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Podcast Página Cinco

Author: Rodrigo Casarin

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O Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos.

Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.
186 Episodes
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No dia 17 de abril a morte de Gabriel García Márquez completará dez anos. A data foi a deixa para pensar num papo dedicado exclusivamente ao colombiano. Digo exclusivamente porque falamos bastante sobre ele num outro episódio do podcast, o 76, quando entrevistei Eric Nepomuceno, tradutor e amigo pessoal de Gabo e de outras grandes figuras da literatura. Vencedor do Nobel de 1982 por conta do mundo que criou, onde fantástico e real se misturam, García Márquez dispensa apresentações. Dentre seus muitos livros de sucesso estão “O Amor nos Tempos do Cólera”, “Ninguém Escreve ao Coronel”, “O Outono do Patriarca” e “Relatos de um Náufrago”, este um exemplo da qualidade de seu jornalismo. E temos também, é claro, “Cem Anos de Solidão”, um dos maiores romances de toda a história. Impossível separar o nome de Gabo da saga vivida por gerações da família Buendía em Macondo. Para conversar sobre Gabo, convidei Miguel Sanches Neto, leitor do colombiano há mais de quatro décadas. Também escritor, Miguel assina títulos como “A Segunda Pátria”, “Chá das Cinco com o Vampiro”, “Um Amor Anarquista”, “O Último Endereço de Eça de Queiroz” e “Herdando uma Biblioteca”. Além disso, é crítico literário, doutor em Letras e é reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa. A relação de Miguel com a obra do colombiano, os caminhos para quem quiser descobrir o trabalho de Gabo e as impressões sobre o livro póstumo do autor, o recém-lançado “Em Agosto nos Vemos”, são alguns dos assuntos da nossa conversa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
De cara, a ideia era bater um papo sobre literatura infantil e juvenil com Jim Anotsu, mas vocês verão que a conversa que tivemos não se limita aos livros pensados para uma idade ou outra. Ideia, aliás, questionada por Jim. Jim estudou Literatura Inglesa na Universidade Federal de Minas Gerais e hoje atua em diversas frentes da escrita. Como tradutor, verteu para o português nomes como Kipling e Agatha Christie. É autor de títulos como “A Batalha do Acampamonstro”, que saiu pela Nemo, e “O Serviço de Entregas Monstruosas”, publicado pela Intrínseca. Com esse segundo, foi finalista do Jabuti em 2022 na categoria juvenil e venceu o CCXP Awards de Melhor Livro de Ficção. Roteirista, trabalha numa nova versão de Sítio do Picapau Amarelo. Sim, o que fazer e como lidar com Monteiro Lobato nesta altura de nossa história foi outro assunto da entrevista. Jim ainda explica a sua reticência com o trabalho de gente consagrada, como Pedro Bandeira e Ruth Rocha, conta como a literatura foi crucial em sua vida e defende que o leitor, independente da idade, jamais seja subestimado. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
Começamos um ano com um papo sobre um autor controverso. Charles Bukowski nasceu na Alemanha, mas aos dois anos rumou para os Estados Unidos. Com histórias marcadas por penúrias sociais, sexo (ou desejo de sexo) e muito álcool, virou sinônimo de escritor maldito. Sua obra é vasta, composta por mais de 40 livros. Bukowski foi poeta, contista e romancista. Na prosa, colocou muito de si em Henry Chinaski, seu alter ego. Ao pensar no escritor, é até difícil de saber quanto que projetamos da criatura em seu criador. Bukowski influenciou e ainda influencia uma gama enorme de escritores, especialmente jovens. Mas não que seus textos vivam um momento tranquilo. O machismo e a misoginia que transbordam de suas páginas são características que fazem com que muitos leitores repudiem essa obra. Como ler Bukowski aqui, em 2024, 30 anos após a sua morte? Essa é a pergunta central do papo que bati com Lara Berruezo, editora da Harper Collins, casa que há alguns meses começou a trabalhar com novas edições de Bukowski no Brasil. Os romances “Pulp”, “Hollywood” e “Factótum”, a coleção de contos “Corro com a Caça”, a reunião de poemas “Andar na Água, Afundar no Fogo” e as cartas de “Sobre a Escrita” são alguns dos livros que já chegaram às livrarias nesse recente trabalho da Harper Collins. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/’ ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
Ao longo da minha caminhada, Milton Hatoum certamente foi uma das pessoas que mais entrevistei. Ele é autor de obras centrais de nossa literatura recente, como “Dois Irmãos” e “Relato de um Certo Oriente” (Companhia das Letras). Fazia tempo que não batia um papo com o Milton, por isso que o convidei para a última edição deste ano do podcast. Sim, farei a habitual pausa de final e começo de ano. Devo voltar lá por fevereiro. Alguns livros de Milton estão ganhando uma nova roupagem. É o caso de “Cinzas do Norte”, ponto de partida do papo. Mas depois a conversa tomou outros caminhos. Falamos muito sobre as leituras de Milton. A respeito de clássicos como Flaubert, Balzac, Virginia Woolf e Graciliano Ramos. E também de contemporâneos como José Falero e Adania Shibli. Livros não lidos e a alegria de poder ser leitor de certos monumentos. O Nobel e a forma como muitas vezes ignoramos grandes autores da África e da Ásia. A minúcia na hora da escrita. As razões para escrever e o ceticismo com a própria obra. E, sim, a previsão para o terceiro volume da trilogia autobiográfica “O Lugar Mais Sombrio”. Tudo isso fez parte da entrevista, que contou com grande colaboração dos ouvintes da Página Cinco. A foto de Milton usada na arte do podcast foi feita por Wanezza Soares. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/’ ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
Em outubro, a cidade de Chengdu recebeu a edição 81 da WorldCon, principal convenção de ficção científica do mundo. Foi a primeira vez que o evento aconteceu na China. E Ana Rüsche, escritora e pesquisadora brasileira, esteve lá. Saber o que se passou nesse encontro de entusiastas da ficção científica serviu como desculpa para convidar Ana para o papo que vocês ouvirão a seguir. O problemático domínio do inglês no setor, o português como língua exótica e as discussões desse nicho da literatura são alguns dos assuntos da conversa, que aconteceu antes do imbróglio da categoria Ilustração do Prêmio Jabuti. Digo isso porque também passamos pelos debates sobre inteligência artificial, mas sem imaginar que o assunto dominaria as atenções quando a lista de semifinalistas do Jabuti foi divulgada. Ana é autora dos romances “Acordados” (Amauta), “Do Amor – O Dia em que Rimbaud Decidiu Vender Armas” (Quelônio) e A Telepatia São os Outros” (Monomito). Também produz contos, poesia e traduções. Doutora em Letras com uma pesquisa sobre utopia, feminismo e resignação em obras de Margaret Atwood e Ursula Le Guin, em seu pós-doutorado na USP Ana se debruça sobre como a ficção científica interpreta a mudança climática. Os caminhos atuais dessa literatura, a relação entre a produção brasileira e seus pares latino-americanos e livros para quebrar certo preconceito de quem não dá tanta bola para a ficção científica também fizeram parte da nossa conversa. A pintura usada na arte desta edição do podcast é de Salvador Dalí. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/’ ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin *** O conto de Gabriela Damián Miraete mencionado por Ana: https://mafagaforevista.com.br/aves-migratorias-002/
“O futuro da língua portuguesa será brasileiro e africano: trocando por miúdos, o futuro da língua portuguesa será preto”. É o que crava Kalaf Epalanga em “Pretuguês”, texto que fecha “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa” (Todavia). O livro carrega no título uma homenagem à filósofa e antropóloga Lélia Gonzales, que cunhou o termo “pretuguês”, o português marcado pela influência de idiomas de origem africana. “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa” é uma reunião de 55 crônicas antes publicadas por Kalaf nos livros “Estórias de Amor Para Meninos de Cor” e “O Angolano que Comprou Lisboa (Por Metade do Preço)”, no jornal Rede Angola e na revista Quatro Cinco Um. Essa relação com a língua fez parte, claro, da conversa que vocês ouvirão a seguir. Também papeamos sobre a dificuldade de circulação da literatura africana, a falta de um diálogo direto mais intenso entre o Brasil e países como Angola e Moçambique e como o autor trata das questões raciais em diferentes gêneros. Angolano, Kalaf é autor do romance “Também os Brancos Sabem Dançar”, publicado por aqui em 2018. Gravamos enquanto o escritor estava em Nova York, após uma passagem por Acra, capital de Gana. Na hora da dica de leitura, Kalaf abriu sua mala e compartilhou uma série de recomendações que ainda não saíram no Brasil. Deixo o alerta para os editores que acompanham o podcast: deem uma boa atenção a essa parte do episódio. Parte dos livros indicados por Kalaf: “As Madames”, de Zukiswa Wanner, “The Deep Blue Between”, de Ayesha Harruna Attah, “Maceration”, de Jay Kophy, “Azúcar”, de Nii Ayikwei Parkes, e “For What Are Butterflies Without Their Wings”, de Troy Onyango. A foto de Kalaf usada na arte do podcast foi feita por Sara de Santis. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/’ ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
Uma igreja que ressurgiu após ficar mais de 40 anos soterrada sob a areia. Um ritual do povo Tremembé. Uma crônica de Carlos Drummond de Andrade publicada em 1946 e descoberta num momento decisivo para a autora. As cidades portuguesas que dividem um mesmo nome. Um personagem emprestado de outro escritor, o angolano José Eduardo Agualusa. São elementos que ajudaram Socorro Acioli a encontrar a história que conta em “Oração Para Desaparecer” (Companhia das Letras). Esse é o primeiro romance que Socorro lança desde “A Cabeça do Santo”, livro de 2014 que aos poucos foi conquistando uma quantidade enorme de admiradores. No novo trabalho, do lado de lá do Atlântico nós temos Cida, mulher que busca construir uma nova vida num lugar desconhecido. Do lado de cá temos Joana, ainda viva nas amorosas lembranças de Miguel. “Oração Para Desaparecer” é uma história sobre identidade, religiosidade ou misticismo e, claro, amor. É também uma obra sobre as histórias que nos constituem. Escritora que estudou com Gabriel García Márquez, Socorro costuma ser apontada como uma herdeira brasileira do realismo mágico. Também falamos a respeito disso no papo que vocês ouvem agora. A foto de Socorro usada na arte do podcast foi feita por Igor de Melo. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/’ ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
Rogério Pereira tem um plano bem demarcado para a sua carreira como romancista. Em 2013, quando tinha 40 anos, lançou “Na Escuridão, Amanhã”. Publicada pela finada Cosac Naify, a obra foi bem recebida pela crítica e chegou à final do Prêmio São Paulo de Literatura. Agora aquele romance de estreia volta às livrarias junto com o segundo livro de Rogério no gênero: “Antes do Silêncio”, ambos publicados pela Dublinense. Nesse novo o leitor acompanha o protagonista às voltas com a reta final da vida de sua mãe. Chama atenção como Rogério consegue dar uma forma literária bem crua para os momentos mais duros. Sabe também erguer narrativas com personagens para os quais a enxada é sempre mais importante do que o lápis, pelo menos nos momentos espinhosos da vida. Esse drama materno em “Antes do Silêncio” é entrecruzado por um sobrevivente do Holocausto obcecado pela leitura de um dos livros mais impactantes do século 20: “É Isto um Homem?”. Junto com os porcos, como conversamos no papo que vocês ouvirão a seguir, a obra do italiano Primo Levi é outra das obsessões de Rogério, jornalista que em 2000 fundou o Rascunho, um dos jornais literários mais longevos de nossa história. Por lá que, aliás, publica crônicas que recentemente renderam um outro livro, “Toda Cicatriz Desaparece”, organizado por Luiz Ruffato e publicado pela Maralto. A foto de Rogério usada na arte do podcast foi feita por Renata Sklaski. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/’ ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
Italo Calvino nasceu em outubro de 1923 em Santiago de las Vegas, em Cuba. Ainda pequeno foi morar com a família na Itália. Por lá que tocou a sua vida e construiu a obra que faz com que nos lembremos dele nesse centenário. Calvino foi um dos grandes escritores do século 20. Ele é dono de uma produção vasta e diversa. Na ficção, deixou livros como “O Visconde Partido ao Meio”, “As Cosmicômicas”, “Se Um Viajante Numa Noite de Inverno” e “As Cidades Invisíveis”, títulos marcados por características bem diferentes, como vocês poderão ouvir no papo a seguir. De sua não ficção, destacam-se coleções de ensaios como “Por Que Ler os Clássicos” e “Seis Propostas Para o Próximo Milênio”. Por conta da efeméride, a obra de Calvino vem ganhando novas edições pela Companhia das Letras, casa do autor no Brasil. Quem eu convidei para conversa a respeito da obra do italiano foi Adriana Iozzi Klein. Ela é doutora em teoria literária e literatura comparada pela USP, onde dá aulas, e fez especialização em literatura italiana na Universidade de Florença. Pesquisadora apaixonada pelo trabalho do autor, recentemente lançou “A Poética da Reescritura em As Cidades Invisíveis de Italo Calvino”. Publicado pela Nova Alexandria, é um estudo a respeito de um dos livros favoritos de Adriana, apontado por muitos como a obra-prima do italiano. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/’ ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
“Forte é quem sabe ouvir, quem sabe dialogar, quem se comove com a dor das outras pessoas. Essa pessoa é forte”. É o que escreve Cidinha da Silva em “Foi Mesmo Ontem, Não Faz Tanto Tempo”, uma das crônicas de “Tecnologias Ancestrais de Produção de Infinitos”, publicado na virada de 2022 para 2023 pela Martelo. A obra é uma coletânea de textos nos quais a autora olha para questões mais duras de nossa sociedade, reflete a respeito aspectos do mercado editorial e, num momento mais leve, também escreve, dentre outras coisas, sobre o amor. Arapucas da profissão de escritora, o olhar da cronista e a vitalidade da crônica como gênero são assuntos do papo que batemos a partir de “Tecnologias Ancestrais de Produção de Infinitos”. Cidinha é uma autora de vasta produção. Como contista, venceu o Prêmio Clarice Lispector da Biblioteca Nacional em 2019 com “Um Exu em Nova York”. Já o infantil “O Mar de Manu” lhe valeu o Prêmio APCA de 2021. De sua obra ainda se destacam títulos como “Sobre-viventes”, “Oh, Margem! Reinventa os Rios” e “”Os Nove Pentes d’África”. A foto de Cidinha usada na arte do podcast foi feita por Vincent Bosson. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/’ ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
Como o filho de um pracinha, de um soldado que cruzou o Atlântico para lutar contra nazistas e fascistas na Segunda Guerra Mundial, se sentiu vendo as Forças Armadas do Brasil se aliando e servindo de pilar de sustentação para um governo de extrema-direita que frequentemente se valia de símbolos e de ideias nazifascistas? Essa era uma pergunta que tinha em mente quando convidei João Barone para uma conversa. Falamos sobre a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, mas também conversamos a respeito da atuação do exército num passado mais recente e no presente do nosso país. Vocês certamente conhecem o Barone pela carreira musical. Ele é o baterista dos Paralamas do Sucesso, uma das maiores bandas de rock de nossa história. Fora dos palcos, inspirado pela trajetória do pai, o artista pesquisa e escreve sobre a participação brasileira na Segunda Guerra. São de Barone os livros “1942: O Brasil e Sua Guerra Quase Desconhecida” e “A Minha Segunda Guerra”. João lançou há pouco o que talvez seja seu último trabalho nessa área. Falo de “Soldado Silva, a Jornada de um Brasileiro na Segunda Guerra Mundial” (Livros de Guerra/ Panda Books), espécie de fotobiografia afetiva sobre a ida do pai para o conflito. Foi a desculpa para convidar o Barone pro papo que vocês ouvem agora. A foto de Barone usada na arte do podcast foi feita por Ricardo Borges/ Uol. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
Uma pornochanchada sobre a República brasileira. Uma literatura não histórica, mas histérica, escrita por uma autora que vê a ficção como o gozo da liberdade. Estou falando de “O Presidente Pornô” (Companhia das Letras), primeiro romance de Bruna Kalil Othero. Nele, Bruna incorpora em seu personagem principal, o Segundo-Sarnento Bráulio Garrazazuis Bestianelli, mandatário de um país chamado Plazil, aspectos de todos os homens que já passaram pela presidência do Brasil. Sublinho: homens. O romance é dedicado “às presidentas que vieram e que virão”. É a imaginação, a criatividade, a recusa da literatura domada e realista que permite à autora carregar nas tintas das baixarias públicas e imaginar as sacanagens privadas da política. O caminho para achar o equilíbrio num trabalho marcado pelos excessos, pelo escracho, foi um dos assuntos do papo que bati com a escritora. Bruna também escreveu livros como “Carne”, uma reunião de ficções”, e “Oswald Pede a Tarsila que Lave Suas Cuecas”, um dos seus três títulos de poesia. Mestre em literatura brasileira pela Universidade Federal de Minas Gerais, também é professora e faz doutorado na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Na conversa nós passamos por essa experiência fora do país. Bruna ainda falou, dentre outras coisas, sobre a transgressão na arte, a admiração por Hilda Hilst e a necessidade de nos preocuparmos com a alfabetização artística das pessoas. A foto de Bruna usada na arte do podcast foi feita por Mauro Figa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/’
“O equilíbrio correto entre entretenimento e política pode resultar em ação prática”. Pesco a citação de “O Crime do Bom Nazista”, novo romance de Samir Machado de Machado (Todavia). A frase me parece ser um ponto de partida interessante para entendermos a obra de Samir, também autor de títulos como “Tupinilândia”, “Homens Elegantes” e “Quatro Soldados” Samir é um romancista que bebe em fontes como Agatha Christie e Arthur Conan Doyle para entregar aos leitores romances que tocam em temas como a discriminação histórica aos homossexuais e o fascismo que segue a atormentar a sociedade. São dois traços presentes nesse novo trabalho, aliás, um romance policial que se passa no começo dos anos 1930 dentro de um Zepelim. A investigação de um crime misterioso move a obra que espelha a ascensão do nazismo na Alemanha com o que vivemos nos últimos anos no Brasil. Da boca ou da letra de figuras públicas de nosso tempo que Samir pegou frases que se encaixam perfeitamente nas ideias dos personagens nazis de quase um século atrás. Falamos sobre isso no papo. Também passamos pelas pesquisas históricas que marcam o trabalho do autor e pelo fascínio que Samir segue tendo pelo Brasil colonial. Avisos: Já temos os primeiros lançamentos de “A Biblioteca no Fim do Túnel: Um Leitor em Seu Tempo”, livro que lanço pela Arquipélago. No dia 17 de agosto estarei na Livraria da Travessa de Pinheiros, na Fradique Coutinho, em São Paulo. Os autógrafos começarão às 18h30 e irão até umas 21h30, 22h. Vai ter bebidas? Se vocês levarem, com certeza! Já no dia 24 de agosto será a vez de Porto Alegre. Por lá, além dos autógrafos, rolará um papo com a Luciana Thomé. O encontro será no Instituto Goethe, a conversa começará às 19h. Também teremos algo em Salvador durante a Flipelô. Contarei mais detalhes nas redes sociais assim que estiver tudo certinho. E como esse segundo semestre será bem corrido por aqui, até o final do ano o podcast será publicado a cada duas semanas. Numa semana teremos a newsletter, na outra o podcast. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/’
Começou a pré-venda de “A Biblioteca no Fim do Túnel: Um Leitor em Seu Tempo”, livro que lanço pela Arquipélago. Por enquanto, é pelo site da editora que a obra está disponível. Aqui o caminho: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin Quem comprar por lá, além de aproveitar um desconto e receber o trabalho antes dos demais leitores, também terá o exemplar autografado por mim. Prometo tentar caprichar para que a letra fique razoavelmente compreensível. Como a sinopse indica, “A Biblioteca no Fim do Túnel” é uma conversa descontraída em que a literatura é inseparável do cotidiano, da sociedade, do tempo que nos falta, das manias de cada um, da mesa de bar, do futebol, das eternas inquietações humanas e da imprescindível busca por prazer. Nessa conversa passeio por nomes como Umberto Eco, Carolina Maria de Jesus, Clarice Lispector e Murilo Rubião, além de títulos como “Cem Anos de Solidão”, “O Menino Maluquinho” e “Dom Quixote”. A crítica literária, pesquisadora e escritora Maria Esther Maciel, que assina a orelha, aponta que “A Biblioteca no Fim do Túnel” reúne “grandes bibliófilos do passado e do presente, sem deixar também de abordar a cultura pop, os quadrinhos, as polêmicas literárias, a literatura no boteco e as interseções entre ela e o futebol, evidenciando que os livros não se separam da vida prosaica”. Na arte do episódio está a capa inteira de “A Biblioteca no Fim do Túnel: Um Leitor em Seu Tempo”, com ilustração de Luísa Fantinel e design de Paula Hentges. Estou muito feliz com o resultado. É, de fato, um apanhado coeso sobre meu trabalho com os livros e a literatura. Também estou curioso para saber o que vocês, leitores, acharão dele. A pré-venda é uma etapa fundamental para que a editora tenha uma ideia de quanto o público está interessado na obra. Espero poder contar com a sua força nesse momento tão importante da minha carreira.
Quem é leitor e está pelo Twitter provavelmente acompanha ou, pelo menos, já trombou com alguma postagem do Machado de Assis Online - twitter.com/mdassisonline. A pessoa por trás dessa conta é o editor, escritor e jornalista Cláudio Soares. O Cláudio está há mais de década metido num trabalho hercúleo: escrever uma nova biografia de ninguém menos que Machado de Assis. O trabalho de Claudio já está bem encaminhado. A trajetória do autor de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e de “Dom Casmurro” deverá ser contada em três volumes, que começarão a ser publicados num futuro próximo, se tudo caminhar como previsto. É esse desafio de biografar o Bruxo do Cosme Velho que está no centro do papo que bati com o Cláudio. Vocês poderão ter uma ideia da dimensão da empreitada e de como a tecnologia tem auxiliado o biógrafo em algumas situações. Também falamos a respeito da recepção da obra de Machado após sua morte, o jeito como os leitores do século 21 olham para a sua literatura e conversamos sobre a forma como Cláudio mergulha em outros clássicos de nosso cânone nas caprichadas e bem detalhadas edições que publica pela Obliq, a sua editora. Um aviso: Como sempre, farei uma pausa no podcast no mês de julho. Momento de descansar um pouco e também de dar mais atenção a outros projetos, como o livro que estou para publicar. Estão sabendo? Vai se chamar “A Biblioteca no Fim do Túnel – Um Leitor em Seu Tempo” e sairá pela Arquipélago. Já tem texto a respeito dele na newsletter, aliás: https://paginacinco.substack.com/p/o-trabalho-que-da-escrever-um-livro E o podcast voltará, claro. Prometo novos episódios para agosto. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/’ ** E dois dos artigos citados por Cláudio no nosso papo: - https://www.brasildefato.com.br/2021/09/29/analise-a-invencao-do-bruxo-do-cosme-velho - https://www.brasildefato.com.br/2023/06/21/machado-de-assis-e-os-segredos-ocultos-de-dom-casmurro-o-que-ficou-de-fora-do-romance
Ana Elisa não é da guarda patrulheira. É alguém que valoriza as nuances do idioma, o seu colorido, os seus desvios brincalhões. Ela vai na contramão da assepsia. É o que escreve Mariana Ianelli no prefácio de “Nossa Língua & Outras Encrencas”, novo livro de crônicas de Ana Elisa Ribeiro (Parábola). Como o título entrega, o foco do trabalho está na relação da autora com a língua portuguesa. O volume é uma reunião de textos que Ana escreveu ao longo de anos para a Revista Pessoa. Apresentar a Ana é uma tarefa ingrata. Profissional que atua em muitas frentes, ela dá aulas para turmas do ensino médio ao doutorado. Como escritora, dedica-se não só às crônicas, mas também à poesia, ao conto, aos livros infantis e aos juvenis, categoria que lhe valeu um Jabuti em 2022 graças a “Romieta e Julieu – Tecnotragédia Amorosa” (RHJ). Também pesquisa tecnologias ligadas à leitura e à editoração e atua como editora. É uma das cabeças por trás do selo Autêntica Contemporânea, por exemplo, atividade que fez parte do nosso papo. Nessa conversa falamos ainda sobre o momento dos autores latino-americanos, a literatura na sala de aula, caminhos para a edição e, claro, a relação com a linguagem, com as palavras. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/’
Em junho de 1988, o radialista José Antônio Daudt foi assassinado com tiros de espingarda na frente do prédio onde morava. A suspeita é que o crime tenha sido cometido por um amigo: o médico Antônio Dexheimer, que estaria enciumado pela relação de Daudt com sua esposa. Tanto José quanto Antônio eram deputados estaduais no Rio Grande do Sul. Não é por acaso que o crime se tornou um dos mais famosos de Porto Alegre. É dessa história real que Carol Bensimon parte para criar o seu novo romance. Com as liberdades propiciadas pela ficção, em “Diorama” (Companhia das Letras) acompanhamos uma história semelhante àquela dos anos 80 se mesclar com o país embrutecido dos últimos anos. No centro da trama, Cecília, taxidermista que vive nos Estados Unidos assombrada tanto pelo passado quanto pelo presente de sua família no Brasil. Esse é o quarto romance de Carol, que estreou no gênero com “Sinuca Embaixo D’Água”, publicado em 2009. Depois vieram “Todos Nós Adorávamos Caubóis” e “O Clube dos Jardineiros de Fumaça”, que lhe valeu um Jabuti em 2018. Também contista, há pouco o seu primeiro livro voltou às livrarias. Falo de “Pó de Parede” (Dublinense), do qual tratamos no papo que vocês ouvirão a seguir. Há quase cinco anos morando nos Estados Unidos, também falamos sobre como a experiência tem influenciado a sua literatura e passamos por nomes como Cormac McCarthy, que morreu nesta semana. Aproveito, então, para sugerir que ouçam o episódio 156 do podcast. Nele há um papo com Daniel Galera sobre a obra de McCarthy, autor, dentre outros, do “Meridiano de Sangue”: https://open.spotify.com/episode/0jVwbRTwDy1HGxvQWr671v?si=p-csPHZYRVakK-f-o1FoOw * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/’
Enquanto Saraiva e Cultura, gigantes do setor, vivem suas pindaíbas, diversas livrarias de rua aparecem pelo país. Já escrevi sobre essa tendência numa edição da newsletter. Eis o caminho: https://paginacinco.substack.com/p/nao-contem-com-o-fim-das-livrarias José Luiz Tahan é um veterano nessa praia. Há 32 anos que ele toca a Realejo, livraria de rua de Santos que já se aventurou também pelos shopping centers da vida, onde não vingou. São principalmente as lembranças do negócio com a porta na calçada que estão em “Um Intrépido Livreiro nos Trópicos – Crônicas, Causos e Resmungos”, livro que Tahan lançou há alguns meses pela Vento Leste. Tem resenha dele na coluna, aliás: https://www.uol.com.br/splash/colunas/pagina-cinco/2023/04/05/crise-livrarias-historias-realejo-jose-luiz-tahan-livreiro-tropicos.htm Na obra, passeamos por recordações que envolvem gente como Pepe, ex-craque do Santos, e Chorão, ex-vocalista do Charlie Brown Jr., enquanto nos deparamos com olhares sobre os recentes caminhos do mercado editorial. Para dividir um pouco de suas memórias e observações sobre esse meio que convidei Tahan para a conversa que vocês ouvirão a seguir. Mas, antes, dois avisos. Primeiro, o áudio não está com a qualidade que costumo entregar para vocês. Peço desculpas, mas a internet não colaborou no dia da gravação. Segundo, essa gravação aconteceu já tem um tempo. Papeamos no começo de abril, então haverá uma referência ou outra sobre o que acontecia naquele momento – o São Paulo voltando para me fazer passar raiva após um longo período sem jogos, por exemplo. A foto de Tahan usada na arte do podcast foi feita por Flávio Sampaio.
Mukanda é uma palavra de origem quimbundo, língua do tronco banto falada na região de Angola. Mukanda significa carta, missiva, escrita, papel. Ela está no título do novo livro do quadrinista Marcelo D’Salete. “Mukanda Tiodora” (Veneta) narra a história de uma mulher escravizada que pretendia negociar a sua liberdade e reaver laços afetivos. Sem saber escrever, Tiodora pedia para um outro escravizado redigir as cartas com o que tinha a dizer. Essas cartas existem e serviram de base para que Marcelo construísse mais uma ficção histórica que retrata um momento da escravidão no Brasil. Desta vez o cenário é a São Paulo da segunda metade do século 19, capital de um estado que crescia por conta do comércio de café e onde ideias abolicionistas contrastavam com o conservadorismo. Marcelo também é autor de outras obras sobre a escravidão no país. “Cumbe” lhe valeu um prêmio Eisner. Já com “Angola Janga” venceu o HQMix e o Jabuti na categoria Quadrinhos. No papo nós conversamos, dentre outras coisas, sobre esse olhar para o nosso passado, a descoberta de Tiodora e os caminhos entre a pesquisa histórica e a criação artística. A foto de Marcelo usada na arte do podcast foi feita por Rafael Roncato. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com
Outro dia perguntei nas redes quais eram os animais mais marcantes da literatura. Como era de se esperar, muita gente respondeu Baleia. A cachorrinha de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, também seria a minha resposta. Outros lembraram do cachalote Moby Dick, do cachorro Quincas Borba, da galinha de Clarice Lispector, de bois de Drummond e Guimarães Rosa… É sobre esses animais que habitam grandes livros que Maria Esther Maciel se debruça há mais de década. Escritora e pesquisadora, em 2008 ela publicou “O Animal Escrito: Um Olhar Sobre a Zooliteratura Contemporânea” (Lumme). Seguiu com suas pesquisas para, em 2016, lançar “Literatura e Animalidade” (Civilização Brasileira). Foi quando conversamos pela primeira vez. Agora bato um novo papo com Maria Esther sobre a presença de animais na literatura. Esse mergulho da pesquisadora no assunto acaba de render um novo livro. Falo de “Animalidades – Zooliteratura e os Limites do Humano”, publicado pela Instante. Professora titular de Literatura da Universidade Federal de Minas Gerais, por onde se formou Doutora em Literatura Comparada, Maria Esther fez pós-doutorado em Literatura e Cinema na Universidade de Londres e em Literatura Comparada na USP. Atualmente é professora colaboradora da Pós-Graduação em História e Teoria Literária na Unicamp. Maria Esther Maciel também é autora de títulos como “O Livro dos Nomes” (Companhia das Letras) e do simpaticíssimo “Pequena Enciclopédia de Seres Comuns” (Todavia). A foto de Maria Esther usada na arte do podcast foi feita por Inês Rabelo. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/’
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Comments (9)

Paulo Lavigne

Muito boa a entrevista. Entretanto, nada foi dito sobre a experiência da Raquel com o idioma russo. Como pode, gente??? Ela fala russo? Leu esses livros todos em russo? Ela faz traduções também? Não consigo acreditar que o entrevistador não tenha curiosidade sobre tudo isso.

Dec 14th
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Paulo Lavigne

Muito bom o episódio. O problema é que a voz do apresentador, que é brasileiro, está bem mais alta e clara do que a da entrevistada, que fala com um sotaque mais difícil de entender. Poderia tanto ser o contrário, não é, gente?

Nov 19th
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Paulo Lavigne

Muito interessante, mas a entrevistada deveria ter diminuído o "é..." a cada duas palavras. Fica cansativo de ouvir.

Aug 11th
Reply (1)

Paulo Lavigne

Assunto interessante, mas tanto o autor quanto o apresentador são cansativamente prolixos.

Apr 23rd
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Cláudio B. Carlos

Feito.

Jul 11th
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plank

Lísias é foda

Jul 8th
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Cláudio B. Carlos

Obrigado, Rodrigo, por sua generosidade. O Balaio de Letras agradece imensamente.

Jul 3rd
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Paulo Lavigne

O doce de leite argentino é delicioso mesmo, mas perde para o leite condensado cozido na lata. 😉

Jun 15th
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