O Agro é Político: Desvendando o Poder por Trás das Porteiras
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Você realmente conhece o "Agro" brasileiro? Este podcast convida você a uma imersão profunda no livro "Formação Política do Agronegócio", do antropólogo Caio Pompeia, que oferece um perfil inédito e diverso do segmento político-econômico mais influente do país.
Em uma análise que abrange setenta anos de história, mergulhamos na gênese da noção de "agribusiness" na Escola de Negócios de Harvard, na década de 1950. Descubra como o termo foi cunhado para entender a produção agropecuária em suas relações com as atividades industriais e terciárias – "antes, dentro e depois das porteiras das fazendas" – e rapidamente apropriado pela diplomacia norte-americana na "guerra contra a fome".
No Brasil, o termo "agribusiness" começou a ser mobilizado sob influência de agentes dos Estados Unidos, entidades agropecuárias, jornalistas e políticos, sendo crucial na constituição das cadeias produtivas de commodities. A USP teve um papel central na irradiação do termo, que paulatinamente conferiu legitimidade às reivindicações das diversas organizações ao Estado. Você entenderá como Roberto Rodrigues se tornou ministro da Agricultura e como a aliança com os atores dominantes do agronegócio foi, na verdade, prometida por FHC, florescendo e demonstrando seu poder sob o PT, mesmo diante de variados conflitos.
Acompanhe a trajetória da chamada bancada ruralista, que ganhou os "músculos necessários para impor sua agenda ao país", influenciando eventos como o impeachment de Dilma Rousseff. Veremos como, na gestão Bolsonaro, o agronegócio "colheu seus melhores frutos", mas também enfrentou um aprofundamento das divergências internas, desde pleitos negacionistas focados na expansão horizontal até propostas que buscam vantagens competitivas modernas, embora estas não tenham sido suficientes para deter a destruição ambiental e a violação de direitos.
O livro de Caio Pompeia é essencial para compreender o Brasil contemporâneo, pois esquadrinha os meandros políticos e a diversidade desse autoproclamado segmento mais importante da economia nacional. Ele explica em detalhes como as representações dominantes do "agro" alcançaram o Estado e impuseram sua agenda, defendendo a concentração fundiária, paralisando o reconhecimento de direitos territoriais tradicionais e transfigurando instrumentos legais e administrativos relativos ao meio ambiente.
Prepare-se para entender por que, como o próprio livro enfatiza: "O agro não é pop: é político." Sintonize para desvendar as complexas relações de poder, as diferenças internas e as influências políticas que moldam o agronegócio e, consequentemente, o Brasil.






















