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Cabo Verde procura primeira presença no Mundial 2026

Cabo Verde procura primeira presença no Mundial 2026

Update: 2025-09-01
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Pela primeira vez, os Tubarões Azuis encontram-se numa posição privilegiada para alcançar uma presença no Campeonato do Mundo de 2026. Depois de liderarem o grupo D das eliminatórias africanas, à frente de selecções como os Camarões e a Líbia, os cabo-verdianos estão agora a apenas dois jogos de transformar o sonho em realidade.

O desafio é exigente: só o primeiro lugar dá acesso directo ao Mundial 2026, embora os melhores segundos ainda possam lutar pela repescagem. Este mês de Setembro vai ser decisivo, com o primeiro confronto frente às Maurícias e, depois, o jogo de peso contra os Camarões em Cabo Verde, perante os olhos de todo o país e da diáspora.

Para o analista desportivo Cardoso da Silva, este momento traduz a maturidade alcançada pelo futebol cabo-verdiano: “Estamos satisfeitos, estamos a sonhar, porque sonhar não é proibido. Proibido é não sonhar. Os jogadores, a equipa técnica, a federação e o povo sentem que estão a um passo de concretizar uma presença inédita num campeonato do mundo.”

Ainda assim, a euforia não deve esconder as dificuldades. Cardoso da Silva sublinha que a obrigação de vencer pode ser tão dura como a qualidade dos adversários: “Tudo na vida é difícil. Jogar contra as Ilhas Maurícias só por jogar é uma coisa, mas ter a obrigação de vencer poderá perturbar psicologicamente os jogadores. Cabe ao treinador, Pedro Leitão, dar serenidade e calma à equipa, porque são 90 minutos e cada jogo tem a sua própria história.”

A pressão será ainda maior no duelo decisivo com os Camarões. Cardoso da Silva lembra que a selecção adversária tem jogadores de classe mundial e que o factor casa, em vez de ser apenas um trunfo, pode também criar ansiedade: “Jogar perante o público e com a responsabilidade de chegar ao Mundial pode tirar discernimento e clarividência aos jogadores. É preciso cabeça fria e confiança no potencial da equipa”.

Uma eventual qualificação teria impacto para além das quatro linhas. Como explica Cardoso da Silva, “indo ao Mundial, o futebol de Cabo Verde ganha outra dimensão e outro estatuto. Os jogadores serão respeitados de outra forma e a federação terá responsabilidades acrescidas. Interna e externamente, o futebol cabo-verdiano será visto com outros olhos.” A festa, garante, será inevitável, mas só depois de garantida a vitória: “Prefiro não pensar na festa agora. Primeiro é ganhar, depois celebraremos”.

Cabo Verde, um arquipélago de dez ilhas, reencontra no futebol a sua unidade. “É um país só”, reforça o comentador. No último jogo, no Estádio Nacional, todo o arquipélago e a diáspora vão estar unidos à volta da mesma ambição: “Não é só Cabo Verde. A nossa diáspora espalhada pelo mundo vai acompanhar cada detalhe. Estes dois jogos são decisivos e temos a obrigação de sonhar com o Mundial.”

Entre os convocados de Pedro "Bubista" Leitão destacam-se nomes de referência como o guarda-redes Vozinha, do Desportivo de Chaves, e o avançado Jovane Cabral, do Estrela da Amadora. A defesa conta com jovens como David Moreira (Sporting) e Sidny Cabral (Estrela), enquanto no meio-campo surgem Jair Semedo (Farense) e Telmo Arcanjo (Vitória de Guimarães). A grande novidade é o regresso do experiente avançado Nuno da Costa, do Basaksehir, reforçando um grupo que mantém a base das últimas convocatórias. Bubista sublinha a confiança nos seus jogadores e lembra que a selecção vem de uma série positiva de cinco jogos sem perder, o que aumenta a confiança na qualificação.

Enquanto Cabo Verde persegue o maior palco do futebol, no feminino destaca-se a trajectória de Lídia Andrade, avançada de 26 anos do FC Colónia. Nascida na Suíça, filha de pais angolanos, a jogadora construiu carreira na Bundesliga, após passagens pelo SV Meppen e RB Leipzig. A internacional suíça, nunca deixou de valorizar as suas raízes africanas e mantém fortes ligações familiares a Angola, país onde espera regressar em breve. O seu percurso espelha a riqueza da diáspora lusófona e mostra como o futebol feminino também é espaço de afirmação e identidade.

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