que soube e pude, durante 3 anos full-time, o 'serviço cívico' na política". O líder do PSD explica ainda a sua relação difícil com Diogo Freitas do Amaral (vice-Primeiro-Ministro) e a traição de Marcelo Rebelo de Sousa, assumindo que os partidos políticos "são máquinas trituradoras".  Por fim, Balsemão reconhece que a sua vocação "foi e será sempre os media, a liberdade de expressão, a relação entre a comunicação social e a democracia". O próximo episódio será dedicado à saída da política (1983-1986 e depois). See omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio da III temporada de ‘Memórias’, Francisco Pinto Balsemão lembra ainda os anos em que foi Primeiro-ministro de Portugal. Com especial interesse nas relações internacionais do país e na lusofonia, Balsemão lembra a preocupação prioritária com Timor-Leste e a impotência de Portugal perante a ocupação indonésia, e ainda a primeira visita oficial de um Primeiro-ministro português a Moçambique, a vinda de Samora Machel a Portugal também em visita oficial, e, por fim, a relação com Macau. “Lembro também o apoio que, no Expresso, demos à causa timorense, procurando não a deixar cair em termos jornalísticos e também acolhendo, na Rua Duque de Palmela, os exilados políticos. Ramos-Horta ainda hoje lembra esses tempo em que a sede do Expresso era uma espécie de abrigo para ele e alguns mais”, refere o autor.  No próximo episódio vamos encontrar em destaque o fim da AD (1982-1983).See omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio, Francisco Pinto Balsemão lembra a revisão constitucional de 1982 sem entrar em pormenores técnico-jurídicos. "O objetivo político principal era dotar-nos de uma Constituição que nos permitisse viver numa democracia de padrão ocidental", afirma. "Para tal, era essencial acabar com o Conselho da Revolução, criar um Tribunal Constitucional e subordinar as Forças Armadas ao poder político democraticamente eleito e flexibilizar o sistema económico". Balsemão explica ainda a importância de "definir melhor os poderes do Presidente da Repúblico", acelerar as negociações para a entrada na CEE, planear a regionalização e a autonomia das regiões da Madeira e dos Açores. "Os tempos em que desempenhei as funções de Primeiro-ministro de Portugal nunca foram fáceis", admite o fundador do Expresso. O plano económico e financeiro em que Portugal se encontrava, o agravamento da situação mundial com a subida de tensão perante o bloco soviético, os atrasos na assinatura do acordo com a CEE, a força da oposição que se opunha à revisão constitucional e também a estratégia de desgaste dentro da Aliança Democrática, são os principais pontos destacados por Balsemão.  Neste sexto episódio da terceiro temporada de 'Memórias', Francisco Pinto Balsemão pretende "dar conta do que, durante os dois anos e meio em que fui Primeiro-ministro de Portugal, pretendemos fazer em matérias de transformação estrutural do nosso sistema político, económico e social".  No próximo episódio o tema é "Causas de Língua Portuguesa: Timor-Leste, Moçambique e Macau".  See omnystudio.com/listener for privacy information.
As principais novidades do VIII Governo foram Ângelo Correia, na Administração Interna, Francisco Lucas Pires, na Cultura e Coordenação Científica, e Marcelo Rebelo de Sousa, como Secretário de Estado da Presidência do Conselho. Com uma renovada legitimidade, Francisco Pinto Balsemão procurou reduzir o número de Ministros e melhorar a capacidade de funcionamento do Executivo. Beneficiando do que aprendera com Sá Carneiro e com as vicissitudes e boicotes sofridos durante os 8 meses do seu primeiro Governo, Balsemão tomou ainda outras decisões que lhe pareceram adequadas. Descubra aqui os pormenores do VIII Governo Constitucional entre 1981 e 1982. Na próxima semana vamos ouvir falar das áreas fundamentais da governação da AD: revisão constitucional e mudanças estruturais (1981-1983).See omnystudio.com/listener for privacy information.
Além do condicionamento económico-financeiro do país, existiam e perduraram durante quase todo o tempo em que Francisco Pinto Balsemão foi Primeiro-Ministro vários outros tipos de condicionamentos à governação, que o autor de 'Memórias' elenca detalhadamente neste longo capítulo. Vivia-se uma das fases de maior crispação da Guerra Fria: a invasão soviética do Afeganistão, a 25 de dezembro de 1979, o golpe militar comunista na Polónia e a imposição da lei marcial, a 13 de dezembro de 1981; o aparecimento de movimentos pacifistas antiamericanos na Europa contra a instalação de mísseis táticos decidida em 1979 e efetivada a partir de 1983 (crise dos euromísseis). O apoio que, em dezembro de 1981, o Governo de Balsemão deu ao Solidarność de Lech Walesa, na Polónia, e a condenação da intervenção soviética originaram um conflito sério com o Presidente Ramalho Eanes, com o qual "nunca foi fácil trabalhar". Oiça esta e outras histórias no quarto  episódio da terceira temporada de 'Memórias'. Na próxima semana vamos ouvir falar do VIII Governo Constitucional (1981-1982).See omnystudio.com/listener for privacy information.
"Alguém me veio contar o que havia sucedido: “O avião caiu à saída de Lisboa! Parece que morreram todos!” Entrei em estado de choque." É assim que Francisco Pinto Balsemão reage à trágica morte do primeiro-ministro Francisco Sá-Carneiro, Snu Abecassis, Adelino Amaro da Costa e o primo do fundador do Expresso, António Patrício Gouveia. Seguiram-se dias muito intensos, confusos e dramáticos. "As teses, completamente estapafúrdias, de que eu, através de Kissinger e da CIA, sabiao que iria acontecer são falsas e insultuosas. E custa-me passar o resto da minha vida a proclamá-lo, a demonstrá-lo e a perseguir os animais que, não percebo porquê, insistem em envolver-me num alegado crime. Não fui capaz de continuar a escrever estas Memórias sem fazer este longo parêntesis. É que, quase 40 anos depois, continuo a ser perseguido – não sei, de verdade, por quem, porquê e para quê – pela história de Camarate. E, é doloroso e curioso constatá-lo, tão perseguido sou que quase me sinto absurdamente na obrigação de explicar-me, justificar-me, garantir que nada tive a ver com a queda do avião", esclarece. Oiça esta e outras histórias entre 1980 e 1981 no terceiro  episódio da terceira temporada de 'Memórias'. Na próxima semana vamos ouvir falar dos grandes constrangimentos da governação de Balsemão em 1981 (a crise do petróleo, as oposições internas, entre outras).See omnystudio.com/listener for privacy information.
Quase logo a seguir às legislativas, em dezembro de 1979, houve eleiçõesautárquicas e o balanço final foi de 144 presidências de Câmara para o PSD, 50 para o CDS. Regressado a Lisboa, Francisco Pinto Balsemão falou longamente com Francisco Sá Carneiro e, dessa conversa, resultou um convite para integrar o Governo como Ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro. Neste episódio, o fundador do Expresso lembra as tarefas que desempenhou nesse cargo e as pessoas com quem se foi cruzando na política, sem esquecer momentos como 'a noite das facas longas', a estreia parlamentar de Cavaco Silva e viagens a África e ao Brasil.  Oiça esta e outras histórias passadas em 1980 no segundo episódio da terceira temporada de 'Memórias'. Na próxima semana vamos ouvir falar da morte de Sá Carneiro e a sua sucessão (1980-1981).See omnystudio.com/listener for privacy information.
Na terceira temporada deste podcast, vamos descobrir a fundação do PSD, os Governos da Aliança Democrática e a Consolidação da Democracia em Portugal. Neste primeiro episódio, Francisco Pinto Balsemão lembra o arranque do PSD: "Há que recordar que a fundação do PSD foi uma proeza só possível numa fase revolucionária como a que Portugal vivia a seguir ao 25 de Abril. Logo a 27 de abril, bem à maneira dele, Sá Carneiro, em entrevista à RTP, anuncia a próxima criação de um partido. Eu telefono-lhe: “É mesmo para andar?”Ele: “Claro!” Eu: “Vamos a isso!”". Escolher o nome do partido não foi fácil: "Liguei, do meu gabinete do Expresso, onde estavam também Ruben Andresen Leitão e Marcelo Rebelo de Sousa, para Francisco Sá Carneiro, que estava no Porto, começámos a inventar e propor outras designações. A dada altura, Ruben atira com “Partido Popular Democrático – PPD!” Gostei e transmiti para Sá Carneiro. “Também gosto!”, respondeu ele, com a sua habitual rapidez. E ficou PPD até, a 3 de outubro de 1976, no Congresso de Leiria, conseguirmos mudar para o que sempre desejáramos: PSD – Partido Social Democrata", lembra.  Oiça esta e outras histórias passadas entre 1974 e 1979 no primeiro episódio da terceira temporada de 'Memórias'. Na próxima semana vamos ouvir falar dos Onze Meses de Balsemão como Ministro-Adjunto de Sá Carneiro (1980).See omnystudio.com/listener for privacy information.
A chegada do 25 de Abril trouxe para o jornal Expresso a libertação de um garrote que se ia apertando. "Foi um dia vibrante, mas bastante confuso", lembra Francisco Pinto Balsemão. "O 25 de Abril foi um golpe de Estado indiscutivelmente bem preparado, bem executado e que, coisa rara para Portugal, conseguiu, até à última hora e no próprio dia, manter um elevado grau de secretismo." Mas passada a euforia das primeiras semanas, tornou-se visível que havia fações entre os militares e os conceitos de democracia dos principais partidos não coincidam uns com os outros. O poder do PCP, cujo modelo para Portugal era o da União Soviética, afirmou-se com rapidez, nomeadamente através do controlo dos meios de comunicação social, com prioridade para a RTP e a Emissora Nacional, mas também com presença crescente nos principais diários. Ficaram na memória de todos os saneamentos selvagens operados pela Direção do Diário de Notícias e a Rádio Renascença foi palco de uma prolongada luta entre marxistas-leninistas e comunistas.  O verdadeiro PREC, das nacionalizações, das ocupações e dos saneamentos, começa a partir do 11 de Março. A atmosfera fica tensa, mas o Expresso continua a ser o meio de comunicação social de referência, a lutar pela liberdade e pela democracia, de forma serena e indo ao fundo das questões, sem títulos sensacionalistas. Entre vários episódios e peripécias, Francisco Balsemão recorda a bomba que destruiu uma parte do seu carro e a noite que chegou a passar no seu gabinete do Expresso, com uma pistola em cima da secretária, "à espera do assalto anunciado por um grupo de extrema-esquerda, assalto que nunca aconteceu".  Oiça aqui o último episódio da segunda temporada de 'Memórias'. Na próxima semana vamos abrir o capítulo que vai de 1974 a 1983, sobre o PSD, os Governos da Aliança Democrática e a consolidação da Democracia em Portugal. See omnystudio.com/listener for privacy information.
As origens do Expresso

As origens do Expresso

2025-03-1402:31:092

Na origem da conceção e do arranque do Expresso estava a vontade de Francisco Pinto Balsemão provar a si próprio, à família e ao mundo que era capaz de lançar e fazer triunfar um projeto inovador na área da Imprensa. Na altura tinha 34 anos e queria sair de vez das asas protetoras da família, visto que, até aí, só trabalhara no Diário Popular, que era da família. Balsemão acreditava nas virtualidades de um semanário diferente, inspirado no jornalismo anglo-saxónico, que chegasse aos portugueses do Continente e das Ilhas e aos portugueses residentes nas Colónias ou para aí mobilizados, em consequência da guerra. "E que, mais do que isso, viesse a ser considerado, como foi desde o início e é, uma voz respeitada e citada em Portugal e no estrangeiro." Uma paixão pelo jornalismo, gerada e desenvolvida no Diário Popular, que se mantém, sem quebrar, até aos dias de hoje.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio, Francisco Pinto Balsemão recua até 1972 para lembrar a atividade da Ala Liberal nas eleições presidenciais desse ano. Fala ainda da deterioração das relações com Marcello Caetano, os cortes da censura, a politiquice na Assembleia Nacional e a apresentação do projeto de lei de imprensa. "É indiscutível a importância da Ala Liberal no processo de democratização de Portugal, importância que tem sido, muitas vezes, esquecida ou minimizada", afirma.  No próximo episódio vamos até às origens do Expresso e os critérios de recrutamento para a primeira redação do jornal, num período áureo de vendas de jornais.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Nesta II parte das 'Memórias', Francisco Pinto Balsemão fala de Jornalismo e de Política num Portugal em mudança, da Ditadura à Democracia. O fundador do Expresso lembra a importância da Ala Liberal, o início do Expresso e o 25 de Abril, nos anos que decorrem entre 1968 e 1979. Neste primeiro episódio da II temporada, o seu foco é a intensa atividade no Parlamento, o primeiro contacto com Mário Soares e as eleições em 1969. No próximo episódio vamos até às Presidenciais de 1972 e a degradação da relação com Marcello Caetano.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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