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Rádio Comercial - Outros Lugares
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Rádio Comercial - Outros Lugares

Author: Gonçalo Câmara

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Description

Viajar devolve-nos aos sentidos. Ajuda-nos a aperfeiçoar a arte da contemplação, da escuta, do confronto com o inesperado e da busca pelo som perfeito. A cada viagem, novas esperas, novas oportunidades e diferentes estímulos. Esta é uma experiência sonora imersiva para descobrir outros lugares. Da autoria de Gonçalo Câmara.
26 Episodes
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No episódio deste mês, Gonçalo Câmara traz-nos os sons do arquipélago das Galápagos, a vida harmoniosa entre o Homem e o animal, a comunhão com a Natureza no seu estado mais puro. San Cristobal, Santa Cruz e Isabela foram as ilhas do Pacífico exploradas. O que há debaixo desse azul infinito e imponente, só Deus sabe. Mas nós temos a sorte de coabitar com tudo isto. Saibamos cuidar do que também é nosso. 
Nesta viagem, mergulho na densa floresta da Amazónia Equatoriana para ouvir o que ela segreda. Dos insectos aos pássaros, dos animais que rastejam àqueles que voam, tudo tem o seu espaço, tudo tem o seu tempo.  Embarque nesta viagem sonora pelo pulmão do mundo. A Amazónia é um mundo dentro do mundo, onde o que se desconhece ainda é tanto, o que nos dá ainda mais vontade de desbravar. 
Durante muitos anos fiz reportagem pelo Porto e sempre que lá estava, acabava a jantar ou a almoçar em Matosinhos. Fiz amigos na Tasca do Polónia e no Tito (tanto o I como o II). Toda aquela rua dos restaurantes tem grelhas fantásticas e o peixe está sempre no ponto perfeito. É naquela rua estreita que me sinto feliz, olhando para o peixe que ali está exposto e prestes a ser grelhado. Num dos anos em que estive lá a fazer reportagem, bastava ter o microfone da Rádio na mão e aquilo era mel. Convidaram-me a comer o prego no Venham Mais Cinco, ofereceram-me duas sandes na Casa Guedes, uma sandes de presunto n'A Badalhoca e ainda as fantásticas bifanas do Conga. No meio disto, ainda me ofereceram uma francesinha no Santiago. Tudo no mesmo dia. Creio que foi por isso que, após descobrir aquela rua de Matosinhos, nunca mais quis outra coisa. E enquanto exploramos o Norte de Portugal, não podemos esquecer as outras localidades que contribuem para a diversidade desta região. De Guimarães, a cidade berço, a Braga, conhecida como a Roma portuguesa, cada lugar tem sua própria história para contar, a sua própria identidade para revelar.De Viana do Castelo a Vila Real, de Bragança a Viseu, cada cidade e vila tem sua própria voz, seu próprio sabor, sua própria história para contar. E é essa diversidade que torna esta região tão especial.
Se há coisa que me dá gozo é sentar-me num restaurante de beira de estrada a provar as iguarias típicas de cada região enquanto uma orquestra de buzinas e tuk-tuks comanda as tropas e o movimento da cidade. São literalmente a três passos da estrada principal. Normalmente cadeiras e mesas corridas de madeira gasta ou plástico velho e improvisado para que possamos apenas pousar as nossas coisas e aquilo que irão trazer para a mesa. Durante quase um mês nesta magnífica ilha, o meu pequeno-almoço era chá verde e quatro bananas pequenas. Almoço e jantar ia variando. Mas variou pouco. Eram apenas dois pratos: ou arroz frito com vegetais ou kottu roti. E apaixonei-me de tal forma por este último prato que 80% das minhas refeições tinham o pedido já certo antes de qualquer folha plastificada chegar à mesa com promessas de outros pratos. Vamos embarcar numa jornada gastronómica única pelo coração do Ceilão, onde os sabores e aromas se ligam como quem dança perante o inesperado. O Kottu Roti, mais do que um prato típico, é uma experiência cultural desta pequena ilha em pleno Índico.
Neste episódio, viajamos até à terra longínqua de Tash Rabat no Quirguistão. Um dos lugares que servia de paragem de nómadas para as antigas rotas comerciais da Ásia Central. Hoje, pouca gente se vê por lá, mas muito se conta por quem lá passa. Vamos até aos Invernos rigorosos deste país perceber como se preparam os habitantes para o enfrentar. 
Num país árabe, não há problema que não tenha solução. Uma esquina mal dobrada, um bilhete não carimbado, um quarto esconso encontrado há instantes, uma boleia inesperada, um favor que se quer despercebido, uma passagem fora de horas. No bolso da camisa de um miúdo que corre de chinelos neste labirinto ou directamente na mão de um qualquer vigilante muito provavelmente não dotado para a ocasião...... bakshish (بخشش). Assim se vive e se constrói, muito embora possamos achar pouco ético. Tudo tem um preço. Ou pagamos, ou ficará por descobrir.Temos a mania de vir procurar significados grandiosos e surpreendentes no manto de estrelas do deserto e a arrogância de achar que os encontramos.No deserto ficamos expostos. Nós e o som. Sem defesas e sem promessa alguma. O deserto só é verdadeiramente deserto para quem nele se perde ou para quem nele vive. De resto? Relativamente fácil para quem fica apenas às suas portas, onde o camelo sabe onde vai e por onde vem. Onde os jipes não se atrevem a ir mais longe por razões de segurança. Onde hoje em dia um gps nos safa de qualquer contratempo. O chá no deserto faz o seu efeito. O microfone que capta a sua imensidão, também. Terá som, o Sahara? Venha comigo! 
Este mês deambulamos pelos mercados de rua espalhados pelo mundo. Às vezes, perco-me naquelas perpendiculares no bazar daquela cidade que descobri sem querer. Uma viagem pelo som do caos, das abordagens, dos vendedores e do comércio. Uma viagem pela cultura autêntica.
Em 2019, a minha viagem pela Colômbia ficou marcada por um antes e um depois de um acidente de camioneta na estrada que ligava Rodadero a Cartagena das Índias. Antes, a distracção típica de quem acha que tudo está garantido. Depois, a verdadeira consciência da dádiva que é a vida. Fones nos ouvidos, espero que gostem.
No episódio deste mês, o Gonçalo Câmara traz-nos sons do arquipélago açoriano. Os Açores ouvem-se de longe, é preciso é estarmos disponíveis a escutar. Junto ao mar ou dentro da densa e húmida floresta, esta é uma experiência para sentir a Natureza no seu estado mais puro.
Os comboios na Ásia são a melhor forma de treinarmos a arte da lentidão. O ritmo suave dum comboio lento relembra-nos a urgência de abrandarmos o nosso. E é nesta atmosfera que podemos redescobrir o prazer da companhia. Ao nosso lado, reparamos nas pessoas de diferentes origens e histórias que se unem no mesmo percurso. Os rostos desconhecidos que se tornam familiares, os sorrisos que se multiplicam. Acabamos sempre por compartilhar o silêncio confortável que só a lentidão pode proporcionar.
Ao Ritmo do Sul

Ao Ritmo do Sul

2023-06-2205:30

No episódio deste mês, uma homenagem ao Sul, ao mediterrâneo, aos terraços, aos pátios, às pérgolas e aos sorrisos abertos de uma gente que deveria ser mais segura da sua verdade: o mundo sem o Sul não seria o mesmo.
Houve um dia que saí bem cedo de Bol até à marina para alugar um barco e dar uma volta pela ilha. A pequena vila ia acordando. Ainda não eram sete da manhã. Um golfinho emergia solitário a cada três segundos junto à marginal. Duas pequenas embarcações saiam da marina em direcção a Hvar. Um homem de meia-idade corria por recomendação médica antes de ir trabalhar. O casal proprietário do restaurante Amfora deixava escorrer a água das mesas inclinadas da esplanada para secarem a tempo de abrir. Um corvo perdido e zangado reclamava em cima do farol. Cheirava a maresia. Um pescador seguia sonhando debaixo do toldo do Big Blue. O vento suave não intimidava ninguém. Uma velha senhora regava a buganvília tombada sobre a janela. O silêncio pertencia a todos. Uma ilha de manhã é um mundo aberto.
Mais do que um lugar de partidas e chegadas, o aeroporto sempre teve uma dimensão emocional muito forte. É um lugar de reencontros e de despedidas, um espaço de abraços, de lágrimas e de sorrisos. Quanto mais vivemos o espírito de um aeroporto, mais capazes somos de entender a impermanência. Ainda que demore, ainda que passe uma vida inteira, nada é para sempre.
Uma verdadeira odisseia pelo deserto líbio. O começo pela capital egípcia e a tentativa de entendimento do seu estado caótico. Os cheiros do Médio Oriente, os sons da rotina, as chamadas para a oração e a viagem ao tempo dos Faraós. Sobretudo, parar. Perceber como o deserto pode ser um revelador de pessoas. Ouvir outras histórias e tentar compreendê-las. Sentir a areia nos pés, fina como pó, que o vento leva sem pedir permissão. Viaje com o Gonçalo Câmara nesta aventura debaixo das estrelas do Sahara.
O silêncio em viagem

O silêncio em viagem

2023-02-2206:20

No episódio deste mês, trago-lhe alguns lugares onde consegui descobrir o silêncio. Encontrá-lo nem sempre é fácil mas também não obedece às regras dos lugares remotos. Não precisamos de estar num lugar recôndito, entre quatro paredes, de noite, com vidros duplos, sem ruído. Há quem consiga encontrar o silêncio em pleno caos. Há quem consiga descobrir o silêncio num lugar ruidoso. Há quem consiga estar em silêncio lá fora. E foi lá fora, em viagem, que descobri bons lugares para o silêncio.
Foi talvez das experiências mais insólitas que vivi em viagem até agora. Entrar num dos países mais fechados do mundo, a par com a Coreia do Norte, e rumar ao deserto de Karakum para dormir numa yurt junto à cratera de gás natural. Cratera que arde desde 1974 e nunca mais parou. Uma experiência sonora na imensidão do deserto.
Uma experiência gastronómica na Ásia by Gonçalo Câmara.
Da montanha ao mar, da neve ao calor, do silêncio à agitação, os Balcãs tornaram-se uma parte profundamente desejada deste lado pouco explorado da Europa.
A cidade onde moram muitos e sonham outros tantos. A cidade que dorme no silêncio, ou não dorme porque não o alcança.
Chego de madrugada à capital da Geórgia, ponto de partida para a viagem pelas montanhas. Tempo para recarregar baterias e preparar os pés e a cabeça.
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