Prelo
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Prelo

Author: Tiago Novaes

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Description

Prelo apresenta os recursos e reflexões para que escritores possam construir uma disciplina autoral, escrever o seu livro e publicar da melhor maneira possível. Se você nutre o desejo de escrever uma obra de ficção ou não-ficção: um romance, um livro de contos, uma peça de jornalismo literário, um ensaio, uma saga distópica, a narrativa de uma viagem, uma obra infantojuvenil ou um projeto autoficcional – ou se já publicou uma obra e gostaria de sanar as lacunas de sua formação –, você está no lugar certo. Prelo é um podcast quinzenal com o escritor e professor de criação literária Tiago Novaes, autor de uma variedade de livros, finalista dos maiores prêmios literários e vencedor de uma série de bolsas de criação. Combinando entrevistas com grandes escritores, editores e críticos, reflexões pessoais, leituras e experiências concretas na literatura, Prelo oferece os caminhos para que você possa vencer as bolhas do mercado editorial, compreender os segredos da Escrita Criativa e construir o seu projeto ficcional – da ideia original à publicação, da inspiração ao cotidiano de um escritor em tempo integral. Clique agora no botão de inscrição e assuma o seu desejo de tornar-se uma escritora ou escritor.
97 Episodes
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#097 – O episódio de hoje dá sequência à conversa sobre a Escrita Lenta. Por que você deve escrever num ritmo próprio, fazer menos e priorizar a qualidade na sua produção literária. 
#096 – Durante bastante tempo – tempo demais, acredito –, fomos seduzidos por filmes, youtubers e livros de desenvolvimento pessoal a uma cultura da produtividade como sinônimo de felicidade. A ideia central desta cultura consistia na crença de que é possível e necessário desenvolver métodos de comprimir atividades e dilatar o tempo para fazer caber mais – mais trabalho, mais faturamento, mais ambições. A obsessão dos “high achievers” era derivada de uma versão corrompida do já tresloucado fordismo, transferido para os trabalhadores do conhecimento e funcionários de escritório. Na literatura e nos seus irmãos mais mundanos, como o jornalismo e a produção de conteúdo, a moda pegou. A ideia era a de que deveríamos nos forçar a produzir a partir de “sprints” de escrita, de que dava para inventar de modo sequencial e uniforme, de que certos sistemas de organização aumentariam o nosso leitorado. 5000 palavras por hora. Opiniões sobre tudo. Um livro por semestre. Um conteúdo por dia. Nos acostumamos aos reels, aos nuggets, aos drops como modos de transmissão. Tanto o fazer quanto o consumir se atomizaram. É assombroso como essa tendência foi antevista ainda mais cedo, por um outro filósofo, Walter Benjamin, que vai escrever em um dos seus textos clássicos: “Hoje, nada se faz que não possa ser abreviado.”A reação não tardou a chegar e foi generalizada. Crises de burnout e depressão em todas as esferas da sociedade, o abuso de álcool e de opioides, e uma espécie de confirmação pela experiência de que uma quantidade maior de horas trabalhadas não correspondia a um aumento da produtividade. Passamos a estudar as aparências, mais do que as coisas: como “se sair bem” numa entrevista, como criar um perfil. O filme foi substituído pelo trailer. A paixão pelas teorias motivacionais. O livro pelo autor. Já desde antes da pandemia, assistimos a um outro movimento, uma reação ao primeiro. Ele vai afirmar o contrário do que se dizia. Quer mais? Faça menos. Faça melhor. Seja mais inteligente. Pense grande. Ganhe fôlego. Esvazie-se para que algo novo possa surgir. As 50 horas de trabalho semanais são uma armadilha de subserviência e domesticação. Elas nos tornam repetitivos e apáticos. Se as pessoas tivessem mais tempo livre, elas renderiam mais. O único modo de saber para onde estamos indo é parar.   Obras como “A única coisa”, de Gary Keller e Jay Papasan, “Essencialismo”, de Greg McKeown ou “Não Faça Nada: a batalha pela economia da atenção”, de Jenny Odell, defendem isso. O fazer, pura e simplesmente, é uma forma de alienação. Fazer por fazer é uma tolice. Escolha aquilo que merece a sua atenção. Aquilo que você sabe fazer, que é reconhecido e que encontra aí a sua paixão. Há muita coisa interessante a depreender destes livros. Nada melhor que limpar a agenda: eliminar o supérfluo; automatizar (pelo hábito ou pela tecnologia) o recorrente; delegar o que não é seu e que outros fazem melhor do que você. Aplicando certa filosofia e orientação, vai caindo a ficha de que a maioria de nós nunca nos ensinou de fato a trabalhar (planejar, pensar atividades, combiná-las de modo integrado aos nossos ritmos internos).Na escrita, a equivalência é a da escrita lenta. Nas redes, da produção lenta de conteúdo. Ao invés de pílulas, fragmentos, versões repetidas do que se viu por aí, concentre-se na singularidade. Tome o seu tempo. Não tenha pressa. Abandone de vez a comida processada e o conteúdo ultraprocessados das redes. No episódio desta semana de Prelo, falo sobre “A lentidão como método” e a Escrita Lenta. É uma proposta de revisão do modo como estamos escrevendo, e de como você pode aplicá-lo na sua rotina. Está mais que na hora de escrevermos no nosso tempo. De aceitarmos a oscilação dos ritmos próprios.  Como disparador da conversa, valemo-nos da obra "Slow Productivity", de Cal Newport. O livro que citamos é "Dionisio em Berlim", da Quelônio. 
#095 – Os dias não nascem iguais. Alguns começam bem e terminam mal. Uns são de festa, outros de ressaca. Tem vezes que a gente acha que conquistou o equilíbrio, até que um pensamento ruim vem roubar o sono, e você passa duas horas para se acalmar e convencer-se de que está tudo bem de novo.O budismo chama isso de doença do pensamento: raiva, desejo, insegurança estão sempre agitando as águas da nossa consciência.É o amanhã que promete algo. É o amanhã que nos ameaça. É a dor na perna. É a mágoa e o remorso. Remordimento, remoer, morder, estas palavras compartilham a mesma origem: como se dentro de nós um roedor estivesse nos comendo vivos. Na era do isolamento digital, perdemos recursos para lidar com estas ondas de humor. Ao que parece, a sociabilidade, por empatia e mímese, nos ensina a lidar com os nossos escrúpulos e neuroses. A alegria do amigo pode atenuar a nossa melancolia. A tristeza do outro ajuda a enxergar as próprias misérias com mais distanciamento. Cultivar a paciência e a curiosidade perante a “outridade” do outro, com suas manias e particularidades, faz de nós criaturas melhores.No episódio desta semana de Prelo, falo da influência sobre o ato criativo de duas forças aparentemente antagônicas: a autonomia e a sociabilidade. Nesses pouco mais de quarenta minutos, vou te mostrar, a partir de experiências e investigações científicas, como que fazer parte de alguma comunidade de autores pode te ajudar a emancipar a sua atividade das oscilações cotidianas. E como cuidar disso que parece exercer tanto efeito sobre como nos apresentamos para o mundo: a confiança em si e no que se faz.
#094 – Existe uma mitologia do intelectual, do criador, do inventor, certamente derivada do deus monoteísta, fundador do céu e da terra, um homem enorme, de barbas brancas, onipotente e onipresente, que pressupõe um sujeito sério, sisudo, mal humorado. É curioso contrapor esta imagem a das pesquisas que têm saído nos últimos anos, e que afirmam: o bom humor estimula a nossa criatividade, o impulso de fazer, a riqueza associativa. Com ânimo (com alma), as palavras se sentem convidadas a participar do jogo, e temos mais disponibilidade de experiências e repertório simbólico.Este episódio discute isso: como fazer frente a esta força inercial do desânimo, da confusão, do sentimento de "para quê", de que nada vale a pena. E quais os recursos temos à disposição para estimular este humor, para tornarmo-nos dispostos e despertos para inventar e sonhar?Inscreva-se no Prelo e no canal! Abaixo, listo as referências bibliográficas utilizadas no livro:Isen, A. M., Daubman, K. A. and Nowicki, G. P. (1987). Positive affect facilitates creative problem solving. Journal of Personality and Social Psychology, 52(6), 1122-1131.Fredrickson, B. L. and Branigan, C. (2005). Positive emotions broaden the scope of attention and thought-action repertoires. Cognition & Emotion, 19(3), 313-332.Lyubomirsky, S., King, L. and Diener, E. (2005). The benefits of frequent positive affect: does happiness lead to success? Psychological Bulletin, 131(6), 803-855.Tegano, D. W., Sawyers, J. K. and Moran, J. D. (1989). Problem-finding and solving in play: the teacher's role. Childhood Education, 66(2), 92-97. Ali Abdaal. Feel Good Productivity: How to Do More of What Matters to You
#093 – Qual é a relação entre uma ordem monástica grega, seu modo de relacionar-se com a sociedade e a psicologia das emoções positivas para a criação literária? Como negociar e encontrar um tempo livre para a escrita de seu livro? Como transformar um obstáculo para a escrita em um ponto de reflexão e inflexão do trabalho?Obras mencionadas: Roland Barthes. Como Viver Junto. Editora Martins Fontes.Barbara L. Fredrickson. The Role of Positive Emotions in Positive Psychology. Am Psychology. 2001 Mar: 56(3); 218-226.Edgar Cabanas e Eva Illouz. Happycracia: fabricando cidadãos felizes. Editora Ubu.Alex Soojung-Kim Pang. Rest: why you get more done when you work less.  Basic Books. 
#092 – Certa vez, durante uma entrevista para a televisão, perguntaram ao consagrado diretor de filmes de suspense Alfred Hitchcock qual era a sua definição de felicidade."Um horizonte cristalino", foi o que respondeu. Nada costuma ser mais desimpedido e cristalino do que um ambiente apaziguado, tranquilo, onde você possa realizar aquilo que te estimula, que te desafia. Aquilo a que se propôs. Em uma rotina criativa, o sono, a comida, a sociabilidade, a escrita, a música, conversam e colaboram entre si. Uma rotina criativa é aquela que encontra caminhos para a calma e o cuidado, incorporando, inclusive, ansiedades e frustrações que podem desestabilizar ou até mesmo interromper a recorrência necessária da escrita. No novo episódio de Prelo, converso sobre a rotina ideal e a possível, e como escrever para si uma que seja adequada para você. 
O Trabalho Criativo

O Trabalho Criativo

2024-01-1801:51:05

#091 – Vamos conversar sobre O Trabalho Criativo do Romance.1) Em primeiro lugar, vamos discutir a razão pela qual o romance, desde suas origens, têm fascinado o leitor moderno; o que caracteriza o romance, os seus atributos singulares e por que você deve considerar tornar-se romancista;2) Em seguida, vou analisar o percurso autoral para compreender o que nos ajuda a crescer dentro deste percurso, quais os saltos que um autor pode dar e o que você deve fazer para realizar-se neste caminho;3) Como encontrar tempo e disciplina – nesta primeira aula, vamos começar a discutir a ideia de disponibilidade e paixão, como você pode fazer para mobilizar o seu desejo sem interrupções ou titubeios.4) Por onde começar: se você está à procura de ideias e quer começar agora a escrever, como encontrar o caminho e o que você precisa saber para que o medo e a resistência não dominem o processo.
#090 – O cérebro humano é um verdadeiro milagre. Tessitura de fibras orgânicas, circuito elétrico por onde passam imagens, ideias, pensamentos, memórias visíveis e invisíveis, ele tem também o incrível poder de acobertar aquilo que não podemos ver. Um exemplo fascinante é o do nervo ótico: temos dois pontinhos nos olhos a partir dos quais não conseguimos enxergar, que é por onde passam os nervos óticos. Mas não vemos esses pontinhos! Por quê? O cérebro "edita" a visão, e substitui a mancha, que poderia nos distrair, por uma ilusão de visibilidade. É por isso que o chamamos pontos cegos. Dentre as instâncias psíquicas, o ego faz a mesma coisa. O ego é um dos responsáveis pela nossa autoimagem constante, por sentirmos que somos o tempo todo a mesma pessoa. É também o ego que cuida de nós, que busca a preservação de uma integridade identitária. O ego quer nos ver bem.  Ele acolhe um conceito sempre particular de dignidade, de preservação. Ele quer o melhor para nós.O problema é que para isso, ele incorre em alguns lapsos. É por conta do ego que temos – eu, você, todo mundo – dificuldade de reconhecermos um equívoco.  O ego não admite erros, porque isso fere a integridade subjetiva que construímos com tanto cuidado, e que nos parece tão frágil de vez em quando. Em alguns momentos, isso se torna uma complicação. Na hora de fazer ciência, por exemplo, ou de participar de um debate, ou de lidar com frustrações na vida amorosa. E também quando decidimos escrever um livro.Neste episódio de Prelo, falo sobre os pontos cegos mais comuns de escritores iniciantes – e como superá-los. 
#089 – Ano que vem, vai fazer vinte anos que publico livros. Mesmo assim, e depois de oito livros autorais, eu aprendi muita coisa neste último ano de 2023. Este é o tema deste episódio: o que o passado pode nos ensinar – o poder do pensamento retrospectivo na arte da tomada de decisões – e o que aprendi no ano que termina sobre a escrita, a publicação, o diálogo com os leitores e com editores, a promoção autoral nas redes, dentre outros temas. 
#088 – Chegou o momento do ano, aquele em que temos  um tempinho para ler um livro instigante, o tempo para dar e receber livros de presente. O tempo de fazer uma retrospectiva daquilo que foi proveitoso, de onde se incluem as nossas boas leituras e aprendizados. Sempre que quero saber como será o meu futuro e quais serão os meus próximos passos, não vou a uma cartomante, mas a uma livraria. Livros são professores, amigos e ótimas companhias. Os livros são também um alongamento mental em uma era de impaciência e atrofia da atenção. Neste episódio de Prelo, converso sobre cada uma de minhas melhores leituras do ano, divididas em duas categorias: a ficção e a não-ficção.  Alguns dos livros talvez você conheça; outros podem ser novidades completas e excelentes surpresas.Inscreva-se no canal! Clique aqui: https://escritacriativa.net.br/
#087 – Há alguns meses a escritora Tina Vieira me convidou para escrever a quarta capa do seu segundo romance. Eu sabia que o livro estava bem encaminhado. Tina e eu tínhamos nos encontrado em um dos bares à margem do rio na cidade do Porto em julho deste ano, em minha passagem pela cidade. Na ocasião, me contara que este livro tivera uma agente literária como representante, e que ela o tinha vendido para uma grande editora internacional com planos de se estabelecer de forma mais sólida no Brasil.O seu “Maboque”, publicado pela Quelônio, tinha sido finalista como melhor romance do ano pelo prêmio Jabuti em 2021, um feito enorme, considerando que se tratava de sua obra de estreia. Eu mesmo tinha muito carinho por esse livro, porque o acompanhara desde o seu estado embrionário. A Tina o escrevera durante o período de um ano de duração de minha formação, “A Preparação do Romance”, que ela cursara por indicação da Joselia Aguiar, jornalista, ex-diretora da biblioteca Mário de Andrade e curadora da Flip durante dois anos. A leitura deste seu segundo romance foi uma alegria para mim. E logo, pensei em convidá-la para uma conversa aberta para o Prelo. Eu tinha várias perguntas a fazer para a Tina, e que poderia interessar a você, que acompanha o podcast: Qual a diferença entre escrever um primeiro e um segundo romance? Como foi trabalhar com uma agente literária? Qual o seu processo criativo, e como faz para, preparando-se para lançar esse segundo livro em 2024, ela já esteja escrevendo um terceiro? E, evidentemente, queria que conversássemos sobre os temas abordados no livro, temas fortes e que ela trata de modo muito franco e corajoso: o autismo na infância e a demência na velhice. A conversa passou voando. Estou certo de que ela também vai passar assim para você. Inscreva-se agora no canal! Clique:https://escritacriativa.net.br/
#086 –Esse episódio é para você que está flertando com a escrita, contemplando um horizonte possível de construção ficcional e se pergunta: por onde começar a escrever? Neste episódio de Prelo, percorremos os fundamentos da escrita criativa para que você possa desenvolver personagens, estabelecer cenários e levantar o alicerce necessário para seguir com a narrativa que deseja escrever.  Inscreva-se agora no canal! Clique:https://escritacriativa.net.br/
#085 – O que você faria se eu te dissesse que, dependendo do modo como você trata a sua atenção, o seu tempo, os estímulos que você recebe, você pode se tornar duas pessoas completamente diferentes? Se eu te dissesse que certos estímulos e sob certas condições, você pode revelar o seu lado criativo, calmo, profundo?E que a sua outra face é o contrário disso? Uma pessoa impaciente, míope, incapaz de perceber os sinais e as sutilezas à volta, e por conseguinte, pouco criativa e inapta a pressentir as possibilidades e riquezas das pessoas a sua volta e das situações em que se encontra.E mais: se eu te dissesse que tudo a sua volta está te estimulando a ser esta segunda pessoa?No primeiro episódio da quarta temporada do Prelo, vamos mergulhar em como a mente funciona a partir de duas perspectivas completamente distintas.E vamos discutir um terceiro elemento: o sono, e como este estado de inconsciência ativa pode te estimular a criar, a sonhar, a escrever.Inscreva-se agora no canal! Clique: https://escritacriativa.net.br/
Salvar Van Gogh

Salvar Van Gogh

2023-09-0514:22

#084 – Existe na vida e na obra de Van Gogh uma tensão entre o amor ao redor do qual ele orbita – o pai, o irmão – e as cores do mundo. A cor talvez fosse o amor que Van Gogh podia oferecer. Era porque Van Gogh não conseguia amar diretamente, ou receber o amor diretamente, que ele buscava cores mais perto de onde estavam os pais, o tio, o irmão. A França era o país de Theo, e foi neste amor onde ele mais reconheceu a vida das cores, e também ali ele sofreu mais, ali estavam os corvos à espreita. A obsessão do artista pode ser lida como um sinal de seu desespero. É porque dentro dele uma tempestade se agita, que ele se agarra com mais intensidade às cores do mundo, às bisnagas que ele devora, à calejada paleta, à beleza lancinante do mundo da natureza. Mas mais uma vez: não podemos reduzir esta arte à loucura. Os quadros do pintor são sim uma espécie de transe religioso. Van Gogh era um xamã solitário, um xamã em busca de sua tribo perdida. 
A atenção em risco

A atenção em risco

2023-08-2233:18

#083 – Não é muito curioso que um tempo de multiplicação de novidades literárias e de expansão do mercado editorial seja o mesmo que assiste à debilitação crescente de nossos recursos cognitivos de atenção e concentração?Neste episódio de Prelo, converso sobre algumas das razões da nossa cultura de desatenção patogênica – um ambiente no qual a concentração elevada e sustentada torna-se extremamente difícil, onde é preciso esforçar-se muito para obtê-la – e de como podemos resistir a isso. 
#082 – Hoje, temos um encontro especial com presença da escritora Virginia Ferreira. Ela participou do curso A Preparação do Romance. Em poucas semanas, a autora irá publicar o seu romance, Chumbo, pela excelente editora Quelônio.Neste episódio de Prelo, Virginia irá conversar sobre o seu processo de criação. Como foi o curso para ela, como conseguiu encontrar a sua voz, a disciplina de criação, como fez a revisão do texto e o processo de publicação.Virgínia Ferreira é doutora em Antropologia pela UFRJ e servidora pública atuante no Ministério da Cultura. Publicou os contos “Algum livro” na antologia “Conto a Gotas” (Dedalus, 2021) e “A brincadeira” na coleção Férias Macabras (e-book Amazon Kindle, 2023). Durante a pandemia, criou a live Vinho e Escrita, quando conversa com outros escritores, e conduziu o grupo de leitura Conto no Grupo. Foi leitora crítica em curso de escrita, tem atuado como editora de contos e mentora para a escrita de livros.https://virginiaferreira.com.br/https://www.instagram.com/umlivroaqui
#081 – Neste episódio, converso um pouco sobre o método de escrita que desenvolvo em meus cursos, o método Festina Lente, uma forma de escrita tai chi, confluência-fluência entre a escrita rápida e devagar, ponderação entre o tempo da narrativa e o tempo do narrar, o tempo físico e o tempo mental. É a escrita que faz encontrar a forja e a espontaneidade, o tempo ponderado e o tempo veloz, a combinação do meticuloso Hefesto com o alegre Hermes. Inscreva-se no canal! Clique abaixo:https://escritacriativa.net.br/
“Um direito que apenas poucos intelectuais se empenham em reivindicar é o direito à errância, à vagabundagem. E, no entanto, a vagabundagem é a alforria, e a vida na estrada, a liberdade.”Imagine: você é uma jovem escritora no fim do século 19, a filha bastarda de uma aristocrata russa de origem prussiana. Seu tutor – ao que tudo indica, o seu pai – ensinou-lhe diversas línguas, e você sonha em conhecer o norte da África, o deserto, a cultura árabe. Esta foi Isabelle Eberhardt. Muito jovem, perdeu tudo: a mãe faleceu, o irmão que mais amava se suicidou, a cunhada de um outro irmão não a suportava. Isabelle se viu solta no mundo. Partiu para a Tunísia, então uma colônia francesa, onde para circular livremente, vestia-se de homem árabe. Isabelle também escrevia com heterônimos masculinos, e gostava de seduzir os seus namorados com as roupas masculinas.Converteu-se ao sufismo, uma vertente mística do Islã, conheceu as xamãs muçulmanas do deserto. Depois de sobreviver a um atentado, considerou-se ela mesma uma dessas entidades e seus textos se aprofundaram na dimensão espiritual.Atuou como jornalista, manteve um diário, estava terminando um romance quando morreu aos 27 anos de um modo trágico e inusitado – afogada no deserto. Depois disso, seus textos foram apresentados ao mundo por um antigo amigo e colaborador. Um porém: de modo totalmente distorcido, foram rescritos por este amigo, que deram à Isabelle uma aura romântica e floreada que ela não tinha. No novo episódio do Prelo, converso com Paula Carvalho, escritora e editora da revista 451 sobre a vida e a obra de Isabelle Eberhardt. A Paula é autora de um estudo sobre Isabelle e organizou para a editora Fósforo uma antologia de escritos da autora, O direito à vagabundagem: as viagens de Isabelle Eberhardt. Nesta conversa, conversamos sobre as mulheres viajantes dos últimos séculos, a ideia de vagabundagem para a literatura, os paradoxos do não-binarismo desta autora e dos rumos incomuns que as vidas de algumas autoras e autores podem tomar. Paula Carvalho organizou uma coletânea de textos da autora e escreveu o ensaio que compõem o livro “Direito à vagabundagem: as viagens de Isabelle Eberhardt”, publicado pela editora Fósforo. É historiadora, jornalista, editora da revista Quatro Cinco Um e colaboradora do blog da editora Tabla. Mestre em história pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e doutora em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), estuda viajantes, principalmente os disfarçados.Direito à vagabundagem: as viagens de Isabelle Eberhardthttps://www.fosforoeditora.com.br/catalogo/direito-a-vagabundagem-as-viagens-de-isabelle-eberhardt/ Editora Tabla: https://editoratabla.com.br/ Livros e viajantes citados pela Paula Carvalho:Jeanne Baret, botânica francesa do século XVIII que viajou disfarçada de marinheiro;Ida Pfeiffer, viajante austríaca do século XIX;Lady Hester Stanhope, aristocrata britânica que encabeçou a primeira escavação arqueológica na terra santa;Gertrude Bell, arqueóloga britânica que ajudou a estabelecer o Estado do Iraque;Mary Seacole, enfermeira jamaicana que foi voluntária na Guerra da Crimeia;Erika Fatland, antropóloga norueguesa autora dos livros "Sovietistão" e "A fronteira", ambos publicados pela editora ÂyinéAlice Albinia, jornalista inglesa autora do livro "Impérios do Indo", também publicado pela Âyiné;"História Social da Beleza Negra", escrito por Giovanna Xavier e publicado pela  Rosa dos Tempos;"Escute as feras", escrito por Nastassja Martin e publicado pela Editora 34;"Minhas viagens com Heród
#079 – Depois que você escreve, revisa, edita, publica e lança um livro, o que você faz? Como você faz para que ele sobreviva ao momento do lançamento, para que continue chegando aos leitores e fomentando discussões?No Prelo desta semana, conversamos sobre o pós-lançamento: ideias e reflexões que podem te ajudar a organizar um plano de uma vida longa para o seu livro. Inscreva-se no canal! Clique: https://escritacriativa.net.br/ 
#078 – Deise Warken tinha apenas a ideia de uma história quando se inscreveu no curso A Preparação do Romance. Com a definição precisa de um enquadre – 1 hora por dia – Deise levou apenas cinco meses para escrever a primeira versão de seu romance. Nos meses seguintes, dedicou-se ao trabalho de depuração e revisão. E um tempo depois, conseguiu negociar a publicação de "Quantas Vidas Cabem em Mim?" com a excelente editora Reformatório. Neste episódio de Prelo, Deise Warken conta como escreveu a sua história, como encontrou o seu enquadre, os desafios com que se deparou e os recursos que usou para superá-los. Nos próximos dias, vamos abrir inscrições para uma turma especial de A Preparação do Romance. Caso queira se cadastrar na lista de espera, não deixe de clicar no link abaixo:https://escritacriativa.net.br/habitaraescritaPara acompanhar Deise Warken no Instagram:https://www.instagram.com/deisewarkenPara adquirir Quantas Vidas Cabem em Mim?:https://editorareformatorio.minhalojanouol.com.br/quantas-vidas-cabem-em-mim/p
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Comments (2)

Ma Sakura

Gente... Que lindo!

Mar 4th
Reply

Ma Sakura

Por mais podcasts maravilhosos sobre a escrita! Melhor professor.

Feb 26th
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