Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a primavera e o verão também podem desencadear problemas respiratórios nas pessoas. De acordo com a doutora Leda das Neves Almeida Sandrin, professora e coordenadora do Departamento Científico de Alergia Ocular da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), os problemas registrados durante essas épocas são, principalmente, rinite alérgica e asma. “A gente pensa sempre no inverno, mas a gente tem que lembrar que no verão a gente tem também uma circulação muito grande de doenças virais. Essas doenças virais para o paciente alérgico podem desencadear crises”, destacou a doutora. Segundo a especialista, a região catarinense possui circulação de pólens de gramíneas durante o fim do inverno e o verão. “A gente orienta o paciente, apesar de ser meio estranho, de não deixar tudo aberto, fechar um pouquinho mais os vidros. Um dia muito seco, principalmente naquele dia que vai chover, tem aquela ventania, aquele dia tem mais pólens, então esse é um dia que é interessante o paciente não ficar tão exposto ao ar livre”, contou, acrescentando que isso pode ocasionar crises de rinite, conjuntivite e piora da asma.

Conforme a doutora, ambientes úmidos e quentes aumentam a proliferação de fungos. Com a chegada do calor, muitas famílias começam a ir para a praia, principalmente da região Sul catarinense, onde existe esse hábito por ser perto do litoral. A doutora Leda orienta para que as pessoas se atentem ao chegarem em ambientes que ficaram fechados por muito tempo, como a casa de praia. “Esses cuidados em viagens é bem interessante. Seria o quê? Chegar ao local, abrir, ventilar um pouco, se o paciente for alérgico a ácaro, lembrar de levar a capinha anti-ácaro do travesseiro”, disse, complementando que é interessante também fazer uma limpeza no ar-condicionado, além de manter as vacinas em dia. O assunto foi destaque em entrevista no programa Ponto de Encontro. Ouça e saiba mais:

A doutora ainda destacou que é preciso manter os quatros de rinite e de asma bem tratados de forma preventiva, ou seja, manter um acompanhamento médico. Além dos ácaros presentes em travesseiros, cobertores e nos ares-condicionados, a especialista salientou sobre a irritação que produtos químicos podem causar. “O hipoclorito de sódio é muito irritante. Então a gente orienta não usar em lugar nenhum. Se tiver fungo em algum lugar, usar mais o vinagre, porque é menos irritante”, comentou. Leda pontuou que essas recomendações valem também para crianças e idosos, que são mais vulneráveis aos problemas respiratórios. Porém, a especialista reforçou a importância da vacinação, principalmente no caso dos idosos, que possuem mais complicações em uma asma com infecção, por exemplo. “Tem um grupo de vacinas bem específicas para essa faixa etária”, afirmou.

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