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Author: Rodrigo Orellana e Zuleica Vicente

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Description

Discussão de argumentos principais de grandes obras literárias.
11 Episodes
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Neste episódio, mergulhamos nos preconceitos associados à saúde mental e no estigma histórico da loucura. A partir das reflexões de Freud, Lacan e Foucault, discutimos como a sociedade construiu narrativas de exclusão, mas também como a loucura pode se tornar um recurso político e social de resistência. Uma conversa provocativa sobre normalidade, diferença e poder.
Neste episódio do Argumente, Rodrigo Orellana e Zuleica Vicente mergulham em um território frequentemente romantizado, mas raramente compreendido: o das Altas Habilidades (AH ou HA High Abilities). Muito além do mito da “criança gênio”, eles expõem as nuances emocionais, cognitivas e sociais que acompanham pessoas com AH ao longo da vida.Rodrigo destaca que o termo antes conhecido como “superdotação” não se restringe a QI elevado, e alerta para a frequente confusão entre os possíveis diagnósticos diferenciais como TDAH e TEA, o que leva a ausência de suporte adequado. Já Zuleica ressalta que, enquanto essas crianças são celebradas pelo capital e vistas como promissoras, frequentemente carregam sofrimento profundo, sentindo-se isoladas, incompreendidas e até com ideação suicida.O episódio aborda ainda:A hipersensibilidade, o pensamento acelerado e a inquietação que tornam crianças com AH desafiadoras para professores;A tendência à autossabotagem na escola, para evitar o estigma de “gênio”;A dificuldade de se conectar com pares e lidar com hierarquias na vida adulta;Como se tornam os “resolvedores de problemas” de todos — e acabam sobrecarregadas;As diferenças entre as abordagens psicanalítica e cognitivo-comportamental no acolhimento de pacientes com AH.Zuleica defende o respeito radical à subjetividade do paciente, mesmo que ele escolha não se adaptar ao meio social. Rodrigo, por sua vez, argumenta que a adaptação comportamental pode ser necessária para evitar sofrimento crônico e isolamento. Entre contrapontos, os dois mostram que acolher alguém com AH exige compreender tanto seu potencial quanto sua dor.Um episódio que desmistifica a genialidade e devolve humanidade a quem carrega o peso de ser considerado “brilhante”.
Neste episódio do Argumente, Rodrigo Orellana e Zuleica Vicente se aprofundam no tema dos vícios e compulsões — não como falha moral ou fraqueza de caráter, mas como estratégias psíquicas para lidar com a dor emocional. Partindo da premissa de que toda compulsão nasce de uma tentativa de alívio, eles desconstroem o senso comum que trata o vício como “falta de força de vontade” e convidam o ouvinte a enxergar o comportamento aditivo como uma resposta legítima (ainda que disfuncional) ao sofrimento.Rodrigo compartilha reflexões sobre o ciclo vicioso entre prazer e dor, evocando a noção de “fenda emocional”: um buraco psíquico que pede preenchimento constante. Já Zuleica, com base na psicanálise, propõe que o vício é muitas vezes uma forma de manter viva a ligação com o objeto perdido, e que o sujeito adicto tenta, através da repetição, capturar uma ausência — algo que lhe foi negado afetivamente.O episódio aborda ainda:A diferença entre hábito, compulsão e dependência;O papel da dopamina e da repetição no circuito de vício;Como os vícios emocionais (relacionais, sexuais, afetivos) funcionam como “anestesia” para o vazio;A dificuldade de abrir mão da dor conhecida;E o desafio de construir um “eu” que não precise se perder para se sentir inteiro.Com uma escuta empática e provocadora, Rodrigo e Zuleica traçam pontes entre psicologia, neurociência e subjetividade — e lançam uma pergunta essencial: o que resta do sujeito quando o alívio é mais importante do que o cuidado?
Neste episódio do Argumente, Rodrigo Orellana e Zuleica Vicente encaram de frente uma pergunta urgente: o que acontece com o sujeito quando a amizade é terceirizada para uma inteligência artificial? A conversa parte do lançamento do Companion AI da Meta e se aprofunda nos efeitos subjetivos da substituição de vínculos humanos por assistentes treinados para agradar, reforçar bolhas e moldar o desejo.Rodrigo e Zuleica exploram a lógica perversa por trás desses algoritmos “companheiros”, que se alimentam de dados para vender previsibilidade — e entregam, em troca, a ilusão de companhia perfeita, sem frustração, sem confronto, sem alteridade. Com referências a Black Mirror, Ela, Wall-E e a Caverna de Platão, eles desenham um cenário onde o sujeito, isolado, se apaixona por um espelho que o valida constantemente — e perde a capacidade de ouvir a si mesmo.Zuleica propõe reflexões agudas a partir da psicanálise: o sujeito regulado de fora não precisa mais acessar seu inconsciente, porque a IA já se encarrega de suprir seu Id com dopamina e seu Superego com aprovações instantâneas. O resultado? Um Ego esvaziado, domesticado, anestesiado. “A IA não ajuda você a pensar — ela pensa por você. E isso é o fim da liberdade psíquica.”Enquanto isso, Rodrigo observa que o Companion não é só uma inovação tecnológica, mas um sintoma cultural: a institucionalização da solidão como mercado. “Quanto mais isolado o sujeito, mais vulnerável ele é ao consumo. E o Companion será seu vendedor mais eficaz.”O episódio também mergulha em temas como a epidemia de solidão tratada como oportunidade de lucro, a terceirização da imaginação — em que a inteligência artificial antecipa imagens e respostas antes mesmo que o sujeito as conceba —, a dissolução do outro real nas interações digitais (“interajo com uma máquina que é só a versão melhorada de mim mesmo”) e, por fim, a urgência de recuperar o espaço interno da autorregulação e da escolha crítica, antes que o pensamento seja totalmente substituído por respostas preditivas.
Por que é tão difícil, para um adulto, imaginar?Neste episódio, Rodrigo Orellana e Zuleica Vicente mergulham no universo da imaginação como ferramenta de autorregulação emocional — e revelam o quanto ela é mais sofisticada do que parece.Rodrigo compartilha uma memória adolescente marcante, onde personagens internos (inspirados por Travolta e Stoltz) dramatizavam seus dilemas emocionais e morais. A descoberta posterior dos conceitos freudianos e da Terapia do Esquema permitiu dar nomes técnicos a esse teatro psíquico: Id, Superego, Ego, Pensamentos Automáticos e os Modos Esquemáticos.Surge então a Sala de Controle, protocolo terapêutico que transforma imaginação em cena clínica, na qual o Adulto Saudável se reúne com as vozes internas para decidir com mais consciência. Mas há um obstáculo: muitos adultos não sabem mais imaginar.É nesse ponto que Zuleica, com sua lente psicanalítica, traz contrapontos preciosos. Ela questiona os limites da pedagogização da emoção na abordagem cognitiva e lembra que, para a psicanálise, a escuta da experiência e do desejo não é estruturada por categorias fixas, mas por singularidades. A ideia de imaginar personagens internos pode ajudar, mas também corre o risco de tornar-se uma forma de controle excessivo do afeto.Juntos, eles analisam como a imaginação, tão viva na infância, se atrofia à medida que a vida adulta se impõe com suas exigências de produtividade, controle e adequação. Discutem como a moral capitalista — orientada pela lógica do desempenho e da eficácia — reduz drasticamente a capacidade de o sujeito projetar cenários internos, tornando o ato de imaginar algo quase subversivo. E, sobretudo, refletem sobre o papel da fantasia, não como fuga da realidade, mas como um dos pilares da constituição da subjetividade: uma forma de sustentar o desejo, elaborar conflitos e redesenhar o real a partir de dentro.
Neste episódio do Argumente, Rodrigo Orellana e Zuleica Vicente exploram como as redes sociais moldam (e muitas vezes distorcem) a forma como nos vemos e nos relacionamos com o outro. Partindo da ilusão do narcisista, discutimos como a construção de um self idealizado para o consumo alheio nas redes pode entrar em choque com o self real, gerando sofrimento psíquico, crises de identidade e uma busca incessante por validação externa.Falamos também sobre a ausência de legislações eficazes nas plataformas digitais, que acabam criando uma "terra sem lei", onde discursos de ódio, crimes e violências simbólicas circulam sem a responsabilização que teriam no mundo offline.Afinal, qual o limite entre o que se compartilha e o que se vive? Por que tantas pessoas sentem que precisam performar felicidade o tempo todo, mesmo à custa da própria saúde mental? E que tipo de impacto isso gera na forma como nos percebemos e somos percebidos?Narcisismo, idealizações, comparações e uma necessidade urgente: sermos vistos — nem sempre como somos, mas como gostaríamos que os outros nos enxergassem.Se você já se sentiu esgotado pelas redes ou percebeu que sua autoestima está atrelada aos likes que recebe, este episódio é pra você. Venha refletir conosco!
No episódio de hoje, Rodrigo Orellana e Zuleica Vicente mergulham nos bastidores da série "Adolescentes" (Netflix), fenômeno entre o público jovem que despertou um verdadeiro pânico moral em muitas famílias. Por que uma produção audiovisual gerou tanto desconforto? Quais feridas sociais ela expõe? E, mais importante: o que ela tem a ver com incels, manosfera e os discursos de ódio que se espalham pela internet?A conversa parte da repercussão da série para discutir temas atuais e urgentes como misoginia, bullying, cultura do ódio, e os perigos do desengajamento moral, à luz das teorias de Albert Bandura. Falamos sobre o fenômeno dos "red pills", o impacto da exclusão social, o papel das redes na modelação de comportamentos e o sofrimento silencioso de adolescentes que se sentem invisíveis.Rodrigo compartilha experiências clínicas e pessoais sobre parentalidade e aceitação, enquanto Zuleica traz um olhar crítico e afiado da psicanálise e das ciências sociais. Juntos, eles discutem como educar com afeto em tempos digitais, a importância do diálogo honesto entre pais e filhos e como construir vínculos reais em meio a tantas idealizações.Se você é pai, mãe, educador, terapeuta — ou simplesmente se interessa por comportamento humano —, esse episódio é um convite à reflexão sobre as dores do crescer, o papel da família e os riscos de transformar silêncio em regra dentro de casa.
Neste episódio de Argumente, mergulhamos fundo nas águas polêmicas das relações não-monogâmicas. Afinal, seria a monogamia uma construção moldada pelo capitalismo? Qual é o real custo emocional, social e até financeiro de insistirmos na exclusividade amorosa? Exploramos os diferentes contratos invisíveis que regem nossas relações, desde os tradicionais monogâmicos aos não-monogâmicos e incluindo os mais radicais, amparados pela anarquia relacional. Além disso, esclarecemos a confusão frequente entre não-monogamia e poligamia e discutimos as zonas cinzentas da moralidade, onde máscaras caem e hipocrisias vêm à tona. Abra sua mente e questione suas certezas conosco!
O medo tem um enorme poder sobre nós. Ele molda comportamentos, justifica decisões e, muitas vezes, é a ferramenta perfeita para controlar sociedades inteiras. Mas o que acontece quando esse medo não surge naturalmente, e sim, é cuidadosamente fabricado?Neste episódio especial de (re)inauguração do Argumente Cast, Rodrigo Orellana e Zuleika Vicente desconstroem um fenômeno tão antigo quanto atual: o Pânico Moral. Por que certos grupos ou comportamentos são constantemente demonizados? Quem se beneficia da histeria coletiva? Como discursos de ódio e censura são legitimados sob o pretexto de proteger a sociedade?Inspirados nos estudos de Stanley Cohen, exploramos como determinados agentes – políticos, mídias, instituições religiosas e até movimentos sociais – fabricam ameaças para fortalecer sua própria influência, transformando indivíduos ou grupos em bodes expiatórios. Mas será que toda preocupação moral é infundada? Ou existe um limiar tênue entre alertar e manipular?
Algumas pessoas optam pelo isolamento social enquanto outras enlouquecem com ele. Nesse episódio, utilizo os argumentos do livro Walden, de Henry David Thoreau para discutir as mazelas do capital e os perigos potenciais que se desdobrarão da crise do coronavírus em 2020.
Nesse Argumente Cast inaugural, eu comento sobre o aforismo #574 de Nietzsche em Aurora, onde ele diz que "quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos dos que não sabem voar". O embasamento teórico desse primeiro argumento é o efeito Dunning-Kruger. 
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