Pai ameaça matar filho gay: “Muda ou eu te mato”; ouça áudio
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O Brasil é recordista mundial em assassinato de homossexuais, segundo o relatório divulgado em 2020 pelo Grupo Gay da Bahia. Um homossexual é morto a cada 23 horas.
Um menino de 14 anos foi agredido e torturado em Goiás. A conversa foi gravada por vizinhos. O homem é suspeito de bater no filho, por ele ser homossexual.
Em áudios é possível ouvir o pai ameaçando o menino de morte. O homem foi levado a uma delegacia após o adolescente denunciar a situação, por meio de uma carta, a vizinhos.
“Se você não mudar, eu te mato”
Policiais foram até o local após denúncia anônima na última quarta-feira (5) e confirmaram que o menino tinha escoriações pelo corpo.
A mãe falou à Policia Civil que estava ciente das agressões porque o menino “tem tendência à homossexualidade”.
O homem, que não tinha passagens pela polícia, assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por lesão corporal e foi liberado.
O próximo passo da investigação é ouvir os vizinhos e analisar o conteúdo da carta, que não foi divulgado.
Ouça o áudio gravado por vizinhos:
https://cdn.emtempo.com.br/img/videoinline/300000/Vizinhos-gravam-audio-de-pai-ameacando-matar-filho_00304123_0_202105061609.mp4?xid=1011500
De mãos dadas em público
O maquiador Felipe Alves, 26 anos, foi surpreendido por um bilhete colocado por debaixo da porta do apartamento em Joinville (SC), a 178 quilômetros de distância de Florianópolis. No papel, escrito a caneta, diz que o condomínio era um “local de família” e exigia “respeito”.
“Olá vizinho. O Condomínio Piratuba é um local de família. Respeitamos todas as pessoas e não nos importamos com o que cada um faz dentro de sua casa. Mas essa semana eu tive que explicar pro meu filho pequeno o porquê de dois homens de mãos dadas andando pelo estacionamento. Respeito por favor”
Ao pegar o papel, deixado na manhã de 11 de agosto, o maquiador ficou desolado. “Eu fiquei indignado, senti raiva. Amassei o bilhete e joguei fora. A gente não estava fazendo nada de errado, só estávamos de mãos dadas”, disse Alves ao UOL.
Ele demorou quatro dias para contar o ocorrido ao namorado. “Ele é tímido, muito reservado, e a gente demorou bastante tempo para ter a liberdade para andar de mãos juntas. Fiquei com receio que ele não quisesse mais.”