Faz pouco mais de cinco décadas que os primeiros indígenas Yanomami entraram em contato com papel e caneta para se expressar por meio dos desenhos. Depois de conhecer a mítica fotógrafa Claudia Andujar, aquela geração de artistas inaugurou uma estética singular na tentativa de traduzir para o "homem branco" a riqueza da cosmologia e da tradição xamânica yanomami. Herdeiro dessa história e hoje um dos grandes expoentes da cena contemporânea brasileira, o artista Joseca Mokahesi Yanomami apresenta, no 38o Panorama da Arte Brasileira do MAM, seus traços que entrelaçam elementos da cultura Yanomami à luta pela existência de seu povo.
No Tocantins, a mística Romana construiu um ambiente envolto em espiritualidade. E assim chamou a atenção do Brasil e do mundo. Em sua casa, estão espalhadas inúmeras esculturas que remetem a figuras humanas, pássaros gigantes, corpos celestes, torres e antenas entrelaçadas a fios. É esse entrelaçamento entre uma rica materialidade e a dimensão espiritual da obra de Romana que faz ela ser um dos destaques do 38º Panorama de Arte Brasileira do MAM.
Como viver, experimentar e criar em meio a abismos sociais e existenciais na maior metrópole do país? O grupo MEXA, surgido em São Paulo em um contexto de acolhida de pessoas LGBTQIA +, negras e com deficiência, tenta responder a isso misturando a auto-ficção e vida real, o absurdo e o mundano, o monumental e o que passa despercebido. Atuando no limite entre teatro e performance, o MEXA é um dos coletivos presentes no 38o Panorama da Arte Brasileira.
Esta é a história da Tropa do Gurilouko, um dos coletivos que participam do 38º Panorama da Arte Brasileira, do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Uma tropa que junta uma tradição de carnaval lá do começo do século XX, dos subúrbios cariocas, com a potência do funk e dos batidões contemporâneos. Uma mistura quente, explosiva, de alta voltagem.
Conheça a história do povo e do território Akroá Gamella. Uma história de luta e tradição, que integra o 38º Panorama da Arte Brasileira, organizado pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo. Uma história de resistência e energia de mil graus, como bem define uma das principais lideranças indígenas do território, localizado no Maranhão, o Kum’Tum. E que envolve o reconhecimento e o culto a seres encantados.
O Panorama da Arte Brasileira chega em 2024 à sua 38a edição. E chega quente: a mil graus – interessado por formulações ligadas à experimentação, ao risco intenso, às situações radicais, às condições extremas marcadas pelo calor metafísico, metafórico e climático, e aos estados da alma e da matéria. Em conversa com o curador-chefe do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Cauê Alves, a equipe curatorial do 38º Panorama, composta por Germano Dushá, Thiago Souza de Paula e Ariana Nuala, fala sobre a mostra e seus artistas e obras. A apresentação é da Adriana Couto.
Ouça Mil graus, uma série em seis episódios semanais sobre o 38o Panorama da Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo, que fica em cartaz entre os dias 5 de outubro e 26 de janeiro de 2025, no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo. Estreia em 30 de Setembro. Novos episódios às segundas-feiras, na sua plataforma de áudio preferida.