Dessa vez a gente pegou o timing perfeito da parada, parabéns pra gente. Mas quem tá de parabéns mesmo é o filme Marighella, dirigido pelo (voz macia) Wagner Moura que, com sua experiência como ator, conseguiu um resultado eletrizante com parte da história do inimigo número um da ditadura no Brasil. Não é mais uma biografia, nem um documentário, é a imagem do desespero frente as imposições severas que do regime militar, que ainda assombra o nosso presente, de maneira muito sorrateira. O elenco é um apanhadão de gente foda, eles entregam tudo em cena. A fotografia é muito dinâmica, o movimento das câmeras, os ângulos, closes... E não tem como deixar de falar da trilha sonora que já chega arregaçando com o Chico Science e Nação Zumbi! Vale muito a pena ver, super indicamos, e é um filme necessário para o nosso contexto atual. • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski • Cena do filme Marighella e nosso logo.
É, não tem outro jeito de ser mais claro: levaram nosso ouro e continuam levando. A síndrome de vira-lata late muito alto quando o assunto é preservação de acervo. Primeiro foi o PMR, em vida, doando todo o seu acervo para a Casa da Arquitectura, em Matosinhos (pois é, nem a gente sabia onde era, é perto do Porto). Pensamos bem, e não superamos! E agora a filha e neta do Lúcio Costa saíram fazendo a mesma presepada. Olha, se não ficou claro, ainda somos colônia, aparentemente. • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski • Casa da Arquitectura e nosso logo.
Nunca diga que dessa fonte nunca beberás, porque de vez em quando, não só a gente bebe, mas ainda acha que a fonte vai combinar perfeitamente com esse logo, afinal, salão de beleza sempre combinou com serifa! A gente quer sim usar a fonte zoada, ou aquela que não combina com mais nada e a gente ama. As famílias tipográficas, os tipos, as letras, fontes, ou como quiserem chamar, estão presentes em absolutamente tudo da nossa vida: no celular, cartazes, placas de sinalização, e claro, em maravilhosos logos com diversos usos de algumas fontes mais que famosas. Tá em todo lugar e não tem regra clara na utilização, tem que depender do bom senso, bom gosto e bom tom. O massa mesmo, independente do resultado, é entender como algo que simplesmente passa por nossos olhos, consegue transmitir tanta coisa além da palavra escrita! • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski • Nosso logo com aplicação da maravilhosa família tipográfica da Disney.
Vinte anos se passaram e a gente ainda tá colhendo frutos (quase todos bem podres, inclusive) dos ataques às Torres Gêmeas, no fatídico 11 de setembro de 2001. Não foram só prédios derrubados, mas vidas perdidas. A imagem dos Estados Unidos como fodões também ficou bem abalada e eles estão tentando lidar com isso até hoje! De arquiteturas feias até as mais diversas problemáticas sobre segurança e vigilância, várias são as análises e abordagens possíveis para esse dia, e claro depois dos fatos, vem a reconstrução, junto com baphão, e... pega a cervejinha e acompanha com a gente esse misto de acontecimentos históricos, novela mexicana e BBB. • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski • Memorial do World Trade Center e nossa marca.
Em tempos que deixar museu e qualquer tipo de aparato cultural falir ou pegar fogo, o MASP, depois de quase entrar pra lista de finados, vem se recompondo e se afirmando como, talvez, a maior instituição de arte e cultura do país. O acervo cresceu, as demandas aumentaram, e a necessidade de se amostrar são alguns dos motivos pelos quais o museu contará com - não pode falar anexo - uma expansão que prevê novos serviços e espaços para a instituição. O projeto do prédio que se chamará Pietro Maria Bardi é da Metro Arquitetos, que a gente meio que já conhece de outros carnavais, e se ligará pelo subsolo com o edifício principal que levará o nome da arquiteta musa que o projetou, Lina Bo Bardi. Entre felicidades e desesperos, os devaneios sobre essa expansão são inúmeros. Enquanto 2024 não chega, previsão de abertura da nova cara, a gente fica em casa só especulando sobre esse acontecimento. • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski • Croqui do projeto do MASP em expansão e nossa marca.
As cidades famosas costumam ser unanimidade, né? Vontade de ir, todo mundo tem, mas e se fosse pra escolher entre uma ou outra? Se fosse pra ter uma batalha de cidades, como seria? A gente tem um exemplo legal: Vinícius já foi pra Nova Iorque, Helena para Paris, e nada disso importa, porque a gente mesmo não se lembra de quase nada dessas viagens! MAS, para nos ajudar, resgatamos um livrinho muito do simpático chamado Paris versus New York. O designer gráfico Vahram Muratyan criou essa espécie de novela Amigas e Rivais gráfica, em que cada uma das cidades apresenta um pouco da sua personalidade, por meio de desenhos simples e ideias gerais. Tem uns meio "pocas ideia", mas no geral a gente gosta como ele traduz as cidades sem precisar falar delas com palavras. 1, 2, 3, FIGHT! • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski • Recorte do livro Paris versus New York e nossa marca.
Em tempos tão difíceis como o que estamos passando, é sempre bom lembrar que tem muita gente foda do nosso lado, e a Laerte é uma delas. E olha que nem precisava ser o mês do Orgulho LGBTQIA+ para estarmos falando dela. Com humor sutil e potente, ironia cirúrgica ou só retratando memórias queridas, a Laerte traz as questões mais atuais e/ou intrínsecas da sociedade contemporânea de um jeito que só os quadrinhos permitem. A arte que está presente no cotidiano, como as tirinhas de jornais, quadrinhos, músicas - e por que não os memes da internet - são responsáveis por questionar e refutar muitas das certezas que temos. Temos muito orgulho de ter essa mulher incrível na luta contra todos os tipos de absurdos e preconceitos que ainda existem nesse Brasilzão. Enquanto tivermos a Laerte, estaremos muito bem representados. • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski • Recorte de tirinha da Laerte e nossa marca.
Quase todos os grandes arquitetos fizeram uma "viagem de arquiteto", aquela depois de pegar o diploma, pra sair por esse mundão, desbravando as cidades para desenhar, observar, criar repertório, dar uma relaxada, beber nuns botecos diferentes, aprender a falar “cerveja” em outra língua... O que, Frank Lloyd?! Vai dizer que não fez isso? As nossas viagens não foram sempre super arquitetônicas, mas claro que conhecemos algum lugar que mexeu com as nossas fundações, quer dizer estruturas, quer dizer cabeças. • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski • Imagem retirada da internet e nossa marca
A nossa conversinha de hoje é só pra reforçar que em tempos duros e sem perspectiva como os nossos, sonhar é preciso. E a gente tá com saudade dos tempos pré-pandêmicos. Não, a gente não acha legal normalizar o rolê, sentar em mesa de bar (gatilho), nem passear em lugar cheio. E é por isso mesmo que a gente vai ficar só na vontade, e lembrando daqueles tempos loucos e longínquos das saidinhas muvuqueiras. Agora é hora de FICAR EM CASA • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski • Sesc24, projeto PMR e MMBB, foto do Vinícius Lopacinski e nossa marca
Todo mundo sonha em ter um cantinho para chamar de seu. Mas com o sonho da exaltação, vem a realidade da humilhação. Mudança é uma coisa sempre caótica, e montar apartamento é quase um reality show de comédia e desespero, tudo junto e misturado. O jeitinho brasileiro prevalece, como sempre. A regra é clara, e os sábios do twitter já diziam: não dá pra ganhar todas, mas perder todas, aparentemente tem jeito. Nossas aventuras durante nossas mudanças são as dicas - beninas - do que fazer, não fazer e do que é bom lembrar para quem vai se mudar. Mas reforçamos que talvez não sejamos os melhores exemplos! • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski • Cenas reais de uma gambiarra do Vinícius Lopacinski e nossa marca
Pra quem acha que a gente só puxa saco de arquiteto e artista, esse episódio - leia-se desabafo - é a prova que não. Se tem uma coisa que temos birra é de gente que fala de si e de seu próprio trabalho de um lugar supremo-dos-deuses-do-Olímpo, como se não houvesse ninguém que pensou e falou daquilo antes. Krista Kim é dessas. A artista vendeu, por muitos dinheiros, uma casa digital, bem da mais ou menos, o que nos traz questionamentos que envolvem desde questões formais do projeto, bem como o próprio posicionamento da artista, que escreveu seu Techism Manifesto, e se coloca como a única-exclusivona-alecrim-dourado que pioneiramente (alô, alô, futuristas) "fundiu" a arte com a tecnologia. Tenha dó, minha filha, e por favor, nos poupe! • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski • Mars House por Krista Kim e nossa marca
As crianças são o futuro do mundo, certo? Mas até esse futuro chegar, terão que viver em cidades nunca adaptadas para elas. Durante a primeira infância - comprovadamente o período de maior desenvolvimento e formação de uma pessoa -, elas se relacionam com o urbano através do olhar do adulto que "diz" como devem se relacionar com o espaço. Queremos adultos independentes no futuro, mas mediamos as interações das crianças no agora. Contraditório, não?! Pois é... Então, o que pode ser feito para que esses seres em desenvolvimento se relacionem melhor com a cidade? • Pensando nisso, o Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB/BR, junto com a Urban95 (braço da Fundação Bernard van Leer), propuseram um chamamento a toda a América Latina, para boas práticas para a cidade, incluindo a visão de uma criança na sua primeira infância (95cm. Igual à Urban95, pegou?). Dá pra participar do jeito que quiser, seja por meio de projetos urbanísticos, mobiliários, design gráficos, estudos e pesquisas acadêmicas. E o mais legal: NÃO PRECISA SER ARQUITETO para se inscrever! Então, entra nessa conversa com a gente, e se tiver aquela boa ideia, não deixe de contribuir. • O edital de "Boas práticas relacionadas à Primeira Infância em cidades do Brasil e da América Latina" está disponível no site do IAB/BR e as inscrições estarão disponíveis do dia 6 a 16 de maio. A primeira data marca o lançamento da plataforma digital da instituição, que vem tentar contribuir para nossas referências, aumentar as ideias, e se tudo der certo, fazer uma cidade melhor. • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski
Não é o caso de não ter bons arquitetes vivos para serem laureados, mas tem gente que já morreu e tinha que ter sido premiado com o Pritzker. Já que a Bienal de Veneza desse ano premiou a falecida Lina, a gente entrou na onda para escolher quem poderia ser homenageado pelo o "Oscar da Arquitetura"! • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski
Quase todo mundo já sonhou em morar em algum outro país ou cidade. Mudar de ares, ser outra pessoa, talvez. Por aqui não é diferente! Seja Finlândia ou Alemanha, cada um tem os seus motivos para imaginar tanto morar em outro lugar! E você, no campo das ideias (ou não), queria morar onde? • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski
Fã que é fã arruma o motivo que seja para falar daquela banda que ama. E a gente tá aqui pra forçar essa barra - que é gostar de você - e entrelaçar o duo cibernético mais famoso da música eletrônica com a arquitetura, porque sim, tem tudo a ver... né?! • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski
A gente ama quando o cinema e a música se juntam, nos clipes, para contar histórias e falar sobre os lugares. A combinação imagem + música mostram novas formas de existir no mundo, outros caminhos, outras caras… Para nos ajudar a entender melhor as vivências dos negros ao redor mundo, escolhemos clipes que nos mostram quais as questões levantadas para a construção da cidade, lugar ocupado e identitária das pessoas que estão nela. • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski • Cold Apartment de Vagabon e nossa marca.
Nem só de acervos deixando o país vive o Brasil! No melhor dos movimentos, tem gente de país do primeiro mundo vindo morar aqui! O que? Você não conhece ninguém? Nem a gente. Por que será? • Georgia Louise Harris Brown foi a segunda mulher negra licenciada arquiteta nos EUA, mas ela escolheu vir morar aqui no Brasil-zil-zil! Georgia Louise foi essencial para a construção e projeto de grandes fábricas em São Paulo, e a gente nem sabe que esses prédios existiam, e nem quem era o responsável por todos eles. E essa mulher tinha um cv de peso, tudo pra aparecer nas nossas aulas de história da arquitetura. Seria lindo demais se o Brasil tão sedutor não tivesse sido o mesmo que apagou sua existência por aqui. Então precisamos falar mais dessas personagens tão deixadas de lado em uma sociedade que ainda engatinha em relações a preconceitos seja de gênero ou racial. • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski • Lakeshore Drive Apartments e nossa marca.
Quem disse que concurso de Miss não tem nada a ver com arquitetura? Tá aí a Exposição Internacional para provar que arquitetura, inovação e tecnologia seriam os desfiles de gala dos representantes de cada país. A gente sabe que não exatamente representa o país, tem uma cara meio padrão demais, e nem sempre tem os melhores discursos... Mas tem a pompa toda, e dá sempre para experimentar com projetos e aumentar o portfólio. Esse ano, que era pra ser ano passado mas a pandemia não deixou ser, a Expo acontece em Dubai, e claro que a gente não ia perder a oportunidade de ir, RI-SOS! Ficamos por aqui mesmo, ligamos nossos computadores e resolvemos dar aquela geral nesse grande e bizarro evento. • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski • Pavilhão da Itália na Expo Dubai 2020 e nossa marca.
O tempo passou, a gente nem percebeu e aqui estamos para preencher uma lacuna importantíssima na arquitetura. Sair do contexto ocidental faz bem de vez em quando, ajuda a gente a ver coisas diferentes, e a entender o porquê dos japoneses fazerem projetos e construções que são tão únicas e altamente reconhecíveis. A arquitetura tradicional japonesa do jeito que a gente entende nem é tão antiga assim, quase a idade do Brasil – pasmem, e influencia diretamente como esses novos edifícios contemporâneos se referem ao passado e conseguem se manter firmes no presente! É lindo demais, desculpa aí japoneses por termos deixado passar batido esse tempo todo. A gente ama vocês, e vai se falando! • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski • Yusuhura Wooden Bridge Museum de Kengo Kuma e nossa marca.
Estamos de volta e daquele jeito, só conversa fiada. A luz dá forma à tudo que conhecemos, damos nome e estudamos. Já que a gente não tem tanto conhecimento sobre ela, pelo menos em matéria de física, ondas e lentes, vamos divagar sobre algumas aplicações que esse fenômeno produz em arquitetura, arte e claro, cinema e fotografia. É drama, emoção, cor e até saúde! Vem, vitamina D, e vem verão! • Arquitetura de Boteco por Helena Tourinho e Vinícius Lopacinski • Foto da exposição Cruz Diez: a liberdade da cor (por Helena Tourinho) e nossa marca.
JONATHAS SOUSA
Puta podcast. É leve. Vcs conseguem passar o conteúdo de forma super natural.