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Podcast da Semana

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Nestes tempos em que Donald Trump manda retirar de exposição uma importante fotografia para a história dos Estados Unidos – a imagem de um homem negro, ex-escravizado, com as costas marcadas pela violência que sofria – o Brasil recebe a mostra de um dos maiores fotógrafos do século 20, Gordon Parks. O norte-americano documentou a vida cotidiana de pessoas negras em estados segregados dos Estados Unidos, a luta organizada por direitos civis, as manifestações culturais e religiosas dessa população sobretudo durante os anos 1940 e 70.Primeiro fotógrafo negro contratado pela revista Life (1948) e colaborador de títulos de moda como a Vogue, Gordon Parks esteve no Brasil nos anos 1960 para uma reportagem no Rio de Janeiro. Agora, seu trabalho é revisitado na exposição "Gordon Parks: A América sou Eu", em cartaz até março de 2026 no Instituto Moreira Salles (IMS), em São Paulo.Essa é a primeira retrospectiva de Parks no Brasil e a maior na América Latina. A curadoria é de Janaina Damaceno, entrevistada deste episódio do Podcast da Semana, da Gama, de Iliriana Fontoura Rodrigues e assistência de Maria Luiza Meneses.Janaina Damaceno é professora do curso de cinema na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde coordena o grupo de pesquisas Afrovisualidades: políticas e estéticas da imagem negra. Foi curadora adjunta das exposções de Walter Firmo e de Lita Cerqueira, no Instituto Moreira Salles. Atualmente é curadora da exposição "Gordon Parks: a América sou eu!".Na conversa com Gama ela fala da atuação e da trajetória de Parks, do interesse por fotografia pelas novas gerações e da tentativa de revisionismo histórico na América de Donald Trump.Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
A alimentação do seu filho te preocupa? Pode ser porque ele come pouco, rejeita muitos alimentos – ou porque exagera nos doces e ultraprocessados. Segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), um em cada três jovens de 10 a 19 anos no Brasil está acima do peso. Para reverter esse quadro, como explica a entrevistada deste episódio, a nutricionista Gabriela Kapimm, é preciso que família, escola e poder público coloquem o tema da alimentação saudável no centro das atenções.Gabriela Kapim é nutricionista, educadora e comunicadora. Comandou dez temporadas do programa “Socorro! Meu Filho Come Mal”, e mais uma temporada à frente da “Cozinha Colorida da Kapim", ambos projetos no canal GNT. É autora de dois livros com os mesmos nomes dos programas e conta com mais de 100 mil seguidores no instagram.Na conversa com Gama, Kapim traz estratégias para melhorar a alimentação de crianças e adolescentes e evitar o alto consumo de açúcar e ultraprocessados. Trata ainda da importância de comer na mesa, em família, e longe das telas. Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
Você tem contato com a natureza no seu dia a dia? E quando você viaja para algum lugar com mais verde, sente algum efeito na sua saúde mental e física? É inegável que ter uma vida mais ao ar livre ajuda na sensação de bem-estar e em muitas outras coisas, como nos explica a pesquisadora Lis Leão, entrevistada deste episódio.Ela nos conta que a natureza tem tanto poder sobre o nosso corpo que até olhar uma fotografia de uma paisagem, de um passarinho, pode nos trazer efeitos importantes.Lis Leão é bacharel em Letras e Enfermagem, doutora em Saúde do Adulto e do Idoso pela Universidade de São Paulo e pós-doutorada pela Universidade de Ciências Humanas de Estrasburgo. Professora do Instituto de Pesquisa do Einstein, ela trabalha em estudos sobre manejo da dor, saúde indígena, intervenções baseadas na natureza entre outros. Lis leão é também fotógrafa de vida selvagem.Na conversa com Gama ela destrincha os benefícios de crianças e adultos terem mais contato com o meio ambiente e também os caminhos possíveis para ter uma vida mais integrada com a natureza.Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
A mais recente edição do Ciclo Gama de Debates aconteceu na Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty. Agora, essas conversas foram editadas em formato de podcast."A palavra e suas funções: uma conversa sobre literatura, psicanálise e as narrativas possíveis" Com Vera Iaconelli, psicanalista e Sergio Rodrigues, jornalistaMediação: Luara Calvi Anic
O filósofo e escritor Renato Noguera reuniu mais de cem palavras para explicar as formas como amamos hoje no livro “ABC do amor: O que a poesia e a filosofia têm a dizer sobre os afetos” (Oficina Raquel, 2025), que será lançado na próxima semana. Nesta edição do Podcast da Semana, Noguera fala sobre alguns dos verbetes do livro e traz um diagnóstico sobre como nos relacionamos no mundo contemporâneo: temos hoje mais repertório para amar, mas o domínio do patriarcado ainda é muito forte sobre as relações.“As pessoas sabem que têm muitas maneiras para se relacionar. Há 30, 40 anos, elas se sentiam mais engessadas, não tinham muita alternativa. Há clássicos na literatura que apontam para isso”, afirma na entrevista a Gama. “Hoje, cada vez mais podem ser validadas não pelo seu estado civil, mas pelo que são”, diz ao apontar o casamento como forma importante de ser e estar na sociedade.“O patriarcado atravessa todas as populações, homens, mulheres, pessoas não binárias. E tem um modo de funcionamento em que há uma submissão do feminino. Aquele que assume a masculinidade num relacionamento, assume também um papel de dominância”, diz.Professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Noguera é herdeiro da tradição africana griot, de transmissão de memória e cultura pela oralidade, e se debruça sobre os diferentes formatos de relações afetivas, nos sentimentos, e nas suas consequências — boas e ruins. No livro e no podcast, debate conceitos e sentimentos bastante conhecidos como casamento, ciúme, amor platônico e amor próprio, e outros mais novos como anarquia relacional, biomas afetivos e artesania dos afetos.Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
Como a ideia de soberania se conecta com uma identidade nacional, com uma essência compartilhada por uma maioria e que poderia ajudar a definir um país? "O imaginário é o fermento do nacionalismo. Trata-se de conceber uma história, de conceber um passado, uma essência nacional expressa pela cultura, pelos valores", diz Lilia Schwarcz, entrevistada deste episódio do Podcast da Semana, da Gama. "E o outro lado do espelho do nacionalismo é a soberania. Você exalta a construção e uma cultura particular, de uma cultura própria que unificaria todos os estados e passa por cima das especificidades."Na conversa com Gama, a historiadora e antropóloga volta na história do Brasil para explicar como e quando começamos a forjar essa identidade nacional. Ela mostra também como a ideia de soberania foi se modificando. Se antes era relacionada principalmente ao território, hoje podemos falar até de uma soberania virtual.Lilia Moritz Schwarcz é professora titular no Departamento de Antropologia da USP e Global Scholar na Universidade de Princeton e laureada por diversas vezes com o Prêmio Jabuti. É autora de, entre outros livros, de "Brasil: uma biografia" (com Heloisa Murgel Starling; Companhia das Letras, 2015), "Lima Barreto: triste visionário" (Companhia das Letras, 2017) e "Sobre o Autoritarismo Brasileiro" (Companhia das Letras, 2019).Neste episódio, Schwarcz explica ainda por que a soberania permanece uma ideia utópica, aponta as principais frentes em que o Brasil tem dificuldade de se firmar como um país soberano e destaca o caráter inédito do julgamento de militares e de Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos de 8 de janeiro de 2023. "Com isso, você derruba essa imagem de que o exército é sempre esse órgão racional, esse órgão que nos defende, que nos protege, quando a história demonstra o oposto", diz a Gama.Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
A mais recente edição do Ciclo Gama de Debates aconteceu na Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty. Agora, essas conversas foram editadas em formato de podcast.A mesa “Como a periferia lê o centro e como o centro lê a periferia?” teve a participação da jornalista e escritora Cecília Olliveira (@olliveira_cecilia), autora de “Como Nasce um Miliciano” (@bazardotempo, 2025); o sociólogo e pesquisador Luiz Augusto Campos (@luizaugustocam), coautor de “O Impacto das Cotas” (@autenticaeditora, 2025); e o advogado Pedro Abramovay (@abramovay), autor de “A Democracia Equilibrista: Políticos e burocratas no Brasil” (@companhiadasletras, 2022).Pelo terceiro ano consecutivo, Gama se juntou ao Coletivo Sete Selos (@seteselos.editoras) para organizar uma programação que rendeu conversas imperdíveis. O coletivo é formado pelas editoras Bazar do Tempo, Carambaia, Círculo de Poemas, Cobogó, Fósforo, Ubu e Seiva — ao lado da livraria Megafauna, da editora de audiolivros Supersônica e da Gama revista.O Ciclo Gama de Debates teve apoio da Fundação Itaú e contou com outras duas mesas que serão lançadas em formato podcast nas próximas semanas. São elas:“Padrões de gênero, infâncias e juventudes LGBTQIAPN+” (já disponível em podcast)Com Angélica Freitas, poeta e tradutora; Felipe Haiut, ator, diretor criativo e dramaturgo; e Shi Menegat, artistaMediação: Luara Calvi Anic"A palavra e suas funções: uma conversa sobre literatura, psicanálise e as narrativas possíveis" (em breve, disponível em podcast)Com Vera Iaconelli, psicanalista e Sergio Rodrigues, jornalistaMediação: Luara Calvi Anic
A diversidade da mesa paraense é enorme. Tem muitos frutos, raízes, ervas, castanhas, sementes, especiarias, peixes únicos. Neste ano, em que a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30, vai ser realizada em Belém (PA), o Podcast da Semana aproveita a oportunidade para falar dessa riqueza toda com duas entrevistadas: Joanna Martins, pesquisadora em cultura alimentar e alimento amazônico e sócia da marca de alimentos Manioca, além de diretora no instituto Paulo Martins, de difusão dessa cultura alimentar; e a chef Bel Coelho, pesquisadora de longa data dos sabores da Amazônia e chef dos restaurantes Cuia e Clandestina, em São Paulo."As palavras que pra mim vêm à cabeça primeiramente são sofisticação e complexidade de sabores. Claro, tem a diversidade, é uma biodiversidade imensa, e aí também a possibilidade de, consumindo esses produtos, contribuir para a conservação da biodiversidade, do bioma amazônico, mas do ponto de vista do gosto mesmo, é muito complexo, muito mágico, muito sofisticado”, diz Coelho na entrevista.A conversa gira em torno da cozinha, dos preparativos para a conferência, para a retomada do Festival Ver-o-Peso, que volta a ser realizado em setembro deste ano depois de ser suspenso em 2020, e para os lançamentos de livro e filme da cozinheira. O documentário “Floresta na Boca” tem direção de Carol Quintanilha e será lançado na COP.Na entrevista, Joanna Martins comenta como, apesar dessa cultura local tão forte, Belém viu o açaí ser proibido na alimentação oficial da COP, medida revogada poucos dias depois de seu anúncio. Para Martins, a causa da proibição era o preconceito.“Achar que a gente não tá preparado para servir esses alimentos tradicionais em um ambiente seguro é muito desconhecimento e chega a ser preconceito”, afirma a pesquisadora que retoma, em setembro, o Festival Ver-o-Peso, evento emblemático que apresentou ao Brasil e ao mundo ingredientes locais nos anos 2000 e que foi fundado por seu pai, Paulo Martins.Nesta edição do Podcast da Semana, Bel Coelho e Joanna Martins falam ainda da "açaízação" da Amazônia, de como a fruta vem se tornando uma monocultural na região e os perigos disso, discutem que outros ingredientes têm potencial de deixar os brasileiros apaixonados e de como é importante manter a diversidade do bioma amazônico com um desenvolvimento sustentável.Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
A mais recente edição do Ciclo Gama de Debates aconteceu na Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty. Agora, essas conversas imperdíveis foram editadas em formato de podcast. A mesa “Padrões de gênero, infâncias e juventudes LGBTQIAPN+” teve a participação da poeta e tradutora Angélica Freitas, autora de “Monstra Monstra” (Círculo de Poemas, 2025); do ator, diretor criativo e dramaturgo Felipe Haiut, autor da peça “Selvagem”, com dramaturgia publicada pela Cobogó (2024). E da artista e atuante Shi Menegat que é e voz do audiolivro “A Queda para o Alto”, de Anderson Herzer, lançado pela Supersônica (2025).Pelo terceiro ano consecutivo, Gama se juntou ao Coletivo Sete Selos para organizar uma programação que rendeu conversas imperdíveis. O coletivo é formado pelas editoras Bazar do Tempo, Carambaia, Círculo de Poemas, Cobogó, Fósforo, Ubu e Seiva — ao lado da livraria Megafauna, da editora de audiolivros Supersônica e da Gama revista.O Ciclo Gama de Debates teve apoio da Fundação Itaú e contou com outras mesas que serão lançadas em formato podcast nas próximas semanas. São elas:"A palavra e suas funções: uma conversa sobre literatura, psicanálise e as narrativas possíveis"Com Vera Iaconelli, psicanalista e Sergio Rodrigues, jornalistaMediação: Luara Calvi Anic“Como a periferia lê o centro e como o centro lê a periferia?”Com Cecília Olliveira, jornalista, Luiz Augusto Campos, sociólogo e Pedro Abramovay, advogadoMediação: Paula Miraglia
Como vivem, como se vestem, por onde circulam os ricos brasileiros. E quem são essas pessoas, já que boa parte dos endinheirados brasileiros não se consideram ricos, segundo pesquisa do antropólogo Michel Alcoforado, entrevistado deste episódio. “Rico é sempre o outro”, diz a Gama. É que sempre haverá o argumento de que é o outro que tem mais dinheiro, mais pompa, mais patrimônio. Até porque, em um país desigual como o Brasil, os 10% mais ricos formam um grupo em torno de 21 milhões de pessoas. Não é pouca gente. Para o seu livro que já é best-seller, “Coisa de Rico: a vida dos endinheirados brasileiros” (Todavia, 2025), Alcoforado escolheu falar com aqueles que ganham mais de 50 mil reais por mês.“E quando eu converso com essas pessoas elas dizem ‘a gente não é rico, rico é fulano que ganha 100 mil por mês'”, diz em entrevista ao Podcast da Semana, da Gama. “Até o momento que eu chego nas listas dos bilionários brasileiros, que também não conseguiam se considerar como ricos.”O convidado deste episódio é doutor em Antropologia Social e há anos se dedica a pesquisar o impacto do consumo na vida dos brasileiros. Isso por meio do grupo Consumoteca, um hub de empresas de pesquisa de mercado e consultoria de tendências. Alcoforado é comentarista de cultura da radio CBN e host do podcast É Tudo Cupa da Cultura.Na conversa com Gama, o convidado deste episódio fala do perfil dos ricos brasileiros, revela o que descobriu na sua tentativa de adentrar esse mundo para sua pesquisa, fala de desigualdade e concentração de renda e ainda traça que tipo de rica é Odete Roitiman e a Tia Celina, da novela “Vale Tudo”, da Globo.Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
Você está preocupado em comer mais proteína? Acha que não está batendo a meta? As pesquisas dizem que não é preciso se preocupar:“O que os dados populacionais dizem é que a nossa alimentação [a brasileira], em média, já supre as quantidades necessárias de proteína, inclusive para fins de incremento de massa muscular”, diz a nutricionista Nadine Marques, pesquisadora especialista em psicobiologia e exercício e doutora em Saúde Pública. Marques é a convidada do Podcast da Semana sobre proteínas.Pesquisadora assistente na Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis, e mentora no Núcleo de Pesquisa e Extensão Sustentarea, ambos da Faculdade de Saúde Pública da USP, Marques faz parte do grupo de pesquisadores que analisou os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017-2018) e apontou que mesmo entre os 20% de menor renda da população brasileira, é ínfima a proporção dos que têm insuficiência de proteína, de acordo com os parâmetros da Organização Mundial da Saúde.Na entrevista a Gama, ela explica que desde os anos 1970 a proteína foi alçada ao posto de nutriente nobre também para suprir necessidades da indústria, que tinha um excedente de soro de leite, depois da produção de queijos.O boom da proteína de hoje tem a ver ainda com a febre de exercícios e a busca por um corpo musculoso. “É como um kit, você precisa da roupa da academia, do tênis e do whey”, diz a pesquisadora, que também apresenta dois podcasts, o "Boletim Alimentação e Sustentabilidade", uma parceria da Cátedra Josué de Castro com a Rádio USP; e o "Comida que Sustenta", produzido pelo Sustentarea, Núcleo de Pesquisa e Extensão da USP. “É necessário a gente entender qual é a realidade de cada pessoa, dependendo da fase de vida e do nível mesmo de exercício físico que ela faz. É diferente falar de um atleta e de um praticante de exercício físico. Partir do princípio de que, se faz exercício, precisa de mais proteína, é um raciocínio errôneo. É preciso avaliar como é que já está a alimentação dessa pessoa”, diz.Na entrevista, Marques fala ainda sobre como nem mesmo os vegetarianos têm déficit proteico e o que é que está realmente faltando na dieta do brasileiro.
Como melhorar sua criatividade, ter ideias brilhantes, tirar do papel aqueles projetos que tão parados há tanto tempo. E, se você já tem mil ideias, como acreditar nelas, ter coragem de botá-las pra fora. O entrevistado deste episódio, Tiago Henriques, é especialista no tema e traz caminhos para um processo criativo mais eficiente e prazeroso. "As pessoas que mais me inspiram são aquelas que tem um combustível chamado curiosidade abastecendo a criatividade delas", diz a Gama.Formado em design pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (FRJ), ele é criador do perfil Tira do Papel, hoje com mais de 250 mil seguidores no Instagram. para suas redes, cria ilustrações e conteúdos com o objetivo de ajudar as pessoas a tirarem suas ideias do papel. Além de cursos em que apresenta técnicas para desbloquear o processo criativo.Na conversa com Gama, Henriques fala dos principais entraves na hora de criar, da importância do rascunho e de ter com quem trocar ideias sobre um projeto. "É importante ter pessoas que são espaços seguros para expor ideias, de uma forma mais desinibida", diz. Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
O que você sabe sobre a China? E o que está perdendo ao não saber mais sobre ela? É sobre essas questões que o jornalista Igor Patrick, mestre em Estudos da China pela Academia Yenching (Universidade de Pequim) e em Assuntos Globais pela Universidade Tsinghua, fala ao Podcast da Semana."A China é o país que mais inova no mundo, que mais investe em ciência e tecnologia, em produção de conhecimento, que vai liderar áreas que são cruciais para o desenvolvimento econômico e até da civilização humana, como a de transição energética", afirma Patrick, que é correspondente do jornal South China Morning Post e colunista da Folha de S.Paulo, onde analisa o noticiário sobre o país.Nesta entrevista, Patrick fala um pouco da ideia do sonho chinês e de como o Estado é central no conceito. "Na China, a prosperidade está muito ligada também à prosperidade do povo, da China enquanto nação, enquanto civilização. É uma coisa bastante concentrada, inclusive, na figura do Partido Comunista, enquanto no sonho americano a gente tem o Estado ali quase como uma peça acessória."O jornalista fala sobre como vê a ideia de uma nova ordem mundial em que a China é a principal potência do planeta, fala sobre desafios e contradições do país, e dá até dicas de leituras para quem quer aprender um pouco mais sobre a cultura chinesa."A China priorizou e prioriza bastante a educação. Durante muito tempo, despejou caminhões de dinheiro na produção de ciência e na abertura de universidades. E é óbvio que nenhuma economia consegue absorver uma quantidade tão grande de pessoas num espaço tão curto de tempo", diz sobre mais jovens qualificados que vagas de trabalho."Entre sinólogos tem uma brincadeira que fala que quando você chega na China, na sua primeira semana, você quer escrever um livro; no seu primeiro mês você quer escrever um artigo; no seu primeiro ano você percebe que você não consegue escrever nenhuma frase. Existem várias Chinas dentro da China, muitas delas são contraditórias."
Psicanalista fala de livro em que compartilha a história de sua família e dos caminhos possíveis para lidarmos melhor com nossas questões. Ela é uma das convidadas do Ciclo Gama de Debates, na Flip
Aline Bei é uma escritora, mas é também uma febre. Com um estilo de prosa poética bem marcado, seu texto é recorrentemente usado em citações na internet e seus leitores são do tipo que não conseguem largar os livros, devorados em pouco tempo. No centro de seu novo livro, “Uma Delicada Coleção de Ausências”, que acaba de ser lançado pela Companhia das Letras, está a relação de uma neta com a avó que a criou. É sobre esse tema, os avós, e o livro que falamos com Aline Bei nesta edição do Podcast da Semana.“Comecei a escrever o livro a partir da inquietação inicial de uma relação de uma avó e uma neta, uma relação que tivesse sempre essa questão de um tempo que não se une, uma distância que nunca vai se curar”, conta Bei na entrevista a Gama. “Alguma coisa de duas mulheres em pontas tão diferentes da vida, que desejam um tanto estar mais perto, mas que tem essa questão geracional que, em alguma medida, as separa.”Nascida em São Paulo, em 1987, Bei é formada em letras pela PUC de São Paulo e em artes cênicas pelo Célia Helena Centro de Artes e Educação. Fez ainda pós-graduação em escritas performáticas pela PUC do Rio. É autora de três romances, que involuntariamente formaram uma trilogia: “O Peso do Pássaro Morto”, vencedor do prêmio São Paulo de Literatura (2017); “Pequena Coreografia do Adeus”, finalista do prêmio Jabuti (2022); e “Uma Delicada Coleção de Ausências”, lançado neste ano. Os três fazem parte do catálogo da Companhia das Letras.“Eu sou uma grande curiosa das humanidades. Então, eu adoro construir personagens com camadas que são complexas, que vão trazer pontos de vista que, às vezes, inclusive, se contradiz”, afirma na entrevista.Nesta edição do podcast da semana, Bei conta sobre como criou a personagem da avó do seu livro mais recente, quais as referências que usou para conceber essa avó literária — de Doris Lessing a Agnès Varda —, e sobre como prefere imaginar a usar a sua própria vida para criar suas histórias. "O modo como eu escrevo sempre descolada da minha biografia, isso não quer dizer que eu não use emoções, porque não são muito as coisas que me aconteceram, mas o modo como eu absorvi as coisas que me aconteceram me aproximam às vezes das minhas personagens."A escritora também fala sobre a proximidade com os leitores, sobre como recebe as críticas e o que espera de sua hipotética versão avó.
Pesquisador explica as razões dos altos números de casos de ansiedade e depressão nos adolescentes e traz a importância do olhar atento de pais e cuidadores
Quanta história uma única palavra carrega, há quantos milhões de anos ela começou a ser usada e por que, do nada, uma palavra se torna desgastada, perde a força, perde o charme, ninguém aguenta mais ouvir falar dela? Esses e outros questionamentos estão na cabeça de Gregório Duvivier e conduzem a peça “O Céu da Língua", que investiga a origem das palavras de língua portuguesa e já foi exibida nas principais capitais do país, e também em Portugal. O espetáculo segue em cartaz."As palavras são um prazer gratuito, lúdico e que une gerações. Todo ser humano que eu conheço gosta de brincar com as palavras", diz o convidado deste episódio do Podcast da Semana, da Gama.Duvivier, 39, é ator, escritor, poeta, roteirista, humorista, um dos criadores dos programas "Porta dos Fundos"e "Greg News". Entre outros projetos, é autor de livros como "A Partir de Amanhã eu Juro que a Vida Vai ser Agora" (7 Letras, 2008); "Ligue os Pontos: poemas de amor e big bang" e "Put some Farofa"(Companhia das Letras, 2013 e 2014 ).Na conversa com Gama, o carioca lista as coisas que ele ama e odeia na poesia e no teatro, conta foi chegar a um formato de peça que reunisse todos os seus interesses e fala do futuro da escrita em tempos de Inteligência Artificial. "A Inteligência Artificial me deprime profundamente, sobretudo a maneira como ela lida com linguagem. Ela produz textos que para mim são o exemplo do que tem de pior em geral -- que é aquele suco de obviedade, um processador de tudo que já foi dito", afirma.Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
O que você faz quando não dá para viajar nas férias? O poeta Fabrício Corsaletti sabe como dar um jeito: ele viaja dentro da própria cidade. Escolhe um bairro, se hospeda em um hotel da região e conhece a fundo aquele pedacinho de cidade. Desta forma, já viajou à Barra Funda e à Liberdade, bairros de São Paulo, onde vive. Corsaletti é o convidado da edição do Podcast da Semana sobre viagem e férias e conta essas e outras histórias no episódio.“Sair de casa, ver o mundo, voltar com a cabeça abarrotada de imagens, sons e uns fiapos de sentido tem sido toda a minha fé nos últimos 30 anos”, escreve Corsaletti, em “Um Milhão de Ruas” (Editora 34, 2025), que reúne contos, crônicas e poemas. Na entrevista, ele fala sobre como a escrita de viagem aparece neste e em outros livros seus, como “Engenheiro Fantasma” (Companhia das Letras, 2022), “São Sebastião das Três Orelhas” (Círculo de Poemas, 2023) e “Golpe de Ar” (Editora 34, 2009). Nascido em Santo Anastácio (SP), além da capital, já morou em Buenos Aires e sempre aproveita uma viagem de trabalho para conhecer bem uma cidade.“Tem uma ideia meio preconceituosa com o turismo, o turista é o viajante meio bobo, que vê tudo superficialmente, e o viajante seria o turista que vê tudo em profundidade. (...) Já o poeta é o cara que vê o mundo pela primeira vez”, diz Corsaletti na entrevista.“Essas três figuras — o turista, o viajante, o poeta — se confundem, e o ideal é você conseguir pegar um pouco de cada um, poder conhecer lugares, se aprofundar nos lugares que você conhece, na sua própria cidade. No meu caso, tentar transformar isso em literatura”, afirma a Gama.Na entrevista ao Podcast da Semana, Corsaletti conta o que gosta de fazer nas viagens, como guarda as memórias e as utiliza depois em sua escrita, e fala dos bares que ele encontra no meio do caminho. Para ele, são como joias urbanas.“Os bares são joias incrustadas nas cidades, como aquele pomar em que o Aladim entra e colhe 40 baldes de joias preciosas. Os bares para mim são isso, você está andando em uma cidade que você não conhece muito bem e, de repente, você entra em uma porta e está nessa coisa ambígua, que é privada, mas também é pública, que é um bar.”Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
No mês do orgulho LGBTQIAPN+ é importante celebrar a força dessa população e tudo o que foi conquistado até agora. Mas ainda há o que ser alcançado em um país que está entre os que mais matam pessoas LGBT+ no mundo, que lida com uma realidade de direitos ainda frágeis e que segue vulnerável às disputas políticas e aos discursos de ódio. "De um lado, uma comunidade que conseguiu muita visibilidade e reconhecimento nos últimos anos, inclusive com reconhecimento formal de direitos. E, de outro, a gente vê ainda uma violência persistente", diz Renan Quinalha, entrevistado deste episódio do Podcast da Semana, da Gama.Quinalha é professor de Direito da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp), autor de “Contra a Moral e os Bons Costumes: a ditadura e a repressão à comunidade LGBT" (Companhia das Letras, 2021), "Movimento LGBTI+: Uma breve história do século XIX aos nossos dias" (Autêntica, 2022), entre outros livros. É colunista da revista "Quatro Cinco Um".Na conversa com Gama, o pesquisador explica por que os direitos LGBT não estão garantidos, lista o que ainda falta conquistar, fala do filme "Homem com H" (2025), sobre Ney Matogrosso, e traz um panorama da realidade dessa população no Brasil e no mundo. "Nós precisamos de uma vida digna, em sentido amplo, em todas as suas esferas", diz.Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
A morte não é um assunto que costuma ser tratado com naturalidade. Mas se tivéssemos mais proximidade com ela, se lêssemos, discutíssemos e pensássemos mais sobre o nosso fim, viveríamos melhor. Quem defende essas ideias é a médica geriatra e especialista em cuidados paliativos Ana Claudia Quintana Arantes, entrevistada da edição sobre despedida do Podcast da Semana.“A morte é uma amiga muito sensata, ela te liberta de amarras desprezíveis que a gente cultiva ao longo de toda a vida. E aí quando você pega um diagnóstico de uma doença grave, você fala: ‘Ufa, que horror, mas não vou precisar mais disso’”, diz Arantes na entrevista a Gama. “Falar sobre a morte te dá mais consciência sobre a importância das relações, nós somos mais do que nós mesmos.”Com especialização em cuidados paliativos pelo Instituto Pallium e pela Universidade de Oxford, a médica é também uma autora best-seller de livros como “A Morte É um Dia que Vale a Pena Viver” (Sextante, 2019) e “Cuidar Até o Fim” (idem, 2024). Agora, ela lança seu primeiro livro infantil, "Onde Fica o Céu?", para expor o tema às crianças. “As crianças fazem perguntas que têm respostas e isso é a maior dificuldade dos adultos, porque as perguntas são feitas com excelência, mas o adulto não tem coragem de responder o que a criança perguntou”, diz.Neste episódio, a médica Ana Claudia Quintana Arantes discute a evolução da percepção da morte, o aprendizado sobre a vida a partir da finitude, a centralidade das relações humanas dos momentos de despedida e como a morte pode motivar uma reavaliação da existência.Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
Nossa, em 2024 ainda acham isso um feito? Feito eu acho acabar com a fome, lutar contra aa pandemias, contra a miséria...
Parabéns, Luara, adorei! 😊