Há interesses económicos que estimulam os incêndios em Portugal?
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Durante quase um mês, uma vaga de incêndios praticamente incontrolável já consumiu mais de 220 mil hectares de áreas rurais e de floresta em Portugal. É um drama humano para as populações que têm de enfrentar o fogo, muitas vezes sem qualquer espécie de ajuda. O próprio governo reconheceu que houve descoordenação. O secretário de Estado da Protecção Civil disse que foi momentânea, mas o que parece haver é descoordenação estrutural no terreno e nos comandos mesmo ao mais alto nível. É também uma autêntica tragédia ambiental e económica, com muitos milhões de euros de prejuízos e muita biodiversidade destruída.
No Negócios da Semana, em podcast, tentamos perceber que motivações podem existir para sermos o país campeão das ignições de fogo na Europa e até no mundo. As causas humanas são estatisticamente preponderantes, mas será que é só negligência e motivos fúteis? Ou existe mesmo um forte conjunto de incentivos económicos para que a floresta arda com tal intensidade? Há ou não muitos negócios associados ao fogo rural e florestal que dão lucros a muita gente?
São convidados de José Gomes Ferreira o jurista João Massano, bastonário da Ordem dos Advogados e autor de propostas de revisão da legislação penal sobre incendiarismo criminoso; Paulo Fernandes, presidente da Câmara do Fundão; Clemente Pedro Nunes, especialista de energia, professor universitário, gestor e também proprietário rural; e ainda Vítor Andrade, jornalista do Expresso que viveu esta semana a experiência de combater o incêndio na sua aldeia natal.
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