"Iriam para diante, alcançariam uma terra desconhecida. Fabiano estava contente e acreditava nessa terra, porque não sabia como ela era nem onde era."
"Suspirou. Que havia de fazer? Fugir de novo, aboletar-se noutro lugar, recomeçar a vida..."
"Como a gente muda! Era. Estava mudado. Outro indivíduo, muito diferente do Fabiano que levantava poeira nas salas de dança. Um Fabiano bom pra aguentar facão no lombo e dormir na cadeia"
"O único vivente que o compreendia era a mulher. Nem precisava falar: bastavam os gestos."
"Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolaria com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de Preás, gordos, enormes."
"Comparando-se aos tipos da cidade, Fabiano reconhecia-se inferior. Por isso desconfiava que os outros mangavam dele. Fazia-se carrancudo e evitava conversas. Só lhe falavam com o fim de tirar-lhe alguma coisa."
"Estivera uns dias assim murcho, pensando na seca e roendo a humilhação. Mas a trovoada roncara, viera a seca, e agora as goteiras pingavam, o vento entrava pelos buracos das paredes."
"Não acreditava que um nome tão bonito servisse para designar coisa ruim. E resolvera discutir com Sinha Vitória. Se ela tivesse dito que tinha ido ao INFERNO, bem... mas tentara convencê-lo dando-lhe um cocorote, e isto lhe parecia absurdo."
"Havia muitas coisas. Ele não podia explicar, mas havia. Fossem perguntar a seu Tomás da bolandeira, que lia livros e sabia onde tinha as ventas. Seu Tomás da bolandeira contaria aquela história. Ele, Fabiano, um bruto, não contava nada. Só queria voltar para junto de sinha Vitória."
"Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali. Aparecera como um bicho, entocara-se como um bicho, mas criara raízes, estava plantado."
"Uma, duas, três, havia mais de cinco estrelas no céu. A lua estava cercada de um halo cor de leite."