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TEXTO SENTIDO, por Antônio Viviani
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TEXTO SENTIDO, por Antônio Viviani

Author: Rádiofobia Podcast Network

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Texto Sentido, apresentado por Antônio Viviani. Um podcast com textos, poemas e poesias pra você ouvir e sentir...
35 Episodes
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O embarque compulsório de todos nós que vamos atravessar a fronteira que nos separa de um ano novo que está para chegar. A Estação Dezembro está aí. Venha com a gente o quanto antes em mais este episódio do Podcast Texto Sentido escrito e interpretado por Antônio Viviani. Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   Estação Dezembro   Atenção, Senhores passageiros, sejam bem-vindos à Estação Dezembro.  Senhores passageiros, que somente agora souberam de nossa viagem, preparem-se para algumas informações úteis antes do embarque. Nossa partida começou no dia 1º e muitos já embarcaram. Todos que aqui estamos temos dividido os momentos vividos durante o ano. Alegrias, tristezas, conquistas, derrotas, ganhos e perdas. Ao embarcar saiba que as suas experiências serão muito importantes quando compartilhadas, mesmo que somente para uma única pessoa. Bem como você também se sentirá muito melhor ao nos ouvir. Para seu conhecimento não haverá como não embarcar até às 23 horas e 59 minutos do dia 31. O embarque é compulsório. A palavra de ordem à bordo é COMPARTILHAR. Venha o quanto antes dividir o que viveu e o que pretende viver quando desembarcarmos na Estação Ano Novo. Desejamos a todos uma boa viagem! A'Viv See omnystudio.com/listener for privacy information.
Episódio super especial do nosso podcast, este de número 033. Texto e interpretação de Manuel Bandeira pra todos embarcarmos junto com ele a este lugar que só poderia existir na mente do grande poeta. Vamos ouvir? Vamos sentir? Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   Vou-me embora pra Pasárgada Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada Aqui eu não sou feliz Lá a existência é uma aventura De tal modo inconsequente Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente Vem a ser contraparente Da nora que nunca tive E como farei ginástica Andarei de bicicleta Montarei em burro brabo Subirei no pau-de-sebo Tomarei banhos de mar! E quando estiver cansado Deito na beira do rio Mando chamar a mãe-d’água Pra me contar as histórias Que no tempo de eu menino Rosa vinha me contar Vou-me embora pra Pasárgada Em Pasárgada tem tudo É outra civilização Tem um processo seguro De impedir a concepção Tem telefone automático Tem alcaloide à vontade Tem prostitutas bonitas Para a gente namorar E quando eu estiver mais triste Mas triste de não ter jeito Quando de noite me der Vontade de me matar — Lá sou amigo do rei — Terei a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada. Manuel Bandeira See omnystudio.com/listener for privacy information.
E chega a estação mais linda de todas. E com ela mais um episódio do Podcast Texto Sentido com um texto lindíssimo de Paulo Ribeiro que vamos ouvir e sentir na voz de Antônio Viviani. Venha você também buscar a Primavera junto com a gente! Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   Estou indo buscar a Primavera… Quando um pedaço de terra frio e sem vida deixar brotar das suas entranhas uma pequena semente, e esta irromper o cascalho que a segurava para ‘enxergar’ a luz brilhante e vívida. Fazendo brilhar com ela novas expectativas, face o equilíbrio do seu equinócio. Isso sim, é Primavera!!! Um convite ao que há de mais belo, a natureza em festa com suas flores e perfumes, e o céu de anil intenso nos convida a apreciá-lo mais de ‘perto’. Vai embora o cinza, o recolhimento onde a natureza resistiu aos tempos secos e à letargia, dando espaço ao acasalamento, reprodução, fertilidade e beleza. A natureza desabrocha e se enfeita para nos mostrar que um novo ciclo se instaura. A nova estação chega assim, com promessa de luz, de brilho, de aromas renovados, de cantos de pássaros namorando no alto das árvores, de vento levando pólen para fertilizar os campos e de borboletas ligeiras com tantas flores para pousar. Quão inteligente e sábia é a natureza, pois, ela nos ensina que em nossas experiências, podemos passar por momentos hibernais, em que tudo ao nosso redor parece estar frio e aparentemente sem vida. Seja por situações de perdas, decepções ou pelo simples desaquecimento da roda da vida, momentos de pausa que chegam e se instalam. Nesses períodos, algo de muito belo pode acontecer, se optarmos por resguardar nossos dons preciosos, sem perdermos jamais a Esperança. Devemos sim, concentrar nossa energia, até que uma nova brisa possa soprar e anunciar que: O gelo vai derreter e a grama verde que havia por baixo dele irá enfim se revelar!!! Paulo Ribeiro See omnystudio.com/listener for privacy information.
No episódio de hoje um texto regional, mais especificamente mineiro, escrito pelo talentoso Renato Castanhari, que confidenciou a Antônio Viviani que o escreveu pensando em como ele o interpretaria. O resurtado taí, num bão mineirês, pá mó di ocê oví i sintí, uai! Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   Bicho danado Dundia protro Vi tudo ferrá Um bicho danado Chegô sem avisá Estorvano todo mundo Paradeza geral Ô trem cabuloso Furdunço viral Cadiquê? Pra modiquê? Disgrama di bicho Custoso dimais Gastura lascada Nun ti guento, uai Alquingéu nas mão Máscra na cara Ninguém na cadavó Fica dendicasa Vacina tá chegano Vamu todos aguardá Um cadim di paciência Si ispirrá, mió arredá A prosa tá boa Mas vô pega istrada Fica veiáco, Deus ticri Deixa passá a boiada Amanhã é outro dia Tudo vai fica bão O final tá logo ali Moita aí, seu cagão Renato Castanhari See omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio trazemos um texto de autoria da educadora infantil Miryan Lucy de Resende, que, através de um pedido de Irineu Toledo, nos concedeu autorização para gravá-lo. Para ouvir e sentir… Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   Agostos “Só quem vive bem os agostos é merecedor da primavera! Lembro-me bem. Foi quando julho se foi, que um vento mais gelado, mais destemperado, que arrastava ainda folhas deixadas pelo outono, me disse algumas verdades. Convenceu-me de que o céu começaria a apresentar metamorfoses avermelhadas. Que a poeira levantada por ele daria lições de que as coisas nem sempre ficam no mesmo lugar e que é preciso aceitar que a poeira só assenta depois que os redemoinhos se vão. Foi quando julho se foi que a minha solidão me convidou para uma conversa. E me contou de tempo de esperas. E me disse que o barulho das árvores tinha algo a dizer sobre aceitação. E eu fiquei pensando como elas, as árvores, aceitam as estações que, se as estremecem, também lhes florescem os galhos. Mas tudo a seu tempo. Foi em agosto que descobri que os cachorros loucos são, na verdade, os uivos que não lançamos ao vento. São nossos estremecimentos particulares que a nossa rigidez de certezas não nos permite encarar. O mês de agosto tem muito a ensinar. Porque agosto é mês jardineiro, é dentro dele, berço do inverno, que as sementes dormem. Aguardam seu tempo de brotar. Agosto é guardador da boa-nova, preparador de flores. Agosto é quando a natureza traduz visivelmente o tempo das mutações. Mude, diz agosto, em seu recado de sementes. Aceite, diz agosto, com seu jeito frio de vento que levanta poeira e a faz avermelhar o céu. Compartilhe, diz agosto. Agasalhos, sopas quentinhas, cafés com chocolate, abraços mais apertados – eles também aquecem a alma e aninham o corpo. Distribua mais afetos, que inverno é acolhimento, é tempo de preparar setembro. E, de setembro, todos sabemos o que esperar. Esperamos a arrebentação das cores, que com seus mais variados nomes vêm em forma de flores. Vamos apreciar agosto, recebê-lo com o espanto feliz de quem não desafia ventos. Que ele desarrume e espalhe suas folhas e levante suas poeiras. Aceite as esperas, mas coloque floreiras na janela. Só quem vive bem os agostos é merecedor da primavera!” Miryan Lucy de Rezende Escritora e Educadora InfantilSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Mais um texto de Antônio Viviani neste episódio do nosso podcast. O autor faz um comparativo do formato da lua crescente com uma gôndola a singrar pelo céu e mexe com a imaginação dos amantes. Para os corações românticos ouvirem, navegarem e sentirem… Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   Lua navegante A lua de hoje, tal qual uma gôndola a singrar as águas, navega pelo céu e, de sua parte, faz sangrar ainda mais os corações apaixonados. Sem dar a mínima para as raras nuvens que ousam tentar apagar seu brilho nem se importa também com as estrelas que brilham tão pouco perto dela. É a rainha da noite e assim se porta colocando seus súditos a seus pés. E sua viagem é longa. Para aqueles que pensam que aqui só está no início, lá ao leste já está chegando ao fim. Ilusório, claro, pois que no ocidente ainda vai começar sua jornada. E assim carrega em si todas as paixões desenfreadas e em seu seio as guarda para sempre, pois que volta e meia as despeja naqueles corações que tentam esquecer seus verdadeiros amores e que latejam de dor quando isso acontece. Vai lua. Leva hoje contigo muitas dores e volta amanhã trazendo novos e velhos amores. A’Viv 10.Jun.15 02h43See omnystudio.com/listener for privacy information.
Fernando Prati é um amigo de infância de Antônio Viviani. Moravam na montanhosa Poços de Caldas e na Rua Rio Grande do Norte, na época ainda de terra, brincavam quase que diariamente, como verdadeiros irmãos de infância. O texto do episódio de hoje, escrito por ele, reflete praticamente tudo o que viveram, assim como outros bons amigos que com eles conviveram e vivenciaram os bons momentos das décadas de 1960 e 1970. É praticamente o que todos eles sentem ao recordarem suas infância e juventude vividas nas montanhas do Sul de Minas Gerais. Fernando escreveu e convidamos você a ouvir e sentir… Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   As montanhas da minha infância Uma coisa que eu gosto de fazer é ficar sentado no banco da praça, olhando para aquelas montanhas que rodeiam a minha infância. Tem mágica neste olhar. Algumas nuvens tomam a forma da minha imaginação e mostram meus heróis, potentes aviões, cavalos alados, tudo que um dia foi sonhado em tempos de fértil adolescência sem compromisso. Ah! montanhas que tantas vezes subi até o ponto mais alto; hoje, lá de cima, vejo os caminhos que andei, os bailes que dancei as escolas que estudei, os amores que não namorei. Este encontro dentro de mim como festa em discoteca faz ter a certeza de que vivendo e sonhando se pode chegar onde cheguei. Que a busca é constante e o encontro nem sempre é o desejado, mas se bem olhado é tudo e muito mais que precisei. Nunca me senti o gauche que o anjo falou para Drummond, e também nem me chamo Raimundo. Sou como sempre fui, lá do interior das Gerais, do interior de mim mesmo, sou de casa, vou chegando seguindo o cheiro do café e o calor do pão de queijo. Vou sentando querendo um dedo de prosa e dando gargalhadas com as histórias que vivi. E elas continuam lá, as montanhas que rodeiam a minha infância. Fernando Antonio de Mello PratiSee omnystudio.com/listener for privacy information.
No episódio 27 do Podcast Texto Sentido falamos sobre o assunto Sexualidade com um texto de Silvio Carlos Ambrosini, mais conhecido como Sivuca. É só clicar, ouvir e sentir… Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   Sexualidade “O que penso sobre o preconceito contra transexuais, Natura e Tammy Miranda. Gostaria de ressaltar que embora devesse, iniciei esse texto com um discreto “O que penso…” e não com um “A verdade é…”. Então se você não pensa assim, paciência, né? Nossa cultura vê o falo como símbolo do modelo masculino, porém um homem não é seu pênis. O gênero não se resume àquilo que está entre as pernas, a genitália. O gênero de uma pessoa é o retrato de uma mente, ou se preferir entender assim, de uma alma. Sendo assim, pessoas que nascem com um sexo e sentem que pertencem, se identificam com este mesmo sexo, como eu e você são pessoas cisgênero. Homens ou mulheres cisgênero, ou apenas cis. Por outro lado existem aquelas pessoas que sentem que pertencem a um sexo diferente do sexo biológico. Estas pessoas são chamadas transgênero. Isso se chama Identidade Sexual, ou seja, o sexo a qual a pessoa sente que pertence. Isso pode acontecer tanto com pessoas de um sexo quanto com pessoas do outro. Estas pessoas podem ser homens trans, como Tammy e vários outros, e também podem ser mulheres trans, como a cartunista Laerte, por exemplo. (lembre-se que Laerte transformou-se após os 65 anos de idade). Quando uma pessoa transgênero decide passar a realmente identificar-se como pertencendo ao outro sexo, essa pessoa passa a ser transexual. Isso pode nunca acontecer, ou acontecer em qualquer fase da vida da pessoa, depende exclusivamente dela, das motivações interiores e exteriores a que esta pessoa está sujeita. Imagine que um número enorme de pessoas trans simplesmente não conseguem sentir-se seguras para assumir seu verdadeiro sexo e não há dúvida que estas pessoas passam por um sofrimento enorme até que esta questão tão grave possa quem sabe um dia, estar finalmente resolvida na vida dela. A essa altura, o pênis ou a vagina, de fato torna-se um detalhe, afinal você não precisa ver o pênis para identificar um homem na rua e nem ver a vagina para concluir que está diante de uma mulher, basta olhar para a aparência. Homens gostam de se parecer com homens e mulheres sentem-se felizes parecidas com mulheres. É claro que isso não é binário, existem muitas graduações de uma ponta desse fio até o outro. De fato, o pênis é hipervalorizado pela nossa cultura, e a verdade é que não importa se um homem trans o possui, pois mesmo sem um, ele ainda será um homem, da mesma maneira que se por exemplo, um homem cis sofrer um acidente e ter seu pênis cortado, ele não se transformará em uma mulher, ao contrário, seguirá sendo um homem, porém um homem sem um pênis. Então, não vem ao caso se Tammy tem ou não pênis, Tammy é um homem trans. Sente-se homem, identifica-se como sendo um homem e ainda por cima é um homem heterossexual, pois casou-se com uma mulher e juntos, tiveram um filho (não vem ao caso de que forma a criança foi gerada, não é mesmo?). Aproveito o detalhe para lembrar que a Identidade sexual não tem relação com a Preferência Sexual. A preferência é assim como diz o nome, com qual sexo a pessoa prefere se relacionar (ir pra cama). Quem prefere pessoas do outro sexo, como o Tammy (porque Tammy é homem) ou como muitos de vocês, são pessoas heterossexuais. Quem prefere pessoas do mesmo sexo como a Daniela Mercury ou eu ou muitos de nós, são pessoas homossexuais. Isso não tem relação com a identidade sexual. Daniela é uma mulher cisgênero homossexual. Há os homens cisgênero heterossexuais, Tammy é um homem transgênero heterossexual. Eu e muitos, somos homens cisgênero homossexuais. Como comentei acima, estas pessoas não têm uma vida nada fácil, especialmente em um país machista e pouco culto como o nosso e são facilmente alvo de intolerância, desprezo e violência todos os dias. Isso é lamentavelmente triste. Em minha opinião, todos os seres humanos são iguais e não cabe a mim ou a ninguém julgar ninguém por acreditar naquilo que sente na parte mais profunda de seu ser. Transfobia, assim como homofobia, racismo ou qualquer outro tipo de preconceito, é uma merda, um inferno, um câncer que arruína nossa condição de seres humanos sociais e são comportamentos que devem ser insistentemente enfrentados e coibidos. Não é suficiente fingir que não viu, que não é comigo, silenciar-se, porque quem cala, consente. Quem se cala diante do preconceito o avaliza. É sim preciso lutar, lutar pelo direito que todas as pessoas têm de serem tratadas como iguais, sejam elas quem forem, com quem ou o que se parecem, que cor têm, ou com quem elas vão para cama.” Silvio Carlos Ambrosini, o SivucaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
A comparação de nossas vidas a uma simples estrada de terra: reflexão de Antônio Viviani que apresentamos neste episódio do Podcast Texto Sentido, que sempre conta com as trilhas sonoras de Marcelo Gagliotti. Vamos ouvir? Vamos sentir? Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   Estrada de terra Somos todos como uma estrada de terra ou, como se diz lá no interiorzão, estrada de chão batido. Sujeitos ao sol, à chuva, ao vento… Enfim, muito mais influenciados pelas intempéries externas do que pelas internas. Um dia surge um buraco ali e noutros surge uma pedra, uma poça, ficamos mais ou menos poeirentos, enlameados, amassados por quem pisa ou passa sobre a estrada. Às vezes fica tudo lisinho. Só uma coisa é certa. Não há um dia sequer que a estrada seja como no dia anterior e certamente não será a mesma no dia seguinte. É tudo muito dinâmico e, por mais que a gente queira, tem coisas que não conseguimos dominar. Só uma coisa podemos fazer. Impormos, pela força de vontade, a direção que esta estrada deve tomar com o mínimo de bifurcações possível rumo ao nosso objetivo. A’Viv 22Ago2015 11h56See omnystudio.com/listener for privacy information.
Quando Fernando Bianchi postou uma fotografia em suas redes sociais, Antônio Viviani imediatamente se lembrou de um texto que escreveu há alguns anos. Quando falaram por telefone, surgiu a ideia de se juntar uma série de fotografias do diretor e excelente fotógrafo Fernando Bianchi àquele texto que falava sobre gotas na janela. Acrescentou-se a trilha sonora de Marcelo Gagliotti e estava finalizado o episódio 025 do nosso podcast pra você ouvir, ver e sentir… Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   Chove lá fora Chove lá fora A chuva bate na janela E nela As gotas escorrem. Cá, dentro da casa, Meus olhos são janelas E neles também escorrem Gotas de minh’alma. Lá fora são gotas doces Aqui, salgadas Fora são muitas Dentro, nem tantas. Olhos são janelas Abertos para o todo Mas se cheios de gotas Não se pode ver através. Que a chuva passe Que as lágrimas sequem Que o sol volte Que eu te veja novamente. A’VivSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio 024 os textos de Sidnei Maschio reunidos numa coletânea chamada “Vivência e Sabedência” nos levam a uma deliciosa viagem sertaneja. Aquele lado caipira que mesmo os que não são do interior conseguem sentir. E por isso convidamos a todos para ouvir… Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   Vivência e Sabedência – Quando eu tiver descansado da obrigação, depois dessa viagem, eu vou passar uma tarde inteira sentado na beira do ribeirão, com o pé dentro d’água, pensando bestagem, guardando pouca mágoa e nenhuma dor no coração. Eu tô levando a lida com muito rigor e isso é bobagem, eu quero ter menos compromisso com o serviço pra poder dar mais valor à liberdade, não quero ver a vida perder o viço enquanto eu fico escravo da saudade. – Na carreira do marruá eu comecei cantando o á e fui até o zê, e se alguém não quiser escutar, de qualquer maneira eu vou dizer, que no braço do meu pinho e na força do meu laço eu corri o sertão inteiro sozinho, domando pagão cavorteiro e quebrando violeiro desafinado, e se mais não faço é porque eu tô cansado de ser verdadeiro e cantar a honestidade nesses campos e cidades onde manda o dinheiro, que só é parceiro da falsidade. – Eu não tenho em mente planos de ser dono de gado e gente, nem alimento o desejo enganoso de ser poderoso a qualquer preço, o meu apreço é pela amizade e eu gosto de viver com humildade. Mas não sou cavalo que se assusta com o estalo do chicote, e pro dono da mão que maneja o facão da opressão eu respondo com a alegria e a leveza da minha poesia, na certeza de que um dia o cipó vai virar no lombo de quem mandou me chicotear. – Eu fui boiadeiro afamado e festejado neste sertão brasileiro, mas desamontei e a minha coroa de rei eu deixei abandonada no galho de um angiqueiro na beira da estrada. Larguei mão desse serviço porque eu vi que nessa lida a minha vida tava perdendo o viço, e quando eu já não sabia mais se eu era o patrão ou se fazia parte da boiada eu resolvi fazer parada pra campear outro rumo e pôr de novo meu coração no prumo. Sidnei MaschioSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio trazemos um texto reflexivo e inspirador do meu grande amigo e maestro Dyonisio Moreno que também se mostra um grande escritor, inspirado nas sugestões dos alunos do 5º semestre de Publicidade e Propaganda da Universidade Metodista de São Paulo, onde é professor. Pra você ouvir, sentir e se inspirar… Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   O Extraordinário A gente nem de longe podia imaginar que em meio a tanta velocidade, numa rotina que nos atropela, nos oprime e não espera por ninguém, seríamos condenados a parar. Nós estávamos acostumados a correr contra o tempo, a passar por cima de tudo e de todos, simplesmente pra continuar na mesma situação. Mas ele, dissimulado e silencioso nos alcançou, e de uma maneira covarde e sádica nos feriu, bloqueou… e nos isolou. Diante do imprevisível sofremos, choramos, nos deprimimos, por vezes procuramos em vão a saída, mas tivemos que nos submeter e nos resignar. Batalhas se vencem em conjunto, com coragem e equilíbrio. Certamente nós vamos reverter este cenário e retornar a nossa vida social. Pode ser que demore um pouquinho…, ou um pouco mais do que a gente esperava…, mas tenha certeza de que as coisas vão se recompor. Vai ser preciso confiança, persistência, resiliência, desapego e mente aberta para o singular. Os vínculos, negócios, transações não serão mais como antes. Nós vamos ter que conquistar um “novo normal”. Mas, em meio a esse caos, talvez a gente possa descobrir caminhos que aliviem nossa ansiedade e apaziguem nossos corações: Ligue para os que estão distantes, bata um papo com aquela tia chata, exercite a tolerância. Divirta-se mais com seus pets, ou adote um cachorro. Arrume a gaveta de meias, faça um bolo, transforme seu desencanto num poema, e encante alguém. Assista de novo aquele filme inesquecível. Toque violão, piano, flauta ou escute uma música que inspire. Arrisque uma língua nova. “Perché non studiare un po’ di italiano?” Descanse mais. Leia mais, procure um novo foco de interesse: que tal astrologia, ou balonismo, ou orquídeas? Você pode descobrir seu talento como mestre-cuca… ou escritor. Já pensou alguma vez em tricotar? Pinte um quadro, ou a parede do seu quarto. Componha uma música ou cante na janela do apartamento. Proponha um jantar temático, ou faça um caprichado sanduíche de queijo. Espalhe o surto… de esperança. O importante é ter cautela e não perder a fé, a certeza que tudo vai amenizar, mesmo que a melhora nos leve a um novo estilo de vida e convivência. E um dia vamos poder contar com orgulho, a nossos filhos ou netos, que nós fomos a geração que superou o que nem a ficção de Hollywood concebeu com tanta competência: o imponderável, o impensado…, o extraordinário. Dyonisio MorenoSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Para esta semana especial, quando se comemora o Dia dos Namorados, o Podcast Texto Sentido traz um texto escrito e narrado por Antônio Viviani. É so se deixar levar pelo romantismo e viajar nas palavras e trilha sonora composta por Marcelo Gagliotti. Portanto, ouça e sinta… Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   Adoro-te Já não amo amar-te. Meu peito explode ao sentir-te Perto ou longe. Amar é pouco. Não basta. Adoro o que me faz bater o coração. Já não bate. Fica acelerado quando te imagino E me recordo de tudo o que já vivemos. O todo. Adoro-te! E até mais que isso. Estás acima do que seria normal, Razoável sentir. Só isso que digo. E repito: Adoro-te! E não consigo suportar a menor Possibilidade de perder-te. Tua presença é constante Em meu coração e minha mente. Já não amo amar-te. Adoro-te eternamente, Amor meu. Avi’VSee omnystudio.com/listener for privacy information.
No episódio #021 do nosso podcast mais um texto baseado em um desenho de Rodrigo de Castro Scott. Imagine-se deitado ao relento olhando para um céu estrelado e embarque nesta viagem até as “Constelações”… Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   Constelações Incomensurável é este universo visível aos olhos e compreendido pela razão. Mas como classificar aqueles universos que não são captados pelos órgãos sensoriais e apenas impelidos ao conhecimento abstrato? Hoje o céu está nublado e não posso ver as estrelas! Para que o abstrato se faça presente, é preciso enganar a razão, essa severa tutora com a palmatória da lógica nas mãos. O abstrato é ilógico para as cabeças humanas. A brisa leve do começo da madrugada acalma meu corpo e me inebria. Penso que aquilo que não se vê é grande, muito grande, sete vezes maior. Os sons que não ouvimos. Os aromas que não sentimos. O universo invisível é poderoso. A pedra fria do chão é filosofia e me faz sentir a eterna efemeridade das coisas. Gosto do silêncio dessa hora porque não verbalizo pensamento. Vejo o clarão da lua por trás das nuvens e crio meu próprio mundo invisível. E ele é como as estrelas que estão encobertas, continua brilhando sem que eu o perceba e ilumina cada átomo do meu corpo. São constelações paridas na mente. Senti um pingo de chuva, acho melhor entrar. Quando eu estiver lá dentro, tudo que eu contemplei aqui fora já estará distante, perdido em algum ponto dessa caminhada elíptica da terra pelo universo visível. Já o invisível levarei comigo para o interior de minha casa. O sol a tudo irá clarear, mas apagará as estrelas. Rodrigo de Castro ScottSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Sabe aquela expressão “A palavra é prata, o silêncio é ouro”? Pois foi assim que recebemos este texto de Lígia Sales com palavras que conseguem exprimir em todo o seu significado o quanto pode ser de ouro o silêncio em determinados momentos. E como a vida nos ensina com o tempo e assim passamos a agir de forma inversa a como agíamos antes. Olhos e ouvidos abertos para mergulharem e sentirem em “Silêncio” o episódio de hoje do Texto Sentido. Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   Silêncio O tempo faz com a gente, modificações cruéis. Todos nós mudamos para melhor e pior. Há tempos, percebi que muitas das minhas convicções sobre mim mesma, foram totalmente transformadas. Eu me achava tão dona da verdade. Não sou. Nunca fui. Eu me achava tão resoluta. Se fui, não sou mais. Admito a necessidade de outros sons que não sejam somente os meus. Eu me considerava tão forte diante de tudo. Passou. Eu sempre quis dar a última palavra, numa troca de farpas, numa decisão, sempre achei que tivesse os “melhores” argumentos. Balela. Descobri o quão oportuno e confortante é, muitas vezes, me calar também. Como é bom deixar pra lá! É bom ouvir meus pensamentos e guardar minhas conclusões somente para mim. Entendi a pluralidade das opiniões e antes de qualquer conclusão e julgamento, tentar separar o coração da razão de cada um. Eu acho…e somente acho, que cresci um pouco. Como dizem, crescer dói, mas este crescimento interno é reconfortante. Ainda que, muitas vezes, a vida peça que eu grite, o tempo me revelou que eu posso dizer não, e se isto ferir alguém, mesmo sem nenhuma breve intenção, que seja pelo silêncio que agora, me dou de presente. Lígia SalesSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Em nosso episódio #019 mais um texto de Caetano Sayão com o qual podemos nos deliciar com uma mensagem que nos levará a muitas reflexões. É por isso que convidamos a todos para relaxarem e curtirem “Noite”. É só ouvir e sentir… Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   Noite Névoa se adensa pelas ruas. Encobre o chão, esconde as árvores. Sua teia é como minha tristeza, quer me cobrir com seu tecido leve. Vejo as luzes mortiças nos postes enfileirados. Sinto os olhos cansados pelo tempo. Um tango moderno toca no rádio. Onde ficou minha alegria? A lua teima em não aparecer. – Talvez não queira iluminar meus sentimentos.. Vejo o passado em imagens guardadas no celular. – A doçura de olhos infantis apaixonados – Uma risada estampada num grupo de amigos – Um amor que já foi A taça de vinho me ajuda a espantar pensamentos. Sabiá insone me diz que não estou só. Vou me alimentar de mais paciência. Ainda vou viver as alegrias que quero: uma nova música. Um amor. Um novo dia. Caetano SayãoSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Mais um texto de Renato Castanhari que nos faz refletir sobre o momento que o mundo passa e, particularmente, cada um de nós. Está no ar o episódio número 18 do Texto Sentido pra você ouvir, refletir, curtir e sentir… Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   NÃO PENSEI Não pensei que viveria para ver a vida pela janela de casa Ver o dia passar e eu sem sair, interagir, ir e vir, só refletir Não pensei Não pensei ter que me distanciar da família, dos amigos, do amor Me trancar, me afastar, me fechar, só digitar ou ligar, talvez acenar Não pensei Não pensei que viveria para ver meu amor pela tela, sem aquela tagarela Não pensei ficar sem seu corpo, sem contato, muito louco, que sufoco Não pensei E agora, pensando, pensando, sinto que vai tudo mudar No andar, no tocar, no buscar melhorar, na forma de pensar E aí, vai ter valido a pena parar, distanciar, refletir, ficar sem sair Não pensei que seria assim, mas está no ar, vai tudo passar Renato CastanhariSee omnystudio.com/listener for privacy information.
No episódio de hoje Thelma Antun nos brinda com um texto delicioso. Esperamos que todos que um dia já viveram uma paixão, um grande amor, ouçam e sintam… Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   #SaudadeDeVocê Eu tenho saudade Ela tem nome Sobrenome Tem endereço Tem caixa postal, também E tem hashtag #saudadedevoce Dos dias que vivemos o melhor Muito ou pouco Quem importa? Era o que cada um tinha pra doar Saudade do encontro sorrateiro Verdadeiro Traiçoeiro Quase deixando se apaixonar O melhor 2 em 1 que se pode imaginar Um amor obscuro Revelado para as paredes Para a mesa do lado Para o vizinho solitário Ou para o motelzinho de quinta que ousamos entrar Um amor transparente para nós dois Uma saudade secreta que sobrou apenas no meu olhar. Thelma AntunSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Um texto lúdico é o que apresentamos neste episódio do nosso podcast: palavras sutis e de grande imaginação escritas a partir de um desenho do autor Rodrigo de Castro Scott. É hora de deixarmos nossa imaginação tomar conta e nos deliciarmos com… “Bolhas”. Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   Bolhas A luz que invadia o quarto naquela tarde outonal tinha uma essência, alguma coisa de tão elemental, que todo o ambiente parecia ter sido agasalhado por uma colcha de vó. Pairavam junto às partículas de poeira; aquelas vistas através dos raios de luz que trespassam as frestas das janelas e vão aureoloar os criados mudos, pequenas bolhas, microscópicas bolhas, granuladas bolhas de felicidade. Eram tão sutis e delicadas que se assentavam em todos os cantos do cômodo, envernizando a laca dos móveis. Enevoavam os olhos, entravam pelas narinas, enchiam os pulmões e irrigavam todo o corpo pela corrente sanguínea. Nesse momento o ar se perfumava e tudo fazia sentido. O tempo adormecia. Eram imperceptíveis e atemporais. Não se sabe de onde vinham e nem para onde iam. Mas de tempos em tempos sarapintavam a casa de número 22 da Vila das Preces. Rodrigo de Castro ScottSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Um poema lindíssimo de Bruna Tang é o que teremos no nosso Podcast Texto Sentido desta semana. Quantas vezes damos atenção àquele simples objeto com o qual convivemos diariamente? Uma pia, um sofá, uma cama e… que tal, uma porta? É sobre isso que convidamos a todos para ouvir e sentir. É “Sobre Portas”. Se você tem algo escrito de sua autoria ou de alguém que concorde que seja publicado aqui, envie para o e-mail: podcasttextosentido@gmail.com.   Sobre portas Sempre gostei de admirar portas E claro, com a curiosidade de quem quer saber o que se passa por detrás delas. Poderia me admirar por jardins, quintais, varandas Talvez até por mezaninos ou enormes janelas… Mas para toda pessoa torta, Assim como eu, o que realmente importa é: ⁃ O que existe por trás da porta?! E se acaso a porta se abre, fará ela barulho? E se esconde entulho? Se abre, clareia, se fecha, escuro. Por que vamos abrir a porta Se alguém chega ou vai embora? Pra mostrar assim que desejamos a volta E que nesse retorno não haja demora. A vida começa sempre assim Passamos pela porta em rumo do dia Dinheiro, trabalho, carros e meios-fios… Quando voltamos passamos pela mesma porta A mãe, o pai, o filho. Ela ao se abrir acredita que cabe Mais luz, mais vento Por trás da porta não existe relento Dorme toda família, aposentos. Será que existe amor, existe alegria? O que a porta esconde é magia Ela protege, abraça, abriga O que do lado de fora só se imagina, Rotina. E por fim, se a porta deixa de receber, acolher Nenhuma brecha, nenhuma visita Irão mais acontecer. Nem a brisa, nenhum feixe conseguirão adentrar Como um sinal de que ninguém mais vive ali e que morta a porta está! Bruna TangSee omnystudio.com/listener for privacy information.
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