#238 – Pardo, com Flavia Rios
Description
Este é o noso episódio 238 e nele recebemos a socióloga Flávia Rios para uma conversa sobre o conceito de Pardo.
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</figure>Flavia Mateus Rios é docente da Universidade de São Paulo (USP) e Bolsista Produtividade do CNPq (C). Durante o estágio doutoral (USP, 2011-2024), foi Visiting Student Researcher Collaborator em Princeton University, com bolsa Sanduíche da FAPESP (2013). Atualmente coordena o grupo de pesquisa Hierarquias Raciais em Sociedades de Classes do PPGS/USP. Integrou o quadro docente da Universidade Federal de Goiás(2016-2017) onde coordenou o PIBID-Ciências Sociais. Foi Diretora do Instituto de Ciências Humanas e Filosofia (2023-2025) e também professora adjunta da Universidade Federal Fluminense(2018-2025), onde foi coordenadora do curso de Ciências Sociais- Licenciatura(2020-2021). É fundadora e ex-coordenadora do Grupo de estudos e Pesquisa Guerreiro Ramos (NEGRA) e integra o programa de pós-graduação em sociologia(PPGS). Integrou o Comitê Científico do AFRO/CEBRAP e do Projeto “As responsabilidades de empresas por violações de direitos durante a Ditadura” (CAAF/Unifesp). Coordenou o projeto “Gestão municipal da igualdade racial e políticas inclusivas de educação e trabalho no município de Niterói: estudos e ações para sua implementação” (PDPA/FEC, 2020-2024) e o projeto ” Origens e destinos: uma avaliação da política de cotas universitárias e seus efeitos no mercado de trabalho” (CNPq 2021-2025). Integrou o grupo de trabalho da Advocacia Geral da União (AGU), em 2023. É associada à ANPOCS, SBS, LASA e BRASA. Tem experiência na área de Sociologia Política e da Cultura, com ênfase nos estudos sobre ação coletiva, teorias interseccionais, relações raciais e de gênero, Ditadura Militar e democracia, feminismos negros e políticas de ações afirmativas no ensino superior.
Resumo dos Temas Abordados
- O que é “pardo”: Categoria oficial do Estado brasileiro desde o censo de 1872 (IBGE), inicialmente para agregar populações miscigenadas (mestiças); flutuante ao longo do tempo, hoje o maior grupo demográfico no censo de 2022.
- Disputas pela categoria: Movimentos negros ressignificam “pardo” como parte da identidade negra; Estado usa para reforçar ideologia de mestiçagem e embranquecimento; tensão entre história oficial e lutas sociais por protagonismo indígena e africano.
- Mito da democracia racial e utopia do Brasil mulato: Elogio à mestiçagem como positividade (modernidade, orgulho nacional), mas crítica às desigualdades ocultas (protagonismo estético/sexual vs. exploração, como mulatas no carnaval x empregadas domésticas).
- Experiências contemporâneas: Indignação de imigrantes africanos com perguntas sobre cor; “lugar intermediário” do pardo (sem identificação positiva, como citado por Caetano Veloso); amplificação de tensões via redes sociais.
- Pesquisas atuais de Flávia Rios: Internacionalização da obra de Lélia Gonzalez; intelectuais negros na ditadura militar; movimentos indígenas de retomada (crescimento demográfico e lutas por ancestralidade).
- Conceito de filosofia: Perplexidade/subversão frente ao mundo; influência de Lélia Gonzalez como “filosofia afrolatinoamericana”.
- Indicações culturais: Livros, filmes e autores para refletir identidade, memória e desconforto.
Indicações Feitas no Episódio
- Livros/Autores:
- Leonardo Padura (romances policiais cubanos, poética da investigação existencial).
- Carolina de Jesus (“Quarto de Despejo” – autora do detalhe e do descarte, modernidade a contrapelo).
- Conceição Evaristo (provoca reflexões sobre memória).
- Machado de Assis (ironia ácida e cortante).
- Luiz Alfredo Garcia-Roza (romances policiais ambientados no Rio, para “investigar a paisagem”).
- Filmes:
- “A Melhor Mãe do Mundo” (filme brasileiro recente, forte e impactante).
- “O Homem com H” (reviravolta na sensibilidade brasileira).
- Quentin Tarantino (estética da vingança, aprendida a apreciar).
- Spike Lee (temas que “põem o dedo na ferida”; técnica de câmera que gera desconforto).
- Obras organizadas por Flávia Rios (divulgadas no final):
- “A Questão do Pardo no Brasil”.
- “Lélia Gonzalez: Por um Feminismo Afro-Latino-Americano” (de Lélia Gonzalez, org. com Márcia Lima).
- “Dicionário das Relações Étnico-Raciais Contemporâneas” (org. com Márcio André dos Santos e Alex Ratts).
O Filosofia Pop é um podcast que aborda a filosofia como parte da cultura. A cada 15 dias, sempre às segundas-feiras, a gente vai estar aqui pra continuar essa conversa com vocês. Intercalando com nossos episódios normais de quando em quando vamos apresentar episódios de entrevistas temáticas especiais. O episódio de hoje que é uma parceria com o projeto de extensão Filosofia, Cultura popular e Ética, desenvolvido na Universidade Federal de Jataí.
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Esta disponível para download gratuito o livro Tcholonadur: entrevistas sobre filosofia africana. Este é um projeto que reúne 34 entrevistas com pensadores que estão moldando a filosofia africana fora da lusofonia. Com prólogo de Filomeno Lopes; Prefácio de Severino Ngoenha e Ergimino Mucale, “Tcholonadur” oferece uma oportunidade imperdível de mergulhar nas ideias e pensamentos que estão moldando o futuro da filosofia africana. https://filosofiapop.com.br/texto/tcholonadur/livro-tcholonadur-entrevistas-sobre-filosofia-africana/
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