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Tempo ao Tempo
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Tempo ao Tempo

Author: Rui Tavares

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Tempo ao Tempo é um podcast de histórias da História, de passado, presente e futuro, e da mudança da memória no tempo. Aqui vamos percorrer a micro-história e a História global, a História europeia e a História nacional, sempre com o objetivo de atualizar os dilemas das pessoas do passado e colocar em perspetiva histórica os nossos dilemas do presente. Com o tempo, vão aparecer texturas e um padrão narrativo, que ajudará a fazer sentido do todo. Mas o todo será sempre multímodo, polifónico e eclético. De muitos caminhos. 


Todas as quintas-feiras um novo episódio escrito e narrado por Rui Tavares, com apoio à produção de Leonor Losa. 


A sonoplastia de Tempo ao Tempo é de João Luís Amorim e a capa é de Vera Tavares e Tiago Pereira Santos. 

30 Episodes
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Diferente de outros momentos perdidos na memória, o colapso da democracia alemã em 23 de março de 1933 tem uma particularidade: podemos ouvi-lo. A gravação sonora da sessão plenária do Reichstag, registada naquele dia decisivo, captura o instante em que o Parlamento alemão concedeu ao Partido Nazi plenos poderes. Este documento sonoro torna tangível uma realidade que normalmente se imagina apenas em relatos escritos ou análises históricas: o som do consentimento que silencia a liberdade. Nesse ambiente carregado, as vozes sobrepõem, resistem e, por fim, emudecem. Mas ainda ecoa a voz de Otto Wels, deputado social-democrata, cuja voz proferiu a frase emblemática: “Podem tirar-nos a liberdade, podem tirar-nos a vida, mas a honra não.” Rui Tavares convida a experimentar a história de forma sensorial: não apenas pelas palavras, mas pelo vazio, pela tensão e pelo silêncio contidos na gravação – o próprio som do instante frágil em que um parlamento sucumbe e a democracia colapsa.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Como se cria um mártir? Qual o poder político da narrativa do sacrifício pela ideologia? Rui Tavares relata a sucessão de episódios que, não sendo directamente de natureza política, foram instrumentalizados pela propaganda do partido Nazi para a criação da sua narrativa. Conheça a história de Horst Wessel, o nazi que imortalizou a ascensão de Hitler O que foi anunciado como sacrifício de Horst Wessel, membro do Partido Nazi, em 1930, esteve na base da narrativa de perseguição ideológica, e na diabolização da esquerda na Alemanha nos anos seguintes. A morte de Wessel como evento, a performance política ao redor do seu funeral, um hino que o imortalizou, e um oportuno incêndio no Parlamento serviram o mote que faltava na narrativa épica do Partido Nazi. Às portas da ascensão de Hitler ao poder, qual o papel de Horst Wessel? Partindo deste evento no início do ano de 1930, Rui Tavares traça o caminho que, nos três anos seguintes fortaleceram a popularidade da ideologia nazi e levaram à tomada política do Reichstag.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Qual é, afinal, o propósito da Organização das Nações Unidas? Perante esta questão, que ecoou na abertura da Cimeira de ontem, Rui Tavares leva-nos a revisitar os motivos fundadores desta instituição, criada em 1945, no rescaldo da Segunda Guerra Mundial, quando o mundo ansiava por paz, justiça e cooperação internacional. Por que razão o português abre, invariavelmente, a Cimeira das Nações Unidas, se não é uma das seis línguas oficiais da organização? Qual foi o contributo central das mulheres na elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos? Quem foi Berta Lutz, que se debateu pela inclusão de ambos os géneros nos documentos oficiais das Nações Unidas, ao lado de Eleanor Roosevelt?See omnystudio.com/listener for privacy information.
A Revolução Francesa teve, sem dúvida, um impacto extraordinário no curso da história, mudando profundamente diversas dimensões do tempo e da cultura. A partir do dia da Festa do Génio, efeméride que se comemora hoje, Rui Tavares revela-nos um aspecto particular, singular e literal desse impacto no tempo, que talvez passe despercebido para a maioria: o calendário. Em específico, a criação do calendário republicano francês e a revolução no modo como o tempo passou a ser contado nos anos de fervor revolucionário. Neste episódio, vamos conhecer a forma única com que os franceses decidiram assinalar um novo começo — uma ruptura simbólica e prática — conquistada pela Revolução: o reinício da contagem dos dias e dos meses do ano. Rompendo com o antigo calendário gregoriano, França afirmou seu tempo ao adotar o Calendário Republicano. O calendário revolucionário começou em Primidi de Vendemiário, que corresponde ao dia 22 de setembro de 1792 no calendário gregoriano tradicional, data que marca o início do Ano I da República e coincide com o equinócio de outono no hemisfério norte. Mas que novo tempo é este? Como se organizam os dias e as semanas? Como se nomeiam os meses ou as estações do ano? Ficamos, neste episódio, a saber um pouco mais sobre a Revolução Francesa, sobre o espírito revolucionário, e sobre como é possível revolucionar tempo.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O arquitecto das Torres Gémeas, Minoru Yamasaki, não é muito falado quando se aborda o ataque terrorista de 11 de Setembro de 2001. Yamasaki, curiosamente, já tinha visto um outro projeto seu ser demolido propositadamente: o empreendimento de Pruitt-Igoe no Missouri. Há muito para descobrir na vida e na obra deste arquiteto “azarado”, inclusive uma relação com a arquitetura islâmica. Oiça mais um episódio de Tempo ao Tempo por Rui Tavares. Será que se devia dar mais importância ao arquiteto das Torres Gémeas? Neste 11 de setembro, recordemos a vida e a obra do arquiteto mais azarado do mundo e exploremos a sua obra mais emblemática.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Há cem anos morria Virginia Rosa Teixeira, aliás, Madame Brouillard, a quiromante que, a partir do seu consultório luxuoso no Chiado, dava consultas e previa o futuro de personalidades da esfera pública e privada do início do século XX. Os seus anúncios nos jornais ficaram icónicos mas a sua vida não é assim tão conhecida. Regressemos aos anos da Primeira República para conhecer esta misteriosa figura de LisboaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Portugal teve em tempos um regime relativamente estável que durou 50 anos e que resultou num sistema de alternância entre dois partidos: um de centro-direita, o outro de centro-esquerda. Rui Tavares leva-nos até ao início do século XX para falar da “ignóbil porcaria”, o nome popular dado ao decreto eleitoral de 1901 emitido pelo segundo governo de Hintze Ribeiro. E sim, os regimes relativamente estáveis podem acabar quando os seus principais políticos cometem erros. E a falta de imaginação é a pior conselheira.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Um grafito com 2 mil anos em Pompeia é o ponto de partida desta viagem onde Rui Tavares nos leva por duzentos séculos de guerras culturais a partir do seu livro “Hipocritões e Olhigarcas” Marshall McLuhan dizia que “O meio é a mensagem”, mas Rui Tavares propõe uma visão alternativa: e se as mensagens revolucionárias forem apenas aquelas que são capazes de saltar de meio para meio? É este o ponto de partida para diversas guerras culturais que saltam de tempo para tempo e de língua para língua, tal como a história do Minotauro que inspirou o grafito que uma criança desenhou numa parede em Pompeia há duzentos séculos atrás.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Rui Tavares leva-nos até ao território polaco no fim do século XIX onde o escritor Joseph Conrad nasceu, uma terra partilhada por três impérios e muita instabilidade. Oportunidade para tecer considerações sobre o autor de “Coração das Trevas”, o livro que foi adaptado por Francis Ford Coppola no filme “Apocalipse Now”. Cem anos depois da morte do escritor, Rui Tavares traça um perfil através desse território confuso e oferece-nos uma visão sobre os primeiros tempos da globalização.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Continuando na década de 20, Rui Tavares volta à personagem de Alves Reis e ao seu plano para conseguir imprimir notas e colocá-las em circulação. Porque não basta imprimir notas, há que saber gastá-las. O que faria com 1% do PIB português em sua casa? Onde se cria dinheiro? Quem cria dinheiro? E quem consegue colocá-lo em circulação? E que tal criar um banco? Foi isso mesmo que fez Alves Reis.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Enquanto a Europa se perdia na Grande Guerra, um conflito que se tornou rapidamente numa guerra de poucos ganhos territoriais mas muita perda humana, Spengler escrevia “O Declínio da Civilização” e dava-nos conta que a civilização europeia já tinha perdido o seu apogeu. A partir do livro de Oswald Spengler, Rui Tavares traça um relato do período entre-guerras, o futuro da Alemanha na república de Weimar e conta como conheceu o “Doppelgänger” de Oswald: Otto Spengler, uma personagem obscura que tem mais a ver com os nossos anos 20 do que os anos 20 de Oswald. Oswald Spengler ficou famoso e até conheceu Adolf Hitler, que achou provinciano e insuportavelmente burguês. Não era esse o “César” que ele esperava para impor um socialismo alemão hierárquico e estatista. Poderão os anos 1920 ditar também os nossos anos 2020? Será a história realmente cíclica?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Afonso Costa ou até Marquês de Pombal, dois exemplos de governantes com o mesmo peso do ex-primeiro-ministro José Sócrates que foram indiciados ou presos por corrupção. Neste episódio, Rui Tavares explora a história e as circunstâncias da prisão de Afonso Costa e os paralelismos com a operação Marquês.. Contudo, só podemos dizer que José Sócrates não foi o primeiro governante a ser julgado por corrupção se a corrupção não tivesse sido crime à época dos factos.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Rui Tavares continua a sua viagem até ao fim dos anos conturbados da Primeira República para nos fazer refletir sobre o dinheiro, o seu papel e o seu valor, partindo da figura de Cunha Leal, um político que viria a fundar o Partido Republicano Nacionalista que questionou a veracidade do Banco de Portugal na emissão de notas e moedas quando disse “O diretor da Casa da Moeda mente!” Não poderia sobre o dinheiro ser dito o mesmo que Santo Agostinho disse sobre o tempo? Ou seja, “Quando não me perguntam o que é, eu sei perfeitamente o que é o tempo e quando me perguntam o que é, eu fico perdido à procura de uma resposta?”See omnystudio.com/listener for privacy information.
A partir das ideias e do sonho de uma Europa unida do filósofo tornado burocrata Alexandre Kojève, Rui Tavares volta às teorias sobre o fim da História, partindo do dia da morte de Kojève em pleno Maio de 1968. O filósofo, conhecido pelas suas interpretações de Hegel, teorizava que o triunfo do pensamento racional e burocrático significaria o fim de uma História, expulsa de conflitos ideológicos Apesar de ter nascido no seio da burguesia russa, Kojève era um cidadão da Europa: estudou na Alemanha e combateu pela França. Encontrava semelhanças nos Estados Unidos e na União Soviética, apesar das enormes diferenças ideológicas e sonhava com uma Europa unida. O que é ser europeu quando se nasce russo, se pensa em alemão e se escreve em francês?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Continuando na história do início do século XX, Rui Tavares faz um retrato das circunstâncias que deram origem à maior fraude económica da história de Portugal a partir de uma teoria do economista Henry Wigan, que traça uma relação direta entre as notas falsas de Alves dos Reis e o fim da Primeira República. Oiça mais um episódio de Tempo ao TempoSee omnystudio.com/listener for privacy information.
A partir do livro “O Fim da História” de Francis Fukuyama, Rui Tavares traça uma visão da história, das histórias, a partir do livro de 1992 do filósofo que afirmava que o liberalismo democrático e o capitalismo podem ter já assinalado o fim da evolução sociocultural da humanidade, referenciando também os filósofos Ray Kurzweil e Toby Ord.See omnystudio.com/listener for privacy information.
As notas falsas de Alves dos Reis provocaram estragos no Portugal de 1925. Uma das maiores fraudes financeiras de sempre, o caso das notas falsas provocou tantos estragos na sociedade portuguesa que pode ter mesmo acentuado a queda da Primeira República. Rui Tavares regressa até 1925 para analisar os jornais da época e mergulhar nos últimos dias da Primeira República PortuguesaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
A partir de um texto do Diário de Lisboa que relatava o primeiro dia de uma sessão parlamentar daquela que viria a ser a última legislatura da Primeira República, Rui Tavares traça-nos um retrato daquela época e da constituição da Assembleia daqueles tempos conturbados. Havia já sinais que poderíamos estar prestes a entrar numa ditadura militar? Oiça neste episódio do podcast Tempo ao Tempo. Existem diversas curiosidades nesta crónica, a começar pelo uso de cravo na lapela pelos “canhotos”, da ala esquerda, e pela confusão instalada por não terem lugar para se sentarem no hemiciclo. Uma viagem a um tempo de instabilidade política que depois deu origem a uma longa ditadura em Portugal.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste regresso do podcast Tempo ao Tempo, Rui Tavares leva-nos aos tempos da telefonia e recorda-nos a importância deste meio de comunicação, das conversas à lareira de Roosevelt ao discursos de Hitler e Mussolini. Como é que a rádio moldou a sociedade ao longo dos tempos?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Fernão Botto Machado foi deputado durante a Primeira República, na Assembleia Constituinte de 1911, mas as suas ideias e reformas podiam bem ser de hoje: um projeto de lei para a abolição das touradas ou a criação de uma conta-poupança para as lotarias para que o apostador pudesse recuperar o seu dinheiro. Rui Tavares conta-nos a fascinante história deste deputado à frente do seu tempo.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Comments (4)

Paulo Bento

Sou de Gouveia, e desde sempre ouvi falar de Boto Machado, temos um vista na cidade e todos os anos a banda filarmônica comemora o seu nascimento, mas sinceramente, acho que poucos gouveienses, saibam a sua vida e a sua importância. Parabéns por mais um excelente episódio.

Mar 28th
Reply (1)

Tony Alves

Mais um excelente episódio.

Mar 27th
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Tony Alves

Excelente primeiro episódio. Que este podcast mantenha esta qualidade. Um abraço a todos os envolvidos

Feb 14th
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