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Viva a Língua Brasileira - Sérgio Rodrigues
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Viva a Língua Brasileira - Sérgio Rodrigues

Author: CBN

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Description

O escritor Sérgio Rodrigues fala das curiosidades do português falado no Brasil, seus usos e suas transformações ao longo do tempo.
27 Episodes
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No Latim, há três gêneros. Por isso, em Português, que deriva desta língua, as palavras masculinas ‘quebram um galho’ como gênero neutro. Há uma forte corrente que diz que isso é, na verdade, um traço de machismo.
'Poeta' é um exemplo desta situação. Ela começou exclusivamente masculina, mas acabou designando também as mulheres. Já com a palavra presidente aconteceu o contrário. Dilma queria ser chamada de presidenta.
Se expressão perder o valor, o crime e a perversão também podem acabar sendo banalizados. Quanto à polêmica das exposições em São Paulo e Porto Alegre, vale mais a pena discutir a classificação indicativa e os rumos que a arte está tomando.
A história mais aceita começa na Guerra de Canudos. No local, havia uma planta com esse nome, em um morro. Os combatentes do Rio de Janeiro que voltaram para a cidade pediram permissão para construir moradias no Morro da Providência, que passou a ser chamado, também, de Morro da Favela. Com o tempo, a palavra deixou de ser nome próprio e se tornou substantivo.
'Discar, 'virar o disco' e 'cair a ficha' são exemplos de expressões baseadas em costumes que quase não existem mais.
Em vez de reformar um sistema falido, os políticos resolveram fazer uma maquiagem, mudando os nomes das legendas, cortando a palavra ‘partido’ nos nomes. A técnica é mais usada em marcas e produtos que enfrentam grandes escândalos com o objetivo de melhorar a imagem de empresas.
No caso dos EUA, a expressão ‘supremacista branco’ vem da ideia de supremacia dos brancos, superioridade absoluta e incontestável. No entanto, não fica claro que estamos falando de racistas. Pode soar como eufemismo e dar a entender que o grupo tem uma causa nobre, o que é mentira.
Discussão serve para ajudar na ampliação da consciência critica das palavras. Depende de cada um analisar se está sendo justo ou não.
A palavra homossexualismo nasceu da ideia que de a homossexualidade era uma doença. Por isso, o movimento gay começou a exigir a mudança no uso dos termos.
Mídia ou media?

Mídia ou media?

2017-08-0108:40

As duas palavras são usadas para designar o coletivo de meios de comunicação. A primeira no Brasil e a segunda em Portugal. Nenhuma das soluções é perfeita, mas a brasileira parece mais funcional.
Na frase 'antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar', o pecado é a hipercorreção. Em vez de usar, 'encontra-se' prefira dizer 'está'. Em vez de 'o mesmo', era possível usar 'ele'. Talvez o melhor fosse reescrever toda a frase: 'antes de entrar, verifique se o elevador está parado neste andar'.
"Loura" virou "loira". O "então" está cada vez mais presente no início das frases. O "sinal de trânsito" já começa a parecer como "farol". "Night" virou "balada". Parte da explicação está no domínio do poder econômico. Com isso, parte da cultura do estado acaba sendo exportada em livros, programas de TV e músicas, por exemplo.
A expressão portuguesa “se calhar, isso acontece” se refere a uma possibilidade sobre a qual não há garantia. No Brasil, há várias outras formas de dizer isso: “se bobear, de repente, talvez, quem sabe, vai ver que”.
Usadas em sentido hiperbólico, elas se referiam à fartura alimentar das casas, quando as refeições sobravam até para alimentar os animais. Outras expressões como 'pra dedéu' e 'pra caramba' não têm, necessariamente, sentido lógico. Elas são usadas mais pelo som do que pelo sentido e até para evitar o uso de palavrões.
Elas são códigos que surgem de grupos mais ou menos fechados e são usadas para reforçar a identidade de um grupo ou de excluir quem não pertence a ele.
O gramático Antonio de Castro Lopes era o inimigo numero 1 das palavras estrangeiras, o homem que inventou a palavra ‘cardápio’ para substituir ‘menu’. Antonio Castro Lopes era carioca. Ele nasceu em 1827 e morreu em 1901. Na época, as pessoas abusavam do francês. Mais do que entender a língua que o Brasil falava, ele queria revolucionar. Ele era um inconformado com palavras importadas.
A frase apareceu no contexto político em 31 de julho de 1992, com secretária Sandra Regina de Oliveira. Paulista de Araraquara, ela foi depor na CPI que investigava PC Farias. Em sua participação, ela disse ‘se tudo isso acabar em pizza, como alguns querem, será o fim do país’. No entanto, a frase já existia em São Paulo, no contexto esportivo, com o jornalista Milton Peruzzi. Em todo o fim de crise no Palmeiras, ele dizia que eles haviam assado uma pizza e tinha ficado tudo certo.
O linguista discute as máximas repetidas como verdade, como por exemplo: mulheres falam mais do que os homens? Segundo ele, as mulheres tendem a falar mais na esfera pessoal, enquanto os homens falam mais quando o assunto diz respeito a poder. Não há nada biológico que indique que as mulheres tendem a falar mais do que os homens.
Uma pesquisa da Holanda chegou a essa conclusão. A premissa é que as pessoas que recorrem a essa linguagem falam o que têm vontade, diferentemente de quem escolhe mais as palavras. Aécio Neves, gravado durante delação da JBS, é um dos que mais fala palavrão.
A língua portuguesa é tão dinâmica que a gramática tradicional não traz todas as respostas. Esse é o caso da expressão ‘mega’.
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Comments (1)

Fernando Madrigal

Bom dia, Eu sou de Costa Rica e estou estudando português brasileiro, disfruto muito seu podcast, queria decir que em meu país "Ojala" é muito usado, e a gíria legal también existiu e ainda é usada

Oct 12th
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