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Podcast Página Cinco

Author: Rodrigo Casarin

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Description

O Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos.

Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.
211 Episodes
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O leitor brasileiro tem uma relação peculiar com a literatura russa. Nomes como Tolstói e Dostoiévski mexem bastante com o nosso imaginário e nossas ambições diante dos livros. Esse apego, no entanto, costuma ser pelos russos que escreveram no século 19, começo do século 20. Para conversar sobre uma literatura mais recente, pegando boa parte do século 20 e já entrando nesse primeiro quarto de século 21, que convidei Maria Vragova para o papo que vocês ouvirão a seguir. Maria é russa e vive há décadas no Brasil, onde hoje toca a editora Ars et Vita e organiza o festival Artes Vertentes, que neste ano acontecerá entre os dias 11 e 21 de setembro em Tiradentes, cidade histórica de Minas Gerais. Contudo, a conversa é mesmo sobre essa literatura russa que chega até os nossos dias, como vinha dizendo. Quem são os nomes que merecem atenção? Como se relaciona com o período soviético? E hoje, como Putin assombra os autores de seu país? * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ ** O caminho para a programação do Artes Vertentes: https://www.artesvertentes.com/ *** Alguns nomes mencionados no papo: Ivan Búnin; Andrei Platônov; Issac Babel; Mikhail Bulgkákov; Shalámov; Nadejda Teffi; Boris Pasternak; Andrei Bieli; Valentin Rasputin; Ilia Erenburg; Dmitri Bikov; Maria Stepánova; Egana Djabbarova. **** A ilustração da arte do episódio foi feita por Anna Cunha para a edição da Ars et Vita de “O Amor Pela Pátria e Outras Histórias”, de Andrei Platônov.
Autoficção. Eis um termo que ronda ou toma o protagonismo das discussões sobre literatura no século 21. Hoje, surge com frequência graças ao trabalho de autores como Annie Ernaux e Edouard Louis. Mas quem acompanha com atenção as conversas literárias lembra que ele já andava colada ao trabalho de nomes como Ricardo Lísias e Cristovão Tezza. Tem muita gente que ama e outro bom tanto de gente que detesta essa tal da autoficção. Mas, afinal, o que é exatamente isso? De onde ela vem? Dá para colocar num mesmo balaio tudo o que nos é vendido como autoficção? Para conversar sobre essas e outras questões que convidei Élvio Cotrim para o papo que vocês ouvirão a seguir. O Élvio é professor de Língua e Literatura Francesa, doutor em literatura comparada pela Universidade Federal Fluminense e mestre em Literatura Francesa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Nos últimos tempos, Élvio tem tratado de assuntos que pululam nos debates sobre literatura na newsletter que leva o seu nome. Vale passear por lá após ouvir o nosso papo. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ ** O caminho para a newsletter do Élvio: https://elvio.substack.com/
Eis que, seis anos depois, chegamos à edição de número 200 do podcast. É uma marca bem importante. Bom ver o trabalho tendo essa longevidade. Como não poderia deixar de ser, agradeço imensamente a todos vocês pela companhia ao longo dessa jornada. Para celebrar a marca, um episódio um pouco diferente. Um bate-papo entre leitores com um leitor que admiro pra caramba. Falo de Júlio Pimentel Pinto, que já esteve aqui em outras duas ocasiões. No episódio 191 conversamos sobre Jorge Luis Borges, uma de suas paixões. Antes, no episódio 179, havíamos papeado a respeito do livro mais recente de Júlio: “Sobre Literatura e História: Como a Ficção Constrói a Experiência”. Júlio é ensaísta, crítico literário e professor no departamento de história da Universidade de São Paulo e há cerca de 40 anos pesquisa a relação entre nosso passado e a ficção. Espero que curtam essa conversa sobre leitura, crítica, bibliotecas, desafios do dia a dia e, claro, paixão pelos livros e pela literatura. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
“Cada linha de trabalho que escrevi foi escrita, direta ou indiretamente, contra o totalitarismo”. É comum encontrarmos essa citação de George Orwell por aí. Porém, com frequência a segunda parte da frase é omitida. O britânico escreveu, sim, para combater o totalitarismo. Mas não só. O olhar para a própria obra está no ensaio “Por que escrevo”, de 1946. E a citação completa é essa: “Cada linha de trabalho sério que escrevi desde 1936 foi escrita, direta ou indiretamente, contra o totalitarismo e em prol do socialismo democrático”. Orwell, vocês sabem, é autor de “1984” e “Animal Farm”, que aqui cito com o título original por razões que vocês entenderão ao longo do podcast. Não só isso. Também escreveu dezenas de ensaios que nos ajudam a compreender como a sua visão de mundo foi sendo forjada de acordo com as próprias experiências. É um dos autores mais citados e lidos do século 20. Também é dono de uma das biografias mais desprezadas e das obras mais deturpadas desse período. Há muitas interpretações tresloucadas sobre a literatura de Orwell por aí. Para entender melhor quem foi esse cara e quais são os caminhos legítimos para interpretar a sua obra que convidei Débora Tavares para um papo. Débora é professora e idealizadora da Livre Literatura, plataforma que nasceu em 2020 com o objetivo de divulgar e democratizar o conhecimento produzido na universidade pública. Vou deixar o caminho do Instagram para vocês na descrição do episódio, recomendo que acompanhem o trabalho dela lá no Livre Literatura. Débora é também mestre e doutora em literatura pela USP, onde pesquisou a obra de George Orwell e a sua relação com a História. *** A coletânea de Brecht que menciono, organizada por André Vallias, saiu pela Perspectiva, não pela Parábola. ** O caminho para o instagram do Livre Literatura: https://www.instagram.com/livre_literatura * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
Dalton Trevisan se foi no dia 9 de dezembro do ano passado, apenas alguns meses antes de chegar aos cem anos. O Vampiro de Curitiba, como ficou conhecido, é um autor central na literatura brasileira do século 20. São dele livros como “Novelas Nada Exemplares”, “Cemitério de Elefantes” e “A Polaquinha”, que começaram a ser reeditados pela Todavia. É a mesma casa que lançará, com previsão para o segundo semestre deste ano, uma biografia de Dalton que vem sendo escrita pelo escritor, tradutor e jornalista Christian Schwartz. É um livro que começou a tomar contornos míticos conforme o biógrafo tinha acesso à intimidade de um autor famoso pela sua reclusão. Christian pode vasculhar, por exemplo, milhares de cartas, diários e parte da biblioteca do curitibano. No papo a seguir, Christian fala de um Dalton cheio de nuances, não reduzível a clichês que costumam ser reproduzidos por aí. Isso vale para o escritor e também vale para a literatura que deixou. Antes do papo, um aviso. Em certo momento eu falo sobre uma biografia de Carlos Dummond de Andrade. Não lembrava do nome nem do autor do livro, então deixo aqui a referência correta: se trata de “Os Sapatos de Orfeu”, de José Maria Cançado. ** A foto usada na arte do podcast é de Dérson Trevisan/ Acervo Dalton Trevisan * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
“Se a linguagem é imaginativa, radical e criadora, ela também é performativa, abrigando em si uma potência a tornar-se realizável. Contemos com ela em todas as suas formas para viver”. É o que escreve Ellen Maria Martins de Vasconcellos em “Sobreviver nas Catástrofes: Uma Análise Literária Contemporânea”. Ellen escreveu esse trabalho durante seu doutorado em Letras na USP. A pesquisa acabou de lhe render o prêmio que destaca teses da universidade na categoria Letras, Linguística e Artes. Nessa tese, a autora se debruça sobre livros de nomes como a chilena Diamela Eltit, o brasileiro Julián Fuks e a argentina Samanta Schweblin para olhar de diferentes formas para catástrofes de nosso tempo. Ellen também é professora na Unam, a Universidad Nacional Autónoma de México, poeta e já verteu para o português livros como “Gosma Rosa”, da uruguaia Fernanda Trías, publicado pela Moinhos. Convidei Ellen, sim, para falarmos sobre sua pesquisa. Mas convidei Ellen, sobretudo, para termos aqui no podcast mais uma visão sobre literatura latino-americana contemporânea, um dos meus assuntos favoritos. ** Na arte do podcast, pintura de Oswaldo Guayasamin * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
Publicar autores do Oriente Médio e do Norte da África, dar voz a literaturas sub-representadas no Brasil e estabelecer pontes diretas num eixo sul-sul.  Com esses propósitos que a editora Tabla nasceu em 2020. Desde então, foram responsáveis por publicar no país nomes importantes, mas até então pouco conhecidos por aqui. Falo de escritores como o libanês Elias Khoury e os palestinos Marmud Darwich e Ghassan Kanafani. Cada vez mais gente tem prestado atenção naquele canto do mundo especialmente por conta do massacre de Israel sobre os palestinos. O trabalho da Tabla nos ajuda olhar para a história com mais nuances do que estamos acostumados a ver no noticiário. Uma das mentes à frente do trabalho é a editora Laura Di Pietro. Com ela que conversei sobre o nascimento da Tabla, os desafios de trabalhar com literaturas pouco conhecidas no Brasil, as barreiras que enfrentam e a importância da ficção literária para a compreensão de realidades diversas. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
Érico Assis é uma referência quando o assunto é HQ. Colega jornalista, desde 1999 que Érico se dedica à cobertura de histórias em quadrinhos. Já fez e faz muita coisa. Foi colunista do Omelete e do blog da Companhia das Letras, por exemplo. Hoje toca a newsletter Vira Página, uma das minhas favoritas – também vou deixar o link na descrição do episódio – e, dentre outras coisas, dá aulas tanto de tradução quanto de tradução específica de HQs. Sim, Érico também é tradutor. Ele que verteu para a nossa língua nomes como Alan Moore, Craig Thompson e Jeff Lemire, para citar alguns quadrinistas importantes, além de escritores como Chuck Palahniuk e Agatha Chistie. É uma conversa em que falamos muito sobre histórias em quadrinhos, claro, sobretudo aquelas que passam longe do universo dos super-heróis. Também papeamos um tanto sobre como é a vida de jornalistas que precisam empilhar trabalhos para conseguir pagar as contas e seguir mergulhados no mundo dos livros. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ ** E a news do Érico: https://virapagina.substack.com/
Não faz muito tempo que tivemos por aqui um episódio sobre a leitura de clássicos. Foi com a Amara Moira, lá na edição 182 do podcast. Hoje volto ao tema. Não por ter necessariamente novas perguntas para fazer, mas porque acho que sempre vale a pena ouvir como outros leitores se relacionam com os livros fundamentais da história literária. Por que lê-los? Como lê-los? Tá tudo bem amar uns e odiar outros? O que fazer diante da impossibilidade de ler tudo o que gostaríamos? Como, afinal, lidar com os clássicos? Há muitas respostas tão possíveis quanto válidas para cada uma dessas questões. Hoje, quem responde parte delas é Livia Piccolo. Formada em Artes Cênicas na USP e mestre em interlinguagem, Lívia está à frente do canal da editora Antofágica no Youtube, onde os vídeos sobre autores clássicos costumam ser alguns dos mais assistidos pelos leitores. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ ** Na imagem do episódio, Dama com Arminho, de Leonardo Da Vinci.
Episódio um pouco mais ligeiro para este feriado de 1º de maio, Dia do Trabalhador. Entre os dias 16 e 18 deste mês vai rolar aqui em São Paulo o Festival Poesia no Centro, organizado pela Livraria Megafauna. Subirão no palco do teatro Cultura Artística poetas como Adelaide Ivánova, Ana Martins Marques, Marília Garcia, Oswaldo de Camargo e Prisca Agustoni. Dentre as atrações estrangeiras estão a argentina Roberta Iannamico, a alemã Uljana Wolf, o irlandês Stephen Sexton e Tracy K-Smith, dos Estados Unidos. Deixarei o link com a programação completa do evento na descrição do episódio. No intervalo entre uma mesa e outra, o bar do Cultura Artística receberá uma programação paralela. Chamada de Megafone, é ali que dezenas de poetas poderão mostrar um pouco de sua poesia em apresentações breves. Foram quase duzentas inscrições de pessoas querendo um espaço no Megafone. Quem fez a curadoria dos nomes que estarão nesse palco foi Bruna Beber. Bruna é um dos nomes mais conhecidos de nossa cena poética. Ela é autora de livros como “Veludo Rouco”, “Rua da Padaria”, “Ladainha” e “Sal de Fruta”. O Megafone e a poesia brasileira contemporânea foram os dois grandes assuntos do papo com Bruna. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ ** O site do Festival Poesia no Centro: https://www.livrariamegafauna.com.br/poesia-no-centro/
Quem acompanha a escrita contemporânea sabe que a literatura latino-americana vive um grande momento. Quem está à frente dessa ótima fase junto aos leitores são, especialmente, as mulheres. E há uma marca em comum entre diversas autoras que vem sendo bastante lidas: o flerte ou a entrega ao horror. A equatoriana Mónica Ojeda, a boliviana Giovana Rivero e a argentina Mariana Enriquez são alguns exemplos dessa tendência. Mariana, aliás, é tratada como estrela pop em diversos cantos do mundo. Para compreender o que é exatamente esse horror e como ele se manifesta hoje nessa literatura que tanto me interessa que convidei Oscar Nestarez para o papo que vocês ouvirão a seguir. Oscar é doutor em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa pela USP e centra suas pesquisas nas diversas facetas do que costumamos chamar de literatura insólita. Ao lado de Júlio França, Oscar organizou a antologia “Tênebra – Narrativas Brasileiras de Horror”, cuja edição já publicada pela Fósforo olha para o terror brasileiro produzido entre 1839 e 1899. Oscar também é tradutor e escritor. Dentre suas obras estão o volume de contos “O Breu Povoado” e o romance “Bile Negra”, publicados pela Avec, e a novela Claroscuro”, que saiu pela Draco. A recepção da literatura de terror e a forma como ela circula por leitores de diferentes meios também foi assunto da nossa conversa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ ** A arte do episódio usa a pintura A Alma da Montanha, de Remedios Varo
A abertura hoje é breve porque o papo é longo. Falaremos sobre Jorge Luis Borges, um dos maiores escritores – e maiores leitores, importante sublinhar – da história. Contista, ensaísta e poeta, autor de títulos “O Aleph” e “Ficções”, dono de uma obra labiríntica e em permanente diálogo com a própria literatura, o argentino é um dos nomes fundamentais do século 20. Para conversar muito sobre o trabalho e um pouco a respeito da biografia de Borges, convidei Julio Pimentel Pinto, que esteve por aqui no episódio 179, quando conversamos sobre como a ficção molda nosso olhar para a realidade a partir do seu livro “Sobre Literatura e História” (Companhia das Letras). Professor no departamento de história da Universidade de São Paulo e pesquisador há quase 40 anos da relação entre nosso passado e a ficção, Júlio tem um olhar especialmente dedicado à literatura da América Latina. E Júlio tem um interesse especial por Borges, pela literatura de Borges, pelos estudos a respeito de Jorge Luis Borges, um autor central em sua própria vida. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
Conheço Felipe Neto já faz uns 15 anos, desde de que ele despontou com os vídeos do canal Não Faz Sentido. É impossível alguém que trabalha com internet não acompanhar, de alguma forma, a sua trajetória. Aos 36 anos, hoje seu canal de youtube conta com mais de 50 milhões de inscritos e é apenas uma das atividades de Felipe, que se transformou num empresário com atividades em diversas áreas principalmente da comunicação. Me chamou a atenção como, há alguns anos, Felipe passou a tratar da literatura em suas redes. A falar de livros, de autores, compartilhar leituras, provocar e pautar discussões literárias… Tanto que recentemente criou o Clube do Livro FN. O lançamento de “Como Enfrentar o Ódio” (Companhia das Letras), livro sobre sua atuação e suas visões no combate à extrema direita, foi a desculpa para convidar Felipe para o papo que vocês ouvirão a seguir. Sim, falamos um pouco do título que saiu pela Companhia das Letras e fez de Felipe Neto uma das atrações da Flip deste ano. Mas conversamos principalmente sobre leitura, sobre como certos autores podem forjar e mudar nossa visão de mundo, sobre ser leitor e sobre caminhos para que outras pessoas se encantem com os livros. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
Depois da nossa conversa, Nilton Resende me mandou o áudio que vocês ouvem no início do episódio. Pedia para complementar o que havia dito há pouco, no papo que batemos sobre “As Meninas”, um dos grandes livros de Lygia Fagundes Telles. Professor de Literatura da Universidade Estadual de Alagoas, há décadas que Nilton se debruça sobre a obra de Lygia. Dessas pesquisas que nasceu a admirável edição crítica de “As Meninas” que acaba de sair pela Eduneal. É um tijolo de quase mil páginas que, além do romance em si, traz mudanças pelas quais o texto de Lygia passou conforme a autora o retrabalhava em novas edições, uma espécie de guia cultural para compreender o universo construído pela escritora e ensaios assinados por gente como Maria Valéria Resende, Tamy Ghannam, Natalia Borges Polesso e a chilena Andrea Jeftanovic. No volume o leitor ainda encontra um perfil de Lygia, a cronologia de “As Meninas”, material sobre a publicação da obra no exterior… É um trabalho singular que marca os 50 anos de publicação do romance. Também diretor de teatro, roteirista e escritor, são de Nilton os livros “O Orvalho e os Dias”, de poemas, “Diabolô”, de contos, e o romance “Fantasma”. Sobre a autora que está no centro deste episódio, já tinha organizado e publicado “A Construção de Lygia Fagundes Telles: Edição Crítica de Antes do Baile Verde”. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
A conversa que vocês ouvirão a seguir foi gravada um dia depois da Academia Sueca anunciar o Nobel de Literatura de 2024 para a sul-coreana Han Kang. Não, não acreditava que o prêmio poderia ir para o argentino César Aira. Torcia para ele, sim, para que um autor deste nosso canto do mundo fosse reconhecido, mas minha torcida não tem valido grandes coisas já faz um bom tempo. O São Paulo está aí para provar. Com prêmio ou não, a relevância do trabalho de Aira é o que me levou a convidar Carlos Henrique Schroeder para um papo. O Carlos é autor de livros como “As Fantasias Eletivas”, “História da Chuva” e “Aranhas”, seu trabalho mais recente. Grande leitor e muito interessado em literatura latino-americana, é um cara que conhece bastante da obra de Aira. Não só isso. Como curador de eventos literários, já teve a chance de conviver com o argentino. Ele contará essa história no papo. Falamos também sobre as peculiaridades do trabalho de Aira, autor de rara liberdade, dono de uma obra de facetas bastante diversas. E vasta. Já são mais de cem livros publicados. No Brasil, Aira já saiu por algumas editoras. Quem neste ano começou a publicar parte de seus livros é a Fósforo, que lançou “O Vestido Rosa”, “A Prova”, “Atos de Caridade” e “O Congresso de Literatura” e promete colocar no mercado pelo menos mais 12 títulos do argentino. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
Quais são os autores que lhe vem à cabeça quando falamos de literatura italiana contemporânea? Tá, eu sei em quem muitos de vocês pensaram. Sim, Elena Ferrante é um nome incontornável. Falaremos sobre ela nesta edição do podcast. Mas iremos muito além de Elena. A Maria Carolina Casati é uma leitora que acompanho há algum tempo. Dentre suas iniciativas está a Encruzilinhas, que discute textos sobre negritude, gênero, feminismo e militância. A Carol está terminando seu doutorado na USP, onde desenvolve o projeto "A mulata brasiliana: escrevivência, narrativas orais e memórias de brasileiras negras na Itália que se relacionam com italianos". A partir de conceitos de gente como Conceição Evaristo que a pesquisadora se debruça sobre a atual literatura italiana, especialmente sobre a obra de Igiaba Scego. Igiaba é o ponto de partida para essa conversa não só sobre autores italianos que merecem a sua atenção, mas também sobre muitas questões relacionadas ao país de Dante. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
“Em tempos de fanatismo, deixar uma porta de sabedoria entreaberta; em tempos de polarização, explorar o que há de comum entre nós; em tempos de intolerância, falar de coisas de humanidade... Em tempos de ódio, ser teimoso mas manter o bom humor perante as adversidades. E contar histórias, porque as histórias trazem consigo muita coisa agarrada. As histórias – e a memória das nossas histórias – são, afinal, o que faz de nós humanos”. Esse trecho de “Agora, Agora e Mais Agora” (Tinta da China Brasil) parece ser uma boa definição para o que Rui Tavares faz no trabalho que primeiro deu origem a um podcast durante a pandemia e, pouco depois, virou um livro que acaba de ser publicado no Brasil. Em “Agora, Agora e Mais Agora”, Rui percorre mais de mil anos para mostrar como alguns grandes seres humanos se portaram em momentos bicudos de nossa história. Ao se debruçar sobre Al Farabi, por exemplo, lembra de uma espécie de iluminismo perdido do Oriente capaz de se opor a fanatismos diversos. Historiador e político, hoje deputado na Assembleia da República de Portugal e vereador na Câmara Municipal de Lisboa, Rui olha para o passado e estabelece pontes com enrascadas que vivemos no presente. A distância entre um pensamento mais urbano e cosmopolita de outro mais rural e conservador – e aqui faço uma simplificação canhestra – não parece muito diferente das rusgas que tínhamos entre guelfos e gibelinos na península itálica ali pelo século 12. É entre filósofos e escritores, acima de tudo grandes humanistas, que Rui transita para criar ensaios – ou memórias, como prefere chamar – nos quais a cultura, a tolerância e sabedoria aparecem como elementos fundamentais para a construção da ideia que fazemos de humanidade e de ser humano. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ A ilustração usada na arte deste episódio foi feita por Eduardo Viana.
“Mrs. Dalloway disse que ela mesma iria comprar as flores”. Temos aqui um dos começos mais célebres da literatura na tradução de Claudio Alves Marcondes. Clarissa Dalloway compraria flores em algum canto daquela Londres de um século atrás para a festa da noite. É esse dia na vida da personagem que está em “Mrs. Dalloway”, um dos principais romances da língua inglesa e o mais famoso de Virginia Woolf. Autora também de obras como “Orlando”, “Ao Farol” e “As Ondas”, Virginia é uma das gigantes da literatura no século 20. Nome incontornável do modernismo, essa britânica que nasceu em 1882 e morreu em 1941 costuma ser lembrada pela forma como explora a consciência de seus personagens. Há quem se intimide diante dos romances de Virginia. Mas não tenhamos medo. A ideia do papo com Mell Ferraz é mostrar caminhos para se entender com a obra da autora. Mell é formada em estudos literários pela Unicamp e mestre em estudos da literatura pela Universidade Federal Fluminense, onde fez pesquisas sobre o fluxo da consciência na obra de Virginia Woolf. Desde 2010 que a Mell toca o Literatura-se, canal de incentivo à leitura e à literatura que está no Youtube e em outras redes sociais. As marcas da escrita da Woolf, a mulher por trás da artista e outras vertentes de sua obra, como a Virginia ensaísta, também foram assuntos da nossa conversa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
“Se toparmos um leve exagero e aceitarmos que a leitura é uma experiência suavíssima de alucinação, nos perguntamos: quantas vezes nós, mulheres, alucinamos ser homens? E que espécies de aventura – muitas delas interditas a nós na vida real – vivenciamos na pele virtual deles? Por meio da nossa imaginação, homens ficcionais existem, e carregam efeitos dessa existência para nossas vidas concretas”. Retiro o trecho da apresentação de “O Homem Não Existe”, livro que a pesquisadora, doutora em literatura, professora e crítica literária Ligia Gonçalves Diniz acaba de publicar pela Zahar. O livro é um longo ensaio no qual Ligia mostra ao leitor como busca compreender e, de alguma maneira, vivenciar a masculinidade por meio da ficção. Sexualidade, raiva e beleza (ou feiura) são alguns dos assuntos pelos quais a autora passa enquanto se debruça sobre obras de autores como Albert Camus, Philip Roth, Roberto Bolaño, Herman Melville, Dante, Graciliano Ramos e Homero. Mas nem só de homens se faz a bibliografia de Ligia. Estão por lá autoras como Susan Sontag, Anne Carson e Audre Lorde. Indo além das letras, há acenos improváveis a músicas de grupos como Art Popular e Engenheiros do Hawaii ou a filmes como “Crepúsculo”. “O Homem Não Existe” também é uma argumentação sobre viver outras experiências por meio da arte. Conversei com Ligia a respeito desse deslocamento numa época em que tantos buscam por espelhos no papo que vocês ouvirão a seguir. Os amores proibidos, as paixões assumidas e a relação entre obra, autores e leitores também foram assuntos da nossa conversa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
Quais são as obras e os autores que você conhece da literatura árabe? Sim, eu sei que “As Mil e uma Noites” veio à cabeça. Mas tentemos ir além do clássico. Para conversar sobre essa tradição literária, ou as tradições irmanadas por uma língua em comum, que convidei Safa Jubran para o papo desta edição do podcast. Safa é libanesa e vive no Brasil desde a juventude. Pesquisadora e professora as USP, é um dos grandes nomes no país quando o assunto é cultura árabe. Como tradutora, Safa verteu para o português autores importantes da literatura árabe contemporânea. Coube a ela passar para a nossa língua títulos como “Porta do Sol”, do libanês Elias Khoury. “Tempo de Migrar para o Norte”, do sudanês Tayeb Salih. “Homens ao Sol”, do palestino Ghassan Kanafani. “Damas da Lua”, de Jocka Alharthi, autora do Omã que venceu o Internatiuonal Booker Prize em 2019. E “Detalhe Menor”, romance que em outubro fez sua autora, a também palestina Adania Shibli, ser alvo de uma truculência promovida pela Feira do Livro de Frankfurt. Conversamos a respeito disso no papo que vocês ouvem a seguir. A conexão entre arte e política, a diversidade dessa literatura e caminhos para quem quer começar a conhecê-la melhor também são assuntos desse papo com Safa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ Crédito da imagem usada na arte do podcast: Jebulon, Public domain, via Wikimedia Commons.
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Comments (9)

Paulo Lavigne

Muito boa a entrevista. Entretanto, nada foi dito sobre a experiência da Raquel com o idioma russo. Como pode, gente??? Ela fala russo? Leu esses livros todos em russo? Ela faz traduções também? Não consigo acreditar que o entrevistador não tenha curiosidade sobre tudo isso.

Dec 14th
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Paulo Lavigne

Muito bom o episódio. O problema é que a voz do apresentador, que é brasileiro, está bem mais alta e clara do que a da entrevistada, que fala com um sotaque mais difícil de entender. Poderia tanto ser o contrário, não é, gente?

Nov 19th
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Paulo Lavigne

Muito interessante, mas a entrevistada deveria ter diminuído o "é..." a cada duas palavras. Fica cansativo de ouvir.

Aug 11th
Reply (1)

Paulo Lavigne

Assunto interessante, mas tanto o autor quanto o apresentador são cansativamente prolixos.

Apr 23rd
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Cláudio B. Carlos

Feito.

Jul 11th
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plank

Lísias é foda

Jul 8th
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Cláudio B. Carlos

Obrigado, Rodrigo, por sua generosidade. O Balaio de Letras agradece imensamente.

Jul 3rd
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Paulo Lavigne

O doce de leite argentino é delicioso mesmo, mas perde para o leite condensado cozido na lata. 😉

Jun 15th
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