Cast Cast

O mundo respira a Copa do Mundo e nada mais importa, é preciso juntar todas as economias para comprar 600 pacotinhos de figurinha para tirar mais de 10 zagueiros do Qatar, haja crise econômica! Enquanto você sofre por não saber colar a figurinha dentro do quadradinho branco, adultos enganam crianças vendendo o símbolo da Austrália por módicos 19 reais, o mundo não é esse raio de sol que você acredita! Basta um minuto de desatenção e o senhor de cabelos brancos no canto da praça te passa um maço de figurinhas do Free Fire por toda a sua renda no banco. Anos e anos de trabalho e dedicação transformados em papéis coloridos de personagens sem graça. Segura a onda, logo mais a figurinha do Neymar vai custar menos que um Kinder Ovo. Mas o Kinder Ovo vale mais que um Palio Weekend 1998. Aceita trocar?

Disse-me o poeta da Praça Osório: "a música existe por que o silêncio é angustiante". O silêncio nos faz pensar, nos faz conversar com os nossos mais sinceros pensamentos obscuros e isso é o terror de qualquer psicanalista. Estudos dizem que a maioria das pessoas que não tem certeza de seu argumento usam "estudos dizem" para comprovar seu ponto um tanto quanto falho. O silêncio é música para os nossos ouvidos, o som de microfone ligado sem ninguém falando também. Estudos dizem que a música pode ser feita de tantas maneiras que o plágio deveria ser considerado um crime. Podcast é uma música sem melodia? Para para para de bobeira, esquece que eu não tô aqui pra vender plano de saúde, quero apenas que você escute o Cast Cast dessa semana sobre músicas e outros tipos de som.

ATENÇÃO! ATENÇÃO! NOTÍCIA URGENTE todos os dias, feitas para você achar que realmente há algo de importante no conteúdo mas é apenas um vídeo falando do tweet indiretinha que o Felipe Neto fez para o Gabigol. Estamos sendo constantemente trocados por views e likes, enquanto pessoas dançam a mesma dança sustentando um sorriso de 58cm sem piscar, passa lá em casa tira a minha roupa fala que me ama e a mãozinha passa sobre a cabeça e o quadril rebola e onde está o Professor Tibúrcio? Ufa! Cast Cast de volta com mais um programa sobre absolutamente nada.

A sétima arte está cada vez mais desvalorizada. Certa vez, chamei uma pessoa para ir até a minha casa assistir um filme e ela ficou surpresa quando percebeu que eu havia alugado uma fita do Shakespeare Apaixonado. O que aconteceu com o mundo, no qual as pessoas preferem transar a assistir um filme tão denso e apaixonante? Por isso que não vou mais a cinemas! Por isso e por conta do medo que eu tenho de pegar alguma doença sentando em uma agulha contaminada. Foi assim que meu vizinho pegou Sarna Norueguesa. Filmes! Séries! Documentários! Bollywood! Você Decide! Tudo isso no Cast Cast dessa semana.

Pra variar, estamos em guerra! Você não imagina a loucura, o ser humano tá na maior fissura porque resolveu tomar chá de cogumelo durante um churrasco de fim de ano da empresa e acabou beijando o Julio do Financeiro, chamando o Pedro do RH de Liquidificador de Porra e vomitou no pé da esposa do chefe. Foi cancelado e decidiu entrar no BBB para mudar a sua imagem, desgastada no grupo de whatsapp “Loucos Por Colchão”, formado majoritariamente por funcionários da Móveis Campo Largo da República Argentina e meia dúzia de formadores de opinião. Deixe de lado esse baixo astral, erga a cabeça e fique feliz: a temporada 2022 do Cast Cast está no ar, repercutindo TUDO sobre o II Fórum Internacional de Couro e Camurça.

A frase título desse episódio é de autoria de Bruno Gouveia, vocalista do conjunto musical Biquini Cavadão. O biquini, peça usada por muitas mulheres para adentrar em locais com água em abundância, já foi um traje banido no Brasil. Responsável pela proibição, o então presidente Jânio Quadros alegou que a vestimenta era indecente. Jânio Quadros também proibiu as rinhas de galo e o uso de lança-perfume, droga juvenil muito consumida durante o Carnaval, mas também por universitários em busca de uma doiderinha sadia e desinibição. Dizem as más línguas que o Secretário Geral da Nação da época, Lourenço Lopes, o popular Loló, discordou da decisão arbitrária do presidente e resolveu montar, clandestinamente, uma fábrica artesanal de lança-perfumes nos fundos de sua casa em Maricá-RJ. O sucesso foi enorme, muitos jovens viajavam até a casa de Lourenço para comprar, aos montes, o produto. Rapidamente, o "Cheirinho do Loló" era febre nas ruas cariocas durante o Carnaval de 1961. Por isso, hoje em dia, o nome "lança-perfume" perdeu a força, sendo apenas chamado de Loló.

Um dos maiores orgulhos que tenho em toda a minha vida é a de ter sido confundido, certa vez, com o cantor Latino. Foi imediatamente após o meu nascimento. Mais precisamente, 7 minutos depois. O Centro Obstétrico do Hospital Nossa Senhora dos Poderes, em Ivaiporã, ficou marcado como o local onde nasceu o sósia do Latino. Anos depois, para a minha surpresa, encontrei o Latino em um supermercado na cidade de São João de Meia Boca, norte do Maranhão. Jamais esquecerei o que ele disse quando me viu: "Qual o corredor do Sabão em Pó?". Desde então, tal qual o Cast Cast dessa semana, vivo a vida falando nada sobre tudo.

Tegucigalpa, capital de Honduras, sofre até hoje por conta da dificuldade que seus habitantes têm de falar Tegucigalpa. Há dois anos estive em Tecugicalpa por conta do Congresso Mundial de Pompoarismo para Animais Silvestres (eu sou um Mico Leão Dourado nas horas vagas) e, em um momento de necessidade, perdido entre prédios e bueiros, encontrei-me perdido no Centro Histórico de Telcigualpa. Precisava de informação, precisava almoçar. Olhei para o primeiro transeunte que encontrei, um senhor idoso, e perguntei: "Amigo, onde tem um Bobs aqui perto?". O senhor, idoso, olhou para mim, com os olhos forjados na luta da vida, e disse: "Amigo, não tem Bobs aqui em Tugicegolpa". Quer saber mais dessa minha viagem à América Central? Assista os cortes da minha participação no Flow!

O mundo acabando, as pessoas derretendo em meio a javalis transgêneros. Frutas sem gosto. Chuchu sabor refrescante. Suco de milho verde, papinha de escargot, uma dose de conhaque para duas de tônica zero. Tudo girando em torno de si mesmo e a maior preocupação é a defesa de uma temperatura frente à outra. Enquanto isso, o Nego do Borel está buscando redenção e quase dois milhões de reais em troca do seu like no inxta. Francamente, cheio de curso gratuito por aí e você perdendo tempo tentando sincronizar os seus lábios com a fala de alguém claramente sob o efeito de bala de funcho. Para de perder tempo com a sua sacada genial no Facebook, essa piada já foi feita pelo Marcelo Médici no Terça Insana!

Dia desses, de sol tímido e vidros embaçados, resolvi sentar-me no banco de uma praça próxima a uma dessas igrejinhas de bairro. Cruzei as pernas e fiquei observando o movimento de pessoas, aos montes, entrando naquele lugar sagrado. Ininterruptamente! Quando dei por mim, não estava mais na praça e, sim, dentro do terceiro estômago de um Nelore, também conhecido como Omaso. Não o gado, o estômago. O gado se chamava Clóvis Tadeu, em homenagem ao primeiro ser-humano a pisar no cacau. Aliás, o padre daquela igrejinha lá do começo da história se chamava Gregory, tinha 56 anos,era intolerante a glúteos e adorava filmes nacionais,como “Boi Neon”. Filme este que é uma das indicações do Cast Cast de hoje, aquele que dá dicas de filmes pra você ficar sentindo-se mal por nunca ter tempo de assistir.

De 4 em 4 anos, o mundo se volta para uma cidade do mundo para assistir ao maior evento esportivo do mundo. Do Uruguai ao norte da Rússia. Da Coreia do Norte ao leste dos Estados Unidos. Todos ligadinhos no Campeonato Mundial de Basquete de Areia. Bom, é apenas um sonho! Enquanto isso, as Olimpíadas chegaram (com um ano de atraso) para alegrar os seres humanos que sabem quem foi Baloubet du Rouet. Uma overdose de Badminton, Basquete 3x3, Skate, Maratona Aquática e histórias de surubas homéricas entre halterofilistas noruegueses e praticantes de Pentatlo Moderno naturais da ilha de Palau. Mas, convenhamos, a Vila Olímpica é um convite ao sexo desprotegido porque os atletas olímpicos não conhecem o Folianópolis.

O tempo é implacável. Somos esponjas que absorvem, irrestritamente, todo o tipo de informação. Assistimos a vida passar e nos apegamos a alguns pontos que acabam por nos definir. Fingimos sobriedade mas adoramos citar Friends em qualquer conversa. Tomamos café da manhã e tomamos banho todos os dias. Pagamos contas e passamos o final de semana no sofá tomando cerveja litrão e assistindo ao DVD "Sonhos", show épico da Andréa Sorvetão no Canecão em 1991. O tempo não para, como dizia um cantor que você ainda irá descobrir em sua caminhada de jovem sujo, com fome pela manhã, vivendo do dinheiro dos pais e se escondendo por trás de rostos orientais ou desenhos, que não são tão interessantes quanto os da nossa época.

Francineto Luz de Aguiar, mais conhecido como Frank Aguiar (Itainópolis, 18 de setembro de 1970), é um cantor, compositor, instrumentista, empresário, apresentador e político brasileiro. É Bacharel em Direito e pós-graduando em ciências humanas. Em 1992 gravou seu primeiro disco. Até 2001, sua banda de apoio contava com o próprio nos teclados e voz, as irmãs Simone e Simaria nos vocais, o saxofonista Baixinho do Sax e o acordeonista Pom-Pom. Depois disso, Frank Aguiar ampliou sua banda e trocou os teclados pelo violão.(Fonte: Wikipedia do cantor Luz Aguiar)

Como já dizia o Jorge Sucupira, criador do papel-carbono: "nada pode ser pior que um palíndromo sem sentido semântico". Talvez ele estivesse no meio de uma bad-trip de LSD quando disse essa frase? Talvez, mas o que ninguém sabe é a origem da palavra palíndromo. Fahiud Palíndromo, um simples datilógrafo nascido e criado em Casablanca, tocador profissional de cítara de duas cordas quando, em um dia como qualquer outro, subiu no ônibus em Marrocos pela porta de trás e, quando se deu conta, estava na frente da casa de Zé de Lima, Rua Laura, Mil e Dez. Entendeu? Ótimo, você vai adorar o Cast Cast dessa semana sem qualquer assunto.

"Mais sorte que juízo". Quem disse isso tinha muito sorte e nenhum juízo. Imagine se o juízo final fosse a sorte final? Um momento no qual você perde qualquer resquício de sorte dali pra frente, é seu último instante com um pouco de sorte que lhe resta. Ah, sem nenhuma sorte e com juízo a ser aprendido, você se torna um recém-nascido nas mãos de uma enfermeira que comprou o registro no COREM e sonha em ter um filho, mas a falta de um útero não lhe permite concretizar esse sonho. Onde eu estava mesmo? Enfim, espero que você tenha a sorte de ouvir o Cast Cast dessa semana, com a participação de Milton Ribeiro, um dos mais sortudos seres que já pisou nessa terra chamada de Estados Unidos do Brasil.

Somos seres feitos de carne, osso e dúvidas. Muitas dúvidas, o tempo todo. E a dúvida machuca! A dor de cabeça irremediável por não saber algo. A falta de ar diante da incerteza. E quanto mais particular é a ignorância, mais vergonhosa e mais difícil de se solucionar será. O que será desse grande número de pessoas com o fim do Yahoo! Respostas? Para quem elas pedirão ajuda quando, lá no fundo, surgir a dúvida: colocar a ponta do pênis na tomada faz mal?

A falta de assunto é a maior causa de conversas longas. Parece incoerente, eu entendo. Mas, quando você se dá conta, está em Assis Chateubriand com mais cinco desconhecidos invadindo o zoológico da cidade e bebendo corote. Tudo isso porque um antigo conhecido seu da faculdade o encontrou, sem querer, na esquina da Pedro Ivo com a José Loureiro e perguntou como você estava. Total falta de assunto, entende? Inclusive, temos que iniciar um movimento revolucionário para proibir o uso da palavra suprimida "facul", algo que foge completamente ao novo significado de uma vida plena e sem agrotóxicos. Enfim, como eu estava dizendo, a falta de assunto cataliza podcasts longos como esse. Então vamos combinar o seguinte: me deixa em paz e vai curtir um HH com seus amigos da facul, fala sério!

O momento de uma pandemia obriga as pessoas a terem que, obrigatoriamente, diminuir a rotação de uma vida agitada e cheia de afazeres, tornando a vida um pouco introspectiva. Ah, a alegria da solitude. Curtir cada cantinho da casa, sentir o aroma nunca antes sentido da vida passando pela janela. Até que se passam cinco, seis, doze meses e o que era pra ser um momento de auto-conhecimento torna-se um fósforo aceso jogado em um container de gasolina. O prazer da vida mais reclusa torna-se um termômetro eternamente aferindo a sua temperatura retal. Contra todos os narizes para fora da máscara, o Cast Cast dessa semana destila o ódio contra todas as arrombadices típicas desse momento único. Aproveita, coloca o fone de ouvido e corre na Havan comprar arroz.

Um ano em caráter pandêmico. A expectativa sempre na melhora do contexto mas sempre acabamos cara a cara com o Luciano Szafir lamentando ser mais conhecido por ser pai da Sasha do que por seus trabalhos como ator. Um gosto amargo, a sensação de impotência, a fatura do cartão de crédito com todos os tipos de delivery. É um momento de cuidado, mas não tem como não ficar puto vendo os stories daquela sua antiga colega de faculdade dançando Tchakabum em uma festinha clandestina na região metropolitana de Curitiba. O sorriso vidrado no celular filmando no alto, um copo de Moscow Mule e outras cinco pessoas gritando UHU! Fique em casa e poupe a população de ser contaminada por você.

Eu não sou adepto do argumento extremo, quando tentamos defender o nosso ponto de vista com afirmações inquestionáveis de tão absurdas. Como se dizer que você não deveria ter medo do mar enquanto muitas pessoas nunca tiveram a oportunidade de ir para a praia. Mas quando você vem dizendo que não come strogonoff ou lasanha, você me desculpe, mas tem tanta gente sem alimento e você fica de frescurinha, faz uma rima aí com a palavra “profiteroles” e não enche a porra do meu saco.