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Novos Cientistas - USP

Author: Jornal da USP

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Espaço destinado aos novos mestres e doutores da USP para falar sobre suas pesquisas e inovações, num bate-papo informal e descontraído.
177 Episodes
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Nesta edição do podcast Os Novos Cientistas, o jornalista Antonio Carlos Quinto recebeu os estudantes do Instituto de Biociências (IB) da USP Welson Silva e Mwanza Kabengele, alunos do primeiro ano do instituto que falaram sobre o Kilombocast. Trata-se de um podcast quem vem abrindo espaços a estudantes pretos para falarem de suas vivências étnico-raciais na USP e sobre o dia a dia com a ciência. O Kilombocast está no ar desde setembro deste 2025 e já foram veiculados três episódios, todos com estudantes do IB, que cursam desde a graduação até o pós-doutorado. Como descreveram Welson e Mwanza, “a iniciativa vem dar voz às vivências negras que estão na carreira acadêmica.” A produção do podcast está a cargos dos estudantes, Guilherme Carvalho, Isabelle Cristina, Jonatas Jordão, Luan Pereira, Mwanza Kabengele, Octavio Casarini e Welson Silva, todos cursando a disciplina “Introdução ao Ensino da Biologia”. A equipe é supervisionada pelas docentes do IB Alessandra Fernandes Bizerra e Suzana Ursi. Como explicaram Welson e Mwanza, os episódios têm, em média, 30 minutos e podem ser acessados na plaforma Spotify. Até o momento, passaram pelos microfones do podcast Lucas Ferreira do Nascimento, mais conhecido como Taio Science, que cursa o pós-doutorado, a mestranda Maria Luiza Leal de Paula, e Nikolas Welby, aluno da graduação. Todos do Instituto de Biociências. Disponível também na plataforma Spotify
Na edição desta quinta-feira (27) dos Novos Cientistas, a entrevistada foi a pedagoga Juliane Olivia dos Anjos que defendeu seu doutorado na Faculdade de Educação (FE) da USP. Na pesquisa intitulada Egbé Erê e a feitura de infâncias negras, a pesquisadora se propôs a identificar os processos que fazem parte da produção de identidades negras em bebês e crianças negras. “Há muito que me interesso pela infância, educação infantil e sempre busquei referências para me aprofundar no pensamento afro-brasileiro de infância”, explicou a pesquisadora. Como ela descreveu ao jornalista Antonio Carlos Quinto, há mais de dez anos Juliane pesquisa o pensamento afro-brasileiro buscando entender as diversas organizações em torno da ideia de infância. De acordo com a pedagoga, o pensamento da ancestralidade afro-brasileira não se dá só dentro da religião. “Ele se expande para festejos públicos, para outros tipos de organização do movimento negro e para a própria relação social na esfera pública”, descreveu. Juliane contou ainda que, logo que iniciou seu doutorado veio a pandemia de COVID-19. Naquele período, junto ao seu orientador, professor Rosenilton Silva de Oliveira, definiram um caminho para o estudo. “Não é porque as pessoas estão em casa que essa questão da identidade se perde”, destacou.   Disponível também na plataforma Spotify
Entre os anos de 1986 e 2000, muitas prefeituras do País colocaram a população no seio das tomadas de decisão. “Foram experiências inovadoras e criativas de democracia direta nas cidades brasileiras”, disse o pesquisador Pedro Rossi. Ele é autor do estudo de doutorado intitulado O Ciclo virtuoso das prefeituras democráticas e populares no Brasil, defendido na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. Na entrevista deste episodio de Os Novos Cientistas, Pedro Rossi destacou que o período foi marcado por um ciclo virtuoso de experiências inovadoras, criativas de democracia direta nas cidades brasileiras. De acordo com o pesquisador, naquele período delimitado no estudo (1986 a 2000) houve um período de inversão de prioridades. “Tivemos um novo modo de governar, que até então estava sendo oprimido e reprimido em função da da ditadura militar”, contou Pedro Rossi. “E isso ocorreu em dezenas de cidades, de norte a sul e de lestae a oeste no País. Sob a orientação da professora Erminia Terezinha Menon Maricato,o pesquisador ananlisou diversas administrações, mas se aprofundou em cinco casos: São Paulo, Belo Horizonte, é, São Paulo, Belo Horizonte Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belém. Munido de diversos materiais relativos à época das prefeituras, como panfletos, relatórios de gestão, documentos, leis e ações de movimentos populares, o pesquisador gerou um grande arcabouço de material que foi sua fonte primária. “Foram muitas as experiências, e as práticas com resultados muito positivos, desde programas de urbanização de favelas, a provisão habitacional com mutirões cogeridos com a prefeitura, muita assessoria técnica de engenheiros, arquitetos, e assessoria jurídica para a população que precisava ter acesso, não só a moradia, mas a cidade como um todo”, ressaltou. Pedro Rossi informou que há um site com metodologias e resultados do estudo podem ser acessados neste endereço. Disponível também na plataforma Spotify
O geógrafo Jhonny Bezerra Torres é autor de um estudo que mostra como acontece a exclusão socioespacial de bairros na zona leste de São Paulo. Na entrevista desta quinta-feira (30), no podcast Os Novos Cientistas, o pesquisador descreveu como realizou seu estudo intitulado Assalto à mão letrada: o papel do planejamento urbano na produção e reprodução da periferia no extremo leste da cidade de São Paulo, que contou com a orientação da professora Ana Fani Alessandri Carlos. Jhonny descreve em seu estudo como foi a criação do Expresso Lesta, conhecido como Linha 11 – Coral da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e a construção de moradias sociais na região pela Companhia de Habitação Popular (Cohab). “A integração entre moradia e transporte distante do centro, longe de solucionar a questão habitacional na cidade, aprofundou a segregação socioespacial ao reforçar a lógica de marginalização da população mais pobre em áreas distantes do centro da cidade e, assim, de equipamentos urbanos”, destacou o geógrafo. Com a criação do Expresso Leste, como contou Johnny, houve a desativação da estação Parada XV de Novembro, que se deu em virtude da construção de um trecho da Avenida Radial Leste, em 2000, para criar uma via expressa entre o extremo leste e o centro da cidade de São Paulo, privilegiando a integração de grandes conjuntos habitacionais. O término das operações naquela estação fez com que a população residente nessa região fosse obrigada a se deslocar de ônibus até as estações José Bonifácio ou Itaquera, aumentando tanto o tempo quanto o custo do trajeto. Disponível também na plataforma Spotify
Uma pesquisa de mestrado apresentada no Instituto de Física (IF) da USP identificou que houve momentos de crise nas práticas docentes durante a pandemia de Covid-19. O autor do estudo, professor Adilson Gonçalves Júnior, foi o entrevistado desta quinta-feira (16) no podcast Os Novos Cientistas. A pesquisa intitulada As crises profissionais docentes : os impactos do ensino remoto nas configurações identitárias teve a orientação da professora Verónica Marcela Guridi. De acordo com o pesquisador, a adoção do ensino remoto durante a pandemia foi um processo que ele considera “abrupto”. “Em nenhum momento estávamos preparados, tanto a sociedade civil quanto a instituição escolar”, citou Gonçalves Júnior. “Foi necessário aprendermos a ensinar sem estar na escola. E isso foi um choque tanto para professores quanto para alunos”, avaliou o docente, acrescentando que, de repente “as casas viraram salas de aula e o computador e o celular os principais meios de contato.” E nessa vivência, como destacou Gonçalves, os professores precisaram se reinventar, aprender a usar novas plataformas, ferramentas, alguns deles até mesmo a gravar aulas, planejar atividades online. “E tudo isso enquanto lidavam com uma certa inconstância”. Com relação aos alunos, o pesquisador lembrou que nem todos tinham acesso à internet. Identificando que esse processo deixou um rastro ruim, Gonçalves citou que seu estudo mostra caminhos a serem trilhados. “No caso dos professores, o primeiro passo é incentivar a formação continuada e o acolhimento emocional. Percebemos que foi um elo muito fragilizado. A pandemia mostrou o quanto o professor é essencial, mas também o quanto ele é vulnerável”, observou o pesquisador. Disponível também na plataforma Spotify
No podcast Os Novos Cientistas desta quinta-feira (2), a convidada foi a médica veterinária Alexia Pimenta Bom Conselho. Ela é autora de um estudo de mestrado inédito intitulado Análise e criopreservação de sêmen de urso andino (Tremarctos ornatus) (2025). A pesquisa desenvolvida na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP é a primeira a descrever o uso da colheita farmacológica de sêmen e criopreservação em urso andino de vida livre. O estudo contou com a orientação da professora Cristiane Schilbach Pizzutto da FMVZ. O urso andino é a única espécie nativa da América do Sul e está classificada como vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), devido à fragmentação do habitat e da perda de variabilidade genética. De acordo com a pesquisadora, ele ocorre na Bolívia, Venezuela, Colômbia, Peru e Equador. “Estar na lista da UICN significa risco de extinção, se nada for feito”, disse a pesquisadora. Sendo menor que os ursos negro e pardo, ele pode chegar até 1,80 (cm) de altura e possui pelos pretos. “Eles têm algumas manchas de cor amarronzada ao redor dos olhos. Por isso, também são chamados de ‘ursos de óculos’”, contou a pesquisadora, ressaltando que cada animal tem uma mancha diferente, como se fosse uma digital. De acordo com Alexia, foi a primeira vez que foi coletado o sêmen de urso de vida livre. “Já foi coletado em zoológico com a eletrojaculação mas, pela primeira, vez foi utilizando essa técnica, que é a colheita farmacológica. Como informou a pesquisadora, os ursos foram capturados por meio de armadilhas. “Em seguida, o sêmen era coletado e se colocava no animal um rádio colar. Os ursos eram soltos, monitorados e filmados em seus deslocamentos”, contou Alexia. Pela primeira vez, como informou a pesquisadora, conseguiram encontrar um crioprotetor para congelar o sêmen. “Também conseguimos descrever a anatomia do pênis e a qualidade do sêmen”, destacou, lembrando que o seu estudo é um piloto para dar base para outras pesquisas nessa linha de biotecnologia para reprodução.   Disponível também na plataforma Spotify
Estudo realizado na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP identificou na cidade de São Paulo espaços-territórios que permitem às pessoas negras LGBT+ viverem melhor seus afetos e emoções. “Há nesses locais existe uma produção de cuidados que tem muito a ver com os territórios identificados”, descreveu o enfermeiro Alef Diogo da Silva Santana, entrevistado desta quinta-feira (18) no podcast Os Novos Cientistas. “Os espaços acabam se tornando territórios que podem ser considerados como “quilombos urbanos””, destacou o pesquisador. Para realizar seu estudo, Alef percorreu a cidade e identificou locais em que essas pessoas vivem seus afetos e emoções. Além disso, entrevistou e conviveu com pessoas, acompanhando parte de suas trajetórias, por um período médio de três anos. E foi por intermédio dessas pessoas que ele conheceu e centrou seu estudo em dois espaços-territórios frequentados por esse público, composto, em sua totalidade, de pessoas negras de diferentes identidades de gênero e orientações sexuais. A pesquisa envolveu diários de campo e observação participante a partir da construção de vínculos e de estranhamento de questões que são tidas como “normais”. O pesquisador participou da vida cotidiana e dos rituais do grupo para compreender suas visões de mundo e seus sistemas de significados. “Houve uma forte interação com as ciências sociais e humanas em saúde, em especial a antropologia, em meu trabalho. Além disso, o envolvimento com as pessoas interlocutoras da pesquisa foi além de simples entrevistas. Em minhas observações-participantes, chegamos a visitar terreiros, por exemplo, que também fizeram parte do trabalho de campo da pesquisa”. A tese de doutorado intitulada Diferenças, dengo e território: uma etnografia das relações de pessoas negras sexo-gênero diversas na cidade de São Paulo foi defendida na EERP da USP dentro Programa de Pós-Graduação Interunidades de Doutoramento em Enfermagem. Disponível também na plataforma Spotify
Na entrevista desta quinta-feira (4) no podcast Os Novos Cientistas, a historiadora Camila Belarmino narrou como realizou seu estudo de doutorado em que resgatou a história de 27 mulheres, todas pioneiras na arquitetura e no urbanismo. A pesquisa intitulada A mulher na arquitetura e no urbanismo: trajetórias profissionais entre as décadas de 1910 e 1960 no Rio de Janeiro foi defendida no Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) na USP, em São Carlo, sob a orientação da professora Eulalia Portela Negrelos. “Apesar de muitos dos grandes nomes da arquitetura brasileira serem de homens, a presença feminina é uma constante no campo desde o final do século 19, mas invisibilizadas”, destacou a historiadora. Diante de tal situação Camila formulou uma pergunta que norteou o seu estudo: “Onde estão as mulheres na arquitetura e no urbanismo?”. A partir daí, a pesquisadora reconstruiu as trajetórias de 27 arquitetas que atuaram no Rio de Janeiro entre as décadas de 1910 e 1960. Para investigar o assunto, a autora mergulhou em arquivos públicos, privados e familiares para localizar registros acadêmicos, projetos e documentos pessoais, num longo processo. “Acabei indo para as fontes primárias, porque procurei em livros, textos, artigos acadêmicos, enfim, e não encontrei praticamente nada. Então fui procurar nos arquivos. E obtive a informação de que a Escola Nacional de Belas Artes era a primeira escola de arquitetura do Brasil”, disse. Disponível também na plataforma Spotify
Na edição desta quinta-feira (21) do podcast Os Novos Cientistas, o pesquisador Franz Carlos Oliveira Lopes contou como realizou seu estudo de pós-doutorado na Faculdade de Educação (FE) da USP. Ele avaliou e analisou relatos de professores de educação física sobre a relação da disciplina com temas étnico-raciais, mais especificamente em relação à cultura afro-brasileira. O trabalho de Franz Carlos contou com a supervisão do professor Marcos Garcia Neira, da Faculdade de Educação. A pesquisa de Franz foi feita a partir da plataforma do Grupo de Pesquisa em Educação Física da Faculdade de Educação. Como descreveu o estudioso, a plataforma é um grupo de pesquisa que, desde 2004, vem tentando reunir várias produções acadêmicas e de relatos de práticas das escolas públicas ou particulares. “O objetivo dessa plataforma é trazer um conhecimento da cultura corporal para sociedade e como que esses professores realizam as suas práticas corporais referente à educação física”, descreveu o pesquisador. No seu estudo, o pesquisador conseguiu identificar de que forma os professores mantinham as relações, em suas aulas, com a cultura afro-brasileira e africana. “São professores que se inclinam a trabalhar diferenças, a trabalhar questões que não são muito usuais, questões que a gente não vê muito no nosso cotidiano escolar, mas que se insere na cultura mais ampla”, afirmou o pesquisador, citando como exemplo o relato de um professor que trabalhou com samba. Disponível também na plataforma Spotify
Na edição desta quinta-feira (7) do podcast Os Novos Cientistas, o jornalista Antonio Carlos Quinto recebeu a professora Gisela Maria Assis e a estudante Brunna Ciarcia dos Santos Arnandes, da Escola de Enfermagem (EE) da USP. A docente supervisionou o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Bruna que analisou a relação entre as disfunções do trato urinário inferior com a prática de transfobia no uso de banheiros públicos, por pessoas trans. A pesquisa intitulada Transfobia no Uso de Banheiros Públicos e Sua Associação com as Disfunções de Trato Urinário Inferior, estudo transversal buscou saber se nas pessoas trans, a adoção de comportamentos sanitários inadequados é maior por elas terem dificuldade de acessar os banheiros públicos. “Criamos um formulário pelo Google Forms, de forma virtual, que avaliou comportamentos sanitários”, descreveu Brunna Ciarcia. Como contou Gisela, foram obtidas 131 respostas. “Os principais resultados em relação ao comportamento sanitário, nos mostraram dados alarmantes”, destacou a docente. Segundo ela, 87% das pessoas trans que responderam a pesquisa adiam a vontade de ir ao banheiro, mesmo que sintam vontade. “Em contrapartida, 70% usam o sanitário de forma forçada, ou seja, apressam o tempo”, disse. O estudo apontou ainda que 93% sentiu constrangimento, 89% insegurança e 47% das pessoas trans já sofreram transfobia utilizando o banheiro público. O trabalho foi apresentado em junho deste ano no WOCNext – congresso americano da Wound Ostomy Continence Nursing Society, dos EUA e teve repercussão positiva, segundo Gisela. A pesquisa também tem a participação das alunas Letícia Delvaz e Beatriz Mariano, da EE USP. Disponível também na plataforma Spotify
No Brasil, a blindagem de veículos é feita normalmente após os mesmos saírem das montadoras. Contudo, esses processos de proteção não seguem normas técnicas específicas ou procedimentos regulatórios. Neste sentido, uma pesquisa de doutorado realizada na Escola Politécnica da USP traz uma metodologia já testada com sucesso e que pode ser aplicada por qualquer empresa blindadora. O autor do estudo é o pesquisador e especialista automotivo Guido Muzio Candido, convidado desta quinta-feira (24) do podcast Os Novos Cientistas. O título do estudo é DfA2, projeto para montagem e blindagem, como metodologia para o processo de manufatura de veículos civis blindados e Guido explicou que o termo DfA2 é sigla para Design for Assembly and Amoring, ou Projeto para Montagem e Blindagem, em português. O estudo teve a orientação do professor Paulo Carlos Kaminski. O mercado está em expansão e o Brasil lidera o ranking mundial de produção de veículos civis blindados – à frente de Estados Unidos, México e Colômbia. Em seu estudo, Guido traz um raio-X do segmento e mostra que a blindagem de automóveis é ainda um universo pouco compreendido, tanto pelo cliente quanto pelas blindadoras (oficinas especializadas). Assim, o trabalho propõe uma revisão profunda e inédita do processo de blindagem de veículos civis: do projeto detalhado à produção, passando pela rastreabilidade dos materiais de proteção e pelos testes automotivos e, quando necessário, testes virtuais balísticos, até chegar à entrega ao consumidor. Disponível também na plataforma Spotify
Na edição desta quinta-feira (9) do podcast Os Novos Cientistas, a conversa foi com antropólogo Bruno Ribeiro da Silva Pereira, autor de um estudo de doutorado que analisou parte da trajetória artística de Henrique Felippe da Costa, o Henricão. Natural da cidade de Itapira, no interior de São Paulo, o artista percorreu caminhos desde o samba e futebol até o teatro, entre São Paulo e Rio de Janeiro, e foi o primeiro Rei Momo negro do carnaval de São Paulo em 1984. De acordo com o antropólogo, a pesquisa desenvolvida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP permite desvendar faces de um Brasil em modernização, principalmente ao se analisar as áreas em que Henricão atuou, nas décadas de 1930, 1940 e 1950, período analisado no estudo. A pesquisa intitulada Quadros e coleções de um artista em trânsito: Henricão e as faces do Brasil moderno nas décadas de 1930, 1940 e 1950, teve a orientação da professora Fernanda Arêas Peixoto. “Henricão, apesar de atuar em diversas áreas, teve boa parte de sua trajetória marcada pela coadjuvância”, disse o antropólogo. O interesse de Bruno pela cultura popular surgiu no mestrado quando teve acesso a temáticas que lhe permitiram relacionar o samba com a cidade. “Naquele momento analisei a relação entre as reformas urbanas na administração de Prestes Maia, nos anos 1930 e 1940, com as práticas das escolas de samba paulistanas”, contou. Em seu doutorado, Bruno seguiu pelo mesmo caminho, quando se deparou com um vídeo de Henrique Felippe da Costa exibido no Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo. O pesquisador lembrou que Henricão, que nasceu em 1908, em Itapira, no interior do estado, era filho de pais escravizados. “Os trinta anos da trajetória de Henricão analisados no estudo nos ajudam a entender o Brasil e parte da trajetória da população negra paulistana”, avaliou o antropólogo Disponível também na plataforma Spotify
Na entrevista desta quinta-feira (26) no podcast Os Novos Cientistas, a pesquisadora Jerusa Machado Gomes falou sobre o seu estudo Brincar na encruzilhada: as experiências das crianças negras na roda de samba do pagode na disciplina. A pesquisa teve a orientação da professora Soraia Chung Saura e partiu da observação da autora na participação de crianças que frequentam o “Pagode da Disciplina”, uma roda de samba que acontece todo último domingo de cada mês, no Jardim Miriam, na zona sul de São Paulo. Segundo Jerusa, a pesquisa se insere nos campos da Educação, Cultura e História. “Frequento muitas comunidades de samba e sempre fiquei atenta ao comportamento das crianças levadas por seus pais a esses espaços. Enquanto umas brincavam, corriam, outras sambavam, querendo tocar algum instrumento”, contou. A pesquisa partiu de um resgate da infância da própria pesquisadora, quando era levada pelos pais às rodas de samba da Escola de Samba Vai Vai. Ela citou que as rodas de samba, além de proporcionar diversão e lazer, são fundamentais para a transmissão de valores ancestrais e identidade cultural. “Os saberes são passados de uma forma natural e há um cuidado para com as crianças. Temos um ‘aquilombamento’ de acolhimento com os pequenos, adultos e idosos”, descreveu Jerusa. Disponível também na plataforma Spotify
No episódio desta quinta-feira (12) dos Novos Cientistas, a conversa foi com a pesquisadora, atriz e dançarina Evinha Sampaio. Ela empreendeu uma pesquisa de pós-doutorado em que aborda a produção acadêmica do Centro de Pesquisa em Experimentação Cênica do Ator da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Sob a supervisão da professora Maria Silvia Betti, Evinha analisa os primeiros dez anos do Cepeca. “Foram dez teses de doutorado e 23 dissertações de mestrado escritas ao longo desse período por integrantes do centro”, contabilizou a pesquisadora. O relatório final de Evinha inclui um arquivo iconográfico digital com 93 fotos de espetáculos produzidos a partir daquelas teses e dissertações. A intenção da pesquisadora é transformar o relatório em livro, a ser distribuído para estudiosos e interessados nos estudos das artes cênicas. O Cepeca surgiu há quase 20 anos e desenvolve trabalhos de pesquisa e inovação na área das artes cênicas na ECA, fundado em 2007 pelo professor Armando Sérgio da Silva (1945-2023). Com foco na pós-graduação, o Centro se tornou objeto de estudo de Evinha que é intitulado Cepeca: Um Coletivo de Individualidades (2007-2017). “Nesses dez anos foram produzidos dois livros organizados pelo professor Armando Sérgio e mostras no Tusp e no centro da cidade”, contou Evinha. Os estudos desenvolvidos no Cepeca permitem que se compartilhe conhecimentos com as pessoas que se interessam pelo tema, tanto no âmbito da USP quanto na cidade de São Paulo. “Mas há vários espetáculos que saíram do ambiente universitário, com apresentações no Tusp, em Lisboa, cidades da América Latina. Mas não vejo o Cepeca como uma produtora de espetáculo. Não estamos no mercado”, contou Evinha. A pesquisadora tem agora um projeto de publicação de seu trabalho em livro. “Lancei uma ‘vaquinha eletrônica’ para viabilizar a publicação”, contou. Para os interessados em auxiliar no projeto basta acessar a plataforma Catarse. “Na busca basta digitar ‘Cepeca um coletivo de individualidades’. Lá tem todas as informações sobre o livro e as formas que as pessoas poderão contribuir”, orientou Evinha. Disponível também na plataforma Spotify
A pesquisadora Carolina Ribeiro Simon é autora de um estudo de mestrado desenvolvido na Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e de Design (FAU) da USP que aborda o tratamento dispensado a animais no contexto das transformações urbanas na cidade de São Paulo, no controle de zoonoses. Carolina foi a entrevistada desta quinta-feira (29) no podcast Os Novos Cientistas. A pesquisa intitulada A relação humano-animal e o combate às zoonoses no imaginário urbano da cidade de São Paulo contou com a orientação do professor Vladimir Bartalini. De acordo com a pesquisadora, se por um lado o controle de doenças transmissíveis entre os animais e os humanos, as chamadas zoonoses, são essenciais para promoção da saúde pública, por outro, ele acaba por reforçar estigmas e práticas excludentes. “Principalmente quando essas ações de controle se fundamentam exclusivamente no medo do contágio ou na lógica da eliminação sem considerar, por exemplo, bem-estar animal ou contextos sociais e ecológicos envolvidos”, disse Carolina. Carolina investigou como a negação da presença animal se disseminou no imaginário social em resposta às ações do poder público, desde a primeira metade do século 19, na cidade de São Paulo, quando se intensificou a preocupação com a saúde pública. “Tais abordagens acabaram alimentando posturas muitas vezes intolerantes, promovendo distanciamento e a desvalorização da vida animal, o que dificulta a construção de uma convivência urbana mais equilibrada, mais ética, mais respeitosa”, avaliou a pesquisadora. Disponível também na plataforma Spotify
Uma mistura contendo fibra de mandioca e edulcorantes (adoçantes) foi utilizada em dois chocolates amargos diet. “Essa mistura que chamo de ‘comercial’ cumpre as funções da sacarose na formulação do chocolate amargo diet”, afirmou a engenheira química Damaris Costa. A pesquisadora foi a entrevistada desta quinta-feira (15) do podcast Os Novos Cientistas. No bate-papo com o jornalista Antonio Carlos Quinto, Damaris descreveu como chegou a essa formulação, cujas metodologias estão descritas na pesquisa de mestrado intitulada Desenvolvimento de chocolate amargo com substituição da sacarose por mistura de fibra com edulcorantes. A pesquisadora teve a orientação da professora Suzana Caetano da Silva Lannes, da FCF USP. Segundo a engenheira química, a substituição demonstrou comportamento próximo das amostras estudadas de chocolates amargos e ao leite, com e sem sacarose, presentes no mercado. “Outro ponto seria também o alinhamento com as tendências do mercado. Hoje, a população busca por produtos desse tipo, como os chocolates com baixos índices glicêmicos”, destacou a pesquisadora. Disponível também na plataforma Spotify
Na edição desta quinta-feira (17) dos Novos Cientistas, a professora de educação física Maria Clara Elias Polo descreveu como realizou a sua pesquisa na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP intitulada “Sapata sim. Às vezes…pra quê, né?”: O negociar, o performar e o passar por de profissionais de educação física lésbicas (2024). O objetivo do estudo, como contou Maria Clara ao jornalista Antonio Carlos Quinto, foi analisar como as profissionais de educação física lésbicas performam e negociam lesbianidades nas áreas de atuação profissional. Sob a orientação do professor José Miguel Olivar, da FSP, e coorientação da professora Yara Maria de Carvalho, associada da Escola de Educação Física e Esportes (EEFE), a pesquisadora acompanhou três profissionais lésbicas no campo de atuação do bacharelado, especialmente em uma instituição esportiva, em quadras de areia e em uma produtora de conteúdos audiovisuais. “Empreendi uma etnografia por um período de 12 meses”, contou Maria Clara. “Para tanto, utilizei diários de campo, aplicativos de celular para registro, gravadores, máquina fotográfica. Conversas de whatsapp, interações em redes sociais foram consideradas, agrupadas e selecionadas”, descreveu a pesquisadora. Segundo Maria Clara, em suas rotinas de trabalho, as profissionais de educação física lésbicas buscam isolar as questões que envolvem intimidade e lesbianidade de questões referentes às transações econômicas e atuação profissional. Para tanto, utilizam de dispositivos como o “armário” e o “passar por” mulheres heterossexuais em determinadas situações. “Percebemos nessa tese como as profissionais de educação física lésbicas trabalham, se cuidam, partilham das vivências econômicas e domésticas”, observou Maria Clara. Disponível também na plataforma Spotify
É quase senso comum que a Caatinga é um biossistema árido, desprovido de vegetações e de difícil adaptação. “Se pedirmos a qualquer pessoa que feche os olhos e imagine um cenário da caatinga, esta é a visão, em geral, que vem à cabeça da maioria” , descreveu Andreia de Araújo. A pesquisadora é autora do estudo de doutorado RI.CA.ATINGA: o semiárido clama pela valorização de sua riqueza, defendido na Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Design (FAU) da USP. Andreia foi entrevistada no podcast Os Novos Cientistas, desta quinta-feira (3), e descreveu como realizou sua pesquisa, que foi orientada pela professora Catarina Lima, da FAU. “O objetivo de meu estudo foi compreender os significados por trás da valoração da Catinga e identificar fatores que permitam uma nova perspectiva acerca desse ecossistema”, explicou. Em sua pesquisa, Andreia propõe abordagens pedagógicas para promover uma visão mais positiva do semiárido brasileiro. A partir de entrevistas, visitas ao sertão nordestino e acesso a bibliografia científica, jornais e obras literárias, Andreia encontrou indícios de que a desvalorização desse bioma pode estar associada a narrativas deturpadas difundidas pela mídia, obras literárias e ações governamentais. A investigação começou por visitas às cidades nordestinas no agreste Pernambucano – Bezerros, Caruaru e Gravatá – e entrevistas. Em seguida, Andreia coletou depoimentos – de forma virtual, por conta da pandemia – em uma oficina montada por ela. A pesquisadora investigou também artigos científicos, jornais e literatura para entender a construção da imagem coletiva do sertão ao longo do tempo. Disponível também na plataforma Spotify
Nesta edição do podcast Os Novos Cientistas, a pesquisadora Silvia Romano de Assis conversou com o jornalista Antonio Carlos Quinto sobre o seu estudo desenvolvido na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP. A pesquisa intitulada Estabelecimento de modelo in vitro de epiderme humana reconstruída para dermatite atópica teve a orientação da professora Silvia Stuti Maria Engler e visou melhorar um modelo de Epiderme Humana Reconstruída (RHE). “Esse modelo é uma  ferramenta valiosa em pesquisa dermatológica, particularmente no estudo da dermatite atópica”, descreveu a pesquisadora. Como explicou Sílvia, a dermatite atópica é uma doença dermatológica que afeta uma parte significativa da população global. Muito comum surgir na primeira infância, mas ela também acomete adultos. Entre os sintomas, pele seca, coceira e lesões na pele que variam conforme a gravidade da doença. “Podem, por exemplo, surgir lesões avermelhadas com escoriações. O próprio de coçar, já provoca algum machucado na pele”, ressaltou a pesquisadora. A doença é complexa e tem o envolvimento de vários fatores, tanto fatores uma predisposição genética, fatores imunológicos, fatores ambientais e a combinação desses fatores é que resulta nessas alterações da pele e também desencadeia um processo assim inflamatório. Silvia contou que o modelo utilizado no estudo foi desenvolvido no laboratório, a partir de células humanas cultivadas em placas. “Essas células recebem reagentes específicos que promovem o seu crescimento e permite o desenvolvimento de uma epiderme humana, semelhante à pele humana nativa”, como explicou Silvia, destacando que a RHE também permite “que a gente possa simular algumas doenças dermatológicas. sendo uma alternativa à experimentação animal.” A RHE, como descreveu Silvia, é feita a partir da pele humana. “Recebemos doações de biópsias de pele, normalmente de cirurgias plásticas. Então, essas amostras, com o consentimento do paciente, passam por um processo onde a gente faz a extração das células da pele e essas células ficam armazenadas nos nossos bancos. Depois, as cultivamos separadamente e fazemos essa reconstrução da pele  ou epidermes humanas in vitro. ” Disponível também na plataforma Spotify
Desde os anos 1880, uma banda formada por operários se mantem em atividade na cidade de São Paulo. Mais especificamente no bairro da Lapa, na zona oeste da cidade. A Corporação Musical Operária da Lapa, ou simplesmente “Banda da Lapa” como é mais conhecida, foi objeto de um estudo de mestrado realizado no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP. A autora da pesquisa, Paula de Mattos Skromov, foi a entrevistada desta quinta-feira (6) no podcast Os Novos cientistas. No estudo Paisagens sonoras da Banda da Lapa: tradição e memória operárias na cidade de São Paulo de 1914 a 1930 e de 2003 a 2019, que teve a orientação do professor Jaime Tadeu Oliva, do IEB, Paula traz a história deste grupo musical formado por operários que sobreviveu à urbanização e industrialização paulistana. “A banda da Lapa é a única sobrevivente entre muitas bandas amadoras que embalaram São Paulo entre os anos 1889 e 1930, na Primeira República”, contou a pesquisadora. Atualmente, como descreveu Paula, a banda tem, em média, 20 integrantes. “Esse número varia, porque o critério para participação da banda é uma adesão voluntária. A a maior parte dos músicos é trabalhador. As mulheres passaram a integrar o corpo musical a partir dos anos 1990”, destacou a pesquisadora. A banda é mantida e autogerida pelos seus integrantes, desde os seus primórdios. “Ela se mantém em parte com a renda obtida de cachês, muitos modestos, e é bancada, em parte, pelos próprios integrantes”, informou a pesquisadora. Ela também destacou que a banda atua nos carnavais paulistanos. “Aliás, neste sábado, 8 de março, o grupo participará do Bloco do Jamelão, no Bixiga, a partir das 14 horas”, informou Paula. Disponível também na plataforma Spotify
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