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Xingu: terra marcada
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Xingu: terra marcada

Author: Unknown

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O Parque Indígena do Xingu, primeira grande terra indígena demarcada no Brasil, completa 60 anos em 2021. Abriga mais de 6 mil pessoas de 16 povos. Este podcast, concebido e apresentado por Guilherme Freitas, conta a história da demarcação e relata as ameaças frequentes a seus habitantes. A série tem depoimentos de lideranças indígenas, antropólogos e pesquisadores.
5 Episodes
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Os 60 anos do Parque Indígena do Xingu não têm sido comemorados pelos povos indígenas que vivem nele. A pandemia da Covid-19 os obriga ao isolamento e provoca mortes, inclusive de líderes como Aritana e de anciãos que são pilares das comunidades. Incapaz de combater a pandemia, o governo de Jair Bolsonaro tampouco se esforça para conter outras graves ameaças: o desmatamento e os incêndios. E ainda defende a liberação de terras para mineração, garimpo e construção de hidrelétricas. Os indígenas se organizam para enfrentar essas adversidades e as denunciam. Em janeiro de 2021, os caciques Raoni e Almir Suruí apresentaram uma denúncia contra Bolsonaro no Tribunal Penal Internacional de Haia. Neste episódio, os correspondentes do podcast no Xingu, Kamikia Kisedje e Takumã Kuikuro, retratam esse momento por meio dos próprios depoimentos e de entrevistas feitas com lideranças.   Concepção, roteiro e apresentação: Guilherme Freitas Edição e pesquisa: Luiza Silvestrini Coordenação: Luiz Fernando Vianna Correspondentes no Xingu: Kamikia Kisedje e Takumã Kuikuro Mixagem e finalização: Claudio Antonio Gravação: Filipe Di Castro Identidade visual: Waxamani Mehinako Distribuição: Mario Tavares Trilha sonora: Músicas do disco “A dança dos sopros: aerofones Kuikuro do Alto Xingu”, gravado em 2006 com produção de Carlos Fausto e coordenação musical de Jakalu Kuikuro   A narrativa kuikuro que abre a série foi registrada pela antropóloga Bruna Franchetto e contada pelo chefe Atahulu Kuikuro na aldeia Ipatse, em 1982. A narrativa completa está no livro “Povos Indígenas no Brasil 1996-2000”, publicado pelo Instituto Socioambiental.   Entrevistados do episódio: Ianukula Kaiabi Suiá: Presidente da Associação Terra Indígena do Xingu. Hwitxi Kisedje: Assessor da Associação Indígena Kisedje. Kamikia Kisedje: Cineasta, diretor de “Os kisedje contam sua história” e outros filmes. Poiko Kaiabi Suiá: Técnico de enfermagem do Polo Wawi. Takumã Kuikuro: Cineasta e fundador do Coletivo Kuikuro de Cinema, diretor de “As hiper-mulheres” e outros filmes.  
Episódio 2 – A ilha

Episódio 2 – A ilha

2024-04-0639:31

Vários entrevistados apontam o Território Indígena do Xingu como uma espécie de ilha verde cercada de ameaças: fazendas, cidades, desmatamento, destruição de rios e matas. Este episódio conta a história da região desde antes da chegada dos brancos. E mostra como se deu a luta pela demarcação, que contou com o empenho de, entre outros, Cândido Rondon, Darcy Ribeiro e, especialmente, os irmãos Villas-Boas. Foi também uma vitória das lideranças xinguanas e da diplomacia indígena. O parque é fundamental para a preservação dos modos de vida dos povos.   Concepção, roteiro e apresentação: Guilherme Freitas Edição e pesquisa: Luiza Silvestrini Coordenação: Luiz Fernando Vianna Correspondentes no Xingu: Kamikia Kisedje e Takumã Kuikuro Mixagem e finalização: Claudio Antonio Gravação: Filipe Di Castro Identidade visual: Waxamani Mehinako Distribuição: Mario Tavares Trilha sonora: Músicas do disco “A dança dos sopros: aerofones Kuikuro do Alto Xingu”, gravado em 2006 com produção de Carlos Fausto e coordenação musical de Jakalu Kuikuro   O filme do SPI que aparece neste episódio foi feito em 1946 pelo cinegrafista Nilo Vellozo e cedido pelo Acervo do Museu do Índio-Funai. A entrevista com Orlando e Cláudio Villas-Boas foi feita pelo jornalista Amaral Netto em 1968, no Parque Indígena do Xingu, e está no Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. O registro do quarup em homenagem ao Orlando é de um Globo Repórter exibido em setembro de 2003 e pertence ao Acervo Conteúdo Globo. A entrevista de Orlando foi feita pela CBN em 2002 e cedida pelo Centro de Documentação e Pesquisa do Sistema Globo de Rádio.   Entrevistados do episódio Ailton Krenak: Ambientalista, ativista e escritor, autor de “Ideias para adiar o fim do mundo” e outros livros. André Villas-Bôas: Indigenista e secretário-executivo do Instituto Socioambiental, coordenou durante 20 anos o Programa Xingu do ISA. Carlos Fausto: Antropólogo do Museu Nacional/UFRJ, autor de “Os índios antes do Brasil” e outros livros. Megaron Txucarramãe: Líder kayapó e primeiro indígena a se tornar diretor do Parque Indígena do Xingu, em 1984.  
Se no século 19 as fotografias feitas por brancos expressavam um desejo de domesticação dos indígenas, hoje são os próprios indígenas que se representam, contam suas histórias. “Nossa arma era arco e flecha. Hoje, nossa arma é o audiovisual”, diz Takumã Kuikuro, resumindo o papel das imagens nas lutas dos povos do Xingu. Ele é cineasta, assim como o outro correspondente do podcast, Kamikia Kisedje. A história dos encontros entre indígenas e fotógrafos brancos, que é um dos temas deste episódio, tem personagens importantes como José Medeiros e Henri Ballot, enviados ao Xingu nas décadas de 1940 e 1950 pela revista “O Cruzeiro”. Os acervos de ambos estão no IMS, assim como o de Maureen Bisilliat, que conheceu o parque em 1973 a convite de Orlando Villas-Boas e desenvolveu uma relação intensa com as culturas xinguanas. Na entrevista, ela fala de seu amigo Aritana, um dos grandes líderes do Xingu e que morreu de Covid em 2020.   Concepção, roteiro e apresentação: Guilherme Freitas Edição e pesquisa: Luiza Silvestrini Coordenação: Luiz Fernando Vianna Correspondentes no Xingu: Kamikia Kisedje e Takumã Kuikuro Mixagem e finalização: Claudio Antonio Gravação: Filipe Di Castro Identidade visual: Waxamani Mehinako Distribuição: Mario Tavares Trilha sonora: Músicas do disco “A dança dos sopros: aerofones Kuikuro do Alto Xingu”, gravado em 2006 com produção de Carlos Fausto e coordenação musical de Jakalu Kuikuro   O filme do SPI que aparece nesse episódio foi feito em 1946 pelo cinegrafista Nilo Vellozo e cedido pelo Acervo do Museu do Índio, da Funai. A entrevista de Aritana está no filme “Xingu, 2020”, da Maureen Bisilliat, parte da exposição “Agora ou nunca – Devolução: Paisagens audiovisuais de Maureen Bisilliat”, realizada pelo IMS.   Entrevistados do episódio Fernando de Tacca: Antropólogo, autor de “A imagética da Comissão Rondon” e outros livros. Kamikia Kisedje: Cineasta, diretor de “Os kisedje contam sua história” e outros filmes. Maureen Bisilliat: Fotógrafa, autora do livro “Xingu: território tribal” e do filme “Xingu/Terra”, entre outras obras. Naine Terena: Educadora e curadora especializada em artes indígenas. Takumã Kuikuro: Cineasta e fundador do Coletivo Kuikuro de Cinema, diretor de “As hiper-mulheres” e outros filmes. Veronique Ballot: Diretora do documentário “O segundo encontro”, sobre as viagens do fotógrafo Henri Ballot, seu pai, ao Xingu.
Enquanto os tratores da ditadura estavam à solta nas florestas do país, abrindo estradas como a Transamazônica e a BR-080, o Xingu era exaltado na propaganda oficial como um Éden mantido pelo Estado. Na realidade, o regime incentivava ataques contra os indígenas, invasões de terras e garimpos. A reação ao projeto da ditadura contou com denúncias vindas de várias pessoas e entidades do Brasil e do mundo. E ecoou nas obras de artistas como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Carlos Drummond de Andrade. Mas os protagonistas foram os próprios indígenas, cada vez mais organizados politicamente. O cacique kayapó Raoni se impôs como liderança. Mais tarde surgiram outras, como Ailton Krenak. Com a inauguração, no governo de Dilma Rousseff, da hidrelétrica de Belo Monte, que ameaça a sobrevivência do Rio Xingu,  e a eleição de Jair Bolsonaro, a região sente os efeitos da volta da mentalidade militar ao poder. Os povos continuam resistindo.   Concepção, roteiro e apresentação: Guilherme Freitas Edição e pesquisa: Luiza Silvestrini Coordenação: Luiz Fernando Vianna Correspondentes no Xingu: Kamikia Kisedje e Takumã Kuikuro Mixagem e finalização: Claudio Antonio Gravação: Filipe Di Castro Identidade visual: Waxamani Mehinako Distribuição: Mario Tavares Trilha sonora: Músicas do disco “A dança dos sopros: aerofones Kuikuro do Alto Xingu”, gravado em 2006 com produção de Carlos Fausto e coordenação musical de Jakalu Kuikuro   As duas propagandas da ditadura sobre a Amazônia reproduzidas aqui são “Transamazônica: o caminho do homem”, de 1971, e uma reportagem da Agência Nacional, de 1964. As duas foram cedidas pelo Arquivo Nacional. A entrevista de Orlando Villas-Boas foi feita pelo jornalista Amaral Netto em 1968, no Parque Indígena do Xingu, e está no Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. O trecho do documentário “Índios, memória de uma CPI” foi cedido pelo cineasta Hermano Penna. As reportagens sobre os protestos dos kayapó são do Acervo Conteúdo Globo.   Entrevistados do episódio Ailton Krenak: Ambientalista, ativista e escritor, autor de “Ideias para adiar o fim do mundo”. Megaron Txucarramãe: Líder kayapó e primeiro indígena a se tornar diretor do Parque Indígena do Xingu, em 1984. Olympio Serra: Antropólogo e ex-diretor do Parque Indígena do Xingu. Rubens Valente: Jornalista, autor de “Os fuzis e as flechas: História de sangue e resistência indígena na ditadura”.  
Episódio 5 – A luta

Episódio 5 – A luta

2024-04-0637:41

Lideranças indígenas participaram em 2006 da série de TV “Xingu, a terra ameaçada”, de Washington Novaes. Previram um futuro com ataques aos povos xinguanos na política, na cultura, no meio ambiente. As previsões se confirmaram, mas a resistência aos perigos é forte e crescente. Este episódio contém entrevistas com lideranças das novas gerações, como Mayalu Txucarramãe, neta de Raoni. Mostra como a luta de hoje se dá de formas diferentes, inclusive com participações em disputas eleitorais. E a Associação Terra Indígena do Xingu representa todas as nações da região. O podcast termina com um depoimento contundente de Tapi Yawalapiti, filho de Aritana, grande líder morto em 2020 pela Covid.   Concepção, roteiro e apresentação: Guilherme Freitas Edição e pesquisa: Luiza Silvestrini Coordenação: Luiz Fernando Vianna Correspondentes no Xingu: Kamikia Kisedje e Takumã Kuikuro Mixagem e finalização: Claudio Antonio Gravação: Filipe Di Castro Identidade visual: Waxamani Mehinako Distribuição: Mario Tavares Trilha sonora: Músicas do disco “A dança dos sopros: aerofones Kuikuro do Alto Xingu”, gravado em 2006 com produção de Carlos Fausto e coordenação musical de Jakalu Kuikuro   Os filmes de Washington Novaes citados aqui são “O mundo dos homens livres” e “O direito de viver”, da série “Xingu, a terra mágica”, de 1984. E “O povo Yawalapiti e o futuro do Xingu”, da série “Xingu, a terra ameaçada”, de 2006. Os trechos são reproduzidos aqui com permissão de Pedro Novaes. A declaração de Aritana sobre a importância de os índios falarem pelo Xingu é do filme “Xingu, 2020”, da Maureen Bisilliat, parte da exposição “Agora ou nunca – Devolução: Paisagens audiovisuais de Maureen Bisilliat”, realizada pelo IMS.   Entrevistados do episódio Ianukula Kaiabi Suiá: Presidente da Associação Terra Indígena do Xingu. Mayalu Txucarramãe: Geógrafa, ativista e profissional da saúde indígena, neta do cacique Raoni Metuktire. Tapi Yawalapiti: Líder yawalapiti e filho do cacique Aritana, que morreu de Covid-19 em 2020.  
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