A morte de 121 pessoas no Complexo do Alemão e Penha, na operação policial mais letal do estado do Rio de Janeiro, nos convidou a pensar nos adultos e crianças que vivem nessas comunidades e que têm a rotina, a saúde mental, a vida impactada por operações policiais cada vez mais frequentes -- além daquelas que sofrem diferentes tipos de violências e perdem entes queridos. É sobre esse tema o episódio com Eliana Sousa Silva, convidada do Podcast da Semana, da Gama.Eliana Sousa Silva é fundadora e diretora da Redes da Maré, uma instituição da sociedade civil que produz ações em busca de qualidade de vida e garantia de direitos para os mais de 140 mil moradores das 15 favelas da Maré. Pesquisadora em segurança pública, tem graduação em Letras, mestrado em Educação e doutorado em Serviço Social. Faz parte da Cátedra Patrícia Acioli (UFRJ) e integra o Centro de Estudos de Cidades - Laboratório Arq. Futuro do Insper. É Doutora Honoris Causa pela Queen Mary University of London e fez parte da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura, Ciência e Educação, no Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA). Eliana chegou em Nova Holanda, uma das favelas do Complexo da Maré com a família aos 7 anos, onde morou por 30 anos.Na conversa com Gama, ela diz que operações policiais são reflexo de uma ausência anterior do estado, fala do dia a dia das populações das comunidades cariocas e traz caminhos possíveis de transformação dessa realidade de violência e abandono.Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
Nunca foi tão fácil comprar qualquer coisa, a qualquer hora. Em todos os ambientes em que estamos, seja na vida online ou presencial, estamos sempre consumindo alguma coisa. É que a publicidade, o marketing, hoje permeiam tanto as nossas vidas que isso acaba nos levando a consumir mais. Daí a importância de entender esse cenário. "A publicidade passa a ser a engrenagem principal das redes sociais, das plataformas, das big techs. As lógicas da nossa vida passam a ser lógicas publicitárias", diz Bruno Pompeu, entrevistado deste episódio do Podcast da Semana, da Gama.Pompeu é publicitário, semioticista e escritor. Professor e coordenador do curso de Publicidade e Propaganda da Escola de Comunicações e Artes e professor pesquisador do Programa de Pós-graduação em Ciências da Comunicação da Universidade de São Paulo (ECA-USP e PPGCOM-USP). Secretário geral da Federação Latino-americana de Semiótica (FELS). Autor de “Publicidade: uma biografia” (Editorial Sb, 2024), “De onde veio, onde está e para onde vai a publicidade?” (Estação das Letras e Cores, 2022), entre outros. Sócio-fundador da Casa Semio.Na conversa com Gama, o pesquisador traz um panorama de como as marcas se comportam nos dias de hoje, de como a publicidade está no nosso cotidiano e, a partir desse cenário, nos ajuda a navegar melhor nesse ambiente.Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
Como envelhecer bem e com alegria num mundo que valoriza a juventude acima de tudo? Neste episódio do Podcast da Semana, o psicanalista Alexandre Patricio de Almeida, fala sobre o processo de envelhecimento e de como os lutos da vida podem nos preparar para uma maturidade mais plena.“É claro que tem as limitações do corpo, tem as queixas, isso é inevitável. O importante é a gente poder abraçar esses limites para que essas frustrações não se tornem pedras no caminho que paralisem a nossa caminhada, que travam o nosso movimento vital. Estar vivo implica envelhecer”, afirma na entrevista.Doutor em psicologia clínica pela PUC de São Paulo, Alexandre Patricio de Almeida é apresentador do podcast “Psicanálise de Boteco” e autor de livros como os da série “Por uma Ética do Cuidado” e “A Clínica Winnicottiana: os Casos Difíceis”. Agora, está lançando “O Elogio à Tristeza”, pela editora Record, em que discute a importância do sentimento para a saúde mental.“Tem gente também que se fecha em si mesmo e não está disponível para aprender com a maturidade”, diz a Gama. “Para sermos capazes de sentir felicidade, precisamos ter coragem de abraçar a nossa tristeza e dar a ela dignidade. Poder assumir as nossas insuficiências, o que deu para fazer, o que não deu, o que eu posso correr atrás agora, o que eu preciso largar, o que eu preciso renunciar.”Almeida relaciona também a dificuldade de aceitar o envelhecimento com a lógica neoliberal de descartar o que está velho. “Isso não só se aplica a objetos, mas também aos seres humanos. E a gente vê isso na sociedade, o mercado de trabalho fechando, não autorizando pessoas a entrarem depois de uma certa idade, você vê a solidão dessas pessoas, dos idosos, das famílias que não acompanham mais.”Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
Parece que está mais difícil conviver em sociedade? Será que as pessoas andam mais sem noção hoje em dia? É celular no cinema, é gente ouvindo vídeo sem headphone no transporte público, e, quando você menos espera, aparece de figurante no treino de alguém na academia. Nesta semana, Podcast da Semana recebe a consultora de estilo Gloria Kalil para falar sobre tudo isso e o que seria a etiqueta contemporânea. “O fundamento de uma pessoa civilizada, de um bom convívio, é que você tenha uma abertura para o outro. Que você tire o olho do próprio umbigo”, afirma na entrevista.Gloria Kalil é uma jornalista e escritora best-seller que há décadas se dedica ao estilo. Ela começou pela moda mas logo viu a ligação com o comportamento. É autora de “Chic”, série de livros publicados desde os anos 1990, com dicas que vão desde como se vestir bem até como se portar.Hoje, ela dá essas dicas também no Instagram, onde publica vídeos com reflexões sobre comportamento e comentários sobre acontecimentos atuais. Na entrevista a Gama, Kalil fala sobre a importância de pais e mães insistirem nos ensinamentos dos bons modos porque mesmo que pareça uma tarefa inglória, como ela diz, “educação cola”. Ela dá também dicas de como se desculpar, como sair de uma gafe e como pedir um favor. E comenta ainda sobre o maior campo minado dos bons modos do brasil hoje: a política.“O ambiente de política é um ambiente difícil. A gente tem visto realmente pessoas se portarem de uma maneira inacreditável, fora de propósito, sem nenhum apreço, sem nenhuma reverência ao cargo, aos seus eleitores. É um povo difícil. E mal vestido, em geral”, afirma.Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
Se tem uma coisa que o jornalista, roteirista e escritor Chico Felitti, gosta de falar é de cachorros. Esse é um tema tão forte que ele até criou "A História do Cão", uma conta de instagram que traz casos emocionantes e relatos de amor incondicional entre cachorros e tutores.Chico Felitti é autor do podcast "A Mulher da Casa Abanonada", lançado em 2022 e líder em rankings de audiência. E ele encontrou essa história justamente por causa dos cachorros da casa que interagiam com os seus. Foi aí que tudo começou.Na conversa com Gama ele fala das diferentes maneiras de adotar e das mudanças que observou na sua vida desde a chegada das cachorras Feia, Pachorra e, mais recentemente, Vera Fischer na sua vida.Felitti é autor dos livros "Ricardo e Vânia" (Todavia, 2019), "Rainhas da Noite" (Companhia das Letras, 2022), entre outros. E acaba de lançar o podcast "Vítima da Moda", a história do assassinato do estilista brasileiro Amaury Veras, que aconteceu no Rio de Janeiro em 2004, e sobre o qual ele fala também neste episódio do Podcast da Semana, da Gama.Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
Falar sobre o câncer e saber mais sobre essa doença é uma maneira de prevenir e também de evitar estigmas. Para o paciente, ter informação sobre os procedimentos e possibilidades costuma trazer qualidade de vida e mais engajamento ao tratamento. Ter pessoas ao redor que entendem a complexidade dessa doença traz conforto e acolhimento -- além de evitar comentários indesejados, muitas vezes associados ao desconhecimento.A entrevistada deste episódio, Simone Mozzilli, trabalha para uma comunicação mais empática e eficaz sobre o câncer. Ela é formada em publicidade, trabalhava como voluntária em hospitais oncológicos infantis, até que descobriu um câncer de colo de útero aos 34 anos. Foi aí que decidiu criar o Beabá, um instituto que, desde 2011, trabalha para informar e explicar os diferentes tratamentos. O Beabá também promove acampamentos em que famílias de crianças com câncer podem socializar e trocar informações sobre a doença.Na conversa com Gama, Mozzilli conta da sua experiência com o câncer e com as crianças que têm contato com o Beabá, traz caminhos de como acolher uma pessoa em tratamento e fala da importância de uma comunicação mais especializada sobre o tema.No link abaixo e também no Deezer, no Spotify, no Apple Podcast e no YouTube, você escuta este episódio.
“A crítica malvada é um caça-cliques. É um clickbait totalmente.” Para o jornalista Arnaldo Lorençato, crítico gastronômico há 30 anos e autor dessa afirmação, é preciso ter critérios e responsabilidade ao se fazer uma crítica a um restaurante, afinal, trata-se de um negócio do qual dependem muitas pessoas. Por outro lado, ele diz, não tem nada mais irritante do que o onipresente “storytelling” que diz que os restaurantes servem comida afetiva."Porque é um negócio. E não dá pra ficar inventando historinha, entendeu? Para vender, as pessoas estão fazendo qualquer negócio", afirma no Podcast da Semana sobre a gastronomia brasileira.Arnaldo Lorençato é editor-executivo da Veja São Paulo, autor do Blog do Lorençato, apresentador do talk show Cozinha do Lorençato e professor-doutor em literatura e gastronomia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Um dos maiores jornalistas de gastronomia do país, ele conta no episódio o que viu nos 30 anos na área, como a gastronomia brasileira se desenvolveu e se firmou. Foram muitas as fases desde que foram lançados os primeiros cursos superiores, nos anos 1990, até hoje, quando todo mundo, com um celular na mão, se acha um pouco crítico de gastronomia.Na entrevista, Lorençato fala sobre a crítica malvada, sobre o papel dos chefs na sociedade e sobre como ele vê a cozinha feita hoje no país. Um spoiler: o jornalista é um entusiasta.Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
Você consegue acompanhar as tendências que aparecem nas redes sociais? Ou fica com a sensação de estar soterrado por tanta novidade? Será que isso gera ansiedade? É sobre isso que fala o escritor best-seller e consultor André Carvalhal no episódio do Podcast da Semana sobre hype.André Carvalhal é especialista em design para sustentabilidade, faz palestras por todo o Brasil sobre consumo, internet e comportamento e é autor de sete livros. Em 2019, foi finalista do prêmio jabuti por “Viva o Fim: Almanaque de um novo mundo”. Nesta semana, ele lança “A Alegria em Ficar de Fora: Como se desconectar do mundo digital e se reconectar com você, as pessoas e a natureza” (Agir/Coquetel).Na entrevista, Carvalhal fala sobre como nasce um hype no meio a tantas tendências, sobre como é possível se proteger da máquina de fabricar desejos que está nas redes sociais, como é preciso e possível ter um consumo mais consciente, e até sobre a gigante indústria de bem estar que está abraçando quase tudo hoje em dia. Carvalhal fala bastante sobre sua experiência pessoal e mostra como todos estamos sujeitos aos fenômenos do hype, até quem conhece essa indústria do por dentro.Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
Nestes tempos em que Donald Trump manda retirar de exposição uma importante fotografia para a história dos Estados Unidos – a imagem de um homem negro, ex-escravizado, com as costas marcadas pela violência que sofria – o Brasil recebe a mostra de um dos maiores fotógrafos do século 20, Gordon Parks. O norte-americano documentou a vida cotidiana de pessoas negras em estados segregados dos Estados Unidos, a luta organizada por direitos civis, as manifestações culturais e religiosas dessa população sobretudo durante os anos 1940 e 70.Primeiro fotógrafo negro contratado pela revista Life (1948) e colaborador de títulos de moda como a Vogue, Gordon Parks esteve no Brasil nos anos 1960 para uma reportagem no Rio de Janeiro. Agora, seu trabalho é revisitado na exposição "Gordon Parks: A América sou Eu", em cartaz até março de 2026 no Instituto Moreira Salles (IMS), em São Paulo.Essa é a primeira retrospectiva de Parks no Brasil e a maior na América Latina. A curadoria é de Janaina Damaceno, entrevistada deste episódio do Podcast da Semana, da Gama, de Iliriana Fontoura Rodrigues e assistência de Maria Luiza Meneses.Janaina Damaceno é professora do curso de cinema na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), onde coordena o grupo de pesquisas Afrovisualidades: políticas e estéticas da imagem negra. Foi curadora adjunta das exposções de Walter Firmo e de Lita Cerqueira, no Instituto Moreira Salles. Atualmente é curadora da exposição "Gordon Parks: a América sou eu!".Na conversa com Gama ela fala da atuação e da trajetória de Parks, do interesse por fotografia pelas novas gerações e da tentativa de revisionismo histórico na América de Donald Trump.Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
A alimentação do seu filho te preocupa? Pode ser porque ele come pouco, rejeita muitos alimentos – ou porque exagera nos doces e ultraprocessados. Segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), um em cada três jovens de 10 a 19 anos no Brasil está acima do peso. Para reverter esse quadro, como explica a entrevistada deste episódio, a nutricionista Gabriela Kapimm, é preciso que família, escola e poder público coloquem o tema da alimentação saudável no centro das atenções.Gabriela Kapim é nutricionista, educadora e comunicadora. Comandou dez temporadas do programa “Socorro! Meu Filho Come Mal”, e mais uma temporada à frente da “Cozinha Colorida da Kapim", ambos projetos no canal GNT. É autora de dois livros com os mesmos nomes dos programas e conta com mais de 100 mil seguidores no instagram.Na conversa com Gama, Kapim traz estratégias para melhorar a alimentação de crianças e adolescentes e evitar o alto consumo de açúcar e ultraprocessados. Trata ainda da importância de comer na mesa, em família, e longe das telas. Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
Você tem contato com a natureza no seu dia a dia? E quando você viaja para algum lugar com mais verde, sente algum efeito na sua saúde mental e física? É inegável que ter uma vida mais ao ar livre ajuda na sensação de bem-estar e em muitas outras coisas, como nos explica a pesquisadora Lis Leão, entrevistada deste episódio.Ela nos conta que a natureza tem tanto poder sobre o nosso corpo que até olhar uma fotografia de uma paisagem, de um passarinho, pode nos trazer efeitos importantes.Lis Leão é bacharel em Letras e Enfermagem, doutora em Saúde do Adulto e do Idoso pela Universidade de São Paulo e pós-doutorada pela Universidade de Ciências Humanas de Estrasburgo. Professora do Instituto de Pesquisa do Einstein, ela trabalha em estudos sobre manejo da dor, saúde indígena, intervenções baseadas na natureza entre outros. Lis leão é também fotógrafa de vida selvagem.Na conversa com Gama ela destrincha os benefícios de crianças e adultos terem mais contato com o meio ambiente e também os caminhos possíveis para ter uma vida mais integrada com a natureza.Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
A mais recente edição do Ciclo Gama de Debates aconteceu na Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty. Agora, essas conversas foram editadas em formato de podcast."A palavra e suas funções: uma conversa sobre literatura, psicanálise e as narrativas possíveis" Com Vera Iaconelli, psicanalista e Sergio Rodrigues, jornalistaMediação: Luara Calvi Anic
O filósofo e escritor Renato Noguera reuniu mais de cem palavras para explicar as formas como amamos hoje no livro “ABC do amor: O que a poesia e a filosofia têm a dizer sobre os afetos” (Oficina Raquel, 2025), que será lançado na próxima semana. Nesta edição do Podcast da Semana, Noguera fala sobre alguns dos verbetes do livro e traz um diagnóstico sobre como nos relacionamos no mundo contemporâneo: temos hoje mais repertório para amar, mas o domínio do patriarcado ainda é muito forte sobre as relações.“As pessoas sabem que têm muitas maneiras para se relacionar. Há 30, 40 anos, elas se sentiam mais engessadas, não tinham muita alternativa. Há clássicos na literatura que apontam para isso”, afirma na entrevista a Gama. “Hoje, cada vez mais podem ser validadas não pelo seu estado civil, mas pelo que são”, diz ao apontar o casamento como forma importante de ser e estar na sociedade.“O patriarcado atravessa todas as populações, homens, mulheres, pessoas não binárias. E tem um modo de funcionamento em que há uma submissão do feminino. Aquele que assume a masculinidade num relacionamento, assume também um papel de dominância”, diz.Professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Noguera é herdeiro da tradição africana griot, de transmissão de memória e cultura pela oralidade, e se debruça sobre os diferentes formatos de relações afetivas, nos sentimentos, e nas suas consequências — boas e ruins. No livro e no podcast, debate conceitos e sentimentos bastante conhecidos como casamento, ciúme, amor platônico e amor próprio, e outros mais novos como anarquia relacional, biomas afetivos e artesania dos afetos.Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
Como a ideia de soberania se conecta com uma identidade nacional, com uma essência compartilhada por uma maioria e que poderia ajudar a definir um país? "O imaginário é o fermento do nacionalismo. Trata-se de conceber uma história, de conceber um passado, uma essência nacional expressa pela cultura, pelos valores", diz Lilia Schwarcz, entrevistada deste episódio do Podcast da Semana, da Gama. "E o outro lado do espelho do nacionalismo é a soberania. Você exalta a construção e uma cultura particular, de uma cultura própria que unificaria todos os estados e passa por cima das especificidades."Na conversa com Gama, a historiadora e antropóloga volta na história do Brasil para explicar como e quando começamos a forjar essa identidade nacional. Ela mostra também como a ideia de soberania foi se modificando. Se antes era relacionada principalmente ao território, hoje podemos falar até de uma soberania virtual.Lilia Moritz Schwarcz é professora titular no Departamento de Antropologia da USP e Global Scholar na Universidade de Princeton e laureada por diversas vezes com o Prêmio Jabuti. É autora de, entre outros livros, de "Brasil: uma biografia" (com Heloisa Murgel Starling; Companhia das Letras, 2015), "Lima Barreto: triste visionário" (Companhia das Letras, 2017) e "Sobre o Autoritarismo Brasileiro" (Companhia das Letras, 2019).Neste episódio, Schwarcz explica ainda por que a soberania permanece uma ideia utópica, aponta as principais frentes em que o Brasil tem dificuldade de se firmar como um país soberano e destaca o caráter inédito do julgamento de militares e de Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado que culminou nos atos de 8 de janeiro de 2023. "Com isso, você derruba essa imagem de que o exército é sempre esse órgão racional, esse órgão que nos defende, que nos protege, quando a história demonstra o oposto", diz a Gama.Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
A mais recente edição do Ciclo Gama de Debates aconteceu na Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty. Agora, essas conversas foram editadas em formato de podcast.A mesa “Como a periferia lê o centro e como o centro lê a periferia?” teve a participação da jornalista e escritora Cecília Olliveira (@olliveira_cecilia), autora de “Como Nasce um Miliciano” (@bazardotempo, 2025); o sociólogo e pesquisador Luiz Augusto Campos (@luizaugustocam), coautor de “O Impacto das Cotas” (@autenticaeditora, 2025); e o advogado Pedro Abramovay (@abramovay), autor de “A Democracia Equilibrista: Políticos e burocratas no Brasil” (@companhiadasletras, 2022).Pelo terceiro ano consecutivo, Gama se juntou ao Coletivo Sete Selos (@seteselos.editoras) para organizar uma programação que rendeu conversas imperdíveis. O coletivo é formado pelas editoras Bazar do Tempo, Carambaia, Círculo de Poemas, Cobogó, Fósforo, Ubu e Seiva — ao lado da livraria Megafauna, da editora de audiolivros Supersônica e da Gama revista.O Ciclo Gama de Debates teve apoio da Fundação Itaú e contou com outras duas mesas que serão lançadas em formato podcast nas próximas semanas. São elas:“Padrões de gênero, infâncias e juventudes LGBTQIAPN+” (já disponível em podcast)Com Angélica Freitas, poeta e tradutora; Felipe Haiut, ator, diretor criativo e dramaturgo; e Shi Menegat, artistaMediação: Luara Calvi Anic"A palavra e suas funções: uma conversa sobre literatura, psicanálise e as narrativas possíveis" (em breve, disponível em podcast)Com Vera Iaconelli, psicanalista e Sergio Rodrigues, jornalistaMediação: Luara Calvi Anic
A diversidade da mesa paraense é enorme. Tem muitos frutos, raízes, ervas, castanhas, sementes, especiarias, peixes únicos. Neste ano, em que a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30, vai ser realizada em Belém (PA), o Podcast da Semana aproveita a oportunidade para falar dessa riqueza toda com duas entrevistadas: Joanna Martins, pesquisadora em cultura alimentar e alimento amazônico e sócia da marca de alimentos Manioca, além de diretora no instituto Paulo Martins, de difusão dessa cultura alimentar; e a chef Bel Coelho, pesquisadora de longa data dos sabores da Amazônia e chef dos restaurantes Cuia e Clandestina, em São Paulo."As palavras que pra mim vêm à cabeça primeiramente são sofisticação e complexidade de sabores. Claro, tem a diversidade, é uma biodiversidade imensa, e aí também a possibilidade de, consumindo esses produtos, contribuir para a conservação da biodiversidade, do bioma amazônico, mas do ponto de vista do gosto mesmo, é muito complexo, muito mágico, muito sofisticado”, diz Coelho na entrevista.A conversa gira em torno da cozinha, dos preparativos para a conferência, para a retomada do Festival Ver-o-Peso, que volta a ser realizado em setembro deste ano depois de ser suspenso em 2020, e para os lançamentos de livro e filme da cozinheira. O documentário “Floresta na Boca” tem direção de Carol Quintanilha e será lançado na COP.Na entrevista, Joanna Martins comenta como, apesar dessa cultura local tão forte, Belém viu o açaí ser proibido na alimentação oficial da COP, medida revogada poucos dias depois de seu anúncio. Para Martins, a causa da proibição era o preconceito.“Achar que a gente não tá preparado para servir esses alimentos tradicionais em um ambiente seguro é muito desconhecimento e chega a ser preconceito”, afirma a pesquisadora que retoma, em setembro, o Festival Ver-o-Peso, evento emblemático que apresentou ao Brasil e ao mundo ingredientes locais nos anos 2000 e que foi fundado por seu pai, Paulo Martins.Nesta edição do Podcast da Semana, Bel Coelho e Joanna Martins falam ainda da "açaízação" da Amazônia, de como a fruta vem se tornando uma monocultural na região e os perigos disso, discutem que outros ingredientes têm potencial de deixar os brasileiros apaixonados e de como é importante manter a diversidade do bioma amazônico com um desenvolvimento sustentável.Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
A mais recente edição do Ciclo Gama de Debates aconteceu na Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty. Agora, essas conversas imperdíveis foram editadas em formato de podcast. A mesa “Padrões de gênero, infâncias e juventudes LGBTQIAPN+” teve a participação da poeta e tradutora Angélica Freitas, autora de “Monstra Monstra” (Círculo de Poemas, 2025); do ator, diretor criativo e dramaturgo Felipe Haiut, autor da peça “Selvagem”, com dramaturgia publicada pela Cobogó (2024). E da artista e atuante Shi Menegat que é e voz do audiolivro “A Queda para o Alto”, de Anderson Herzer, lançado pela Supersônica (2025).Pelo terceiro ano consecutivo, Gama se juntou ao Coletivo Sete Selos para organizar uma programação que rendeu conversas imperdíveis. O coletivo é formado pelas editoras Bazar do Tempo, Carambaia, Círculo de Poemas, Cobogó, Fósforo, Ubu e Seiva — ao lado da livraria Megafauna, da editora de audiolivros Supersônica e da Gama revista.O Ciclo Gama de Debates teve apoio da Fundação Itaú e contou com outras mesas que serão lançadas em formato podcast nas próximas semanas. São elas:"A palavra e suas funções: uma conversa sobre literatura, psicanálise e as narrativas possíveis"Com Vera Iaconelli, psicanalista e Sergio Rodrigues, jornalistaMediação: Luara Calvi Anic“Como a periferia lê o centro e como o centro lê a periferia?”Com Cecília Olliveira, jornalista, Luiz Augusto Campos, sociólogo e Pedro Abramovay, advogadoMediação: Paula Miraglia
Como vivem, como se vestem, por onde circulam os ricos brasileiros. E quem são essas pessoas, já que boa parte dos endinheirados brasileiros não se consideram ricos, segundo pesquisa do antropólogo Michel Alcoforado, entrevistado deste episódio. “Rico é sempre o outro”, diz a Gama. É que sempre haverá o argumento de que é o outro que tem mais dinheiro, mais pompa, mais patrimônio. Até porque, em um país desigual como o Brasil, os 10% mais ricos formam um grupo em torno de 21 milhões de pessoas. Não é pouca gente. Para o seu livro que já é best-seller, “Coisa de Rico: a vida dos endinheirados brasileiros” (Todavia, 2025), Alcoforado escolheu falar com aqueles que ganham mais de 50 mil reais por mês.“E quando eu converso com essas pessoas elas dizem ‘a gente não é rico, rico é fulano que ganha 100 mil por mês'”, diz em entrevista ao Podcast da Semana, da Gama. “Até o momento que eu chego nas listas dos bilionários brasileiros, que também não conseguiam se considerar como ricos.”O convidado deste episódio é doutor em Antropologia Social e há anos se dedica a pesquisar o impacto do consumo na vida dos brasileiros. Isso por meio do grupo Consumoteca, um hub de empresas de pesquisa de mercado e consultoria de tendências. Alcoforado é comentarista de cultura da radio CBN e host do podcast É Tudo Cupa da Cultura.Na conversa com Gama, o convidado deste episódio fala do perfil dos ricos brasileiros, revela o que descobriu na sua tentativa de adentrar esse mundo para sua pesquisa, fala de desigualdade e concentração de renda e ainda traça que tipo de rica é Odete Roitiman e a Tia Celina, da novela “Vale Tudo”, da Globo.Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
Você está preocupado em comer mais proteína? Acha que não está batendo a meta? As pesquisas dizem que não é preciso se preocupar:“O que os dados populacionais dizem é que a nossa alimentação [a brasileira], em média, já supre as quantidades necessárias de proteína, inclusive para fins de incremento de massa muscular”, diz a nutricionista Nadine Marques, pesquisadora especialista em psicobiologia e exercício e doutora em Saúde Pública. Marques é a convidada do Podcast da Semana sobre proteínas.Pesquisadora assistente na Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis, e mentora no Núcleo de Pesquisa e Extensão Sustentarea, ambos da Faculdade de Saúde Pública da USP, Marques faz parte do grupo de pesquisadores que analisou os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017-2018) e apontou que mesmo entre os 20% de menor renda da população brasileira, é ínfima a proporção dos que têm insuficiência de proteína, de acordo com os parâmetros da Organização Mundial da Saúde.Na entrevista a Gama, ela explica que desde os anos 1970 a proteína foi alçada ao posto de nutriente nobre também para suprir necessidades da indústria, que tinha um excedente de soro de leite, depois da produção de queijos.O boom da proteína de hoje tem a ver ainda com a febre de exercícios e a busca por um corpo musculoso. “É como um kit, você precisa da roupa da academia, do tênis e do whey”, diz a pesquisadora, que também apresenta dois podcasts, o "Boletim Alimentação e Sustentabilidade", uma parceria da Cátedra Josué de Castro com a Rádio USP; e o "Comida que Sustenta", produzido pelo Sustentarea, Núcleo de Pesquisa e Extensão da USP. “É necessário a gente entender qual é a realidade de cada pessoa, dependendo da fase de vida e do nível mesmo de exercício físico que ela faz. É diferente falar de um atleta e de um praticante de exercício físico. Partir do princípio de que, se faz exercício, precisa de mais proteína, é um raciocínio errôneo. É preciso avaliar como é que já está a alimentação dessa pessoa”, diz.Na entrevista, Marques fala ainda sobre como nem mesmo os vegetarianos têm déficit proteico e o que é que está realmente faltando na dieta do brasileiro.
Como melhorar sua criatividade, ter ideias brilhantes, tirar do papel aqueles projetos que tão parados há tanto tempo. E, se você já tem mil ideias, como acreditar nelas, ter coragem de botá-las pra fora. O entrevistado deste episódio, Tiago Henriques, é especialista no tema e traz caminhos para um processo criativo mais eficiente e prazeroso. "As pessoas que mais me inspiram são aquelas que tem um combustível chamado curiosidade abastecendo a criatividade delas", diz a Gama.Formado em design pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (FRJ), ele é criador do perfil Tira do Papel, hoje com mais de 250 mil seguidores no Instagram. para suas redes, cria ilustrações e conteúdos com o objetivo de ajudar as pessoas a tirarem suas ideias do papel. Além de cursos em que apresenta técnicas para desbloquear o processo criativo.Na conversa com Gama, Henriques fala dos principais entraves na hora de criar, da importância do rascunho e de ter com quem trocar ideias sobre um projeto. "É importante ter pessoas que são espaços seguros para expor ideias, de uma forma mais desinibida", diz. Roteiro e apresentação: Luara Calvi Anic
Augusto Menna Barreto
Nossa, em 2024 ainda acham isso um feito? Feito eu acho acabar com a fome, lutar contra aa pandemias, contra a miséria...
Bia Nunes de Sousa
Parabéns, Luara, adorei! 😊