DiscoverUm Género de Conversa
Um Género de Conversa
Claim Ownership

Um Género de Conversa

Author: Rádio Comercial | Patrícia Reis e Paula Cosme Pinto

Subscribed: 487Played: 9,386
Share

Description

Este podcast é sobre mulheres. Não é vedado aos homens mas, insistimos, é sobre as mulheres. Uma hora de conversa entre mulheres, sobre mulheres, para mulheres. Os homens que calharem a ouvir são capazes de beneficiar com isso. Pelo menos elas acham que sim. Uma é a Patrícia Reis, a outra a Paula Cosme Pinto, e são elas as anfitriãs deste lugar de fala feminino.

Um podcast Rádio Comercial.

73 Episodes
Reverse
Atriz, manequim, humanista, voz incansável na defesa dos direitos fundamentais: Sofia Aparício faz parte da mais recente missão da Flotilha Humanitária, que visa romper o cerco israelita a Gaza e entregar ajuda àquela população. Antes de embarcar, falou-nos não só sobre as suas inquietações quanto a esta viagem, mas também do que a motiva a envolver-se nas mais variadas demandas sociais enquanto cidadã e figura pública.
Licenciada e mestre em Direito, e trabalhou durante mais de vinte anos em multinacionais. Porém, foi no estudo da mente e das emoções que encontrou o seu rumo, após se fartar da busca impossível pela perfeição na trindade mãe, mulher e profissional. Licenciou-se em Psicologia e há vários anos que é Terapeuta Integrativa e Sistémica. Pelo caminho lançou o best-seller “Eu Sou Porque Eles Foram” e mais recentemente o livro “Sara-te! - As Mulheres e o seu Legado Transgeracional”.
Filipa Martins começou a competir na ginástica aos 4 anos de idade. Hoje, é considerada a segunda melhor ginasta da Europa, a primeira portuguesa a classificar-se para uma final de All Around nos Jogos Olímpicos e também é a única que tem um elemento com o seu nome.
Maria João Faustino é doutorada em Psicologia pela Universidade de Auckland. Tem feito investigação sobre violência sexual e respetivas dinâmicas genderizadas. Há mais de dez anos que estuda estas questões e nesta conversa explica os tempos que estamos a viver. E deixa um recado: temos de resistir.
Bia Caboz é afilhada de Ana Moura no fado, mas o seu percurso musical é o da fusão musical. A sua persona artística levou-a a fazer cirurgias na cara e fala disso abertamente. Não esconde a sua ansiedade e o seu percurso feito com o apoio de muitas mulheres.
Neste episódio gravado ao vivo na icónica livraria Buchholz, a escritora Tânia Ganho teve como ponto de partida o universo do seu último romance, “Lobos”. Com a coragem e a clareza que lhe são conhecidas, fala sobre as teias complexas da violência psicológica na intimidade, os perigos da adulteração de imagens no contexto digital, a perda do direito à privacidade e os malefícios de uma masculinidade assente em estereótipos físicos e de agressividade, que está a arrastar cada vez mais jovens para práticas que põem as suas vidas em risco.
Muitos descrevem-na como uma “badass”, e não é para menos: Mariana van Zeller é a autora da série documental “Na Rota do Tráfico”, onde revela os segredos do submundo do crime. Vive há mais de vinte anos nos EUA, onde dá cartas no jornalismo de investigação, arrecada prémios – é vencedora de nove Emmys - e explora histórias que muitos consideram demasiado perigosas. Uma conversa que vai desde a perseguição aos imigrantes pela administração de Trump à gestão do medo em cenários de vida ou de morte, passando pela importância da conexão humana enquanto jornalista e ainda a vantagem que tem ao ser subestimada enquanto mulher quando aborda criminosos.
Irene Flunser Pimentel: historiadora, antifascista, defensora da democracia, a liberdade é o que a move. Estudou a PIDE, o Estado Novo, as manhas do regime de Salazar, ganhou o Prémio Pessoa e é criticada por muitos por ser demasiado assertiva. Neste episódio do podcast Um Género de Conversa, fala sobre a possibilidade de já estarmos a viver uma terceira guerra mundial, pasma-se com o estado ”enlouquecido” da política nacional e internacional, aponta o dedo ao discurso anti-imigração e relembra como era a vida das mulheres na ditadura.
Célia Metrass é uma figura histórica do feminismo Portugal. Foi co-fundadora do Movimento de Libertação das Mulheres, o primeiro movimento pós-25 de Abril com enfoque na luta contra a discriminação de género, e escreveu o primeiro — e por mais de uma década o único — livro sobre aborto em Portugal, em co-autoria com Maria Teresa Horta e Helena de Sá Medeiros. Volvidos 50 anos, reflete sobre as ameaças a direitos femininos conquistados a pulso, como o da IVG, mas também sobre “o grande trambolhão” que os homens tiveram no que toca ao conceito de masculinidade.
Clarrise Machanguana foi a primeira moçambicana a conquistar a liga feminina de basquetebol dos Estados Unidos. Dentro do universo do desporto de alta competição, os obstáculos à maternidade, as disparidades salariais e a saúde mental levada ao limite são temas que conhece de cor. Quando deixou WNBA, criou uma fundação com o seu nome em Moçambique, e aí dedica-se a apoiar mulheres, jovens e crianças através da saúde, educação e desporto. Já ajudou mais de 25 mil pessoas, mas sente que continua tudo por fazer.
Inês Marinho viu a sua vida e intimidade violada através de imagens suas publicadas na Internet por alguém que lhe era próximo. Não é caso único: diariamente, em plataformas como o Telegram ou o Reditt, milhares de homens partilham, comentam e expõem mulheres sem o seu consentimento. A sociedade continua a ser permeável ao julgamento moral: eles, amiúde, são os garanhões, elas são “as porcas”. Inês decidiu combater isto e criou a associação Não Partilhes, onde lhe chegam pedidos de ajuda de mulheres, dos nove anos aos 60, vítimas de abuso através de imagens.
Investigadora, jurista, ex-Secretária de Estado para a Igualdade, Maria do Céu da Cunha Rego é uma figura histórica da luta pelas licenças de paternidade e a conciliação do trabalho, da família e da vida privada. Nascida no Alentejo, em 1950, soma prémios pelo relevante contributo da sua atividade profissional e cívica. Com um sentido de humor ímpar, continua a esmiuçar ideias feitas sobre o que é ser homem ou mulher ou quais os papéis prescritos pela sociedade para uns e outras.
Sara Rocha é autista e uma voz forte na defesa dos direitos na deficiência, tanto em Portugal como a nível internacional. Nas redes sociais, não só publica informação empírica, como rebate ideias feitas e partilha as suas vivências pessoais. Fora da web, é Presidente da Associação Voz do Autista e trabalha na Escola de Medicina Clínica da Universidade de Cambridge. A criminalização da esterilização forçada de pessoas com deficiência é uma das suas maiores lutas, uma das múltiplas formas de violência a que principalmente as meninas e mulheres continuam a estar sujeitas em Portugal.
Catarina Rochinha é uma voz forte contra estereótipos de género, ativista pela positividade corporal e agitadora de consciências para a importância da diversidade. Não tem vergonha do seu corpo e pratica a aceitação do que vê ao espelho como um mantra diário. Nas redes sociais, despe-se de filtros e de preconceitos. Neste episódio, a conversa versa ideais de beleza, o policiamento aos corpos femininos, inclusive no seio da família, o peso de validação estética, o impacto do bullying e a importância de maior transparência por parte de quem produz conteúdos digitais (e não só).
Joana Dias foi alvo de violência doméstica. Fala abertamente sobre o que viveu, como foi agredida, o que a limitou. A escritora, criadora de conteúdos e autora do podcast e da série “A Mim, Nunca”, não gosta da palavra vítima, mas reconhece que a cicatriz não sara com facilidade. Dez anos depois, ainda procura respostas. O livro, Nós, as indecentes, sendo ficção é um retrato que se constrói a partir da realidade vivida.
Sandra Ribeiro é a Presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, o organismo responsável pela promoção e defesa do princípio da igualdade entre mulheres e homens. É, portanto, nos seus ombros que recaem as matérias que muitos ainda insistem em considerar ora um perigo, ou uma moda ideológica. Do combate à violência doméstica à importância da educação para a cidadania, das disparidades laborais ao desprimor dos seus próprios pares quanto às suas lutas, traça-nos um cenário realista sobre onde está Portugal hoje quando falamos de igualdade. Não tem dúvidas: o mais difícil de mudar são as mentalidades
Júlia Pinheiro já fez quase todos os formatos televisivos que existem e é um nome incontornável na comunicação social portuguesa. Neste 50 minutos de conversa, conta quão tormentosa foi para si a menopausa, uma altura de “sofrimento profundo”, pautada pela falta de resposta médica adequada. Fala também sem pudor sobre como é envelhecer em direto na televisão nacional, de como se mantém um casamento longo, da relação com os filhos, da inversão de papéis para passar a ser cuidadora da mãe e da eterna dificuldade feminina de encontrar espaço para o auto-cuidado, ao qual não foi imune. Descuidou-se durante muito tempo, porque era preciso cumprir com várias frentes.
A escritora Ana Bárbara Pedrosa decidiu que queria ser mãe, desde sempre. Mergulhou num processo de fertilização e fê-lo sozinha. Guardou dinheiro durante anos, planeou tudo com cuidado e seguiu o seu plano. O processo foi longo, sofreu os revezes, driblou expectativas e sobreviveu às frustrações, gastou muito dinheiro. Três inseminações e três ciclos de FIV depois, nasceram a Maria e o David. A conversa neste episódio é sobre essa opção de ser mãe acima de tudo.
Fernanda de Almeida Pinheiro é Bastonária da Ordem dos Advogados, a terceira mulher a ocupar o cargo. Nunca fez parte das grandes sociedades de advogados, não alinha “em tachos” e defende com determinação os pilares da igualdade. Características que lhe renderam a alcunha de “sindicalista” e os mais diversos insultos públicos. Uma conversa sobre as fragilidades da advocacia em Portugal, onde o direito a baixa médica ou licença parental continuam a ser uma miragem.
Atriz reconhecida da televisão nacional, Matilde Breyner tem dado também a cara enquanto mulher que quer quebrar o silêncio que ainda envolve a perda gestacional. Sofreu uma primeira às 6 semanas de gravidez, outra aos seis meses. Conhece bem as dores físicas e psicológicas desta realidade e usa a sua história e experiência para ajudar outras pessoas que estejam a passar pelo mesmo. São 50 minutos de conversa sem filtros sobre trauma, culpa, luto, esperança e amor.
loading
Comments