O que nos ensina a doçura sobre comunicação? Rita Nascimento
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A arte de comunicar através do sabor
Hoje falamos sobre doces — mas, no fundo, falamos sobre emoções.
Falamos sobre a memória dos sabores, o prazer e a culpa, a criatividade que nasce do açúcar e a forma como a comida se transforma numa linguagem afetiva.
Neste episódio do Pergunta Simples, Rita Nascimento, mais conhecida como La Dolce Rita, mostra que uma sobremesa pode conter tudo: química e poesia, rigor e generosidade, técnica e amor.
O que nos ensina a doçura sobre comunicação? Rita Nascimento
Entre bolos, pastéis e gelados, há sempre uma forma de expressão — e também uma forma de relação.
A pastelaria como linguagem
Formada em pastelaria, Rita trabalhou em cozinhas de vários países e, há anos, dedica-se a ensinar, filmar e partilhar o que sabe sobre o mundo das sobremesas.
O seu canal de YouTube e os seus livros conquistaram milhares de seguidores — não apenas porque as receitas funcionam, mas porque comunicam verdade.
Para Rita, a pastelaria tem o seu próprio vocabulário — “uma pitadinha”, “um punhadinho” — e exige tradução: cada gesto, cada mistura, cada textura carrega uma intenção e uma memória.
Como em qualquer língua, é preciso saber interpretar e transmitir.
O equilíbrio entre prazer e culpa
Num tempo em que o açúcar é frequentemente visto como um inimigo, Rita Nascimento propõe outra forma de olhar para o prazer.
Não é o doce que está em causa, mas o excesso.
O problema começa quando o que era exceção passa a rotina.
Nesta conversa, fala-se de equilíbrio, de consciência e de liberdade: a capacidade de saborear sem culpa, de encontrar o ponto certo entre o prazer e a moderação.
Afinal, um doce não serve apenas para alimentar o corpo — serve para alimentar a alma.
Confiança e autenticidade
Rita construiu uma comunidade de pessoas que confiam nas suas receitas e acreditam na sua palavra.
Ensinar pastelaria, explica, é também ensinar clareza, paciência e precisão.
A confiança nasce da consistência — de partilhar conteúdos honestos, de responder com atenção e de manter o toque humano no meio da velocidade digital.
No fundo, a forma como Rita comunica ensina tanto quanto os seus bolos: que o essencial está na verdade, não na aparência; no afeto, não na performance.
As memórias que ficam no sabor
A conversa leva-nos à infância: à cozinha da mãe, ao arroz-doce da avó, ao ritual de “rapar o tacho”.
Essas pequenas cenas guardam uma ternura universal — a ideia de que cozinhar é, antes de mais, um ato de amor.
Os sabores tornam-se histórias, e as histórias, quando contadas com autenticidade, tornam-se pontes entre pessoas.
E é por isso que Rita é mais do que uma doceira: é uma contadora de histórias com açúcar.
As suas receitas ensinam-nos que comunicar bem é ouvir, cuidar, ajustar o tom e o tempo — como quem mexe um creme, devagar, até encontrar a textura certa.
A doçura como forma de comunicação
Fazer doces é um ato de comunicação: requer precisão, paciência e empatia — os mesmos ingredientes que fazem uma boa conversa.
A pastelaria é, afinal, uma forma de dizer “gosto de ti”, de cuidar e de criar beleza.
Mesmo num tempo de pressa, dietas e distrações, Rita Nascimento lembra-nos que ainda há espaço para saborear devagar — para fazer da doçura uma forma de presença e da comunicação uma forma de afeto.
Porque comunicar bem, como cozinhar bem, é isto mesmo: encontrar o equilíbrio certo entre rigor e ternura.
LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO
Esta transcrição foi gerada automaticamente. Por isso, ela pode não estar totalmente precisa.
0:12
Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação.
Hoje falamos sobre doces e, sobretudo, aquilo que eles representam.
Falamos sobre a memória dos sabores, sobre o prazer.
E sobre a culpa?
E sobre a criatividade que nasce do açúcar quando a comida se transforma numa linguagem afetiva?
0:32
A convidada deste episódio é a Rita nascimento, mais conhecida no mundo digital como ladol Serrita pasteleira, autora e comunicadora que construiu uma das comunidades mais queridas do país à volta das sobremesas.
Nesta conversa, mergulhamos no universo dos doces como forma de expressão e descobrimos que, por detrás de cada receita, há uma mistura de química, de poesia, de rigor e generosidade, de técnica e de amor.
1:07
A pastelaria é também uma linguagem, tem o seu vocabulário, uma pitadinha, um punhadinho e sem os seus códigos e as suas emoções.
E como em qualquer outra língua, é preciso saber traduzir, compreender o gesto, a mistura, o tempo, a memória que o sabor desperta.
1:24
Com o Rita nascimento, falamos do equilíbrio entre prazer e saúde, da forma como o açúcar se tornou um demónio moderno e da importância de saborear sem culpa.
Falamos de.
Confiança com desconhecidos de comunicação digital e da arte de manter o toque humano quando se tem milhares de pessoas do outro lado do ecrã, Rita ensina pastelaria, mas também ensina outra coisa.
1:46
Ensina como comunicar com clareza, com paciência e com precisão.
As suas receitas funcionam e é daí que vem a conferência do público.
O sucesso dos seus vídeos não depende da luz ou da edição, mas da honestidade do conteúdo na conversa.
Voltamos também à cozinha da infância.
2:03
Ao arroz doce da avó, ao leite, creme queimado na hora, não há outra maneira de fazer claro ao cheiro.
Do forno ao domingo.
São sabores que contam histórias, memórias que sobrevivem a cada colherada.
E há.
Perguntas que ficam no ar porque é que os doces são uma forma de amor?
2:20
Como é que se constrói essa memória que nos ocupa o espaço mental de todos nós?
E o que é que perdemos como sociedade quando transformamos o prazer em pecado?
Rita nascimento é doceira, comunicadora, criadora de conteúdos, mas acima de tudo, uma contadora de histórias com açúcar.
2:36
E é esta esta conversa, uma lição sobre autenticidade, emoção e precisão. 3 ingredientes que, afinal, servem tanto para uma sobremesa perfeita.
Como para uma boa relação humana?
Viva Rita nascimento.
2:52
Há cá ladolce Rita.
Sim.
Como é?
Como é que tu te como é que tu te apresentas?
Como é que tu gostas de ser apresentada?
Rita, sou Rita.
Mas depois tem lá isto ladolce Rita a doce, a doce Rita, que és uma celebridade da das redes digitais também.
3:09
Toda a gente te te conhece.
Eu eu pensei muito quando quando nós temos uma amiga em comum que que que sugeriu e disse, olha, tens que falar com a Rita, a Rita, a Rita dá uma dá uma grande convidada.
E eu pensei assim, ena, que bom.
Vamos falar de açúcar do mundo que está toda a gente a falar de emagrecer.
3:26
Vamos contra a corrente como?
É que é como é que como é que.
Como é que tu sentes quando, quando pões essa narrativa?
No fundo, que o doce é bom.
Claro que o doce é bom, mas por outro lado, nós sentimos essa.
Quase esse pecado, não é quer?
Dizer, mas é um bocado é um bocado bom, não é?
3:41
É?
Um bocado aceitável.
Eu acho que sim.
Eu aqui há uns.
Acho que foi quando lancei Oo meu primeiro livro.
Tive 11 episódio muito engraçado e isto foi há já, há 10 anos.
Portanto, agora as coisas ainda estão piores e eu estou a fazer aspas assim no ar.
3:58
Eu passei por uma montra de uma livraria e estava lá o meu livro.
No meio e ao lado e ao redor do meu livro estavam todos outros livros eram sobre dietas, o que?
Faz sentido, não é eu.
Pensei, olha, está aqui uma representação do que pronto da minha vida, que é as pessoas à minha volta a fazer dieta e eu aqui, toda contente, a comer um geladinho.
4:21
Olha, quando é que tu te descobres como como doceira?
Tu tu és, tu és o quê tu és?
Eu sou pasteleira pasteleira, sim, sim, que.
Que é que é maravilhoso?
Logo, não é quer?
Dizer sim quando eu digo que sou pasteleira EE se alguém não me conhece, eu acho.
4:37
Fico a pensar que eu, se calhar, estou ali numa pastelaria a fazer bolas de Berlim e em.
Paz na realidade.
Não é, mas eu não trabalho propriamente como pasteleira, ou seja, eu não faço bolos para vender.
Tu trabalhas comunicação à volta da do?
Exato, sim, sim.
4:53
Mas o meu curso é pastelaria, portanto, eu estudei pastelaria.
Eu trabalhei efetivamente como pasteleira como chefe de pastelaria em vários sítios EE aqui há uns anos é que deixei de trabalhar ativamente a produzir para outras pessoas.
Lerem?
E hoje dedico me a ensinar em vários contextos, quer seja no YouTube, quer seja através de livros ou cursos.
5:16
Mas quando alguém me pergunta a minha profissão, como é tão complicado meter tudo no mesmo saco?
Tu pimba pasteleira pronto.
O Mestre pasteleira está coisas.
A resolver e.
Mas tu ao fazeres, as coisas que tu fazes.
Quem já agora, quem não te segue no Instagram ou no YouTube, vale a pena.
5:3















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