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Ismail Haniyeh, líder do gabinete político do Hamas, foi assassinado no Irão. O facto de o assassinato ter ocorrido em território iraniano, logo após a posse do novo presidente do país, e não no Catar, onde Haniyeh residia, é, ao mesmo tempo, uma provocação e uma demonstração de força. A sua morte tem duas consequências imediatas: enfraquece o Hamas e enfurece o Irão. Como responderá o Hamas à morte do seu líder, como responderá o Irão à violação do seu espaço soberano? Depois da morte do líder do Hamas, o próximo alvo poderá ser o líder do Hezbollah. O eventual assassinato de Hassan Nasrallah e uma possível invasão do Líbano iria expandir a guerra no Médio Oriente para patamares seriamente preocupantes. Esta escalada do conflito é também um desafio à presidência dos EUA, depois de Joe Biden e Kamala Harris terem insistido num acordo. Benjamin Netanyahu fez o contrário. Neste episódio, Tiago André Lopes, professor de Estudos Asiáticos e Diplomacia na Universidade Portucalense, entende que o processo de paz fica em causa com a eliminação do líder político do Hamas, considerado um dos rostos mais moderados do movimento, e um dos dirigentes que considerava que havia alguma utilidade na negociação de um acordo. A única certeza é esta: estamos mais perto do agravamento do conflito do que da sua resolução. A grande dúvida permanece: a paz interessa a quem?See omnystudio.com/listener for privacy information.
O alerta foi apenas um alerta, mas tocou num nervo sensível da actualidade política e da preocupação dos cidadãos: Portugal arrisca-se a regressar aos défices das contas públicas, avisou o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno. O ministro das Finanças, que aqui ouvimos, de Luis Montenegro ou o Presidente, desvalorizaram a previsão. Contra a opinião do governador têm as previsões da OCDE, do FMI e até do próprio Banco de Portugal, que ainda assim não inclui até agora nas suas contas o aumento da despesa inscrito no orçamento do próximo ano. Para agravar as percepções e as angústias, os jornais têm noticiado uma vaga de falências de empresas nos últimos dias. Há sinais de abrandamento ou até derrapagem em indústrias como a do calçado, dos têxteis e vestuário ou dos componentes para automóveis, que por si só representa quase 15% do produto nacional bruto. Afinal, o que está a acontecer? O país que até agora aparecia orgulhoso com as suas contas certas, o país que se destaca no mundo pela extraordinária redução da sua dívida pública, das famílias e empresas, o país que cresce acima da média europeia está a regressar à aflição dos velhos tempos? Não, calma, não estamos com um pé no fim do mundo e há vários analistas e organizações internacionais a afirmá-lo. Estamos sim, de resto como sempre, num momento de incerteza onde tudo o que corre bem pode correr mal de um dia para o outro. Para já, se a Alemanha e a França apertam o cinto e travam as exportações nacionais, a Espanha, o nosso principal comprador de bens e serviços, continua a registar o crescimento mais elevado entre as economias avançadas. A folga nas contas do Estado, ou a situação financeira das empresas, estão bem e recomendam-se. E, como notava o Banco de Portugal no seu mais recente boletim, a produtividade cresce também por causa da melhor qualificação dos portugueses e do perfil de especialização da economia em produtos com mais tecnologia e valor acrescentado. Para nos explicar a sua opinião entre o deve e o haver da conjuntura, temos hoje connosco o professor Daniel Bessa. Ex-ministro, académico, consultor de empresas com uma forte ligação ao país real, Daniel Bessa é um dos mais respeitados economistas do país.See omnystudio.com/listener for privacy information.
É assim desde que o futebol se transformou na mais poderosa e rica indústria de entretenimento da Europa: sempre que uma equipa treme ou perde, pede-se a cabeça do treinador. Este ano, a fórmula com que dirigentes de clubes tentam apagar os seus erros ou a falta de sorte já foi aplicada no Benfica, no Sporting, no Porto e em pelo menos mais nove clubes da divisão principal do futebol português. Para lá da discussão apaixonada que o clubismo promove sobre estas chicotadas psicológicas, há a eterna questão de se saber se a receita faz sentido num ponto de vista de gestão. O que a experiência no diz é que há treinadores com um currículo tão blindado que escapam a todas as pressões – veja-se o que acontece este ano com o treinador do Manchester City, o prestigiado Josep Guardiola. Ou vejam-se os desaires que o anterior treinador do Porto, Sérgio Conceição, sofreu, sem que alguém ousasse pedir a sua cabeça. Mas se há treinadores blindados, os outros, os que têm menos curricula ou carisma, estão sempre vulneráveis à bola que bate no ferro ou aos humores dos adeptos. Quer isto dizer que eles saem, ou podem sair, sem culpas? O caso de Roger Schmidt, de João Pereira ou de Vítor Bruno mostram que não. Que as suas equipas jogavam mal e, pior, não ganhavam jogos. Mas será que uma substituição do líder resolve os problemas? Não serão as demissões também uma parte inalienável do espectáculo emocional do futebol? Será que a receita do sucesso ou do insucesso paga com a continuidade ou a demissão faz sentido, por exemplo, na política? Nuno Sousa é editor do Desporto do PÚBLICO e vai-nos ajudar a responder a estas perguntas.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Fortunas, donativos e conflitos de interesse. Donald Trump regressa a Washington com um elenco governativo sem paralelo na história norte-americana, com uma dezena de figuras no seu interior ou órbita imediata com mais de mil milhões de dólares em activo. À cabeça, Elon Musk. O homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em 450 mil milhões de dólares, não integra formalmente a próxima Administração Trump mas terá a cargo um ambicioso projecto de reforma do Estado, acesso aos vários departamentos governativos e um gabinete nas imediações da Casa Branca. Com menor influência da imprensa e com o fim da verificação de factos, o escrutínio político estará limitado. O caminho está livre para a desinformação, manipulação e eventuais abusos de poder? O presidente soberanista vai querer conquistar territórios de países aliados à custa da força militar? Neste episódio, Daniela Melo, cientista política da Universidade de Boston, diz que Trump quer utilizar a ameaça militar para chegar à coerção económica.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O discurso de despedida de Joe Biden deixou no ar uma perturbante ameaça não apenas para a democracia na América, mas para a democracia. "Hoje, uma oligarquia está a estabelecer-se na América, com extrema riqueza, poder e influência que ameaçam realmente toda a nossa democracia, os nossos direitos e liberdades elementares, e a justa oportunidade para todos", disse o Presidente norte-americano. Biden não identificou o destinatário da mensagem, mas não era preciso. Desta vez, Donald Trump não se faz apenas acompanhar por ideólogos do radicalismo da direita, de conspiracionistas ao lado de figuras conhecidas e respeitáveis do partido Republicano. Com ele vão para Washington novos radicais, velhos conspiracionistas e a elite dos ultra-ricos. Depois de garantir o poder no Congresso e no sistema judicial, a subserviência da corporate America ao poder de Trump justifica-se tanto pelo medo de represálias como pela expectativa dos mais ricos ficarem ainda mais ricos. E o que caberá aos outros norte-americanos, em especial aos mais pobres e afastados que acreditaram na mensagem de Trump sobre o regresso da velha América para todos? António Costa Pinto é historiador e cientista político. Vamos saber como é que ele leu os avisos de Joe Biden. Teremos a democracia aprisionada pelos oligarcas?See omnystudio.com/listener for privacy information.
A escolha de Alexandra Leitão como candidata do PS à Câmara de Lisboa tem um objectivo tácito. Os socialistas pretendem liderar uma coligação pré-eleitoral de esquerda e destronar Carlos Moedas. Bloco de Esquerda, Livre e PAN não descartam essa possibilidade, porque o nome de Alexandra Leitão é mais consensual à esquerda do que o de Mariana Vieira da Silva, que foi número dois de Fernando Medina quando este presidiu à autarquia. Quanto ao PCP, os comunistas anunciaram, já em Setembro, a candidatura de João Ferreira. Qual é a importância de Lisboa nas próximas eleições autárquicas e qual a importância destas no actual quadro da política nacional? Filipe Teles, cientista político e membro do departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território da Universidade de Aveiro, explica-nos qual poderá ser o impacto da actual crise da habitação nestas eleições.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O mandato de Joe Biden ficou marcado pela recuperação económica após a crise causada pela pandemia, cuja campanha de vacinação acelerou, e por ter restabelecido a posição dos Estados Unidos como um aliado confiável na cena internacional, na sequência das tensões criadas pela anterior presidência de Donald Trump. Biden prestou um apoio incondicional à Ucrânia, depois de esta ter sido invadida pela Rússia, liderando a assistência militar e financeira que permitiu a Kiev resistir às veleidades de Vladimir Putin, e fez o mesmo com Israel, ignorando o genocídio em Gaza, como clamam organizações não-governamentais. A poucos dias de deixar a Casa Branca, Joe Biden tenta tudo por tudo para obter um cessar-fogo em Gaza, que seria a melhor forma de se despedir de Washington. O Hamas terá aceitado, ontem, um esboço do acordo. “A América está mais forte, as nossas alianças estão mais fortes, e os nossos adversários e concorrentes estão mais fracos”, afirmou, há dias, o ainda presidente, com ouvimos no som de abertura deste episódio. Será? Entre a caótica retirada do Afeganistão e o reforço da NATO, qual será a herança política de Joe Biden? Joana Ricarte, professora e investigadora em relações internacionais na Universidade de Coimbra, responde a estas e a outras questões.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O país dos magistrados e dos advogados voltou ontem à sua tradicional cerimónia de abertura do ano judicial como quem vai a uma sessão de fado: disposto a ouvir baladas tristes de um sector mergulhado na nostalgia e na condenação ao marasmo. Houve notas de dissonância e impaciência, caso do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, João Cura Mariano, que aqui ouvimos a criticar duramente a classe política. Mas, no demais, onde é que já ouvimos aqueles discursos? Quando se fala de Justiça, fala-se de uma área crucial para a nossa vida colectiva. Uma área que se atrasa, que deixa prescrever, que se enrola em processos gigantescos que a paralisam, que se embrulha em recursos e incidentes processuais que permitem aos ricos arcar com as custas para adiar decisões, que interfere na política e anda anos a fio a investigar suspeitas que à nascença provocam demissões. Fala-se na Justiça que demora anos a dirimir conflitos administrativos e comerciais, que afasta investidores estrangeiros e condena os cidadãos à via-sacra da burocracia ou da permanente incerteza. Uma Justiça que não vai bem, mas não muda. A cerimónia de ontem foi, ainda assim, um nadinha diferente. O Presidente da República, que anda há anos a pedir às forças partidárias que se entendam em torno de um pacto para a Justiça, saiu de lá com a esperança reforçada. Porque há uma nova ministra de um novo Governo, porque há um novo Procurador-Geral e porque há três novos presidentes de tribunais superiores. Mas também porque há a crescente sensação na sociedade e na política que esta situação de paralisia não pode continuar. A ministra Rita Júdice vai dizendo que o caminho faz-se resolvendo os problemas um a um, mas faz falta uma reforma global do sector, insiste o presidente, insiste o presidente da Assembleia da República, insistem os presidentes dos tribunais superiores. E a culpa, de quem é? É neste campo minado que o problema se afunda. Os políticos e os cidadãos dizem que muitos dos problemas da Justiça se resolveriam sem grandes mudanças nos códigos ou nos estatutos profissionais. São problemas criados pelos juízes ou procuradores, não pela lei. Ora, Juízes e procuradores dizem o contrário. Se querem melhorias, mudem as leis, dizem aos políticos. Esgotado o tempo do passa-culpas, os portugueses esperam respostas, lembrou e bem Marcelo. Será assim tão difícil encontrá-las, pelo menos as mais prementes? Vamos saber a opinião de Conceição Gomes, doutorada em Sociologia, investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e Coordenadora do Observatório Permanente da Justiça e da Unidade de Formação Jurídica e Judiciária.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Na semana passada, Mark Zuckerberg, o magnata que é dono da Meta, divulgou um vídeo, do qual ouvimos uma parte, no qual anunciava o fim dos mecanismos de controlo e verificação de factos nas suas redes sociais Facebook ou Instagram. Daqui para a frente, e para já apenas nos Estados Unidos, se alguém postar uma mentira deliberada, se prestar falsos testemunhos sobre uma pessoa, um partido ou uma organização, se retorcer ou manipular dados ou factos para acirrar o sectarismo ou o discurso de ódio, não corre riscos de ser denunciado e desmentido. Zuckerberg vai fazer o mesmo que Elon Musk faz na rede social X: deixar apenas que seja a comunidade a apontar as mentiras. Ou seja, livrar-se da responsabilidade. Há dez anos, quando se levantaram os primeiros grandes problemas da desinformação, Zuckerberg abriu os braços ao fact checking, a verificação dos factos, e começou a aceitar as suas conclusões. Quando uma entidade credível denunciava a mentira, as equipas do Facebook tratavam de a eliminar nos seus posts ou comentários. Era um dever moral, como era uma obrigação legal indispensável para que as nossas sociedades funcionem à luz da ética ou da razão, Agora, Zuckerberg diz que esse mecanismo de verificação estimulou a censura. E, num claro gesto de submissão às teorias de Donald Trump, o dono da Meta quer ser um campeão da liberdade de expressão. Como se mentir intencionalmente para disseminar o ódio ou favorecer os extremismos políticos coubesse no conceito positivo da liberdade. Ou como se denunciar a mentira fosse um acto de censura. As consequências da desinformação na polarização das sociedades e no avanço da extrema direita estão estudadas e são conhecidas. A mentira extrema o racismo, destrói a confiança que é uma das colas da convivência social, fomenta a intolerância e, como aconteceu na Birmânia, pode estimular o genocídio. Nada disto parece preocupar os donos das redes sociais. Na sua ideia de revolução contra o que chamam de antigo regime, valores essenciais como o da verdade, da honestidade, da racionalidade ou da tolerância não têm lugar. Estaremos a caminho do abominável novo mundo da desinformação? Queremos saber o que pensa José Moreno desta transformação que preocupa políticos, sociólogos, jornalistas e, afinal, todos os cidadãos. José Moreno foi jornalista, é doutorado em Ciências da Comunicação e investigador no Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane regressou ontem a Moçambique. O seu regresso juntou uma multidão de apoiantes e deu origem a uma carga policial, que terá provocado três mortos, Venâncio Mondlane tem liderado a contestação aos resultados das eleições gerais de Outubro, que tem tido como alvo a Frelimo, o partido no poder desde a independência. A chegada de Mondlane é o início de uma nova fase de protestos, a poucos dias da tomada de posse do novo presidente do país, marcada para 15 de Janeiro. O Conselho Constitucional de Moçambique declarou Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frelimo, como vencedor da eleição presidencial, que Mondlane contesta. Neste episódio, ouvimos João Feijó. O sociólogo e investigador moçambicano diz que vários líderes das manifestações foram assassinados e que a Frelimo não vai conseguir governar sem negociar com Venâncio Mondlane.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Donald Trump não tem escondido as suas ambições territoriais. A poucos dias da tomada de posse, o presidente eleito dos EUA quer comprar a Gronelândia, voltar a controlar o canal do Panamá, e não afasta o uso da força militar ou económica para atingir esses objectivos. Como se não bastasse, Trump quer alterar o nome do Golfo do México para o Golfo da América e não descarta a hipótese de anexação do vizinho Canadá. Esta retórica de um novo imperialismo norte-americano põe em causa a soberania dos Estados, ameaça um país da NATO e estraçalha o direito internacional. O ministro dos Negócios Estrangeiros francês disse que “não há qualquer possibilidade de a UE permitir que outras nações, sejam quais forem, ataquem suas fronteiras soberanas”, como se ouve no som de abertura deste episódio, e o porta-voz do governo alemão, afirmou que “as fronteiras não devem ser alteradas pela força”. O mundo já está num rebuliço e o novo inquilino da Casa Branca só toma posse no dia 20. Neste episódio, Francisco Pereira Coutinho, professor na Nova School of Law, fala-nos da “teoria do louco”, que consiste em ameaçar para ganhar poder negocial.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Com as propostas da esquerda para o aumento do prazo para a interrupção voluntária da gravidez (IVG) com chumbo praticamente certo, também o projecto de lei do CDS-PP que repesca regras aprovadas no final da legislatura de Pedro Passos Coelho deverá ficar pelo caminho para que o PSD possa cumprir a promessa feita na campanha eleitoral de não mexer na lei do aborto. Neste contexto, faz sentido o Partido Socialista voltar a abrir o debate sobre a lei do aborto num cenário parlamentar fragmentado e depois de praticamente uma década de maiorias parlamentares de esquerda? See omnystudio.com/listener for privacy information.
Elon Musk, o mega milionário baseado nos Estados Unidos que é dono da rede social X, da construtora de automóveis eléctricos Tesla ou da Space X, parece ter ficado viciado na política. Depois de ter sido uma das estrelas da campanha vitoriosa de Donald Trump nas últimas eleições americanas, Musk tem-se entretido a defender a AfD, o partido da extrema-direita alemã, ou o Reform UK, do ultraconservador e campeão do Brexit Nigel Farage. Talvez embevecido pelo seu próprio sucesso nos comícios de Trump, Elon Musk tenta ser o líder de um internacionalismo da extrema-direita que encontra na Europa a sua próxima etapa de consolidação. Que uma pessoa, qualquer pessoa, tem o direito irrestrito de dizer o que pensa sobre a política na Alemanha, o primeiro-ministro do Reino Unido ou se Nigel Farage deve ou não continuar à frente do Reform UK, ninguém contesta. Só que Elon Musk não é um cidadão qualquer. É principalmente um empresário que coloca os seus produtos no mercado. E, sejam carros ou redes sociais, os produtos num mercado aberto expressam uma série de valores nos quais entra a reputação do dono da empresa que os faz. A Tesla, por exemplo, está a perder quota de mercado na Europa e as revistas especializadas da área do automóvel começam a perguntar se esta queda se explica apenas pelo protagonismo da BMW ou das construtoras chinesas. Ou seja, se em causa não estará uma resposta dos consumidores às suas teses políticas. O problema é que essa transformação do empresário em activista da extrema-direita é recente. Pergunta-se: o que sentirá um alemão militante de um partido de esquerda que em 2022 comprou um Tesla perante esta mudança? Para lá da natural discussão sobre a ingerência de Musk na política interna de países soberanos, vale por isso a pena discutir os direitos de consumidores. Se uma pessoa não compra um produto de uma empresa que atenta contra a sustentabilidade da Amazónia, por exemplo, tem o mesmo direito de não o fazer perante uma companhia de um accionista que defende ideias políticas antidemocráticas. O que está em causa é, por isso, o papel dos consumidores numa sociedade aberta e a filosofia que regula os seus direitos em democracia. Para nos falar deste tema, convidámos Jorge Morais Carvalho, especialista em direito de consumo, professor associado e subdirector da Escola de Direito da Universidade Nova de Lisboa.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O regime decidido pelo Governo permite que as autarquias e assembleias municipais aprovem, sem alterar o Plano de Director Municipal, a reclassificação de terrenos rústicos em terrenos urbanos, permitindo assim a construção habitacional. Manuel Castro Almeida, ministro-adjunto e da Coesão Territorial, defende que esta alteração legal vai aumentar a oferta de terrenos para construir habitação como forma de baixar os preços das casas. Será mesmo assim? Neste P24 ouvimos a arquitecta Helena Roseta.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O último episódio teve lugar na Roménia. O candidato ultranacionalista Calin Georgescu venceu a primeira volta das eleições presidenciais, mas o Tribunal Constitucional considerou os resultados inválidos, e determinou a repetição da eleição. A Rússia foi acusada de ter organizado uma campanha de desinformação e manipulação nas redes sociais para favorecer Georgescu, que não esconde as simpatias nazis. À semelhança de outros movimentos de extrema-direita, Georgescu defende o fim do apoio à Ucrânia e a aproximação à Rússia. Na Alemanha, a AfD pode ser o segundo partido mais votado nas próximas legislativas, que serão antecipadas e, em França, Marine Le Pen faz planos para chegar ao Eliseu. Neste episódio, João Carvalho, cientista político e investigador do Iscte, observa que há uma “diabolização” da extrema-esquerda, “vista como mais antidemocrática que a extrema-direita”. E que esta tem conseguido normalizar um discurso que antes era impensável. A ascensão da extrema-direita, adverte João Carvalho, “pode levar a um processo lento de desintegração da União Europeia e ao enfraquecimento do multilateralismo”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
"Os economistas são conhecidos por serem especialmente maus a fazer previsões", avisa Susana Peralta, mas a economista e colunista do PÚBLICO tenta ajudar-nos a antever como será este ano de 2025. O que esperar da economia nacional neste ano, num contexto de incerteza mundial? A conjuntura internacional pode alterar a trajectória da economia e da política nacional?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Talvez 2024 não venha a figurar na História como um daqueles anos que mudaram tudo, como por exemplo 1929, 1939 ou 1989. Mas talvez a História venha a comprovar que 2024 foi um ano em que muitas tendências que vinham de trás aceleraram e tornaram irreversível um rumo que marcará o futuro próximo. O regresso de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos poderá ser o sinal mais evidente de que o mundo que se construiu sobre a devastação da II Guerra Mundial acabou. Que o que está à nossa frente é uma galáxia de incertezas que inspiram mais receios do que expectativas positivas. Como será recordado o ano de 2024? Como uma mudança, um prenúncio, uma incerteza ou uma garantia sobre um modelo de futuro? Quisemos ouvir a opinião de Francisco Mendes da Silva, advogado e colunista do Público, sobre o que é certo e o que é provável.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em Novembro, quando deu posse aos novos dirigentes do Conselho Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, insistiu na prioridade de um objectivo estratégico assumido pelo país, pelo menos, desde que Mariano Gago assumiu o cargo de ministro da Ciência, já lá vão 20 anos: o de promover a transformação da economia portuguesa através do conhecimento, da ciência, da tecnologia e da inovação. Nesse momento, Montenegro alertou para uma evidência: o que se semeia hoje em ciência exige anos de espera até que possa ser colhido. E, para nossa sorte e esperança, o que foi semeado no passado começa agora a dar frutos. José Manuel Mendonça é um dos académicos e investigadores que andam há anos na linha da frente deste combate. Foi presidente do Inesc Tec e toda a sua vida profissional foi dedicada à produção de ciência e à criação de pontes entre a investigação, a economia e a sociedade. É o convidado do episódio de hoje do P24 para nos ajudar a compreender o que está a mudar.See omnystudio.com/listener for privacy information.
“Engraçado como a memória converte/ As coisas do passado”, canta Maria Reis na última canção de Suspiro. O ano foi dela porque, na sua voz, uma geração desencantada encontrou camaradagem, vulnerabilidades partilhadas – num 2024 em que se assinalou 50 anos da Revolução e tantos parecem ter saudades de um regresso a 24 de Abril de 1974. O ano foi também de Luísa Costa Gomes, com os seus contos cheios de ironia, sátira e apuro literário, e de Fernando Guerreiro e da sua escrita "visceral", que brilha no balanço do ano poético. O ano de 2024 também pertenceu a Francisco Tropa, com a sua exposição Amo-te, no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, e a Patricia Mazuy, com o seu Bowling Saturno, um filme com o qual descemos às trevas. A equipa de jornalistas e críticos do Ípsilon escolhe todos os anos os melhores na música, literatura, quer na ficção, como na não-ficção, nas artes plásticas, cinema, dança e teatro. Neste episódio, Pedro Rios, editor do Ípsilon, explica o como e o porquê destas escolhas.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Um estudo da associação Causa Pública refere que Portugal tem uma das maiores crises habitacionais da Europa. O mesmo estudo indica que o país “tem um dos menores parques de habitação pública e social da OCDE e que, na última década, os preços de compra de habitação “mais do que duplicaram em Lisboa, Porto e Algarve”. Como se não bastasse, o preço das rendas habitacionais tem subido todos os meses. Quando numa manifestação da Vida Justa, o som de abertura deste episódio, se diz estamos “fartos de escolher entre pagar a renda ou comer” ou quando se propõe um referendo sobre o alojamento local em Lisboa, estamos diante de um novo activismo. Esta crise de habitação gera desigualdades e pode gerar conflitos? A simplificação da lei para possibilitar a construção em solos rústicos pode contribuir para aumentar a oferta de habitação? Neste episódio, Pedro Ventura, presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses, defende que mais do que nova habitação, aquilo de que mais precisamos é de reabilitar os 780 mil fogos devolutos.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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(voltou aquele problema de ficheiro “não escutável” .... cuidado se estiverem a conduzir e o programa de podcasts ficar parado)
Não gostei do comentário de hoje.