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Operação Papagaio
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Operação Papagaio

Author: Observador

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Esta é a história nunca contada do plano mais louco de sempre para derrubar Salazar. Em 1959, um ano depois da derrota do general Humberto Delgado nas eleições presidenciais, os opositores do Estado Novo já não têm ilusões: o regime só pode cair pela força. É nos cafés de Lisboa e nas noites de boémia que um grupo de artistas surrealistas tem uma ideia para começar a deitar abaixo a ditadura. A eles vão juntar-se revolucionários profissionais, num plano que vai ter como nome de código "Operação Papagaio". Nas últimas seis décadas, a operação foi descrita como um delírio de surrealistas, sem se saber ao certo o que aconteceu ou não. A verdade esteve todos estes anos guardada nos arquivos da PIDE, que escondiam uma outra ligação secreta: um dos conspiradores acabou assassinado pelos companheiros, um crime que deu origem ao livro "A Balada da Praia dos Cães", de José Cardoso Pires.

Narração: Miguel Guilherme

Banda sonora: Rita Redshoes

Guião: Tânia Pereirinha

Entrevistas: Tânia Pereirinha e João Santos Duarte

Sonoplastia e pós-produção áudio: Diogo Casinha 

Design gráfico: Miguel Feraso Cabral 

Edição: João Santos Duarte 

Coordenação: Miguel Pinheiro, Filomena Martins, Pedro Jorge Castro, Ricardo Conceição e Sara Antunes de Oliveira.
14 Episodes
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Último episódio. Ao fim de várias décadas, a terceira parte do segredo de Fátima é finalmente revelada no ano 2000, durante a terceira e última visita de João Paulo II a Portugal. A mensagem que o Vaticano revela não é nada daquilo que Juan Fernández Krohn imaginava, e que o tinha levado a tentar matar o papa em Fátima. No sexto e último episódio, o desfecho do julgamento de Krohn e a vida após a tentativa de atentado que o levou a ser conhecido em todo o mundo. Quarenta e dois anos depois, quem é Krohn hoje em dia, onde está e como olha para o ato radical que teve em Fátima?See omnystudio.com/listener for privacy information.
O Papa está vivo e o padre Krohn está preso. Na óptica do padre espanhol significa que correu tudo mal: se o plano tivesse resultado, por esta altura estariam ambos mortos — e Krohn seria um mártir. Em vez disso, vai passar os próximos meses a ser interrogado pelas autoridades portuguesas, a quem decide contar tudo, desde o primeiro instante. Em outubro desse mesmo ano, quando começa o julgamento, a situação vai piorar ainda mais: os juízes vão ter dúvidas sobre a sua capacidade de ser julgado. É verdade que confessou tudo, mas Krohn será um verdadeiro criminoso ou apenas um louco? Para responder a essa pergunta vão ser precisos meses — e muitas horas de conversa, de testes e de avaliações psiquiátricas.  Seria preciso esperar bem mais para decifrar o mistério do sangue encontrado nas roupas de João Paulo II na noite do atentado: só em 2008, três anos depois da morte do Papa e mais de 25 anos depois do atentado, é que o seu secretário particular vai finalmente quebrar o silêncio.See omnystudio.com/listener for privacy information.
12 de maio de 1982, a noite do ataque. Há um milhão de pessoas em Fátima. João Paulo II reza o terço na Capelinha das Aparições. Quando está a começar a subir a escadaria rumo à basílica, onde vai assistir à procissão das velas, a situação fica fora de controlo. Um padre salta as barreiras e tenta passar para lá dos seguranças. Grita-lhes que só quer beijar o Papa, mas a expressão agressiva que tem no rosto faz adivinhar o contrário. Nesse momento ninguém vê que, dentro da pasta castanha que traz na mão, o sacerdote tem um sabre afiado. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Roma, maio de 1981. Ainda na cama do hospital onde foi internado depois de o turco Ali Agca o ter tentado matar a tiro, João Paulo pede que lhe levem um misterioso documento guardado há décadas num cofre no Vaticano: a terceira parte do segredo de Fátima. Quando lê o texto percebe imediatamente que a sua vida está ligada a Fátima. Mais: atribui à Virgem, que em 1917 apareceu aos três pastorinhos Lúcia, Francisco e Jacinta, a sua salvação. Krohn, por seu turno, também tem uma teoria sobre o terceiro segredo e sobre os motivos por que, tantos anos depois, sucessivos Papas continuam a recusar revelá-lo. E é por isso mesmo que decide matar João Paulo II em Fátima. Traça o plano minuciosamente. Mas não contou com outro homem que vai fazer tudo para o impedir. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Quem é Juan Fernández Krohn, e por que motivo quer matar João Paulo II? Krohn nasce em 1949, em Madrid, em plena ditadura franquista, numa família católica conservadora. Na universidade, já assumidamente anticomunista, desilude-se com o Concílio Vaticano II e com as reformas ontroduzidas na Igreja. Dá os primeiros passos rumo a uma radicalização que, no início da década de 1980, o há de levar a fazer planos para matar o Papa. Entretanto, na Polónia o comunismo começa a fraquejar e João Paulo II, o primeiro Papa de Leste, ajuda a inspirar o nascimento do “Solidariedade”, um sindicato independente do Partido Comunista. Nada disso faz com que Krohn tire da cabeça a ideia de que o Papa é, na verdade, um aliado dos comunistas que está deliberadamente a destruir a Igreja Católica por dentro. Em 1981, o padre espanhol vê na televisão o assassinato do presidente egípcio Anwar Sadat e percebe que pode fazer o mesmo. Tem dificuldade em escolher uma arma, só acerta à terceira. Inicialmente, começa a fazer planos para matar o Papa em Roma. Mas o anúncio da viagem do Papa a Fátima vai mudar tudo. See omnystudio.com/listener for privacy information.
12 de maio de 1982. Juan Fernández Krohn chega finalmente a Lisboa, depois de seis meses a arquitetar um plano para matar o Papa. Não marcou hotel nem traz bagagem: está preparado não apenas para assassinar João Paulo II, mas também para morrer. Horas depois, o padre espanhol ultraconservador já está à espera em Fátima quando o Papa aterra em Lisboa e dá início à primeira visita oficial a Portugal. Uma viagem que, explica João Paulo II desde o início, só tem um propósito: agradecer por ter sobrevivido ao atentado de que foi alvo um ano antes na praça de São Pedro, em Roma. Um atentado que aconteceu no dia 13 de maio de 1981, no mesmo dia e praticamente à mesma hora das aparições de 1917, na Cova da Iria. “Matar o Papa” é o novo Podcast Plus do Observador. É narrado por Pedro Laginha e a banda sonora original é de Rodrigo Leão, com participação especial de Adriano Luz na voz portuguesa de Juan Fernández Krohn. Pode ouvir os episódios de “Matar o Papa” na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube Music ou outras plataformas de Podcast.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em maio de 1982, o Papa João Paulo II veio pela primeira vez a Portugal, exatamente um ano depois de ter sido alvejado por Mehmet Ali Agca, em plena Praça de São Pedro. O objetivo da visita, explicou desde o início, era só um: agradecer à Virgem de Fátima por estar vivo. O que não poderia imaginar é que, no santuário, à espera dele, estava outro homem que também o queria matar: Juan Fernández Krohn, um padre espanhol ultraconservador. “Matar o Papa” é o novo Podcast Plus do Observador, com estreia a 13 de maio. É narrado por Pedro Laginha e a banda sonora original é de Rodrigo Leão, com participação especial de Adriano Luz na voz de Juan Fernández Krohn. Pode ouvir semanalmente os episódios de “Matar o Papa” na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube Music ou outras plataformas de Podcast. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Último episódio. O capitão Almeida Santos e os militares que apoiavam a Operação Papagaio conseguem fugir do Forte de Elvas, para onde tinham sido transferidos. Durante meses, o grupo esconde-se numa casa em Trás-os-Montes antes de se instalar finalmente numa vivenda em Rio de Mouro. Apenas quatro dias depois de chegarem à nova morada, o capitão é assassinado. Vinte anos mais tarde, o crime há de dar origem ao polémico romance “A Balada da Praia dos Cães”, de José Cardoso Pires. No final da história, o que aconteceu a “Gavroche”, o mentor da “Operação Papagaio”? E afinal, onde está a gravação revolucionária que deveria ter sido colocada no ar no Rádio Clube Português?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Apesar das dificuldades, Gavroche mantém o plano: os operacionais vão entrar no Rádio Clube Português, interromper o programa de rádio mais ouvido do país e pôr a tocar a bobine revolucionária com a gravação a apelar ao fim da ditadura. Mas Artílio Batista volta a falhar e diz que, afinal, não vai conseguir arranjar um carro para a operação. Sem forma de viajarem até à Parede, os homens decidem abortar o plano, na própria noite em que devia ter acontecido. Os militares detidos na Trafaria ficam furiosos e chamam Gavroche ao presídio. Mas, dias depois de fazerem planos para novas operações, ficam a saber que vão mesmo ser julgados por envolvimento no Golpe da Sé e são transferidos para outra cadeia militar, a mais de 200 quilómetros de Lisboa. Se não quiserem ficar presos durante anos, vão ter de arranjar forma de fugir. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Onde está a verdade? Há quatro versões diferentes da obscura Operação Papagaio que chegaram até aos dias de hoje. Em duas delas, o conhecido surrealista Mário-Henrique Leiria é apresentado como o cabecilha do plano. Leiria era declaradamente anti-regime, já tinha sido detido pela PIDE anos antes, e efetivamente participou em reuniões conspirativas na Parede, numa casa que ficava mesmo ao lado da de “Gavroche”. Mas qual a fronteira entre os mitos e a realidade? Os documentos da polícia política do Estado Novo escondidos até hoje na Torre do Tombo desmontam os vários mitos associados nos últimos 64 anos à Operação Papagaio. Perante as desistências de operacionais à medida que a data combinada para o assalto ao Rádio Clube Português se aproxima, novos elementos têm de ser recrutados à última hora para pôr a operação em marcha. Um deles vai ter o nome de código "Júnior". Vai ser um erro de casting mas, como se verá, nem sequer vai ser o único. Certo é que os boatos já correm pelos cafés de Lisboa: "os surrealistas andam a brincar aos cowboys".See omnystudio.com/listener for privacy information.
A loura misteriosa que procura Gavroche no trabalho passa a ser o elo de ligação entre os conspiradores. Chama-se Maria Eduarda e é casada com um dos militares que querem entrar no plano da “Operação Papagaio”: atacar o Rádio Clube Português, interromper o programa de rádio mais ouvido do país e substitui-lo por uma gravação com um apelo à revolução. Também ela vai ser importante na noite da operação, e vai ganhar um nome de código: “Alice”. Com a ajuda do primo, Luís Filipe Costa, Gavroche grava a bobine com a mensagem revolucionária. Mas começam a surgir as primeiras contrariedades: há armas que não funcionam e homens que desistem. E os que são chamados para os substituir podem, afinal, não ser de confiança.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A derrota do General Humberto Delgado nas eleições presidenciais de 1958 deixa no ar um clima de revolta, propício à insurreição. De um lado, trama-se o Golpe da Sé, que acaba por não ir para a frente com a intervenção da PIDE e atira uma série de homens para a prisão, entre eles vários militares. Do outro, começa a formar-se um grupo de antifascistas, com raízes nos artistas surrealistas do Café Gelo — e não só. À medida que os planos vão crescendo, os dois grupos vão aliar-se. Mas um dos militares presos na sequência do Golpe da Sé vai revelar-se, meses mais tarde, o homem encontrado morto nas areias da praia do Guincho.See omnystudio.com/listener for privacy information.
“Operação Papagaio” é o novo Podcast Plus do Observador. É narrado por Miguel Guilherme e a banda sonora original é de Rita Redshoes. Pode ouvir todos os episódios da “Operação Papagaio” na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube Music ou outras plataformas de Podcast. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Esta é a história nunca contada de como um grupo improvável de artistas surrealistas e revolucionários profissionais se juntou em 1959 para derrubar Salazar. Tinham nomes de código, uma oficial de ligação, armas e um plano louco para acabar com a ditadura. Mas, no final, tudo terminou com um deles a ser assassinado pelos companheiros — um crime que, anos mais tarde, serviria de inspiração para o livro “A Balada da Praia dos Cães”, de José Cardoso Pires.  “Operação Papagaio” é o novo Podcast Plus do Observador. É narrado por Miguel Guilherme e a banda sonora original é de Rita Redshoes. Pode ouvir todos os episódios da “Operação Papagaio” na playlist própria do podcast na Apple Podcasts, Spotify, Youtube Music ou outras plataformas de podcast.   See omnystudio.com/listener for privacy information.
Comments (1)

Hugo Cardoso

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Apr 8th
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