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Negro Afeto

9 Episodes
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Neste episódio percebo que as relações que me oferecem calma e cuidado me assustam muito, por que agimos assim?
Neste episódio divido uma história pessoal sobre um relação que tive com uma pessoa que estava vivenciando a experiência autocentrado do ego.
Permita-se recomeçar, com fé no que virá e com alegria de poder olhar para atrás. Siga-me nas redes sociais: http://instagram.com/cleytonsantanna
Entenda, acolha e não solte qualquer palavra em vão...
No episódio trago uma reflexão a partir do livro "Quarto de Despejo' da doutora e escritora Carolina Maria de Jesus.
O dia 12 de junho tá ai....
A caminho mais uma vez do mapa da fome da ONU, estamos na nação que se apoia numa falsa cordialidade e numa modéstia cristã, que prefere ver um tio e um sobrinho que roubam carne em um supermercado serem entregues a traficantes para serem torturados e brutalmente assinados, numa nação que é responsável por compartilhar também as fotos de cada momento dessa tortura nas redes sociais. dois homens negros, com um olhar assustado. A mãe e os familiares tiveram que lidar com o espetáculo promovido por gente do bem, que compartilham o horror junto com uma dacinha engraçada do Tik Tok. É banal, afinal, a família deveria apenas lidar com um julgamento civil dos dois. Um crime ou problema social chamado de furto famélico , quando o furto é praticado por quem, em extrema penúria, é impelido pela fome, pela vontade de se alimentar e que deve ser analisada por diversas óticas. Afinal, é um direito...
Esse podcast foi criado a partir das crônicas e contos do jornalista e roteirista Cleyton Santana.
Saiba mais: https://www.instagram.com/cleytonsantanna/
Antes de tudo, é preciso assumir o que você quer. A sua vontade importa e ela não pode ser usada como balança que mede a perda de algo ou alguém. Eu sempre coloquei as minhas emoções debaixo do tapete, sempre fui deixando de lado o que me afeta, quando recebemos o mínimo, acostumamos com ele. Só exponho essa fragilidade aqui, pois tenho aprendido na terapia a tornar importante todo e qualquer movimento que me afeta -- falar, evidenciar e deixar nítido para outro que algo me incomodou, tem sido uma tarefa árdua e necessária. A gente acha muitas das vezes que o outro vai entender os nossos sinais, e infelizmente, não vai não. Mas eu entendo você! (...)
Esse podcast foi criado a partir das crônicas e contos do jornalista e roteirista Cleyton Santana.
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Estava sentando no meio fio, uma música alta tocava ao fundo, mas eu não conseguia ouvir, ou melhor, eu não queria ouvir. Estava naquela festa, em busca mais uma vez, de afeto. Era o primeiro afetar. Com o tempo a gente fica calejado, mas o primeiro não dá para mensurar o impacto que será feito, seja ele bom ou ruim. Estava eu ali, sentado, esperando ser notado em mais uma noite.
A busca por afeto quase sempre é fria igual à madrugada que se arrasta para romper em dia. Naquele momento, sentado no meio-fio, esperando a atenção dele, eu teria de me contentar com o seu olhar de reprovação e fuga. Era o que cabia para mim naquela e nas várias outras noites que fui a procura daquele sentimento que me fez sentir mais vivo por alguns instante. O desejo que o meu corpo julgava como bom, mas que a minha emoção apontava que algo muito estranho estava preste a acontecer. O sentimento de ser ignorado seria repetido outras vezes, mas a profundidade da primeira vez no qual seu corpo, inteiramente no mundo, é rejeitado por motivo algum, dói. A percepção dessa incompreensão é o primeiro sinal sobre a leitura que foi construída sobre o seu corpo e que com força e tempo você terá que reconstruir para se reerguer novamente. Mas enquanto você está sentado e na espera apenas vivencia na esperança de se descobrir. Entretanto, quando o tempo se vai, as perguntas que recaem são:
Quem não deixou de se divertir? Quem não foi escolhido na sobriedade? Quem preferiu ficar, depois que todos os seus amigos foram embora daquele lugar? Quem voltou só e chorando de raiva? Quem se colocou nesse lugar do “vamos para um lugar mais longe! ali ninguém vai nos ver! pode ser aqui mesmo!” Quem esperou o fim? Quem ficou no meio-fio?
O seu corpo vai e volta nesse jogo. Sempre só.
Esse podcast foi criado a partir das crônicas e contos do jornalista e roteirista Cleyton Santana.
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