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Falando Ciência
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Falando Ciência

Author: Rádio Universitária FM 107,9

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Com foco na divulgação científica, o Falando Ciência promove o debate sobre temas relevantes do cotidiano do ouvinte, correlacionando-os com os trabalhos já desenvolvidos pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e grandes obras da ficção. Programa realizado em parceria com o Centro de Ciências e o Campus de Russas da UFC.
135 Episodes
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ConvidadoProf. Eduardo Sávio Passos Rodrigues MartinsDoutor pela School of Civil and Environmental Engineering - Cornell University em 2001. Atualmente é Presidente da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, Professor Adjunto da Universidade Federal do Ceará, sendo membro da Pós-graduação em Recursos Hídricos da UFC.
O Brasil enfrenta desafios climáticos sem precedentes. No coração desta narrativa está o estudo Brasil 2040, uma janela para o futuro que revela os impactos das mudanças climáticas em nossa hidrologia, energia, infraestrutura, drenagem urbana e agricultura. Especialmente no sul do país, onde as cheias se tornam mais extremas e frequentes, transformando rios pacíficos em correntes furiosas.Embarque conosco neste programa, onde ciência e narrativa se encontram, e descubra como podemos transformar um futuro incerto em um amanhã cheio de esperança e resiliência. Prepare-se para ouvir, aprender e se inspirar, enquanto desvendamos juntos os segredos do Brasil 2040.
Como desenvolver um medicamento fitoterápico a partir das plantas medicinais? O fitoterápicoé um produto final que possui fórmula e forma farmacêutica obtido a partir de matéria-primavegetal ativa, com comprovação científica da segurança, eficácia e qualidade, o que permite seuregistro junto ao órgão regulatório, como ANVISA. O desenvolvimento de um medicamentofitoterápico à luz da regulação sanitária nacional e internacional, requer o cumprimento de váriasetapas envolvendo diversas áreas de conhecimento, iniciando com a determinação do nomecientífico/botânico da planta (o nome popular sofre variações e não assegura uma comunicaçãocorreta) (1); descrição da composição química da planta (2); avaliação do efeito farmacológico eda segurança em animais (estudo pré-clínico) (3); formulação farmacêutica (ex.: xarope,comprimido, etc) empregando como matéria-prima ativa vegetal (produto derivado ou drogavegetal) e controle de qualidade (4); avaliação da segurança e da eficácia clínica (humano)(5). Nesse contexto, nossas pesquisas multidisciplinares (botânica, agronomia, química, farmácia,farmacologia e medicina) priorizam plantas do bioma caatinga (exclusivo do Brasil).Desenvolvemos desde insumos farmacêuticos com ativos micro e nanoparticulados, àsformulações farmacêuticas a partir de plantas de interesse para o SUS e a indústria, priorizandodoenças de alto impacto social como Asma, Doença de Parkinson, Leishmaniose e Dor Crônica.
O projeto Farmácias Vivas (FV) idealizado pelo Prof. Francisco José de Abreu Matos, traz na sua essência uma visão de valorização da tradicionalidade do uso de plantas medicinais associado àciência, visando o uso racional e seguro de dezenas de plantas medicinais nativas e cultivadas no Nordeste. Tradição-Ciência é uma associação muito importante, a título de exemplo plantasaromáticas (rica em óleo essencial- OE) como o eucalipto não devem ser levadas ao aquecimento direto no preparo de chás, porque o OE (ativo) é sensível ao calor. Eucalyptus tereticornis é aespécie medicinal (princípio ativo: eucaliptol, expectorante e antimicrobiano) que pode sercultivada no NE, mas a espécie mais comum e usada no Ceará é o eucalipto-limão (Eucalyptuscitriodora) que possui ação repelente e desinfetante, e não deve ser inalado. Nesse contexto, éimportante perceber diferentes níveis do uso da fitoterapia, de preparações caseiras, como chá eo lambedor (xarope caseiro) à produtos farmacêuticos produzidos pela indústria – medicamentosfitoterápicos. A história da Fitoterapia cearense, da Farmácia, está intimamente associada àFamília Matos. O prof. F.J.A. Matos (Farmacêutico – UFC 1947) foi filho, neto e bisneto defarmacêuticos, herdeiro da histórica “Pílulas de Matos”. A família Matos (FJA Matos, MaurícioMatos e Elisa Matos) foi durante décadas professores da disciplina de Farmacognosia do Cursode Farmácia da UFC, fundado há 104 anos. O pioneirismo das FV fomentou avanços relacionadosao uso da fitoterapia no Brasil. Desde 2010 as FV está no SUS, e fitoterápicos estão na relaçãonacional de medicamentos essenciais do SUS, mas precisamos ainda avançar no estudo de nossasplantas e investir na difusão do conhecimento científico.
Conheça dois projetos importantes para a UFC e para a sociedade, voltados para a preservação de nossos acervos bibliográficos. A convidada foi a Profa. Áurea Montenegro, do Departamento de Ciência da Informação.
Convidada: Maria Aurea Montenegro Albuquerque Guerra - Professora do Curso de Biblioteconomia e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) do Departamento de Ciências da Informação da Universidade Federal do Ceará (UFC) e Membro do Núcleo Docente Estruturante (NDE) do referido curso. Doutora em Educação Brasileira pelo Programa de Pós Graduação em Educação pela UFC, Mestre em Avaliação de Políticas Públicas pelo Programa de Mestrado Profissional em Políticas Públicas da UFC, Especialista em Docência do Ensino Superior pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e Bacharela em Biblioteconomia pela UFC. Lider do grupo de pesquisa em Gestão da Informação e do Conhecimento em Ambientes Educacionais. Interesse de pesquisa: Biblioteca universitária. Gestão da Informação. Gestão do Conhecimento. Avaliação do Ensino-aprendizagem.
Conheça o LEV: Laboratório de Estudos da Violência da UFC. O Laboratório de Estudos da Violência (LEV) é um grupo de pesquisa da Universidade Federal do Ceará (UFC), fundado pelo professor César Barreira em 1994, com objetivo de ser um centro de excelência em estudos sobre violência, crime, segurança pública e justiça no estado do Ceará. O grupo de pesquisa está institucionalmente vinculado ao Departamento de Ciências Sociais e ao Programa de Pós-graduação em Sociologia que integram o Centro de Humanidades da UFC. Ao longo de 28 anos de trabalho o LEV reuniu pesquisadoras e pesquisadores que desenvolveram monografias, dissertações e teses, além de livros, capítulos de livros e artigos publicados pelos principais periódicos científicos das áreas de Ciências Sociais.
O Prof. Luiz Fábio conversou conosco sobre a ciência e os estudos sobre violência. Luiz é professor de Sociologia do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV). Suas atividades de pesquisa se fundamentam em uma perspectiva de estudos compreensivos sobre os efeitos sociais do crime e da violência nas periferias urbanas do Ceará e na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia.
Uma conversa com o Prof. Marcelo Soares do Instituto de Ciências do Mar - Labomar - UFC sobre a importância dos manguezais para o nosso planeta.
O episódio tem como assunto a criação da Estação Científica da UFC em Jericoacoara com a participação do Prof. Marcelo Soares, do Instituto de Ciências do Mar da UFC.
O tratamento do câncer frequentemente apresenta efeitos adversos devido à natureza agressiva dessas terapias. Esses medicamentos afetam não apenas as células tumorais, mas também os tecidos saudáveis. Quimioterapia, radioterapia e imunoterapia podem afetar o funcionamento de células saudáveis, resultando em efeitos colaterais como perda de cabelo e redução da atividade do sistema imunológico. A variação na ocorrência desses efeitos colaterais entre indivíduos submetidos ao tratamento oncológico pode ser atribuída a diferenças genéticas e estado de saúde prévio do paciente. Contudo, os avanços na medicina de precisão têm permitido uma abordagem mais direcionada ao câncer e também abrem perspectiva para atenuar os efeitos adversos dos tratamentos. Para estudar esses efeitos em laboratório, os pesquisadores utilizam modelos celulares e animais para simular os efeitos das terapias no organismo humano. Esses estudos ajudam a compreender os mecanismos que levam aos efeitos adversos e no desenvolvimento de estratégias para reduzir sua ocorrência e gravidade. Além do conhecimento genético do paciente, pensar nas bactérias que vivem no intestino como aliadas, pode ser uma estratégia interessante para reduzir esses efeitos adversos. Vamos conhecer um pouco mais sobre como pesquisadores da UFC têm contribuído para o entendimento dos efeitos colaterais do tratamento do câncer e como esses estudos podem melhorar a vida dos pacientes que estão em tratamento.
O câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento descontrolado de células anormais que podem invadir outras partes do corpo. Existem diversos tipos de câncer, classificados de acordo com o órgão ou tecido afetado, sendo uma das principais causas de morte no mundo. Conhecer o câncer em detalhes é fundamental devido a seu impacto na saúde pública. Compreender os diferentes tipos de câncer, fatores de risco e métodos de prevenção ajuda na detecção precoce e no desenvolvimento de estratégias eficazes de tratamento. Nos últimos anos, têm sido observados progressos significativos acerca da biologia do câncer, viabilizando uma compreensão das bases moleculares da doença e permitido avanços no tratamento da doença. Nesse sentido, os tratamentos para o câncer têm passado por revoluções, com terapias mais direcionadas, como as terapias-alvo e a imunoterapia, que mostraram eficácia em muitos tipos de câncer. No entanto, surgem também fake news, como a alegação de que a indústria farmacêutica esconde a cura do câncer. Será? É crucial basear-se em informações confiáveis e seguir as orientações médicas para enfrentar o câncer de maneira eficaz. Hoje nós vamos conversar com o cientista e Prof. Roberto César, que nos contará um pouco sobre como a ciência tem avançado na pesquisa sobre câncer.
As plantas são organismos sésseis e estão constantemente sujeitas a situações de estresse, o que requer uma alta plasticidade desses organismos, ou seja, uma alta capacidade de se aclimatar a novas condições ambientais. O estresse pode ser definido como uma condição a que a planta é submetida que conduz a uma ruptura de sua homeostase, o que pode levar a danos reversíveis ou não na fisiologia e morfologia da planta. O processo de domesticação e melhoramento das culturas agrícolas no último século resultou em plantas altamente produtivas, porém com maior sensibilidade ao estresse. Assim, diante do quadro de emergência climática, em que situações de estresse são cada vez mais comuns, torna-se imprescindível entender como as plantas respondem às diferentes situações de estresse, a fim de nortear a engenharia metabólica de plantas agrícolas para que se tornem mais resistentes ao estresse. Neste sentido, o feijão-caupi e o cajueiro são dois ótimos modelos de estudo, em virtude da alta resiliência dessas espécies. Vamos conhecer um pouco mais sobre como a UFC tem pesquisado estas duas espécies para entender melhor como torná-las menos susceptíveis às mudanças climáticas.
As mudanças climáticas representam um desafio sem precedentes para a humanidade, particularmente no que diz respeito à agricultura e à preservação das florestas. O aumento da concentração atmosférica de CO2 e da temperatura, a intensificação de eventos climáticos extremos e a alteração nos padrões de precipitação afetam diretamente a produtividade das plantações, a saúde das florestas e a segurança alimentar global. Os benefícios causados pelo aumento da concentração atmosférica de CO2 nas plantas são diminuídos devido ao estresse causado pelo aumento da temperatura e a escassez de água, aspectos que reduzem drasticamente a produtividade das plantas e as tornam mais susceptíveis a pragas e doenças. Para enfrentar esses desafios, é urgente promover mudanças de paradigmas na nossa sociedade, seja a forma pela qual produzimos e distribuimos alimentos, seja a forma que consumimos e exploramos os recursos da natureza. Enquanto a primeira mudança pode ser alcançada pelo avanço da biotecnologia agropecuária, o segundo aspecto é mais complexo e envolve mudanças sociais substanciais. Ações nestes diferentes âmbitos são essenciais para garantir a segurança alimentar global e evitar o iminente colapso do planeta.
A ética da informação é a área que investiga as questões éticas decorrentes do desenvolvimento e aplicação das tecnologias de informação. Ele fornece uma estrutura crítica para considerar questões morais relativas à privacidade informacional, agência moral (por exemplo, se os agentes artificiais podem ser morais), novas questões ambientais (especialmente como os agentes devem se comportar na infosfera), problemas decorrentes do ciclo de vida (criação, recolha, gravação, distribuição, processamento, etc.) de informação (especialmente propriedade e direitos de autor, exclusão digital). Objetivos educacionais da ética da informação são os seguintes: ser capaz de reconhecer e articular conflitos éticos no campo da informação, ativar o senso de responsabilidade em relação às consequências das interações individuais e coletivas no campo da informação, melhorar a qualificação para o diálogo intercultural com base no reconhecimento de diferentes tipos de culturas e valores de informação, fornecer conhecimentos básicos sobre teorias e conceitos éticos e sobre a sua relevância no trabalho diário de informação. As questões éticas relativas ao acesso e disseminação da informação estão relacionadas a problemas de acesso público e serviços de referência, bem como ao direito (humano) de comunicar. A questão do acesso pode ser estudada tanto como uma questão individual como social.
Imagine um laboratório científico. Cientistas de jalecotrabalhando em pesquisas que podem mudar o mundo. Mas, de repente, a porta se abre e uma enxurrada de notícias falsas invade o local. As fake news, como vírus, se espalham rapidamente, contaminando a mente das pessoas com informações distorcidas e manipuladas. E o que era para ser um espaço de descobertas e avanços se torna um campo de batalha, onde a verdade luta para ser ouvida. As fake news não são um problema novo. Desde a invenção da imprensa, a manipulação da informação tem sido usada para influenciar a opinião pública. Mas, com o advento da internet e das redes sociais, a velocidade e o alcance das notícias falsas se multiplicaram exponencialmente. Sem o desenvolvimento de um senso crítico aguçado, as pessoas podem facilmente acreditar em informações falsas e distorcidas, o que pode ter consequências graves para sua visão de mundo e para o futuro da sociedade. As fake news também representam uma ameaça à democracia. Ao minar a confiança nas instituições e na ciência, elas podem levar à polarização social, ao extremismo político e à fragilização das instituições democráticas. Mas nem tudo está perdido. No campo da ciência, iniciativas como a checagem de fatos, a educação científica e a divulgação científica de qualidade são ferramentas poderosas no combate à desinformação. É necessário proteger o território da ciência e garantir que o conhecimento continue a ser a base para o progresso da humanidade.
A crise ecológica e climática é o maior desafio atual da humanidade. A conexão entre os problemas ambientais, a conservação marinha e as mudanças climáticas está no cerne das investigações que tenho conduzido com colegas no Ceará, Brasil e no exterior. Ao buscar entender os impactos das mudanças climáticas na zona costeira e marinha, acidentes ambientais (como o derramamento de óleo no Brasil), invasão de espécies (como o peixe-leão) e a poluição plástica busco fornecer soluções locais e globais para auxiliar o poder público. Tais soluções incluem a melhoria da gestão das unidades de conservação, educação ambiental e o monitoramento da qualidade do meio ambiente. Tenho atuado em projetos nacionais e internacionais com esse foco multidisciplinar. Além disso, tenho colaborado com políticas públicas inovadoras regionais (como o Programa Cientista-Chefe em Meio Ambiente) e ações de divulgação científica na área de cultura oceânica, incluindo no contexto da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030) da UNESCO.
As arboviroses representam um conjunto de doenças infecciosas causadas por vírus denominados arbovírus, termo derivado do inglês "arthropod-borne virus", que significa vírus transmitido por artrópodes, incluindo insetos e aracnídeos como aranhas e carrapatos. Dentre as 545 espécies conhecidas de arbovírus, aproximadamente 150 são responsáveis por enfermidades em humanos. Tradicionalmente, a classificação de arbovirose abrange uma variedade de vírus causadores de doenças como mayaro, meningite e encefalites virais. Contudo, na contemporaneidade, o termo tem sido frequentemente associado às doenças veiculadas pelo mosquito Aedes aegypti, notavelmente a Zika, Chikungunya, dengue e febre amarela. O pioneirismo na identificação dos artrópodes como vetores de doenças pertence ao médico e cientista cubano Carlos Finlay, que em 1881 propôs que a febre amarela era transmitida não por contato direto entre humanos, mas sim através de mosquitos. Esta hipótese foi posteriormente confirmada pelo major Walter Reed, médico do exército americano, em 1901. Além disso, em 1906, a transmissão da dengue pelo Aedes aegypti foi descoberta, marcando dengue e febre amarela como as primeiras doenças reconhecidas por serem transmitidas por vírus através de mosquitos. O Aedes aegypti, principal vetor dessas doenças, é um mosquito pequeno, com menos de meio centímetro de tamanho, que raramente voa mais de meio metro acima do solo. Originário do nordeste da África, especificamente da região do atual Egito, esse mosquito foi introduzido no Brasil em 1685 por navios e desde então tem sido uma constante ameaça à saúde pública brasileira. A dengue, por exemplo, ressurgiu no Brasil em 1846, afetando cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Curiosamente, a doença recebeu apelidos culturais como "polca" no Rio de Janeiro e "urucubaca" em São Paulo. Já a febre amarela reemergiu de forma intensa em 1849, demonstrando a facilidade com que essas doenças podiam se espalhar na ausência de medidas sanitárias adequadas. No início do século XX, a criação da Diretoria de Saúde Pública e a formação de uma brigada especializada na erradicação de mosquitos sob a liderança de Oswaldo Cruz marcaram um ponto de virada na luta contra o Aedes aegypti no Brasil. A implementação de campanhas de saneamento, o uso de inseticidas e a vacinação compulsória foram estratégias fundamentais adotadas, embora a última tenha levado a uma das maiores manifestações populares contra medidas de saúde pública, conhecida como a Revolta da Vacina. A história das arboviroses no Brasil é um testemunho da complexa interação entre doenças infecciosas, saúde pública e desenvolvimento socioeconômico. Enquanto avanços significativos foram alcançados na prevenção e no controle dessas doenças, os desafios persistem, exigindo vigilância contínua, pesquisa e políticas de saúde pública adaptativas para proteger as populações vulneráveis.
A origem das vacinas remonta ao século XVIII, com a pioneira inovação de Edward Jenner. Em 1796, Jenner observou que leiteiras que contraíam a varíola bovina, uma doença similar mas muito menos severa do que a varíola humana, pareciam adquirir imunidade à varíola. Ele testou sua hipótese inoculando James Phipps, um menino de 8 anos, com material coletado de lesões de varíola bovina. Posteriormente, Jenner expôs Phipps à varíola humana, observando que o menino estava protegido contra a doença. Esse método foi chamado de vacinação, derivado de "vacca", que significa vaca em latim, em referência à origem do vírus utilizado. A descoberta de Jenner abriu caminho para o desenvolvimento de vacinas contra outras doenças infecciosas. No século XIX, Louis Pasteur fez avanços significativos, desenvolvendo vacinas para a cólera das galinhas, antraz e raiva. Pasteur aprimorou a técnica de atenuar patógenos para torná-los inofensivos, mas ainda capazes de induzir uma resposta imune, um princípio fundamental na criação de muitas vacinas modernas. No século XX, a ciência das vacinas avançou rapidamente, com o desenvolvimento de vacinas para prevenir doenças como difteria, tétano, coqueluche, gripe, poliomielite, sarampo, caxumba e rubéola. Essas descobertas foram cruciais para reduzir significativamente a incidência e a mortalidade de doenças infecciosas em todo o mundo. Um marco histórico no campo da imunização foi a erradicação da varíola. Graças a uma intensa campanha de vacinação global liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a varíola foi declarada erradicada em 1980, marcando a primeira vez que uma doença humana foi eliminada por esforços de saúde pública. No século XXI, a pesquisa e o desenvolvimento de vacinas continuam a evoluir com tecnologias inovadoras, como as vacinas de RNA mensageiro (mRNA), que foram cruciais na resposta à pandemia de COVID-19. Essas vacinas utilizam uma abordagem genética para induzir uma resposta imune, representando um avanço significativo na velocidade e na eficácia com que novas vacinas podem ser desenvolvidas. A história das vacinas é um testemunho do poder da ciência e da inovação para transformar a saúde pública. Ao salvar incontáveis vidas, as vacinas destacam-se como uma das intervenções médicas mais eficazes e custo-efetivas, demonstrando a importância da pesquisa contínua, do investimento em saúde pública e da cooperação internacional na luta contra doenças infecciosas.
Sejam bem-vindos a mais um episódio do Falando Ciência. Hoje, vamos falar sobre uma instituição que é referência no ensino superior, na pesquisa e na extensão no Brasil: a Universidade Federal do Ceará, que completa 70 anos de existência em 2024. A UFC nasceu como resultado de um amplo movimento de opinião pública, liderado pelo intelectual Antônio Martins Filho, que se tornou o seu primeiro reitor. Foi criada pela Lei nº 2.373, em 16 de dezembro de 1954, e instalada em 25 de junho do ano seguinte. Desde então, a UFC vem contribuindo para o desenvolvimento científico, tecnológico, social e cultural do Ceará e do país, formando profissionais qualificados, produzindo conhecimento relevante e realizando ações de extensão junto à comunidade. Neste ano de festa, o que vai rolar na instituição que é patrimônio do povo cearense? Vem com a gente, que você descobre.
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